R$
30 bilhões: é o valor de Temer para vender o Brasil.
Judas teria vendido Jesus por 30 moedas. Temer está
preparando a venda do país por 30 bilhões de reais. Há alguma diferença?
A equipe econômica liderada pelo interino Henrique
Meirelles (Fazenda) definiu como meta fechar o próximo ano com um déficit
primário menor do que o de 2016, que pode ficar em até R$ 170,5 bilhões. Mas,
para alcançar esse objetivo, terá que realizar uma grande “queima de estoque”,
o que lembra aquela famosa piada: “o patrão ficou barato e mandou vender
maluco”! O Brasil será entregue por R$ 30 bilhões.
Meirelles, aquele que foi funcionário da JBS (ver
abaixo), calcula que o futuro programa de privatizações e concessões do governo
golpista de Temer irá render entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões ao caixa do
Tesouro Nacional em 2017. A gestão interina ainda não indicou o que pode ser
privatizado. Mas, foi sinalizada a venda da Caixa Seguridade, IRB,
participações da Infraero em aeroportos e concessões de rodovias, portos e aeroportos.
• Ele vai negar, mas
pode ser o próximo a cair. O ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, descartou qualquer ligação com as empresas da
J&F Participações, holding proprietária do grupo JBS. Uma das empresas da
holding, a Eldorado Celulose, é alvo da nova fase da Operação Lava Jato,
denominada Sépsis.
Segundo o ministro, ao voltar para o
governo, se desligou do grupo antes de chegar a Brasília. “Eu fui do conselho
de diversas entidades. Neste caso, era o conselho consultivo, objeto de
consulta. Não tenho mais nada com nenhuma dessas empresas”, disse ele.
Mas, apesar de se dizer apenas um consultor do grupo,
Meirelles teve participação ativa em pelo menos um negócio importante. No caso
do Banco Original, o ministro comandou pessoalmente o anúncio de relançamento
da instituição financeira, apresentada como a primeira totalmente digital do
Brasil.
O JBS foi a empresa que mais doou a políticos na
campanha eleitoral de 2014. Segundo dados oficiais do Tribunal Superior
Eleitoral, foram R$ 366,8 milhões, superando com folga o segundo doador, a
Odebrecht, com R$ 111 milhões.
• Bem-vindos à era Temer! Na manhã de terça-feira (05), quatro dirigentes sindicais que
participavam de um movimento de paralisação na porta da Eletrobrás foram presos
a pedido de um diretor administrativo, um puxa-sacos da direita, o Sr.
Alexandre Aniz.
Na semana anterior, os trabalhadores do setor elétrico
nacional tinham aprovado, em várias assembleias, a paralisação de 72 horas
porque as empresas do setor estão se recusando a negociar o ACT 2016/2017 e o pagamento
da PLR. No Rio de Janeiro, aderiram ao movimento: Furnas, Eletrobrás, Cepel e
Eletronuclear.
Mas a nova “era Temer” já mostrou que vai ser de
intransigência e brutalidade. Não apenas recusa-se a negociar com os
trabalhadores que estão em campanha desde maio, como resolve usar a polícia
contra legítimos representantes, dirigentes sindicais eleitos.
Foram presos e conduzidos à 5ª DP os dirigentes:
Dejalmar Pinho (Sindicato dos Administradores), Eduardo Ferreira (AEEL),
Emanuel Mendes (SINTERGIA) e Sidney Pascotto (Sindicato dos Economistas).
• Bem-vindos à era Temer (2)! E o pacote de maldades não tem fim. No nosso informativo passado falamos
sobre as reformas que o presidente interino e golpista pretende implantar na
legislação trabalhista, com grandes e graves agressões aos nossos direitos. Mas
isso ainda não é tudo o que vem por aí!
Na segunda-feira (04), Temer anunciou que vai “tomar
medidas impopulares” durante um evento que reuniu representantes do agronegócio
em São Paulo. E recebeu apoio dos empresários declarando, sem entrar no
detalhe, que “Esse apoio é fundamental porque, a partir de certo momento,
começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares”.
