sábado, 27 de agosto de 2016

Seleção de trechos do excelente artigo O BRASIL ENTRE O NAPOLEÃO E A URNA

"Quando as togas de uma nação se esgarçam assim na luta política, os marcos institucionais se dissipam, o risco de a sociedade perder as referências essenciais é enorme.
 
Onde fica o Estado de Direito? 
 
Onde ele começa, onde acaba?
 
Na dúvida, a quem recorrer? 
 
Qual juiz? 
 
O Napoleão tucano do Supremo? 
 
Ou os acoelhados companheiros de toga?
 
O Brasil foi coagido pela sofreguidão golpista a embarcar num trem fora dos trilhos institucionais"




"O processo de votação do impeachment no Senado termina agora, mas não a encruzilhada que ele ecoa e acentua.
 
Um improvável gesto de grandeza de congressistas democráticos  poderia  recolocar as instituições à altura das provas cruciais enfrentadas pela nação neste momento.
 
Oitenta e um representantes do povo guardarão para sempre na biografia as escolhas que fizerem diante da límpida disjuntiva posta pela história.
 
Jogar o país em um ciclo de exceção, revestido de incertezas, regressões e confrontos imprevisíveis, ou estender a mão a uma pacificação, devolvendo a nação aos trilhos da legalidade?"



"A memória das tragédias históricas é inoxidável: os usurpadores de hoje terão que prestar contas de suas escolhas aos tolhidos de sempre.
 
Vargas deixou essa lição há 62 anos. Por escrito. E à bala.;
 
Parece que a elite não leu, nem ouviu.
É tempo de lembrar, porque o povo nunca a esqueceu."




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