segunda-feira, 23 de junho de 2014
O Judiciário faz hoje o papel que o Ministério do Trabalho fazia na ditadura
“O
Judiciário faz hoje o papel que o Ministério do Trabalho fazia na ditadura”
Joana Tavares
Quando um trabalhador está insatisfeito com seu salário ou com uma
situação precarizada no serviço, o que ele pode fazer? A história mostra que a
alternativa que garante mais resultados é a greve. A paralisação das atividades
coletivas é um direito previsto na Constituição Federal, ou seja, é uma forma
de pressão democrática pela conquista de melhores condições de trabalho. No
entanto, nos últimos anos, a mesma Justiça que deveria garantir esse direito
tem tomado medidas para restringir a mobilização, como aconteceu em Belo
Horizonte durante a greve dos servidores municipais. “Ao dificultar uma greve
na educação, por exemplo, o Judiciário contribui para que o serviço perca
qualidade, já que é o professor quem faz a educação no dia a dia e precisa de
condições melhores de trabalho e renda
para isso”, denuncia o doutor em
Direito do Trabalho pela USP e diretor do sindicato dos advogados de São Paulo,
Thiago Barison.
Brasil de Fato - O direito de greve é garantido pela Constituição
Federal. Isso quer dizer que as greves sempre são legais?
Thiago Barison - O art. 9º da Constituição dá aos trabalhadores a
liberdade de decidir quando cruzar os braços coletivamente e também os
interesses que vão defender pela greve. Estabelece que nas atividades
“essenciais”, definidas por lei (saneamento, saúde, transportes etc.), o
sindicato garantirá o atendimento das “necessidades inadiáveis da comunidade”.
Por fim, a Constituição responsabiliza os indivíduos que durante a greve
pratiquem atos de abusividade, que acontecem quando alguém se excede e fere
direitos de outros. Esse é o quadro normativo. Mas as greves não podem ser
nunca “ilegais” ou “abusivas”: alguém que se excede pode cometer “ato de
abusividade”. Mas a greve como um todo não, ela é sempre legal e legítima. É um
direito fundamental dos trabalhadores. Mas o Judiciário tem interpretado esse
quadro normativo sempre para restringir ao máximo o direito de greve.
BF - Recentemente, em quase todas as greves, a Justiça concede
liminares que restringem o direito de greve, como impedir que as manifestações
ocupem mais de uma faixa na rua, multa para os sindicatos por dias parados,
aumento da escala mínima e outras. Isso é legítimo? O judiciário pode intervir
em um direito adquirido?
TB - Isso não é legítimo. Mas como o Judiciário dá a última palavra na
interpretação da lei, temos decisões judiciais ilegítimas. O Judiciário faz hoje o papel que o
Ministério do Trabalho fazia na ditadura: controlar os sindicatos e os
trabalhadores, impedir e restringir as greves, vistas como um “mal” a ser
evitado. Mas para o trabalhador, a greve é um “bem”: é o meio para melhorar
suas condições de trabalho e renda. E nos serviços públicos, onde estão as
atividades essenciais, é o meio de defender a qualidade do serviço contra o
sucateamento. Ao dificultar uma greve na educação, por exemplo, o Judiciário
contribui para que o serviço perca qualidade, já que é o professor quem faz a
educação no dia a dia e precisa de condições melhores de trabalho e renda para isso. Os filhos dos juízes nunca estudam
em escolas públicas. E os juízes não usam o SUS.
BF - Muitas paralisações de trabalhadores acabam acontecendo por fora
da estrutura dos sindicatos. Os sindicatos estão perdendo seu papel? Qual o
papel você acha que as entidades de classe ocupam e deveriam ocupar como
representação dos trabalhadores?
TB - A greve “por fora” do sindicato é uma necessidade dos
trabalhadores, pois o Estado está utilizando o sindicato para controlar a
greve, com multas milionárias, liminares etc. A greve “por fora” é o caminho
que os trabalhadores encontraram para realizarem o verdadeiro papel dos
sindicatos: organizar a luta para obter o máximo de melhorias para os trabalhadores.
O sindicato nunca perderá o seu papel enquanto haver patrão e empregado, pois
os interesses são opostos. À empresa interessa que o empregado trabalhe mais e
ganhe menos, pois assim o lucro é maior. Já o empregado, como todo ser humano,
quer uma renda melhor e ter mais tempo livre para a família, o lazer, o estudo
e o crescimento pessoal.
BF - Os índices de desemprego estão baixos, mas ainda há muito trabalho
informal, precarizado e no setor de serviços. Como essas pessoas podem se
organizar por melhores condições de trabalho e salários?
TB - A organização sindical sempre acontece pela forma que for mais
fácil de reunir os trabalhadores, pois é essa união o que faz a força. As
pessoas precisam conversar sobre os problemas que são coletivos. Ao fazer isso,
vão surgindo naturalmente as lideranças que ajudam na organização do movimento
e trazer mais gente para a luta. O povo brasileiro tem uma criatividade e uma
solidariedade imensas.
BF - Você vê uma retomada do movimento grevista? Podemos dizer que a
classe trabalhadora voltou a se mobilizar de forma organizada?
TB - Está havendo o crescimento das greves. Elas são o primeiro passo
para melhorar a distribuição de renda. Os sindicatos precisam retomar a
bandeira da redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários. O
terceiro passo é pensar um projeto popular para o Brasil, com reformas
estruturais. Precisamos de uma reforma política urgente e esse Congresso não
quer fazê-la.
Copa no Brasil não teve dinheiro da saúde nem da educação, garante Traumann
Copa no Brasil não teve dinheiro da saúde nem da educação, garante Traumann
11/6/2014 20:13
Por Redação, com ACS - de Brasília
Por Redação, com ACS - de Brasília
Traumann:
“Não é uma doação a fundo perdido. O dinheiro terá que ser devolvido
com juros por clubes, construtoras, ou pelas empresas administradoras
dos estádios”
– Não é uma doação a fundo perdido. O dinheiro terá que ser devolvido com juros por clubes, construtoras, ou pelas empresas administradoras dos estádios”, explica Traumann.
Ele aponta que o BNDES tem a menor taxa de inadimplência do sistema financeiro nacional.
– O rigor com que libera seus recursos foi responsável pelo adiamento, no início das obras, de alguns estádios – lembra. Isso porque o banco estatal exigia garantias plenas de que o empréstimo será honrado.
Outros R$ 17,6 bilhões de recursos públicos estão investidos em infraestrutura nas cidades-sede dos jogos. Este é um dinheiro em benefício dos brasileiros em geral, com retorno em obras de mobilidade urbana, aeroportos, portos, segurança, turismo e telecomunicações.
– Servem à Copa, mas permanecerão como legado à população – destaca o ministro. O investimento total da Copa chega a R$ 25,6 bilhões.
