Perdemos
nosso melhor amigo
Fidel
Castro
Cabe a nós a honra de ter compartido com o líder
bolivariano os mesmos ideais de justiça social e de apoio aos explorados. Os
pobres são os pobres em qualquer parte do mundo.
“Dê-me, Venezuela, em que servir-lhe: ela tem em
mim um filho”, proclamou o Herói Nacional e Apóstolo da nossa independência,
José Martí, um viajante que, sem limpar-se do pó do caminho, perguntou onde
estava a estátua de Bolívar.
Martí conheceu o monstro porque viveu em suas
entranhas. É possível ignorar as profundas palavras que verteu em carta
inconclusa ao seu amigo Manuel Mercado, na véspera da sua queda em combate?
“... já estou todos os dias em perigo de dar a minha vida por meu país, e por
meu dever – posto que o entendo e tenho ânimo com que realizá-lo – de impedir a
tempo, com a independência de Cuba, que se estendam pelas Antilhas os Estados
Unidos, e caiam, com mais essa força, sobre as nossas terras da América. O
quanto fiz até hoje, e farei, é para isso. Em silêncio, teve que ser, e indiretamente,
porque há coisas que, para consegui-las, têm de andar ocultas ...”
Havia passado então 66 anos desde que o Libertador
Simón Bolívar escreveu: “... os Estados Unidos parecem destinados pela
Providência a infestar a América de misérias em nome da Liberdade”.
Em 23 de janeiro de 1959, 22 dias depois do triunfo
revolucionário em Cuba, visitei a Venezuela para agradecer ao seu povo, e ao
governo que assumiu o poder depois da ditadura de Pérez Jiménez, pelo envio de
150 fuzis, no final de 1958. Disse, então:
“…a Venezuela é a pátria do Libertador, onde se
concebeu a ideia de união dos povos da América. Logo, a Venezuela deve ser o
país líder da união entre os povos da América; nós cubanos respaldamos nossos
irmãos da Venezuela.
“Falei destas ideias não porque me move alguma
ambição de tipo pessoal, ou sequer uma ambição de glória, porque, ao fim e ao
cabo, a ambição por glória não deixa de ser uma vaidade, e como disse Martí:
‘Toda a glória do mundo cabe em um grão de milho.”
“Assim que, portanto, ao vir falar assim ao povo da
Venezuela, o faço pensando honrada e profundamente, que se queremos salvar a
América, se queremos salvar a liberdade de cada uma das nossas sociedades, que,
ao fim e ao cabo, são parte de uma grande sociedade, que é a sociedade da
América Latina; se queremos mesmo salvar a revolução de Cuba, a revolução da
Venezuela e a revolução de todos os países do nosso continente, temos que
aproximar-nos e temos que respaldarmo-nos solidamente, porque sozinhos e
divididos, fracassamos.”
Isso disse naquele dia, e hoje, 54 anos depois, o
ratifico!
Devo apenas incluir naquela lista aos demais povos
do mundo que, durante mais de meio século, têm sido vítimas da exploração e do
saque. Essa foi a luta de Hugo Chávez. Nem sequer ele próprio suspeitava quão
grande era.
Até a vitória, sempre, inesquecível amigo!
Fidel Castro Ruz, em 11 de março de 2013
Fonte:
Cubadebate. Publicado em www.vermelho.org.br
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