É na fraqueza
alheia que o covarde usa seu punhal
FERNANDO BRITO
Assim como a coragem de um homem não é
determinada apenas pelo que faz, mas pelo momento em que o faz, também é assim
que se lhe mede a covardia e o prevalecimento.
Rodrigo Janot, que é senhor dos dias,
semanas, meses e até, como no caso de Aécio Neves, anos que leva a apresentar
ao STF seus pedidos de investigação, escolheu estes dias, em que – na prática,
ainda que não na teoria – se julga o afastamento da presidente Dilma Rousseff,
tecnicamente por um “crime” que, além de incrível” nada tem a ver com
corrupção, Petrobras ou eleição, para enviar ao STF o “listão” que junta
gatunos àqueles que teriam “o domínio do fato”, isto é, sem o conhecimento dos
quais as falcatruas não poderiam ter ocorrido.
E nesta, omissiva e covardemente,
suprime o nome de Dilma, que guarda para incluir dentro de uns dez ou doze
dias, quando ela estiver afastada da presidência, o que não tem o menor sentido
técnico, pois era ela a presidente do Conselho de Administração da empresa.
Justamente para não contaminar uma coisa
com outra, até porque são casos que se arrastam há meses, porque não espera.
Porque, na Justiça brasileira, esperar ou não esperar virou parte do jogo
político. O STF espera há quatro meses para decidir se afasta Cunha, porque
desejou dar a ele poder para derrubar Dilma. Rodrigo Janot não espera
justamente pelo mesmo: para enterrá-la.
Janot sabe que, fazendo isso, fornece
cal para a pá da mídia não apenas acabar com qualquer esperança de que se
pudesse ter uma decisão equilibrada no Senado como, também, que ajuda a reduzir
a onda de indignação nacional que se seguirá.
Interfere, assim, num julgamento e no
desfecho de uma crise político-institucional com uma ação que, do ponto de
vista legal – sem sequer discutir seu mérito ou demérito- nada tem
juridicamente a ver com ela.
Oportunista é palavra fraca demais para
definir tal gesto.
Sórdido e covarde são palavras que
vestem melhor este comportamento.
Engana-se quem acha que a tomada do poder
será incruenta e voltará a fluir o jogo de “vossa excelência prá lá. data vênia
pra cá”.
Vai acontecer uma guerra de extermínio,
onde o “republicanismo” do Governo Dilma, tratando as instituições como se
fossem dignas de respeito e zelosas de seu equilíbrio parecerá, na melhor e
mais gentil das hipóteses, como ingenuidade infantil.
Fernando Henrique Cardoso não foi para o
inferno por ter imposto o engavetador Brindeiro na PGR. Ao contrário, escapou
dele.
Na
semana seguinte à deposição de Dilma será Lula preso, não duvidem.
É bom que se diga isso ao povo.
Para que o povo entenda que prender o
Lula é peça fundamental para tudo o que vão lhe fazer em matéria de arrocho, de
maldade, de saque a seus direitos.
Não quer dizer que não tenham existido
falcatruas, mas falcatruas sempre existiram e qualquer um que, como eu, já as
veja há mais de meio século, nunca vieram ao caso, menos ainda a este ponto,
mesmo quando todas aquelas excelências já eram juízes e promotores. Procure um
político punido por Sérgio Moro no imenso desvio do Banestado e confira se não é assim.
Mas desta vez é preciso levar as coisas
até aí, porque é preciso preparar o genocídio trabalhista e social que virá por
aí…
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