O ministro da Secom adverte que nenhum real previsto para escolas ou hospitais foi desviado para a construção de estádios.
– Só com a Saúde, o governo federal gastou no ano passado R$ 83 bilhões. Com a Educação, R$ 101,9 bilhões – contabiliza. Desde 2010, quando se intensificaram as ações e as obras para a Copa, o governo federal investiu R$ 825 bilhões em Educação e Saúde. Ou seja, 33 vezes mais que o custo da Copa.
Traumann faz o que considera uma comparação simples com o passado recente, que mostra um quadro expressivo. Em 2002, os gastos federais com Saúde foram nominalmente de R$ 24,735 bilhões. Com Educação, R$ 18,01 bilhões. Atualizados, o investimento em Saúde em 2002 correspondeu a R$ 47,56 bilhões.
– A diferença em Educação é gritante: R$ 34,6 bilhões foram investidos em 2002, em valores corrigidos, contra os R$ 101,9 bilhões pelo governo Dilma no ano passado. Ou seja, em dinheiro de hoje, onde se investiu 100 reais em 2002, o governo atual investiu R$ 300 em 2013 – pondera.
Ele pondera que, concluída a Copa, ela já estará paga. A Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), divulgou estudo sobre a Copa das Confederações realizada em 2013. Constatou que o resultado econômico foi um acréscimo de R$ 9,7 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Por sua duração, número de cidades-sede, atração de turistas nacionais e estrangeiros, audiência televisiva global e relevância esportiva, a Copa do Mundo é considerada, no mínimo, três vezes mais importante e rentável do que a Copa das Confederações. Na previsão conservadora da Fipe, a Copa do Mundo apresentará saldo de R$ 30 bilhões. Acrescente-se a esse resultado a repercussão que a Copa terá no exterior, para benefício da economia, do esporte e do turismo nacionais.
Traumann avalia que, além desse aspecto positivo para a imagem internacional do Brasil, as obras de infraestrutura, mesmo as que só serão concluídas nas próximas semanas ou meses, terão reflexo na elevação da qualidade de vida de milhões de brasileiros.
– Ganham as cidades-sede com a melhora do transporte coletivo e do trânsito em suas ruas e avenidas. Ganha o país inteiro com a modernização dos aeroportos, dos portos e das telecomunicações – constata.
A própria segurança pública será beneficiada com o reequipamento das diversas esferas policiais e a integração das operações de inteligência em âmbito nacional. Iniciada com a realização da Copa, ela será imprescindível daqui para a frente no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas e de armas. Como apontou a presidenta Dilma Rousseff:
– Tudo que o governo prometeu para a Copa foi entregue.
Mobilidade urbana
O governo federal investiu R$ 8 bilhões em 42 projetos de mobilidade urbana. Os beneficiários são os 62 milhões de habitantes da região metropolitana das 12 cidades-sede da Copa. Entre essas obras destacam-se:
Belo Horizonte – Obras de implantação do BRT nas avenidas Santos Dumont e Paraná, e das interligações Via Minério-Tereza Cristina e Boulevard Arrudas-Tereza Cristina. O investimento: R$ 439,5 milhões. O BRT Cristiano Machado, para ligação do Centro com a região nordeste da cidade, está com 87% das obras concluídas.
Brasília – Ampliação da DF-407 para acesso ao aeroporto Juscelino Kubitschek. Investimento: R$ 49 milhões. Concluída.
Cuiabá – Implantação de duas linhas de VLT para ligação do aeroporto às regiões leste e oeste e do bairro de Coxipó ao Centro. Investimento: R$ 1,557 bilhão. Obras concluídas. A duplicação da Avenida Mário Andreazza com implantação de faixa exclusiva para ônibus está com 93% das obras concluídas.
Curitiba – Implantação do sistema de controle e monitoramento do tráfego de veículos em sete municípios da região metropolitana. Concluída em 95%.
Fortaleza – BRT Avenida Alberto Craveiro, que liga o aeroporto ao estádio Castelão e à região hoteleira. Investimento: R$ 3,7 milhões. Concluída em 96,7 %.
Recife – Corredor da Vila Mangue. Investimento de R$ 433,2 milhões. Concluído em 95%.
Rio de Janeiro – Implantação do BRT Transcarioca que liga o aeroporto Tom Jobim ao terminal Alvorada na Barra da Tijuca e ao metrô, para conexão com o Maracanã, numa extensão de 39 quilômetros. Investimento: R$ 1,703 bilhão. Concluída.
Melhoria nos aeroportos
Estão concluídas e entregues as obras que servem à Copa nos aeroportos das 12 cidades-sede e aqueles utilizados para deslocamento das delegações entre os centros de treinamento e os locais dos jogos. Os 21 empreendimentos de reforma e construção de terminais duplicarão, no mínimo, a capacidade de embarque e desembarque no conjunto desses aeroportos.
O destaque é para a modernização dos aeroportos de Guarulhos (inaugurado o quarto terminal com capacidade operacional três vezes superior à dos outros três já existentes), Galeão (inaugurado um segundo terminal) e Brasília (novo terminal com 18 novos fingers). As obras ainda em andamento no restante do país não têm relação direta com a Copa.
Portos estruturados
Reforma dos portos de Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador e Santos, que incluem facilitação para atracagem de navios de grande porte, construção, ampliação e alinhamento de cais, construção de terminais de passageiros, urbanização de acesso a estacionamentos. Isso tudo está relacionado à recepção de turistas para a Copa e para o futuro.
Internet e tecnologia
Investimento de R$ 404 milhões – R$ 233 milhões da Telebras e R$ 171 milhões da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – para modernização das telecomunicações, especialmente implantação da tecnologia 4G, que é dez vezes mais rápida que a atual, nas 12 cidades-sede. A utilização de redes de internet sem fio (WIFI) no interior dos estádios dependerá de negociações privadas entre as operadoras de telefonia e as administrações dos estádios.
Turismo em alta
Não há oportunidade maior para a atração de turistas estrangeiros do que uma exitosa Copa do Mundo. Seiscentos mil estrangeiros compraram ingressos para os jogos. Eles virão ao Brasil, desfrutarão da hospitalidade brasileira, voltarão para seu país e serão, no boca-a-boca, propagandistas das nossas outras virtudes, não apenas do nosso futebol.
A ideia é mostrar a diversidade cultural, as belezas naturais, a harmonia étnica e religiosa do brasileiro, do respeito ao meio ambiente, do exercício pleno da democracia comprovada nas ruas pela liberdade de expressão e manifestação. O governo brasileiro estima que 3 bilhões de pessoas em todo o mundo assistirão à Copa pela televisão.