O que podemos entender de tais declarações, diante de
um grupo de empresários do agronegócio, é que ele pretende iniciar o corte de
incentivos aos pequenos produtores e à agricultura familiar. Ou seja, um desmonte
total conquistado no último período e com forte impacto, por exemplo, na
agricultura familiar. Em 2015, a agricultura familiar foi o principal
responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o país.
O pequeno agricultor ocupa hoje papel decisivo na
cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão
(70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns
grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção.
Mas a previdência rural também está na mira de Temer. O
pequeno produtor rural que tinha previdência rural pode vir a perder o
benefício ou sofrer com sua redução.
• Bem-vindos à era Temer (3)! Uma das primeiras medidas do governo interino e golpista de Michel
Temer foi o cerceamento da mídia alternativa no Brasil. Repetindo o que Macri
fez na Argentina, em apenas sete dias, o Planalto determinava a suspensão, em
cima da hora, do patrocínio pela Caixa Econômica Federal (CEF) do 5º Encontro
Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, em Belo Horizonte.
Um mês depois, em 14 de junho, os jornais anunciavam a
quebra de contratos entre organismos da administração direta e indireta do
governo federal e microempresas da mídia progressista, entre elas Carta Maior.
A questão a ser colocada por nós é “o que justifica a
quebra de contratos legalmente formais com microempresas que garantem,
justamente, o pluralismo político, um direito constitucional do país”?
Como o governo interino quebra um contrato assinado por
outro governo, por exemplo, o contrato de estatais de envergadura, como a Caixa
Econômica Federal (CEF), Petrobras, Banco do Brasil e outras?
Não há outra explicação: a medida sinaliza a tentativa
de inviabilização da mídia alternativa e, obviamente, a sua vitalidade. Frente
ao poder econômico do oligopólio da comunicação, os sites e blogs
progressistas, sem recursos, garantiram nos últimos anos, um mínimo de
pluralismo político e de diversidade na seara jornalística, dominada
historicamente por esse oligopólio.
• Produção no pré-sal aumenta 15,2% ... A produção total de petróleo e gás natural no Brasil
no mês de maio totalizou 3,115 milhões de barris de óleo equivalente por dia
(boe/d). A produção de petróleo foi de aproximadamente 2,487 milhões de barris
por dia (bbl/d), um aumento de 8,6% na comparação com o mês anterior e de 3,1%
em relação ao mesmo mês em 2015. Já produção de gás natural totalizou 99,8
milhões de m³/d, um aumento de 4,2% frente ao mês anterior e de 7,2 % na
comparação com o mesmo mês em 2015 e os dados são da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo o órgão, a produção do pré-sal, oriunda de 56
poços, foi de 928,9 mil barris de petróleo por dia (bbl/d) de petróleo e 34,5
milhões de m³/d de gás natural, totalizando 1,146 milhões de barris de óleo
equivalente por dia (boe/d), um aumento de 15,2% em relação ao mês anterior. Os
poços do pré-sal são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico
denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do
caput do art. 2º da Lei nº 12.351, de 2010.
O aproveitamento de gás natural no mês foi de 96,3%. A
queima de gás em maio foi de 3,7 milhões de m³/d, uma redução de 8,3% se
comparada ao mês anterior e um aumento de 14,5% em relação ao mesmo mês em
2015.
A plataforma P-58, produzindo nos campos de Baleia Anã,
Baleia Azul, Baleia Franca e Jubarte, produziu, por meio de 11 poços a ela
interligados, 168,7 mil boe/d e foi a plataforma com maior produção.
• ... mas Temer quer entregar tudo! Sob forte resistência de parlamentares da oposição,
foi aprovado na quinta-feira (07) o Projeto de Lei 4.567/16, de autoria de José
Serra, que retira a obrigatoriedade da Petrobras participar da extração de
petróleo da camada pré-sal. O placar ficou em 22 votos favoráveis e 5 contrários.
O parecer do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA)
altera as regras atuais que determinam que a estatal brasileira é a única
operadora da exploração nesta camada, garantindo exclusividade sobre decisões
como a definição de critérios para avaliação de poços, equipamentos de produção
e compras.
