Preso, jornalista
adversário de Aécio denuncia proposta de confissão
falsa
Marco Aurélio Carone, jornalista e proprietário do
Novojornal
From: Rede
Castorphoto
Sent: sexta-feira, 24 de janeiro de
2014
Subject: Preso, jornalista adversário de
Aécio denuncia proposta de confissão falsa
Sex 24/01/14 18:57
Preso,
jornalista adversário de Aécio denuncia proposta de confissão
falsa
Marco Aurélio
Carone diz ter recebido do Ministério Público oferta de penas mais leves caso
aceitasse acusar deputados de oposição ao PSDB mineiro de formação de
quadrilha
por Diego
Sartorato, da RBA publicado 24/01/2014
18:01
GUILHERME
BERGAMINI/ASSEMBLEIA MINAS
Deputados do PT e do PMDB, contrários a Anastasia e Aécio, seriam
alvo de falsa confissão
São Paulo –
O jornalista Marco Aurélio Carone, preso desde
segunda-feira (20) acusado de integrar quadrilha que objetivava "difamar,
caluniar e intimidar" políticos ligados ao PSDB [ http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/01/justica-mineira-manda-prender-jornalista-adversario-de-aecio-4176.html
], divulgou nota na manhã desta sexta-feira (24) para denunciar uma proposta de
assinatura de confissão falsa que teria recebido do Ministério Público. Segundo
o texto, o promotor André Pinho teria dito que a situação de Carone estaria
"resolvida" caso o jornalista admitisse que o site NovoJornal [ http://novojornal.com/ ] , do qual era
diretor, era instrumento de veiculação de notícias falsas plantadas pelos
deputados estaduais Sávio Souza Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT), ambos
integrantes do bloco parlamentar "Minas sem Censura", que denuncia a ingerência
do grupo político do senador Aécio Neves (PSDB) sobre a mídia
mineira.
Carone diz
ter recusado a oferta, feita na presença de familiares, advogados e funcionários
da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, em Belo Horizonte, onde recebia
atendimento médico. O jornalista, que alega ser vítima de perseguição política
por parte de autoridades mineiras aliadas de Aécio, aguarda data para ir a
reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais para expor publicamente seu caso. O convite para o depoimento público
deverá ser oficializado pelo deputado Rogério Correia, integrante da
comissão.
"O que eu e
o Rogério temos em comum, e em comum com o NovoJornal, é a oposição ao governo
do estado de Minas. Só isso", diz o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB). "Não quero
nem entrar no mérito do personagem [Carone], que é mesmo controverso, mas, de
fato, foram muito estranhas as condições da prisão. Parece que ser de oposição
em Minas, agora, dá cadeia", comenta.
Ainda
segundo a nota, esta seria a segunda tentativa de autoridades mineiras de
incriminar os deputados Sávio e Rogério. O lobista Nilton Monteiro, denunciante
do "mensalão tucano" e que, de acordo com o Ministério Público, seria o líder da
quadrilha que busca difamar o PSDB mineiro, acusa o delegado Marcio Nabak de
tentar negociar com ele a delação premiada em troca das mesmas acusações
oferecidas a Carone. Na ocasião, o delegado teria insistido em uma confissão que
declarasse que a Lista de Furnas teria sido elaborada a pedido do petista
Correia.
A Lista de Furnas
A acusação
completa do Ministério Público contra Carone foi por formação de quadrilha,
falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, uso de
documento falso, denunciação caluniosa majorada e fraude processual majorada –
todas acusações relativas ao contato entre o jornalista e o lobista Nilton
Monteiro, que tornou pública a Lista de Furnas após ter colaborado com suposto
esquema de desvio de dinheiro da estatal.
A Lista de
Furnas é um documento que revela as quantias pagas a políticos de PSDB, PFL
(hoje DEM) e PTB em esquema de desvio de verbas intermediado pelo publicitário
Marcos Valério no ano de 2000, com o objetivo de abastecer o caixa dois de
campanha desses partidos nas eleições de 2002. O caso ficou conhecido como
“mensalão tucano”, por envolver os mesmos personagens e operações envolvendo as
denúncias feitas contra o PT a partir de 2005 e que deram origem à Ação Penal
470.
O PSDB nega
a existência do esquema, que pode ter movimentado mais de R$ 40 milhões, e
questiona a autenticidade da Lista de Furnas, embora a Polícia Federal tenha
comprovado, em perícia, que a lista conta com a caligrafia de Dimas Toledo,
então presidente da estatal de energia. O caso aguarda julgamento no Supremo
Tribunal Federal; o julgamento contra o PT foi realizado entre 2012 e 2013, e
condenou 36 pessoas.
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