sábado, 24 de agosto de 2013

Diário revela esquema de corrupção em governos do PSDB

 
 
 
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô -

 
A multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do Metrô no Estado. A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em “diários” apresentados pela empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
 
 
No mês passado, a gigante da engenharia delatou ao órgão a existência de um cartel – do qual fazia parte – para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e Metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.
 
 
A formação do cartel para a Linha 5 do Metrô de São Paulo, de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte. Segundo o Cade, o conluio se estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro ano de José Serra, em 2007.
 
 
Secretário de Transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel, mas não o descartou. “Não me lembro de ter acontecido uma licitação, de fato, competitiva”, disse.
 
 
O governo Alckmin diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado. Documento entregue pela Siemens aponta o suposto aval do governo em favor de um acerto entre empresas para a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação.
 
 
Chamado de “grande solução”, o acerto era, segundo os papéis, o desfecho preferida pela “secretaria” [de transportes] por oferecer “tranquilidade na concorrência”.
 
 
Consistia em formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu.
 
 
No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a costura do cartel.
 
 
Numa delas, é relatado que “o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio ‘político’. Então, o preço foi muito alto”.
 
 
“Consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes”, relata um executivo da Siemens.
 
 
A Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.
 
 
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05/08/2013 -
Folha de S.Paulo -
CATIA SEABRA e FLÁVIO FERREIRA -
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas
 
 
 
Simulação de consórcios, combinação de preços e até escolha de vencedor de licitação por sorteio. Documentos em poder do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) descrevem o suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô.
 
 
As práticas foram reveladas graças à colaboração da Siemens. Um diário alimentado por executivos da empresa mostram os expedientes para partilha de contratos e superfaturamentos. A seguir trechos dos documentos.
 
 
 
Linha 5 do metrô de São Paulo: "grande solução"
 
 
Em 2000, empresas criaram um consórcio único para vencer a licitação para trecho da linha 5 do metrô. Segundo relatórios da época, o governo de São Paulo -descrito como "cliente/secretaria"- apoiou o acerto para evitar que disputas judiciais emperrassem a obra.
 
 
A simpatia do governo pelo cartel é expressa em relatório no qual os executivos discutem cenários de atuação, sendo a formação de consórcio único identificada como opção um. "O cliente/secretaria deseja a opção 1. Tranquilidade na concorrência", afirma um dos documentos.
 
 
Concluída a negociação entre empresas, um técnico faz a executivos apresentação sobre o acordo. "O fornecimento dos carros é organizado em um consórcio político. Então, o preço foi muito alto."
 
 
Os documentos ilustram, porém, que a rivalidade entre empresas quase enterrou o acordo. Líder do consórcio, a Alstom resistiu à entrada da CAF no conluio. Segundo o diário, até o "cliente" teve de ser acionado para a pacificação. "[Um executivo da Siemens] já havia contatado o cliente e a direção da Asltom, mas não obteve resultados. Isso significa que Alstom se considera o sr. todo poderoso e não aceita a CAF como consorciada", diz o documento.
 
 
 
Metrô do DF: o sorteio
 
 
As empresas organizaram, segundo os documentos, um sorteio para decidir quem venceria contrato de R$ 82 milhões anuais para prestação de serviços ao Metrô. Reunidos em 2006, empresas fixaram em ata as regras do acordo. Pelo acerto, Alstom e Siemens fariam sorteio para definir quem apresentaria a menor proposta, sendo as duas acima de 94% do preço, para garantir um valor alto.
 
 
Na ata, uma observação: "Os itens serão validados pelo cliente". Vitoriosa, a Siemens subcontratou a Alstom.
 
 
 
Metrô e CPTM de São Paulo: curso perfeito
 
 
Em 2005, representantes de cinco empresas fecharam acordo, para quatro licitações, para o projeto Boa Viagem. No "curso perfeito de concorrência", segundo o grupo, não havia lugar para novas empresas. Um executivo sugere aos outros que alimentem as esperanças de outra empresa para neutralizar a concorrência.
 
 
"O nosso grupo já está fechado, não estou sugerindo cooperação. Mas seria interessante mantê-los entretidos mais um pouco, para que não tenham tempo de se alinhem [sic] com outra empresa."
 
