quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Propinoduto

STF pede parecer da PGR sobre investigação de cartel em licitações do Metrô de São Paulo - 30/12/2013 -&- Informe-se sobre as denúncias de cartel nos trens e no metrô de São Paulo -
30 dezembro 2013 -
Brasil! Brasil! -
André Richter, Agência Brasil -

 

STF pede parecer da PGR sobre investigação de cartel em licitações do Metrô de SP



"O ministro Marco Aurélio, do Supremo
"O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) parecer sobre o inquérito do suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo.
Ele determinou que o nome completo dos investigados conste da lista de consulta processual do STF. Antes da decisão do ministro, o processo era identificado pelas iniciais dos envolvidos. A decisão foi assinada no dia 20 de dezembro.
Após parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro poderá determinar que a parte da investigação que envolve pessoas sem foro privilegiado retorne à Justiça Federal em São Paulo. Se isso ocorrer, somente parlamentares citados no processo responderão ao processo no Supremo.
No dia 12 de dezembro, a investigação foi enviada pela Justiça Federal ao STF, e a relatoria ficou com a ministra Rosa Weber. A ministra rejeitou o processo, que foi enviado a Marco Aurélio devido a um pedido de acesso à investigação encaminhado anteriormente ao ministro.
O inquérito chegou ao Supremo por causa da inclusão do nome do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). Como o parlamentar tem foro privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo STF. Além de Jardim, pelo menos nove envolvidos são investigados, entre eles três secretários do estado de São Paulo.
No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos."


Multinacional alemã Siemens denunciou ao Cade a existência de um cartel de empresas que teriam superfaturado contratos das linhas de trens e metrô; suposto esquema teria causado prejuízo de 577 milhões de reais
Uma das gigantes de engenharia no mundo, a multinacional Siemens procurou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma autarquia vinculada ao Ministério da Justiça que fiscaliza e apura denúncias de abuso de poder econômico, para delatar a existência de um cartel, do qual fazia parte, para as licitações de equipamentos das linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal.
Ao entregar o cartel, a empresa firmou um acordo de imunidade caso as denúncias sejam comprovadas. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em julho. A suspeita é que o esquema tenha supervalorizado cinco contratos em até 30%, acarretando prejuízo de 577 milhões de reais.
Nos últimos anos, suspeitas envolvendo os valores de obras e compras do metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) são investigadas pelo Ministério Público de São Paulo. Após a divulgação das suspeitas de cartel, os promotores montaram uma força-tarefa para analisar 45 investigações sobre o transporte metroviário - 15 delas estavam arquivadas e foram reabertas.
OS ALVOS DO CARTEL
2000
SP: Fornecimento de equipamentos para a Linha-5 Lilás do Metrô
Valor: 404 milhões de reais (735 milhões em valores atualizados)
2001-2002
SP: Manutenção de trens da CPTM
Valor: 275,6 milhões de reais (483,9 milhões em valores atualizados).
2004
SP: Modernização da Linha-12 Safira da CPTM
Valor: 276 milhões de reais (400,2 milhões em valores atualizados)e
2005
SP: Fornecimento de trens e equipamentos para Linha-2 Verde do Metrô
Valor: 143,6 milhões de reais (202,7 milhões em valores atualizados)
2007
DF: Manutenção do metrô
Valor: 77 milhões de reais (103 milhões em valores atualizados)
Veterana em sucessivos escândalos envolvendo subornos em países como a Argentina e a Grécia e a formação de carteis na Europa, a Siemens havia ficado com imagem arranhada na Alemanha. Após pagar milhões de euros em multas (em 2007, um caso envolvendo a participação num cartel de fornecimento de equipamentos de alta tensão rendeu uma penalidade de 400 milhões de euros), a Siemens havia passado nos últimos anos por um processo de reorganização para livrar o conglomerado das práticas de corrupção na assinatura de contratos.
Milhares de funcionários foram treinados para práticas anticorrupção, uma espécie de posto de ombudsman foi estabelecido. Foi por meio dessa ouvidoria, uma denúncia sobre problemas com os negócios da subsidiária brasileira com o governo paulista chegou até a empresa na Alemanha. A denúncia afirmava que funcionários do governo de São Paulo receberam comissões para beneficiar as empresas que formavam o cartel.
Subornos - Além da Siemens, também são suspeitas de participação no cartel outras 19 empresas, entre elas a canadense Bombardier, da espanhola CAF, a francesa Alstom e da japonesa Mitsui – e as subsidiárias brasileiras destas.
Documentos da Justiça alemã de uma investigação mais ampla que investigaram a conduta da empresas em vários países mostram que só a empresa pagou 24 milhões de reais em subornos para representantes de agentes públicos brasileiros, entre eles diretores da CPTM, para que o esquema pudesse operar. Ao todo, a Justiça alemã afirma que a Siemens pagou 1,3 bilhão de dólares em subornos pelo mundo.
Documentos apresentados pela empresa ao Cade mostram que o esquema operou em pelo menos cinco contratos – quatro deles em São Paulo e um no Distrito Federal. O valor total dos serviços chegou a quase 1,92 bilhões de reais, em valores atualizados.
O esquema funcionava da seguinte forma: as empresas formavam consórcios e combinavam quem venceria cada licitação, quais valores apresentariam pelo serviço, e que os vencedores subcontratariam as derrotadas.
A formação do cartel, segundo documentos da Siemens, foi em 2000, durante a gestão Mário Covas (1995-2001). O contrato de 404 milhões de reais (735 milhões em valores atualizados) previa o fornecimento de trens e equipamentos para a linha-5 Lílas do Metrô. Ao todo, treze empresas participaram.
Um executivo da Siemens teria elaborado um contrato em que descreve como foi feito o esquema. “O projeto da linha 5 é o último de ganho certo. O fornecimento dos carros é organizado em um ‘político’, então, o preço foi muito alto”, diz um trecho do documento.
Nas administrações seguintes, o cartel atuou em outros três contratos que previam a manutenção de trens e o fornecimento de equipamentos para a linha-verde do Metrô. O último dos contratos foi firmado na administração de José Serra (2007-2010).
No Distrito Federal, o cartel mirou em 2007 num contrato de 77 milhões (103 milhões em valores atuais) para manutenção da rede do metrô.
Política - O secretário chefe da Casa Civil do Governo de São Paulo, Edson Aparecido, negou que as administrações tucanos tenham dado aval ao cartel e chegou a acusar o Cade de funcionar como uma “polícia política” – declaração que foi repudiada pela autarquia. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o estado havia sido "vítima" do cartel e pediu na Justiça acesso aos documentos do Cade, mas o pedido foi negado. O PSDB negou que o funcionamento do cartel tenha beneficiado o partido, que governa São Paulo desde 1995.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostra que um executivo da Siemens relatou que o ex-governador José Serra sugeriu à multinacional um acordo, em 2008. para evitar que uma disputa empresarial travasse uma licitação da CPTM. Serra nega ter encontrado o executivo da Siemens.