O potencial da mensagem é que eles serão nossos turistas no futuro. Para receber bem os visitantes de hoje e já instalar a infraestrutura para recepcionar os futuros, o governo investiu R$ 196 milhões nas cidades-sede da Copa, com a implantação de modernos Centros de Atendimento ao Turista, sinalização e acessibilidade.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Rússia previne-se contra manobra do dólar
29/05/2014 -
Rússia
apressa o fim do dólar com a criação de bloco comercial na
Ásia

A China tem
comprado ouro em quantidades industriais para formar um hedge e fugir do
dólar
O presidente russo, Vladimir Putin,
assinou nesta quinta-feira um tratado com o Cazaquistão e com a Belarus para
criar um amplo bloco comercial, na esperança de que isso desafie o poder
econômico dos Estados Unidos, da União Europeia e da China. Putin nega que a
concepção da União Econômica Eurasiática com os dois países (ex-membros
soviéticos), junto com a anexação da Crimeia pela Rússia, significa que ele quer
reconstruir uma União Soviética pós-comunismo, ou o tanto quanto conseguir. Mas
sua intenção, no entanto, é fazer com que essa aliança demonstre que as sanções
ocidentais impostas por conta da crise na Ucrânia não isolem a Rússia. O bloco
tem um mercado de 170 milhões de pessoas e um PIB combinado anual de 2,7
trilhões de dólares, além de amplos recursos
energéticos.
– Nossa reunião de hoje tem um significado
especial e, sem exagero, definidor de uma época. Este documento traz nossos
países para um novo estágio de integração, ao passo que preserva inteiramente a
soberania dos Estados – disse Putin sobre o tratado, assinado sob altos aplausos
de autoridades, na moderna capital do Cazaquistão, Astana. O acordo também foi
assinado pelo presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, e pelo presidente
bielorusso, Alexander Lukashenko.
Novo
cenário
Os esforços da Rússia de buscar novos
acordos financeiros com a China e os demais países do BRICS (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), em parte também se deve à previsão de um colapso
do sistema monetário em um futuro próximo, segundo o especialista em finanças
James Rickards. Rússia e China já demonstraram desejo de livrar o dólar
norte-americano e de seu status de moeda de reserva mundial, em um sinal precoce
da crise “cada vez mais inevitável”, afirmou Rickards.
– A China tem US$ 3 trilhões, mas compra
ouro o mais rápido que pode. Os chineses temem que os EUA promovam uma
maxidesvalorização do dólar, por meio da inflação crescente, de modo que eles
querem ter um hedge se o dólar for muito abaixo da atual cotação, o que deverá
empurrar o ouro para cima – disse Rickards ao canal russo de TV RT
.
Como um dos principais eventos de apoio à
sua previsão, Rickards aponta para as palavras do próprio presidente russo no 18
º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que teve lugar no início
deste mês .
– Putin disse que prevê uma zona econômica
euro-asiática envolvendo Europa Oriental, Ásia Central e Rússia. O rublo russo
está longe de ser uma moeda de reserva global, mas poderia ser uma moeda de
reserva regional – disse.
Resultados catastróficos
Rickards é autor do livro sobre o
desaparecimento do dólar, lançado em abril sob um nome bastante apocalíptico:
The Death of Money (A morte do dinheiro). No entanto, o autor se surpreende que
os eventos estão se desenvolvendo muito mais rápido do que ele mesmo previu
.
– O ritmo dos acontecimentos é mais rápido
do que o esperado. Por isso, alguns desses resultados catastróficos poderão vir
mais cedo do que eu escrevi sobre eles – afirma.
Há uma semana, a China e a Rússia
assinaram um tratado histórico de US$ 400 bilhões, no negócio de gás, que irá
proporcionar economia de mais rápido crescimento do mundo, com o gás natural de
que necessita para manter o ritmo para os próximos 30 anos. Especialistas dizem
que este poderia ser o catalisador que destronará o dólar como moeda de reserva
do mundo.
__._,_.___
O novo papel de Joaquim Barbosa
Publicado
maio 31, 2014
ISTOÉ Independente -
Luizmuller's Blog
-
URL:
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/365896_O+NOVO+PAPEL+DE+JOAQUIM
http://luizmullerpt.wordpress.com/2014/05/31/o-novo-papel-do-joaquim-barbosa/
http://luizmullerpt.wordpress.com/2014/05/31/o-novo-papel-do-joaquim-barbosa/
A saída de Joaquim Barbosa do STF representa um
alívio para a Justiça do país e é uma boa notícia para os fundamentos da
democracia brasileira. Abre a oportunidade para a recuperação de noções básicas
do sistema republicano, como a separação entre poderes, e o respeito pelos
direitos humanos – arranhados de forma sistemática no tratamento dispensado aos
réus da Ação Penal 470, inclusive quando eles cumpriam pena de
prisão.
Ao aposentar-se, Joaquim Barbosa ficará longe dos
grandes constrangimentos que aguardam “o maior julgamento do século,” o que pode
ser util na preservaçãdo do próprio mito.
Para começar, prevê-se, para breve, a absolvição
dos principais réus do mensalão PSDB-MG, que sequer foram julgados – em primeira
instância – num tribunal de Minas Gerais. Um deles, que embolsou R$ 300 000 do
esquema de Marcos Valério – soma jamais registrada na conta de um dirigente do
PT — pode até sair candidato ao governo de Estado.
Joaquim deixa o Supremo depois de uma decisão que
se transformou em escândalo jurídico. Num gesto que teve como consequencia real
manter um regime de perseguição permanente aos condenados da AP 470, revogou uma
jurisprudência de quinze anos, que permitia a milhares de réus condenados ao
regime semi-aberto a trabalhar fora da prisão — situação que cedo ou tarde iria
incluir José Dirceu, hoje um entre tantos outros condenados. Mesmo Carlos Ayres
Britto, o principal aliado que Joaquim já fez no STF, fez questão de criticar a
decisão. Levada para plenário, essa medida é vista como uma provável derrota de
Joaquim para seus pares que, longe de expressar qualquer maquinação política de
adversários, apenas reflete o desmonte de sua liderança no
STF.
Em outro movimento na mesma direção, o Supremo
acaba de modificar as regras para os próximos julgamentos de políticos. Ao
contrário do que se fez na AP 470 – e só ali — eles não serão julgados pelo
plenário, mas por turmas em separado do STF. Não haverá câmaras de TV. E, claro:
sempre que não se tratar de um réu com direito a foro privilegiado, a lei será
cumprida e a ninguém será negado o direito de um julgamento em primeira
instância, seguido de pelo menos um novo recurso em caso de condenação. É o
desmembramento, aquele recurso negado apenas aos réus da AP 470 e que teria
impedido, por exemplo, malabarismos jurídicos como a Teoria do Domínio do Fato,
com a qual o Procurador Geral da Republica tentou sustentar uma denúncia sem
provas consistentes contra os principais réus.
Hoje retratado como uma autoridade inflexível,
incapaz de qualquer gesto inadequado para defender interesses próprios – imagino
quantas vezes sua capa negra será exibida nos próximos dias, num previsível
efeito dramático – Joaquim chegou ao STF pelo caminho comum da maioria dos
mortais. Fez campanha.