 
 
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Editoria de arte/Folhapress
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô -

 
A multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do Metrô no Estado. A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em “diários” apresentados pela empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
 
 
No mês passado, a gigante da engenharia delatou ao órgão a existência de um cartel – do qual fazia parte – para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e Metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.
 
 
A formação do cartel para a Linha 5 do Metrô de São Paulo, de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte. Segundo o Cade, o conluio se estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro ano de José Serra, em 2007.
 
 
Secretário de Transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel, mas não o descartou. “Não me lembro de ter acontecido uma licitação, de fato, competitiva”, disse.
 
 
O governo Alckmin diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado. Documento entregue pela Siemens aponta o suposto aval do governo em favor de um acerto entre empresas para a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação.
 
 
Chamado de “grande solução”, o acerto era, segundo os papéis, o desfecho preferida pela “secretaria” [de transportes] por oferecer “tranquilidade na concorrência”.
 
 
Consistia em formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu.
 
 
No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a costura do cartel.
 
 
Numa delas, é relatado que “o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio ‘político’. Então, o preço foi muito alto”.
 
 
“Consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes”, relata um executivo da Siemens.
 
 
A Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.
 
 
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05/08/2013 -
Folha de S.Paulo -
CATIA SEABRA e FLÁVIO FERREIRA -
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas
 
 
 
Simulação de consórcios, combinação de preços e até escolha de vencedor de licitação por sorteio. Documentos em poder do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) descrevem o suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô.
 
 
As práticas foram reveladas graças à colaboração da Siemens. Um diário alimentado por executivos da empresa mostram os expedientes para partilha de contratos e superfaturamentos. A seguir trechos dos documentos.
 
 
 
Linha 5 do metrô de São Paulo: "grande solução"
 
 
Em 2000, empresas criaram um consórcio único para vencer a licitação para trecho da linha 5 do metrô. Segundo relatórios da época, o governo de São Paulo -descrito como "cliente/secretaria"- apoiou o acerto para evitar que disputas judiciais emperrassem a obra.
 
 
A simpatia do governo pelo cartel é expressa em relatório no qual os executivos discutem cenários de atuação, sendo a formação de consórcio único identificada como opção um. "O cliente/secretaria deseja a opção 1. Tranquilidade na concorrência", afirma um dos documentos.
 
 
Concluída a negociação entre empresas, um técnico faz a executivos apresentação sobre o acordo. "O fornecimento dos carros é organizado em um consórcio político. Então, o preço foi muito alto."
 
 
Os documentos ilustram, porém, que a rivalidade entre empresas quase enterrou o acordo. Líder do consórcio, a Alstom resistiu à entrada da CAF no conluio. Segundo o diário, até o "cliente" teve de ser acionado para a pacificação. "[Um executivo da Siemens] já havia contatado o cliente e a direção da Asltom, mas não obteve resultados. Isso significa que Alstom se considera o sr. todo poderoso e não aceita a CAF como consorciada", diz o documento.
 
 
 
Metrô do DF: o sorteio
 
 
As empresas organizaram, segundo os documentos, um sorteio para decidir quem venceria contrato de R$ 82 milhões anuais para prestação de serviços ao Metrô. Reunidos em 2006, empresas fixaram em ata as regras do acordo. Pelo acerto, Alstom e Siemens fariam sorteio para definir quem apresentaria a menor proposta, sendo as duas acima de 94% do preço, para garantir um valor alto.
 
 
Na ata, uma observação: "Os itens serão validados pelo cliente". Vitoriosa, a Siemens subcontratou a Alstom.
 
 
 
Metrô e CPTM de São Paulo: curso perfeito
 
 
Em 2005, representantes de cinco empresas fecharam acordo, para quatro licitações, para o projeto Boa Viagem. No "curso perfeito de concorrência", segundo o grupo, não havia lugar para novas empresas. Um executivo sugere aos outros que alimentem as esperanças de outra empresa para neutralizar a concorrência.
 
 
"O nosso grupo já está fechado, não estou sugerindo cooperação. Mas seria interessante mantê-los entretidos mais um pouco, para que não tenham tempo de se alinhem [sic] com outra empresa."
 
 
 
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