A proposta, que foi costurada ainda no Senado pelo seu
autor e atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, também restringe a
obrigação de a Petrobras participar, com no mínimo de 30% dos investimentos, de
consórcios para exploração do pré-sal apenas para áreas estratégicas.
• Saúde privatizada. A
matéria está no jornal Monitor Mercantil, um pouco escondida do grande público,
mas muito grave para o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras. O ministro
da Saúde, Ricardo Barros, defendeu a criação de uma espécie de plano de saúde
mais popular, com custos menores, numa tentativa de aliviar os gastos do
governo com o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
A proposta mal consegue disfarçar a intenção de
privatizar o SUS. O governo interino, que busca aumentar a idade para
aposentadorias, também planeja deixar o atendimento público apenas para quem
não consiga pagar nem mesmo o plano que já é chamado de “pé de boi”.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos
Sociais do Senado, Barros disse que a ideia é que a adesão a esse tipo de plano
seja voluntária. “Quando uma pessoa tem um plano, ela está contribuindo para o
financiamento da saúde no Brasil”, admitiu. “Ela participa dos custos de
atendimento da saúde. Como os planos terão menor cobertura, parte dos
atendimentos continuará sendo feita pelo SUS”, acenou.
• Serra desrespeita país que é aliado importante na América
Latina. A ministra
das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodriguez, afirmou na terça-feira
(05) que as declarações de José Serra, atual chanceler brasileiro, sobre seu
país são “insolentes e amorais” e que Serra “se soma à conjuntura da direita
internacional contra a Venezuela”.
“A República Bolivariana da Venezuela rechaça as
insolentes e amorais declarações do chanceler do Brasil José Serra”, escreveu
Rodríguez em seu perfil no Twitter, acrescentando que Serra “se soma à
conjuntura da direita internacional contra a Venezuela e vulnera princípios
básicos que regem as relações internas”.
A chanceler venezuelana responde a críticas de Serra,
expressando a posição do governo interino de Michel Temer, ao governo de
Nicolás Maduro no país vizinho. Serra também expressou apoio à oposição
venezuelana e à realização de um referendo revogatório do mandato de Maduro,
dispositivo constitucional venezuelano e principal demanda da oposição.
Em referência ao processo de impeachment contra a
presidente brasileira, Dilma Rousseff, a chanceler venezuelana afirmou que “no
Brasil está em curso um golpe de Estado que vulnera a vontade de milhões de cidadãos
que votaram” na presidente afastada no dia 12 de maio.
• Mais uma líder assassinada em Honduras! Lesbia Yaneth Urquia Urquia, de 49 anos e mãe de 3 filhos
foi uma ativa militante em defesa da natureza e dos direitos indígenas em
Honduras. Seu corpo foi encontrado na quarta-feira (06) em um lugar conhecido
como “Mata Mulas”, no município de Marcala.
Segundo testemunhas, ela teria saído de casa na
terça-feira (05), com sua bicicleta, para fazer exercícios físicos. Como não
voltou no horário habitual, a família se preocupou e passou a procurar Lesbia
Yaneth, encontrando-a já morta, com um golpe na cabeça.
Ela era uma pequena empresária local, muito conhecida,
proprietária de um pequeno mercado e um prédio com apartamentos para aluguel.
Seu marido é professor em uma escola no centro da cidade.
Desde 2009, depois do golpe que derrubou o presidente
Manuel Zelaya, Lebia Yaneth começou a participar de movimentos populares e se
tornou uma destacada líder comunitária vinculada ao Conselho Cívico de Organizações
Populares e Indígenas de Honduras (Copinh). Assim como Berta Cáceres,
assassinada no dia 3 de março passado, ela também lutava contra a construção de
uma represa hidrelétrica no município de San José.
Um triste dado: das 116 mortes de ambientalistas
documentadas em 2015 (o número pode ser maior), quase três quartas partes
aconteceram na América Latina, especialmente Honduras, Brasil e Peru.
• Caminhoneiros colombianos ainda em greve. A greve dos caminhoneiros na Colômbia completa um mês
com perdas estimadas de mais de 246 milhões de dólares para o setor de transporte
de cargas. E as negociações entre o governo e os transportadores continuam
paradas, segundo informe da Associação Nacional de Empresas Transportadoras.