Quando duas aguerridas parlamentares da esquerda
do PT – Luciana Genro e Heloísa Helena – ameaçaram subir à tribuna do Congresso
para denunciar um caso de agressão de Joaquim a sua ex-mulher, ocorrido muitos
anos antes da indicação, quando o casal discutia a separação, o presidente do
partido José Genoíno (condenado a seis anos na AP 470) correu em defesa do
candidato ao Supremo. Argumentou que a indicação representava um avanço
importante na vitória contra o preconceito racial e convenceu as duas
parlamentares. (Dez anos depois desse gesto, favorável a um cidadão que sequer
conhecia, Joaquim formou sucessivas juntas médicas para examinar o cardiopata
Genoíno. Uma delas autorizou a suspensão da prisão domiciliar obtida na
Justiça).
O diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato
(condenado a 12 anos na AP 470) foi procurado para dar apoio, pedindo a Gilberto
Carvalho que falasse de seu nome junto a Lula. José Dirceu (condenado a 10 anos
e dez meses, reduzidos para sete contra a vontade de Joaquim), também recebeu
pedido de apoio. Dezenas – um deputado petista diz que eram centenas – de cartas
de movimentos contra o racismo foram enviadas ao gabinete de Lula, em defesa de
Joaquim. Assim seu nome atropelou outro juristas negros – inclusive um membro do
Tribunal Superior do Trabalho, Carlos Alberto Reis de Paula – que tinha apoio de
Nelson Jobim para ficar com a vaga.
Quando a nomeação enfim saiu, Lula resolveu
convidar Joaquim para acompanha-lo numa viagem presidencial a África. O novo
ministro recusou. Não queria ser uma peça de marketing, explicou, numa
entrevista a Roberto dÁvila. Era uma referência desrespeitosa, já que a África
foi, efetivamente, um elemento importante da diplomacia brasileira a partir do
governo Lula, que ali abriu embaixadas e estabeleceu novas relações comerciais e
diplomáticas.
De qualquer modo, se era marketing convidar um
ministro negro para ir a África, por que não recusar a mesma assinatura da mesma
autoridade que o indicou para o Supremo?
À frente da AP 470, Joaquim Barbosa jamais se
colocou na posição equilibrada que se espera de um juiz. Não pesou os dois
lados, não comparou argumentos.
Através do inquérito 2474, manteve em sigilo
fatos novos que poderiam embaralhar o trabalho da acusação e que sequer chegaram
ao conhecimento do plenário do STF – como se fosse correto selecionar elementos
de realidade que interessam a denúncia, e desprezar aqueles que poderiam,
legitimamente, beneficiar os réus. Assumiu o papel de inquisidor, capaz de
tentar destruir, pela via do judiciário, aquilo que os adversários do governo se
mostravam incapazes de obter pelas urnas.
Ao verificar que o ministro era capaz de se
voltar em fúria absoluta contra as forças políticas que lhe deram sustentação
para chegasse a mais alta corte do país, os adversários da véspera esqueceram
por um minuto as desconfianças iniciais, as críticas ao sistema de cotas e todas
políticas compensatórias baseadas em raça.
Passaram a dizer, como repete Eliane Cantanhede
na Folha hoje, que Joaquim rebelou-se contra o papel de “negro dócil e
agradecido.” Rebelião contra quem mesmo? Contra o que? A favor de
quem?
Já vimos e logo veremos.
Basta prestar atenção nos sorrisos e fotografias
da campanha presidencial.
Escrito por: Paulo Moreira
Leite
__._,_.___
Cúpula dos BRICS
6° Reunião da Cúpula dos
BRICS, evento que reunirá, nos dias 15 e 16 de julho, em Fortaleza, os chefes de
estado dos cinco países, e ainda ministros, secretários e empresários. A
previsão é que participem cerca de 750 pessoas, além das representações das
cinco maiores empresas de cada um dos países-membros, bancos de desenvolvimento
e cerca de 1.500 jornalistas de todo o
mundo.
=============================================================
From: Jacob
BlinderSent: terça-feira, 27 de maio de 2014
Subject: BRASIL: VI Cúpula dos BRICS que se
realizará em Fortaleza nos dias 15, 16 e 17 de julho de
2014
Em Fortaleza, mais um passo para detonar Bretton Woods
Os BRICS e o fim de Bretton Woods
por Igor Grabois, especial para o Viomundo, 25 de maio de 2014 às 13:07
Fatos históricos importantes, muitas
vezes, passam em branco para seus contemporâneos. Nos dias 15, 16 e 17 de julho,
em Fortaleza, ocorre a VI Cúpula dos BRICS. As Cúpulas têm reunido os Chefes de
Estado de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul anualmente desde 2009. A
reunião de Fortaleza deverá consolidar os BRICS como uma organização dotada de
instrumentos concretos para influir na economia e política internacionais. Este
evento não tem merecido
a atenção devida na mídia, na academia e
nos debates da internet.
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
"Rusia instalará estaciones de sus
sistemas de posicionamiento global Glonass en el territorio de los Estados
miembros del bloque BRICS. Esto aumentará la capacidad competitiva del sistema",
adelanta el diplomático ruso Vadim Lúkov.
"Realizar este proyecto junto con los
países del BRICS fortalecerá el carácter global de nuestro sistema y mejorará su
competitividad al por menor. El mercado del BRICS supone 3.000 millones de
consumidores. Muchos de ellos son consumidores de servicios de sistemas de
navegación", comentó Lúkov.
Detalló que Roscosmos, la agencia espacial
de Rusia, ya presentó ante el Gobierno ruso un plan para desplegar la
infraestructura necesaria para el sistema global de navegación por satélite de
alta precisión en los grandes territorios de los países que componen el bloque:
Brasil, la India, China y Sudáfrica. Según acentúa Lúkov, esto permitirá
aumentar considerablemente la precisión del sistema: "La tecnología de
navegación por satélite se basa en el uso de un gran número de estaciones
situadas con la máxima frecuencia posible en la superficie del globo terrestre.
De este modo garantiza una alta precisión a la hora de posicionar los objetos.
BRICS nos brinda una posibilidad única para realizarlo".
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
La emergencia de un nuevo mundo multipolar
parece cada vez más evidente, sobre todo a raíz del declive de Estados Unidos en
su papel de “hegemón” internacional, y de la fuerte crisis económica que aún
sacude principalmente a Europa. En ese contexto, donde el crecimiento sostenido
de China hace posible que el “gigante asiático” se convierta a fines de 2014 en
la primera economía mundial, y donde nuevamente Rusia se vuelve a mostrar como
un actor global –desafiando a Occidente en la crisis ucraniana, por ejemplo-, se
producen diversas especulaciones sobre un hipotético ingreso de Argentina al
bloque de los BRICS. ¿El disparador? Las declaraciones públicas de Amarenda
Khatua, el Embajador de India en Buenos Aires, quien además sostuvo que esta
idea de su país cuenta con el respaldo de Brasil y Sudáfrica.