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E-mails sugerem que Serra e Arruda sabiam de cartel no metrô, diz jornal
Siemens: empresa alemã denunciou a existência de um cartel para licitações de trens e metrô (Fabrizio Bensch/Reuters)
Ex-governador de São Paulo afirma que a concorrência para compra de trens, realizada em 2008, 'foi uma verdadeira ação anti-cartel'; Arruda diz que apenas assinou o contrato deixado pela gestão anterior
E-mails que fazem parte dos documentos em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na investigação sobre o cartel de empresas de trens revelam que funcionários da Siemens disseram que tanto o ex-governador José Serra (PSDB), de São Paulo, quanto o então deputado José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, tinham ciência da ação das empresas no setor metroferroviário. As informações foram reveladas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo nas edições de ontem e hoje.
O e-mail que cita o ex-governador tucano fala de um encontrou durante uma conferência, a UIC, maior reunião mundial de empresas de transporte público, em 2008. A mensagem, enviada por Nelson Branco Marchetti, um ex-funcionário da Siemens, diz a três colegas que a licitação seria cancelada caso a empresa CAF não estivesse entre as vencedoras. "O senhor [José] Serra confirmou que, se a proposta da CAF não tiver condições de ser qualificada, a concorrência será cancelada", diz o texto.
O executivo disse também, segundo a documentação, que Serra não queria que a licitação tivesse atrasos. Por isso, ele e o então secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella teriam mencionado que considerariam uma proposta em que a Siemens oferecesse 30% dos trens. "Outra solução a ser considerada seria a horizontal, com fornecimento de componentes" à empresa vencedora. "Ambas as afirmações acima foram confirmadas mais uma vez pelo pessoal do senhor Portella", diz ainda a mensagem.
Em nota, Serra e Portella afirmam que "a concorrência para compra de 40 trens de São Paulo, realizada em 2008, foi uma verdadeira ação anti-cartel, de defesa do Estado e dos usuários de transportes".
O ex-governador Arruda é citado em outra mensagem, datada de janeiro de 2006, quando estavam em negociação a contratação de empresas que fariam a manutenção do metrô de Brasília. A mensagem em posse do Cade é do executivo da Siemens Everton Rheinheimer. Ele relata um encontro com Arruda em que ficaria sabendo que o então governador Joaquim Roriz não queria cancelar a licitação - que estava sendo disputada. Em outra mensagem, o executivo diz que a "vontade do cliente (o Metrô do DF) é que a Siemens saia vencedora".
O texto mostra ainda que os executivos teriam ficado preocupados em conseguir cumprir os prazos legais para apresentar as planilhas de preços. Como o haveria tempo, a solução foi usar parte das planilhas de custos estabelecidas pelo Distrito Federal. "Podemos tomar os preços base do edital (que sabemos estarem ‘folgados’) e reduzi-los linearmente."

