Vereadores aprovam legislação que professores contestavam sob ação violenta da PM
1/10/2013 18:39
Por Redação - do Rio de Janeiro
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A Cinelândia, no Centro do Rio, transformou-se novamente em uma praça de guerra, na tarde desta terça-feira, com a ação de efetivos da Polícia Militar sobre, basicamente, professores da rede pública municipal. A violência instaurada na explosão de bombas de efeito moral e jatos de gás de pimenta visava dispersar uma concentração de mais de 5 mil profissionais do ensino e servidores públicos de outras áreas que ocuparam as imediações da Câmara Municipal, no Centro do Rio. Um dos manifestantes chegou a contar 26 explosões e a nuvem de gás lacrimogêneo chegou ao Plenário da Câmara, onde foi votado a legislação sobre a carreira do magistério carioca. O Plano de Cargos e Salários dos servidores da educação, encaminhado pelo Executivo em regime de urgência, recebeu a aprovação da maioria, 35 vereadores. A oposição se retirou da Câmara e juntou-se aos manifestantes, na rua, onde cerca de 700 policiais militares acompanhavam a movimentação.
Integrante da minoria, o vereador Renato Cinco, do PSOL, pediu ao presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), o adiamento da votação do projeto, alegando falta de segurança. Felippe, que admite “erros de ambas as partes”, não aceitou a sugestão e seguiu adiante com a sessão. A atitude deixou ainda mais tensos os ânimos e o ambiente de confronto seguia noite adentro.
O cordão de isolamento, formado por viaturas, policiais militares do Batalhão de Choque e grades de ferro, montado durante a madrugada ao redor da Câmara, foram os principais alvos de setores mais ativos da manifestação, como os Black Bloc. Mesmo os vereadores precisaram se submeter às revistas e barreiras de identificação no caminho para os seus gabinetes. O vereador Brizola Neto (PDT) relata que demorou 45 minutos para conseguir entrar no prédio.
– O que está ocorrendo aqui é uma votação fechada, sem acesso ao público, o que não é permitido pelo regimento da Casa – criticou, numa tentativa de convencer a base de apoio do governo de desistir de realizar a votação, que se prolongou durante toda a tarde.
Líder do governo, o vereador Guaraná ressaltou que a minoria “não sabe aceitar, democraticamente, a derrota”.
Ao som de bombas
Em relato publicado na página da Mídia Ninja, em uma rede social, constatou-se que “a trilha sonora de muitas bombas e intensa repressão da Polícia entre a Almirante Barroso e a Senador Dantas” serviu de fundo para a aprovação do projeto original do plano de cargos e salários para os profissionais de educação. A votação foi de 35 a 3. Os vereadores da oposição se retiraram do Plenário e não participaram da votação. Eles estão estudando formas de anular a sessão desta tarde, dentre outras razões, pelo processo anti-democrático em que se deu a aprovação do plano.
– Somos 9 vereadores que pedimos o encerramento da sessão e, irresponsavelmente, ela continua. Abandonamos o Plenário e vamos ao TJ formalizar denúncia – afirmou Reimont (PT).
Em discurso, no Plenário, o líder do governo, vereador Guanará, disse que o plano foi aprovado por maioria e “a minoria não sabe aceitar a derrota”, concluiu.
1/10/2013 18:39
Por Redação - do Rio de Janeiro
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Fonte: Correio do Brasil
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