Sin bien todo ingreso a cualquier
organismo internacional de estas características amerita profundas evaluaciones
entre los países miembros, la sola discusión de esta posibilidad da cuenta del
sostenido crecimiento económico tanto de Argentina como de América Latina en su
conjunto desde inicios del Siglo XXI, implementado en buena parte como
consecuencia de la aparición de gobiernos posneoliberales -en ambos casos-. Sin
este elemento no habría consideración alguna de un posible ingreso de parte del
bloque emergente, hay que decirlo con claridad.
En una reciente entrevista, el economista
Alfredo Serrano Mancilla, director del CELAG –Centro Estratégico Latinoamericano
Geopolítico-, afirmó que “Estados Unidos está procurando una ´guerra´ contra los
emergentes porque le preocupa mucho que China cambie su política económica y se
´desamericanice´, y que la alianza de los BRICS sea cada vez más sólida –del 60
al 80% de las transacciones de este bloque son en otras monedas y no en
dólares-”. Las afirmaciones de Serrano Mancilla tienen asidero: China está
reduciendo activamente sus reservas de dólares, y promoviendo activamente el
yuan en el mercado global en calidad de divisa internacional. ¿Cómo ingresa el
BRICS aquí, en este ajedrez geoeconómico? Con la futura creación del Banco de
Desarrollo del bloque, prevista para 2015, y la aparición de la Fundación de
Reservas de Divisas. Con ambos, se intenta contrarrestar el protagonismo de los
organismos multilaterales de crédito con hegemonía de Washington, como el propio
FMI.
Dos datos dan cuenta de la importancia de
este organismo internacional de cooperación Sur-Sur: estos países representan
más del 20% del PBI mundial y alojan al 40% de la población del planeta.
Actualmente un tercio del comercio externo de Argentina es hacia el conjunto de
países que componen los BRICS: la vinculación comercial con ellos, por tanto, es
creciente, y nada hace suponer que decrezca en los próximos años, sino más bien
lo contrario. El economista español Santiago Niño-Becerra también destacó la
“estabilidad política” de Argentina como dato elocuente para que los miembros
del BRICS puedan pensar en un hipotético ingreso en el bloque de
emergentes.
Al momento de escribir estas líneas, la
reacción de Rusia y China sobre una posible ampliación ha sido de cautela:
mientras Beijing prefirió no emitir comentarios, Moscú destacó, a través de la
opinión de viceministro ruso de Exteriores, Serguéi Riabkov, que una posible
ampliación de los BRICS requerirá de un exhaustivo análisis, ya que el bloque se
encuentra en proceso de consolidación. ¿Qué podría estar detrás de este
razonamiento? Una evaluación pragmática: el saber que, en organismos
internacionales, a más miembros más esfuerzo para arribar a consensos –de ahí la
posible apelación a la necesidad de “consolidar”-. Sin embargo, Moscú afirmó no
estar cerrado a la posibilidad, algo que sin dudas también tiene que ver con su
relación creciente –no sólo económica, sino social y política- con el
continente, tras la reciente gira del canciller Lavrov a la
región.
Dos eventos seguramente brindarán mayores
certezas para que esta posibilidad tenga un mayor grado de factibilidad o no:
una nueva cumbre de BRICS que se realizará el 15 de julio próximo en Fortaleza,
Brasil, y, con posterioridad, la visita de Estado del presidente chino Xi
Jinping a Argentina, que tendrá lugar sólo cuatro días después en Buenos Aires.
En ese entonces Rusia y China deberán tener mayores elementos para apoyar o no
la posición de India, Brasil y Sudáfrica de ampliar el bloque.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
Sabe-se que, depois do encontro, o novo
primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, irá à Argentina em visita oficial.
Ainda em julho está prevista a visita do presidente chinês Xi Jinping a Buenos
Aires. A China já tem uma cooperação ativa com o país, que se tornou um dos seus
grandes fornecedores de soja. Além disso, Pequim tem apostado na Argentina em
meio aos investimentos para criação de corredores
transoceânicos.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
BRICS
Em termos de apoio político, a Argentina
já se manifestou claramente a favor da Rússia. A presidente Cristina Kirchner
acusou duramente os padrões duplos da política ocidental frente às situações
semelhantes da Crimeia e Ilhas Malvinas, onde, no ano passado, também houve um
referendo sobre o estatuto do território. No caso argentino, a votação, ao
contrário da situação na Crimeia, foi reconhecida como legítima pela comunidade
internacional.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
“É nesses sentido que os gravíssimos
problemas econômicos da Argentina levantam preocupações e podem se tornar o
grande obstáculo para a adesão do país ao grupo”, explicou
Martinov.
Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
Publicado
originalmente pelo Vzgliad´[ http://vz.ru/ ]Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
6° Reunião da Cúpula dos
BRICS, evento que reunirá, nos dias 15 e 16 de julho, em Fortaleza, os chefes de
estado dos cinco países, e ainda ministros, secretários e empresários. A
previsão é que participem cerca de 750 pessoas, além das representações das
cinco maiores empresas de cada um dos países-membros, bancos de desenvolvimento
e cerca de 1.500 jornalistas de todo o
mundo.
=============================================================
From: Jacob
BlinderSent: terça-feira, 27 de maio de 2014
Subject: BRASIL: VI Cúpula dos BRICS que se
realizará em Fortaleza nos dias 15, 16 e 17 de julho de
2014
Em Fortaleza, mais um passo para detonar Bretton Woods
Os BRICS e o fim de Bretton Woods
por Igor Grabois, especial para o Viomundo, 25 de maio de 2014 às 13:07
Fatos históricos importantes, muitas
vezes, passam em branco para seus contemporâneos. Nos dias 15, 16 e 17 de julho,
em Fortaleza, ocorre a VI Cúpula dos BRICS. As Cúpulas têm reunido os Chefes de
Estado de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul anualmente desde 2009. A
reunião de Fortaleza deverá consolidar os BRICS como uma organização dotada de
instrumentos concretos para influir na economia e política internacionais. Este
evento não tem merecido
a atenção devida na mídia, na academia e
nos debates da internet.
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
"Rusia instalará estaciones de sus
sistemas de posicionamiento global Glonass en el territorio de los Estados
miembros del bloque BRICS. Esto aumentará la capacidad competitiva del sistema",
adelanta el diplomático ruso Vadim Lúkov.
"Realizar este proyecto junto con los
países del BRICS fortalecerá el carácter global de nuestro sistema y mejorará su
competitividad al por menor. El mercado del BRICS supone 3.000 millones de
consumidores. Muchos de ellos son consumidores de servicios de sistemas de
navegación", comentó Lúkov.