Os caminhoneiros, por outro lado, estão reunidos na
Cruzada Nacional pela Dignidade dos Caminhoneiros e exigem do governo de Juan
Manuel Santos que cumpra os acordos feitos nos últimos anos para melhorar o
setor. Reivindicam a redução dos combustíveis e um aumento de 30% nas tarifas
de cargas.
A Federação Nacional de Avicultores da Colômbia
divulgou um documento pedindo o fim da greve e dizendo que a paralisação está
afetando gravemente a segurança alimentar no sul do país. Por seu lado, a
Sociedade dos Agricultores da Colômbia destaca que a greve de caminhoneiros já
afetou as importações e exportações de alimentos em nível nacional, destacando
problemas com os perecíveis (cebola, batata, tomate e outros).
• No México, professores continuam protestos. Os professores mexicanos continuam a realizar grandes
mobilizações nacionais e podem aprovar, a qualquer momento, uma greve por tempo
indeterminado, segundo informes da Coordenação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE).
Os professores mexicanos denunciam que a reforma
educativa é uma agressão para os profissionais e não um mecanismo para garantir
a qualidade da educação e, na segunda-feira (04), bloquearam diversos pontos de
Oaxaca, Chiapas e Michoacán. Para amanhã (11) está prevista uma manifestação na
sede da Procuradoria Geral da República para exigir informações sobre os 43
estudantes desaparecidos em
Ayotzinapa desde setembro de 2014.
• Na Argentina, perseguição política contra Cristina Fernández.
Onde quer que se vá, a direita sempre age da mesma maneira, com o mesmo rancor
e com vingança contra os que tentaram defender o povo e dar mais dignidade aos
trabalhadores. Na Argentina, como no Brasil e outras partes do globo, a direita
não esquece e destila ódio contra os governos progressistas.
Voltando
a Buenos Aires, a ex-presidenta argentina Cristina Fernández está iniciando uma
série de encontros com políticos e seguidores da Frente para a Vitória e
pretende correr o país para se defender de uma intensa campanha para
desacreditá-la perante a opinião pública.
Alguns
companheiros de sua campanha eleitoral dizem que Cristina está sofrendo “uma
investida, uma campanha de difamação, desprestígio e perseguição política” e
que essa campanha atinge também muitos dos que fizeram parte do seu governo.
Oscar Parilli, membro do governo de Cristina
e que ocupou o cargo de diretor da Agência Federal de Inteligência (AFI), diz
que “Estamos em uma situação onde há um estado de direito que está em sério
risco. Está sendo afetado por uma ação desmedida e nunca vista desde o retorno
da democracia, em 1983”.
• O “mundo maravilhoso” de Macri. Em recente levantamento realizado pelo Centro de
Economia Política da Argentina e pelo Instituto de Economia Popular ficou
constatado o aumento da indigência, da pobreza e da situação de vulnerabilidade
no país desde a chegada de Mauricio Macri ao poder.
As políticas de cortes neoliberais impostas por Macri
(aumento de tarifas de energia elétrica e gás, onda de demissões, liberação de
preços e outras medidas) afetaram claramente a qualidade de vida das pessoas
com menor poder de compra. A pesquisa mostrou que, desde o início do novo governo,
há entre 4,5 a 5 milhões de novos pobres em todo o país.
A indigência entre a população urbana na zona do Grande
Buenos Aires aumentou em 38%, em apenas seis meses!
• Maradona: “meu país está de joelhos”! “Meu país está de joelhos. Venho aqui debater o motivo
de tanta injustiça em tão pouco tempo, isto está me fazendo muito mal”, disse o
craque no programa de rádio “Conexão Aberta”, na sexta-feira (08), com Hebe de
Bonafini.
De igual modo, afirmou que “as pessoas estão com fome e
precisamos encontrar uma saída para essa situação”. Em outro momento da
conversa ele diz que “o que está acontecendo atualmente no país é nefasto e
terrível”.
Por sua parte, Hebe de Bonafini lembrou seu encontro
com o Papa Francisco, em maio passado: “Fui pedir a ele que venha, porque
estamos muito mal, há muita violência”.
