Investigações sobre propinoduto tucano não avançam em São Paulo
15/10/2013 10:43
Por Redação - de São Paulo
Por Redação - de São Paulo
A corregedoria do governo de São Paulo já ouviu 23 pessoas, mas ainda não apresentou nenhuma conclusão sobre a atuação das empresas do grupo ou seu envolvimento com funcionários públicos no escândalo do cartel formado pelas empresas multinacionais Alstom e Siemens. As investigações, que não têm prazo para terminar, segundo o governador paulista, Geraldo Alckmin, serviriam como prova de que o Estado foi vítima das empresas do cartel e agora se empenha para esclarecer como elas fraudaram as concorrências do Estado.
Na véspera, o PSDB abordou o tema em anúncios veiculados nas redes de TV. “Nós queremos toda a verdade, somos o maior interessado nisso. Vou fundo nessa história. Punir os culpados”, afirma Alckmin na propaganda.
Nos depoimentos aos corregedores, a impressão que fica é a de que houve apenas a transferência de mais de R$ 400 milhões para ninguém. Os investigadores não identificaram, até agora, a participação um só agente público envolvido no caso, que ficou conhecido como ‘propinoduto tucano‘, segundo informaram integrantes do governo com acesso à investigação, ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. Até 30 de setembro, foram ouvidos 12 agentes públicos e ex-funcionários e 11 representantes de empresas.
“A íntegra dos quatro primeiros depoimentos, que foram examinados pela Folha, mostra que os corregedores não foram incisivos. Questionado sobre pagamentos de propina, um empresário ouvido se disse “surpreso” e não foi confrontado novamente. Além disso, duas pessoas que falaram à corregedoria relataram ter feito doações eleitorais, mas os corregedores não perguntaram, por exemplo, quem recebeu os recursos, os motivos da doação ou se houve intermediários”, diz o jornal.
Ainda de acordo com o texto, “um mês depois do início da investigação, o governo criou um grupo externo, com representantes de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil, para acompanhar a apuração da Corregedoria. Integrantes desse grupo sugeriram que todos os funcionários suspeitos fossem afastados durante as investigações, mas a proposta não chegou a ser formalizada. O grupo sugeriu também que os procedimentos se estendessem a todas as licitações das quais participaram a Siemens e outras empresas relacionadas com o cartel”.
O autor da proposta, Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, “justificou o pedido dizendo que o parecia equivocado restringir as investigações apenas aos cinco projetos citados pela Siemens. A proposta, porém, foi rejeitada pela Corregedoria, que considerou necessário limitar seu alcance, pois havia ‘risco de não se conseguir analisar o material em prazo razoável”, acrescenta.
Segundo o advogado Vicente Bagnoli, membro do grupo, em defesa da Corregedoria, afirmou que “o tempo que a sociedade gostaria não é o tempo do processo, mas o trabalho está sendo feito”.
Fonte: Correio do Brasil
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