Detalló que Roscosmos, la agencia espacial
de Rusia, ya presentó ante el Gobierno ruso un plan para desplegar la
infraestructura necesaria para el sistema global de navegación por satélite de
alta precisión en los grandes territorios de los países que componen el bloque:
Brasil, la India, China y Sudáfrica. Según acentúa Lúkov, esto permitirá
aumentar considerablemente la precisión del sistema: "La tecnología de
navegación por satélite se basa en el uso de un gran número de estaciones
situadas con la máxima frecuencia posible en la superficie del globo terrestre.
De este modo garantiza una alta precisión a la hora de posicionar los objetos.
BRICS nos brinda una posibilidad única para realizarlo".
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
La emergencia de un nuevo mundo multipolar
parece cada vez más evidente, sobre todo a raíz del declive de Estados Unidos en
su papel de “hegemón” internacional, y de la fuerte crisis económica que aún
sacude principalmente a Europa. En ese contexto, donde el crecimiento sostenido
de China hace posible que el “gigante asiático” se convierta a fines de 2014 en
la primera economía mundial, y donde nuevamente Rusia se vuelve a mostrar como
un actor global –desafiando a Occidente en la crisis ucraniana, por ejemplo-, se
producen diversas especulaciones sobre un hipotético ingreso de Argentina al
bloque de los BRICS. ¿El disparador? Las declaraciones públicas de Amarenda
Khatua, el Embajador de India en Buenos Aires, quien además sostuvo que esta
idea de su país cuenta con el respaldo de Brasil y Sudáfrica.
Sin bien todo ingreso a cualquier
organismo internacional de estas características amerita profundas evaluaciones
entre los países miembros, la sola discusión de esta posibilidad da cuenta del
sostenido crecimiento económico tanto de Argentina como de América Latina en su
conjunto desde inicios del Siglo XXI, implementado en buena parte como
consecuencia de la aparición de gobiernos posneoliberales -en ambos casos-. Sin
este elemento no habría consideración alguna de un posible ingreso de parte del
bloque emergente, hay que decirlo con claridad.
En una reciente entrevista, el economista
Alfredo Serrano Mancilla, director del CELAG –Centro Estratégico Latinoamericano
Geopolítico-, afirmó que “Estados Unidos está procurando una ´guerra´ contra los
emergentes porque le preocupa mucho que China cambie su política económica y se
´desamericanice´, y que la alianza de los BRICS sea cada vez más sólida –del 60
al 80% de las transacciones de este bloque son en otras monedas y no en
dólares-”. Las afirmaciones de Serrano Mancilla tienen asidero: China está
reduciendo activamente sus reservas de dólares, y promoviendo activamente el
yuan en el mercado global en calidad de divisa internacional. ¿Cómo ingresa el
BRICS aquí, en este ajedrez geoeconómico? Con la futura creación del Banco de
Desarrollo del bloque, prevista para 2015, y la aparición de la Fundación de
Reservas de Divisas. Con ambos, se intenta contrarrestar el protagonismo de los
organismos multilaterales de crédito con hegemonía de Washington, como el propio
FMI.
Dos datos dan cuenta de la importancia de
este organismo internacional de cooperación Sur-Sur: estos países representan
más del 20% del PBI mundial y alojan al 40% de la población del planeta.
Actualmente un tercio del comercio externo de Argentina es hacia el conjunto de
países que componen los BRICS: la vinculación comercial con ellos, por tanto, es
creciente, y nada hace suponer que decrezca en los próximos años, sino más bien
lo contrario. El economista español Santiago Niño-Becerra también destacó la
“estabilidad política” de Argentina como dato elocuente para que los miembros
del BRICS puedan pensar en un hipotético ingreso en el bloque de
emergentes.
Al momento de escribir estas líneas, la
reacción de Rusia y China sobre una posible ampliación ha sido de cautela:
mientras Beijing prefirió no emitir comentarios, Moscú destacó, a través de la
opinión de viceministro ruso de Exteriores, Serguéi Riabkov, que una posible
ampliación de los BRICS requerirá de un exhaustivo análisis, ya que el bloque se
encuentra en proceso de consolidación. ¿Qué podría estar detrás de este
razonamiento? Una evaluación pragmática: el saber que, en organismos
internacionales, a más miembros más esfuerzo para arribar a consensos –de ahí la
posible apelación a la necesidad de “consolidar”-. Sin embargo, Moscú afirmó no
estar cerrado a la posibilidad, algo que sin dudas también tiene que ver con su
relación creciente –no sólo económica, sino social y política- con el
continente, tras la reciente gira del canciller Lavrov a la
región.
Dos eventos seguramente brindarán mayores
certezas para que esta posibilidad tenga un mayor grado de factibilidad o no:
una nueva cumbre de BRICS que se realizará el 15 de julio próximo en Fortaleza,
Brasil, y, con posterioridad, la visita de Estado del presidente chino Xi
Jinping a Argentina, que tendrá lugar sólo cuatro días después en Buenos Aires.
En ese entonces Rusia y China deberán tener mayores elementos para apoyar o no
la posición de India, Brasil y Sudáfrica de ampliar el bloque.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
Sabe-se que, depois do encontro, o novo
primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, irá à Argentina em visita oficial.
Ainda em julho está prevista a visita do presidente chinês Xi Jinping a Buenos
Aires. A China já tem uma cooperação ativa com o país, que se tornou um dos seus
grandes fornecedores de soja. Além disso, Pequim tem apostado na Argentina em
meio aos investimentos para criação de corredores
transoceânicos.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
BRICS
Em termos de apoio político, a Argentina
já se manifestou claramente a favor da Rússia. A presidente Cristina Kirchner
acusou duramente os padrões duplos da política ocidental frente às situações
semelhantes da Crimeia e Ilhas Malvinas, onde, no ano passado, também houve um
referendo sobre o estatuto do território. No caso argentino, a votação, ao
contrário da situação na Crimeia, foi reconhecida como legítima pela comunidade
internacional.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
“É nesses sentido que os gravíssimos
problemas econômicos da Argentina levantam preocupações e podem se tornar o
grande obstáculo para a adesão do país ao grupo”, explicou
Martinov.
Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
Publicado
originalmente pelo Vzgliad´[ http://vz.ru/ ]Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
6° Reunião da Cúpula dos
BRICS, evento que reunirá, nos dias 15 e 16 de julho, em Fortaleza, os chefes de
estado dos cinco países, e ainda ministros, secretários e empresários. A
previsão é que participem cerca de 750 pessoas, além das representações das
cinco maiores empresas de cada um dos países-membros, bancos de desenvolvimento
e cerca de 1.500 jornalistas de todo o
mundo.
