Embora tenham ocorrido confrontos com a polícia no final do dia, a greve geral no Rio de Janeiro teve um clima de feriado com ruas praticamente vazias, poucos ônibus, táxis, comércio sem movimento, entre outros aspectos. O transporte só voltou à normalidade à noite.
A população carioca respondeu positivamente aos apelos do movimento sindical para que não saísse de casa e apoiasse a #Grevegeral. As ruas vazias demonstram o sentimento de repúdio contra as reformas do governo federal. O povo avalia que os movimentos nas ruas é a maneira mais viável de responder aos poderes Executivo e Legislativo, que não abriram a discussão das reformas com a sociedade..
No Rio de Janeiro, a TV Comunitária, canal 6 da Net-Rio, registrou, desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (28), o clima de feriado nacional no Rio de Janeiro, com terminais praticamente vazios, pouquíssima movimentação de ônibus, com trens e metrô funcionando precariamente e algumas vans, mas poucos passageiros para transportar. Pela manhã, as barcas Rio-Niterói não conseguiram transportar passageiros, escolas e comércio fecharam, entre outros setores da cidade com movimento que esteve abaixo do normal em função dos protestos.
Em São Paulo, também houve paralisação forte nos transportes. Fizeram greve os metroviários, condutores de veículos interromperam seus trabalhos desde a zero hora de sexta-feira (28). Também paralisaram as atividades os professores das redes municipal, estadual e privada, bancários, petroleiros, metalúrgicos do ABC, entre outros. Ritmo semelhante de greve foi seguido por diversas capitais do país, com milhares de pessoas em protestos.
Retorno à República Velha
O jornalista Beto Almeida, na TV Comunitária, avaliou que a greve é um instrumento de defesa dos trabalhadores e que "não podemos permitir a destruição da CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas] instituída por Getúlio Vargas".
Destacou, ainda, que a #reforma trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados, e que será debatida no Senado Federal, significa fazer o país voltar aos tempos da República Velha.
Durante à tarde, atos foram realizados no Centro do Rio e a principal palavra de ordem foi "Fora Temer!". Ao se aproximar da noite, ocorreram confrontos entre manifestantes e a tropa de choque da Polícia Militar. Pelo menos nove ônibus foram queimados no Rio durante os protestos, um deles na Praça Cinelândia e quatro na Lapa. A Agência Brasil noticiou, no final da tarde, por volta das 18h, que não houve registro de feridos.
Dia histórico
As centrais sindicais avaliaram positivamente a greve geral, que teve a adesão de cerca de 40 milhões de trabalhadores.
A Frente Brasil Popular classificou a greve como a maior da história do país. "Hoje foi um daqueles dias que vamos lembrar por muito tempo e que será marca constituinte da história do Brasil".
A Frente destacou, ainda, que foi um grande fato histórico a unidade das centrais sindicais, de cristãos católicos e evangélicos, de umbandistas, entre outros. Avalia, também, que esta greve geral entrou para a história num momento de grave crise, com instituições fragilizadas. "O Brasil pode ir dormir hoje mais tranquilo, não por ter conquistado a retirada da #Reforma da Previdência da pauta, mas por estar mais maduro para os embates em defesa da aposentadoria, da CLT e da retomada da democracia, do crescimento e emprego", divulgou a Frente.
Acompanhemos, então, os reflexos destes protestos nos âmbitos do Executivo e Legislativo. No Senado Federal, por exemplo, há sinais claros de resistência à Reforma Trabalhista aprovada na Câmara. Os senadores estão aguardando o envio da Reforma Trabalhista pelos deputados.
Jornal do Senado, edição de 2/5, liberado antecipadamente nesta sexta-feira (28), destacou que os principais pontos da reforma são o fim do imposto sindical obrigatório, permitir ao trabalhador dividir as férias em três partes, regulamenta o trabalho remoto (home office) e eleva a multa para o patrão que não faz o registro do empregado na carteira de trabalho.

Fonte: Blastingnews