Maradona encerrou a entrevista dizendo que “Tenho
vergonha de como estão falando de Cristina e Néstor em todos os canais. Isto me
dá nojo”! E completou dizendo: “Estou convencido de que querem prender a presidenta,
porque fez coisas boas para o povo”.
• Brasil, Paraguai e Argentina contra a Venezuela. Agora ficou bem clara a razão dos golpes e maracutaias
montadas por Washington nos países da região. Argentina (com a fraudulenta
eleição de Macri), Paraguai e Brasil (onde golpes foram orquestrados a partir
da Casa Branca) tudo estão fazendo para enfraquecer o Mercosul e as alianças
democráticas e progressistas na região. Mas o governo uruguaio afirmou na
quinta-feira (08) que passará a presidência do Mercosul à Venezuela, apesar de
pressões contrárias de Brasil, Paraguai e Argentina, que tentam evitar a
passagem.
Em um comunicado divulgado no site de seu Ministério
das Relações Exteriores, o governo de Tabaré Vásquez, que atualmente preside o
bloco, diz que “reitera sua posição no sentido de proceder a passagem da presidência,
de acordo com as normas vigentes do Mercosul”.
De acordo com as normas do Mercosul, a troca de
presidência no bloco deve ocorrer a cada seis meses em um sistema de rodízio
entre os países-membros e, em julho, a deveria ser passada à Venezuela.
Na terça-feira (05), o ministro das Relações Exteriores
brasileiro, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tiveram uma
reunião em Montevidéu com Tabaré Vásquez e o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin
Novoa. O objetivo era tentar postergar a passagem da liderança do Mercosul ao
governo de Nicolás Maduro, que está programada para ocorrer na terça-feira
(12/07).
• A covardia de Israel.
Em junho de 2004 eu escrevi um artigo intitulado “Pra não dizer que não falei
de flores”, onde denunciava que a verdadeira razão dos ataques de Israel à
Faixa de Gaza era dominar o único aquífero na região. Naquele artigo eu
lembrava que, antes da invasão israelense, os palestinos que vivem em Gaza eram
conhecidos como os maiores exportadores de flores para a Europa, além de
produtores de tomate e outros produtos. Mas Israel invadiu Gaza e se apossou do
aquífero que agora é controlado por uma empresa israelense, a Mekorot.
Mas a covardia não parou aí. Atualmente, Israel usa a
água como arma de guerra contra os palestinos. Não só em Gaza, mas em
praticamente toda a Cisjordânia, a água está sendo negada às populações locais,
ou está sendo fornecida em quantidades insuficientes.
A medida tomada pelo Governo de Netanyahu é parte da
política de ocupação do território palestino. O especialista Araya Masry diz
que “cada vez fica mais evidente que a política que Israel está impondo nos
territórios ocupados é de um regime de apartheid”.
• Dinamarca será a próxima? Depois do Brexit, muitos especialistas estão acreditando que a
Dinamarca será o próximo membro a sair a União Europeia e que há um perigo de
contágio.
Em uma curiosa comparação, o jornalista Fran Ferrera,
do Diagonal, diz que a retirada do Reino Unido pode “abrir uma longa noite de
tormenta onde apareça novas nuvens de manchem o céu. As 26 estrelas já não
brilham como antes e algumas ameaçam apagar-se na medida em que os problemas se
intensificam.
Agora os analistas voltam a atenção para a Dinamarca,
país que aderiu à UE no mesmo período que o Reino Unido e onde já existe um
grande ceticismo da população com o futuro do grupo. O fato é que o debate está
mais vivo do que nunca.
• Reforma trabalhista francesa vai sair por decreto da
Assembleia Nacional. Ainda enfrentando
protestos e resistências dos sindicatos, o governo francês resolveu usar
artifício legal e enviar diretamente para a Assembleia Nacional o seu projeto
de reforma na legislação trabalhista.
A votação aconteceu “a toque de caixa” e o decreto foi
aprovado por 256 votos, com 288 contrários.