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From: Jacob
BlinderSent: terça-feira, 27 de maio de 2014
Subject: BRASIL: VI Cúpula dos BRICS que se
realizará em Fortaleza nos dias 15, 16 e 17 de julho de
2014
Em Fortaleza, mais um passo para detonar Bretton Woods
Os BRICS e o fim de Bretton Woods
por Igor Grabois, especial para o Viomundo, 25 de maio de 2014 às 13:07
Fatos históricos importantes, muitas
vezes, passam em branco para seus contemporâneos. Nos dias 15, 16 e 17 de julho,
em Fortaleza, ocorre a VI Cúpula dos BRICS. As Cúpulas têm reunido os Chefes de
Estado de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul anualmente desde 2009. A
reunião de Fortaleza deverá consolidar os BRICS como uma organização dotada de
instrumentos concretos para influir na economia e política internacionais. Este
evento não tem merecido
a atenção devida na mídia, na academia e
nos debates da internet.
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.
Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
Rússia, Índia, China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem… Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra – sem a União Soviética — se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos “empréstimos-ponte” na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
Los BRICS podrían adoptar el Glonass ruso y renunciar al GPS
Publicado: 27 may 2014 | 15:41 GMT Última actualización: 27 may 2014 | 15:41 GMT
"Rusia instalará estaciones de sus
sistemas de posicionamiento global Glonass en el territorio de los Estados
miembros del bloque BRICS. Esto aumentará la capacidad competitiva del sistema",
adelanta el diplomático ruso Vadim Lúkov.
"Realizar este proyecto junto con los
países del BRICS fortalecerá el carácter global de nuestro sistema y mejorará su
competitividad al por menor. El mercado del BRICS supone 3.000 millones de
consumidores. Muchos de ellos son consumidores de servicios de sistemas de
navegación", comentó Lúkov.
Detalló que Roscosmos, la agencia espacial
de Rusia, ya presentó ante el Gobierno ruso un plan para desplegar la
infraestructura necesaria para el sistema global de navegación por satélite de
alta precisión en los grandes territorios de los países que componen el bloque:
Brasil, la India, China y Sudáfrica. Según acentúa Lúkov, esto permitirá
aumentar considerablemente la precisión del sistema: "La tecnología de
navegación por satélite se basa en el uso de un gran número de estaciones
situadas con la máxima frecuencia posible en la superficie del globo terrestre.
De este modo garantiza una alta precisión a la hora de posicionar los objetos.
BRICS nos brinda una posibilidad única para realizarlo".
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
El sistema ruso de posicionamiento y navegación GLONASS se desarrolla desde el año 2001 y está a cargo de la agencia espacial Roscosmos. Lo integra una constelación de satélites que cubren toda la superficie de la Tierra y es utilizado tanto para fines militares como civiles. Permite determinar el posicionamiento de objetos con una precisión de hasta un metro. Su señal es accesible y gratuita en todo el mundo. Puede usarse para la observación de desastres naturales y en operaciones de rescate, controlar la seguridad en carreteras y la construcción de puentes. Su principal diferencia con el sistema estadounidense GPS es que no tiene, durante su movimiento orbital, resonancia con la rotación de la Tierra, lo que le proporciona una estabilidad mucho mayor.
Cabe recordar que a mediados de este mes de mayo Moscú comunicó que suspenderá el funcionamiento de las estaciones de GPS —el sistema de navegación desarrollado y explotado por el Pentágono— en el territorio ruso a partir del 1 de junio si no se llega a un acuerdo sobre la ubicación de las estaciones Glonass en EE.UU. Aseguró que si antes de septiembre no se consigue un compromiso, las estaciones serán destruidas. Por otra parte, adelantó que está planeando crear una red de estaciones terrestres de Glonass que incluirá 36 países. Las negociaciones acerca de los acuerdos con México, Nicaragua, Vietnam y Cuba ya se encuentran en fase activa.
¿Argentina a los BRICS?
Publicado: 20 may 2014 | 15:25 GMT
Blog de Juan Manuel Karg*
Recientes declaraciones del Embajador de India en Buenos Aires dieron cuenta del anhelo de este país en que Argentina pueda sumarse a los BRICS, bloque de países emergentes que además integran Brasil, Rusia, China y Sudáfrica. ¿Cuáles son las características que podrían permitir este ingreso y qué posibilidades reales hay para que esto suceda? ¿Qué papel pueden cumplir los BRICS en un nuevo escenario mundial? ¿Qué podría significar, para América Latina, un nuevo lugar internacional –destacado- del país que actualmente gobierna Cristina Fernández de Kirchner?
La emergencia de un nuevo mundo multipolar
parece cada vez más evidente, sobre todo a raíz del declive de Estados Unidos en
su papel de “hegemón” internacional, y de la fuerte crisis económica que aún
sacude principalmente a Europa. En ese contexto, donde el crecimiento sostenido
de China hace posible que el “gigante asiático” se convierta a fines de 2014 en
la primera economía mundial, y donde nuevamente Rusia se vuelve a mostrar como
un actor global –desafiando a Occidente en la crisis ucraniana, por ejemplo-, se
producen diversas especulaciones sobre un hipotético ingreso de Argentina al
bloque de los BRICS. ¿El disparador? Las declaraciones públicas de Amarenda
Khatua, el Embajador de India en Buenos Aires, quien además sostuvo que esta
idea de su país cuenta con el respaldo de Brasil y Sudáfrica.
Sin bien todo ingreso a cualquier
organismo internacional de estas características amerita profundas evaluaciones
entre los países miembros, la sola discusión de esta posibilidad da cuenta del
sostenido crecimiento económico tanto de Argentina como de América Latina en su
conjunto desde inicios del Siglo XXI, implementado en buena parte como
consecuencia de la aparición de gobiernos posneoliberales -en ambos casos-. Sin
este elemento no habría consideración alguna de un posible ingreso de parte del
bloque emergente, hay que decirlo con claridad.
En una reciente entrevista, el economista
Alfredo Serrano Mancilla, director del CELAG –Centro Estratégico Latinoamericano
Geopolítico-, afirmó que “Estados Unidos está procurando una ´guerra´ contra los
emergentes porque le preocupa mucho que China cambie su política económica y se
´desamericanice´, y que la alianza de los BRICS sea cada vez más sólida –del 60
al 80% de las transacciones de este bloque son en otras monedas y no en
dólares-”. Las afirmaciones de Serrano Mancilla tienen asidero: China está
reduciendo activamente sus reservas de dólares, y promoviendo activamente el
yuan en el mercado global en calidad de divisa internacional. ¿Cómo ingresa el
BRICS aquí, en este ajedrez geoeconómico? Con la futura creación del Banco de
Desarrollo del bloque, prevista para 2015, y la aparición de la Fundación de
Reservas de Divisas. Con ambos, se intenta contrarrestar el protagonismo de los
organismos multilaterales de crédito con hegemonía de Washington, como el propio
FMI.