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ALGUNS DOS INVESTIGADOS, ENTRE OS QUAIS ROBSON MARINHO E JORGE FAGALI, INGRESSARAM NA JUSTIÇA SUÍÇA PARA IMPEDIR QUE AS INFORMAÇÕES CHEGASSEM AO BRASIL
IstoÉ
Arquivo Alstom
O PSDB paulista começará 2014 da mesma forma que terminou 2013: enrolado em um escândalo de corrupção. De acordo com promotores e procurados ouvidos por ISTOÉ, em fevereiro está prevista a chegada ao Brasil de uma leva de documentos até então em posse de autoridades suíças. Eles comprovam, segundo os investigadores, o pagamento de propina pela multinacional francesa Alstom para obtenção de contratos com estatais da área de energia. A papelada inclui registros bancários e movimentações financeiras feitas no país europeu por suspeitos de se beneficiarem do esquema, como Robson Marinho, chefe da Casa Civil durante o governo Covas, e Jorge Fagali Neto, ex-diretor dos Correios do governo Fernando Henrique Cardoso. Até agora, dez pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal. Entre elas está o tucano Andrea Matarazzo, secretário estadual de José Serra e Mário Covas. O Ministério Público paulista e o Ministério Público Federal esperam a nova leva de documentos há três anos. Em agosto, quando estavam em vias de ser enviados, Robson Marinho e Fagali Neto ingressaram na Justiça suíça para impedir que as informações sobre suas contas chegassem às mãos dos responsáveis por investigar o caso no Brasil. Recentemente, no entanto, o pedido foi negado. Agora só falta a autorização do juiz do Tribunal Penal de Bellinzona, na Suíça, para que os papéis desembarquem no País

ALÉM DO ACORDO DE LENIÊNCIA DA SIEMENS, NOVAS REVELAÇÕES DE FRAUDES, VARIÁVEIS SEM CONTROLE DO PSDB, PODEM CAUSAR EMBARAÇOS AO GOVERNADOR DE SP, GERALDO ALCKMIN
Folha
Não é com ele - por Ricardo Balthazar, jornalista e editor de "Poder" da Folha
Se as investigações avançarem no ano em que ele estará em busca da reeleição, mais revelações poderão causar enorme embaraço ao PSDB e ao governador Alckmin.
Alckmin enfrentará uma eleição difícil em 2014. Ele acha que terá um trunfo se conseguir preservar a imagem de bom moço e administrador austero que os eleitores costumam associar a ele. Pode ser. Mas muito dependerá do andamento das investigações sobre o cartel, uma variável hoje completamente fora do controle do governador

CONTA SECRETA PARA PAGAMENTO DE PROPINA
O Globo
Ministério Público investiga conta de ex-presidente da Siemens
Inquérito vai apurar se dinheiro mantido no exterior foi usado para pagar propinas a funcionários públicos
SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito civil para investigar se parte do dinheiro da conta mantida em Luxemburgo pelo ex-presidente da Siemens, Adilson Antonio Primo, foi usado para pagar propina a funcionários públicos brasileiros. Segundo investigações da Siemens, a conta no Banco Itaú Europa Luxemburgo foi aberta em 2003 e pertencia à empresa Singel Canal Canal Services, aberta por executivos da Siemens. A Polícia Federal também investiga a conta no país europeu.
No primeiro ano, foram sócios da empresa Raul Melo de Freitas, José Antonio Lunardelli, Jurgen Brunowsky e José Mattos Junior. Em 2004, os donos da empresa mudaram: Freitas permaneceu e entraram Primo, Sérgio de Bona e José Manuel Romero Illana
Istoé aponta homens fortes do propinoduto tucano
A revista Istoé [ http://www.istoe.com.br/reportagens/319551_TODOS+OS+HOMENS+DO+PROPINODUTO+TUCANO ] volta a tratar das investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Ministério Público sobre o cartel do metrô em São Paulo na edição desta semana. Segundo a matéria, quadros importantes do PSDB levaram propinas e irrigaram campanhas eleitorais com recursos públicos.

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