• Rússia aumenta a produção de petróleo. A extração de petróleo na Rússia cresceu para 10,84 milhões
de barris diários (mbd), em junho, o que significa um aumento de 0,07% em
relação ao mês anterior, informou a agência Bloomberg, citando dados da empresa
russa de estatísticas e informação sobre o setor de combustíveis.
A produção russa havia alcançado um recorde histórico
em janeiro passado, com 10,91 milhões de barris diários. Em junho, a Rússia
exportou 5,43 mbd, um aumento de 7,2% em relação a 2015.
• O ouro vai ganhando mais atenção. Em matéria recente, falei aqui no nosso Informativo
que a Rússia e a China estão guardando ouro em seus cofres, trazendo uma grande
preocupação para os EUA e seus aliados. Agora recebemos novas informações sobre
o “precioso metal”.
Acontece que, desde a saída do Reino Unido da UE, a onça do ouro já subiu quase US$ 100, para uma faixa
acima de US$ 1,3 mil, maior cotação em de dois anos. No dia da votação, a alta
foi de 4,69%. Até agora, a alta supera o nível de 7%, para o valor de US$ 1,350
mil. No ano, a alta é de 25,6%.
O metal voltou aos debates, e um dos
que tocaram no assunto foi o ex-presidente do Federal Reserve (Fed) Alan
Greenspan. Em sucessivas entrevistas à rede de TV norte-americana CNBC e à
agência Bloomberg, a primeira na sexta-feira, dia em que foi divulgado o
resultado do referendo britânico, Greenspan defendeu o retorno ao padrão ouro
tal como existia antes de 1913.
• “Obama go home”!
Barack Obama chegou ontem à Espanha, para uma visita de negócios, e foi recebido
com cartazes e gritos de “Obama go home”. As organizações sociais espanholas
acusam Obama de fazer essa viagem com “fins militares e política reacionária”.
A presença militar estadunidense na Espanha é tida como
importante para Washington, ainda que tenha muita resistência dos espanhóis que
desejam a retirada das bases. Mas este não é o único objetivo da “visita”.
Na verdade, entre os muitos assuntos a serem tratados
está a questão do TTIP (Tratado Transatlântico entre União Europeia e EUA).
• Lá como cá! A
“justiça” é sempre uma coisa muito relativa, no Brasil como nos EUA. Na
quinta-feira (07) soubemos que a secretária de Justiça dos EUA, Loretta Linch,
anunciou oficialmente ter aceitado a recomendação do FBI para parar as
investigações sobre o uso indevido de correio eletrônico pela ex-secretária de
Estado, Hillary Clinton.
Para quem não acompanhou o caso, Hillary estava sendo
acusada por utilizar o servidor de correio privado durante o seu trabalho como
secretária de Estado, entre 2009 e 2013. Segundo denúncias da WikiLeaks, foram
1.250 telegramas privados falando sobre a guerra do Iraque, mas isso tudo vai
ficar esquecido.
• Seria cômico, se não fosse... A nação estadunidense é bem conhecida pela violência,
pelos muitos casos de matanças públicas e por sua conhecida intolerância de
raça ou gênero. Recentemente tomamos conhecimento do massacre de 49 pessoas em
uma boate gay, em Orlando. Mas aquela nação do Norte não deixa de nos
surpreender, cada vez com notícias mais absurdas.
Uma loja de armas na cidade de McHenry, no Estado de
Illinois, decidiu se unir aos esforços para arrecadar fundos para as vítimas do
ataque à boate, mas encontrou um meio muito estranho de fazer isso. Vai rifar
um fuzil AR-15, similar ao utilizado pelo atirador Omar Mateen para matar as 49
pessoas!
A rifa custa 5 dólares e seu vencedor será anunciado no
dia 31 de julho. A iniciativa foi divulgada na página do Facebook da loja e tem
sido alvo de diversas críticas por parte dos usuários da rede social. Alguns
observaram que o modelo da arma sendo rifada é idêntico ao que foi utilizado no
ataque armado na cidade de Aurora, no Colorado, em 2012, em que um homem entrou
atirando a esmo em um cinema, matando 12 pessoas. Curiosamente, o fuzil tem a
coronha pintada com faixas brancas e vermelhas e o cano é azul com as estrelas
brancas da bandeira estadunidense!
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