Dos datos dan cuenta de la importancia de
este organismo internacional de cooperación Sur-Sur: estos países representan
más del 20% del PBI mundial y alojan al 40% de la población del planeta.
Actualmente un tercio del comercio externo de Argentina es hacia el conjunto de
países que componen los BRICS: la vinculación comercial con ellos, por tanto, es
creciente, y nada hace suponer que decrezca en los próximos años, sino más bien
lo contrario. El economista español Santiago Niño-Becerra también destacó la
“estabilidad política” de Argentina como dato elocuente para que los miembros
del BRICS puedan pensar en un hipotético ingreso en el bloque de
emergentes.
Al momento de escribir estas líneas, la
reacción de Rusia y China sobre una posible ampliación ha sido de cautela:
mientras Beijing prefirió no emitir comentarios, Moscú destacó, a través de la
opinión de viceministro ruso de Exteriores, Serguéi Riabkov, que una posible
ampliación de los BRICS requerirá de un exhaustivo análisis, ya que el bloque se
encuentra en proceso de consolidación. ¿Qué podría estar detrás de este
razonamiento? Una evaluación pragmática: el saber que, en organismos
internacionales, a más miembros más esfuerzo para arribar a consensos –de ahí la
posible apelación a la necesidad de “consolidar”-. Sin embargo, Moscú afirmó no
estar cerrado a la posibilidad, algo que sin dudas también tiene que ver con su
relación creciente –no sólo económica, sino social y política- con el
continente, tras la reciente gira del canciller Lavrov a la
región.
Dos eventos seguramente brindarán mayores
certezas para que esta posibilidad tenga un mayor grado de factibilidad o no:
una nueva cumbre de BRICS que se realizará el 15 de julio próximo en Fortaleza,
Brasil, y, con posterioridad, la visita de Estado del presidente chino Xi
Jinping a Argentina, que tendrá lugar sólo cuatro días después en Buenos Aires.
En ese entonces Rusia y China deberán tener mayores elementos para apoyar o no
la posición de India, Brasil y Sudáfrica de ampliar el bloque.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
*Juan Manuel Karg, Licenciado en Ciencia Política de la UBA
Investigador del Centro Cultural de la Cooperación de Buenos Aires
Argentina em busca de um lugar no Brics
19/05/2014 Iúri Paniev, especial para Gazeta Russa
Apesar das perspectivas de cooperação em diferentes áreas, Rússia e China temem que crise econômica no país latino-americano tenha impacto negativo no desenvolvimento do grupo.
A habitual sigla Brics poderá, dentro de algum tempo, mudar para Bricsa. A Argentina expressou o desejo formal de se juntar a essa aliança informal, que desde 2006 inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “O Brasil, a Índia e a África do Sul já manifestaram o seu acordo em relação a tal decisão”, declarou recentemente o embaixador indiano na Argentina, Amarend Khatua.
A Rússia e a China estão, por enquanto, analisando a iniciativa de Buenos Aires. As principais dúvidas giram em torno da economia argentina, que anda sobrecarregada com uma dívida externa de mais de US$ 130 bilhões. Do ponto de vista da Argentina, ser membro do bloco informal pode significar a obtenção de financiamento em condições mais favoráveis do que as oferecidas por outras organizações internacionais.
“Temos uma abordagem construtiva em relação a quaisquer pedidos desse gênero, independentemente de quem eles venham”, diz o vice-chanceler russo, Serguêi Riabkov, sobre a cautela ao considerar a adesão da Argentina ao Brics.
O tema do alargamento do bloco informal é um assunto constante nas negociações entre as partes envolvidas há algum tempo. Além disso, uma série de contatos deve culminar com a cúpula do Brics em Fortaleza, no dia 15 de julho. “Lá os membros terão a oportunidade de discutir a questão em detalhe”, acrescenta Riabkov.
Sabe-se que, depois do encontro, o novo
primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, irá à Argentina em visita oficial.
Ainda em julho está prevista a visita do presidente chinês Xi Jinping a Buenos
Aires. A China já tem uma cooperação ativa com o país, que se tornou um dos seus
grandes fornecedores de soja. Além disso, Pequim tem apostado na Argentina em
meio aos investimentos para criação de corredores
transoceânicos.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
Kremlin latino
O potencial de interação entre a Rússia e a Argentina também parece promissor. No entanto, o volume de negócios no nível dos US$ 1,5-2 bilhões por ano não pode ser chamado de satisfatório. “A Rússia tem uma longa relação comercial com a Argentina”, disse em entrevista à Gazeta Russa o vice-diretor do Instituto da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.
“Nos anos 1970 e 80, fornecíamos à Argentina equipamento de hidrelétricas e outras produções de engenharia mecânica. Agora, precisamos levar essa relação a um novo patamar. O problema é que a Rússia tem estado muito focada nos mercados ocidentais, e a realidade atual mostrou o quanto essa relação é indesejável para a Rússia”, acrescentou Martinov.
BRICS
Em termos de apoio político, a Argentina
já se manifestou claramente a favor da Rússia. A presidente Cristina Kirchner
acusou duramente os padrões duplos da política ocidental frente às situações
semelhantes da Crimeia e Ilhas Malvinas, onde, no ano passado, também houve um
referendo sobre o estatuto do território. No caso argentino, a votação, ao
contrário da situação na Crimeia, foi reconhecida como legítima pela comunidade
internacional.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
Medo da crise
“O formato do Brics prevê uma política externa independente e tem objetivo estratégico para a Rússia – a criação de um mundo multipolar e multicultural”, enfatiza o vice-diretor do Instituto da América Latina. O desejo de se juntar aos Brics foi também expresso recentemente pelo México, Irã, Cazaquistão e Indonésia.
Em 2013, os líderes do grupo concordaram em criar um fundo de reserva no valor de US$ 100 bilhões para proteção em caso de instabilidade do mercado. Ficou também decidida a criação de instituições financeiras próprias.
O incentivo para a criação dessas estruturas foram as chamadas “guerras cambiais”, que relembram a necessidade de diversificar não só as reservas de divisas, como também a necessidade e conveniência em realizar transações no comércio internacional com suas próprias moedas. Dada a importância dos países do Brics no comércio mundial, as suas instituições financeiras ajudariam a reforçar o estatuto das moedas dos países-membros.
“É nesses sentido que os gravíssimos
problemas econômicos da Argentina levantam preocupações e podem se tornar o
grande obstáculo para a adesão do país ao grupo”, explicou
Martinov.
Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
Publicado
originalmente pelo Vzgliad´[ http://vz.ru/ ]
Brics avançam na criação de FMI próprio
14/04/2014 Olga Samofálova, Vzgliad
Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão fazendo progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão atual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos Brics, como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo intergovernamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos atualmente negociando a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
O montante atual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
Banco político
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou atuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a diretora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
BRICS
Proteção entre iguais
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
“A maior parte do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.
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