O
golpe balançou?
Qualquer que seja o olhar lançado sobre os
acontecimentos do dia 24 de maio não há como escapar de uma conclusão: a marcha
sobre Brasília foi um sucesso e os golpistas temem novas mobilizações.
O movimento unitário, maciço e de inquestionável
significado político sacudiu a capital federal e está causando muita
preocupação entre os partidários do golpe. E o fato mais marcante no ato em
Brasília foi a clara demonstração de que o ponto de união dos diversos setores
do movimento organizado foi o repúdio às medidas neoliberais do governo! Os
diferentes segmentos sociais que atenderam ao chamado das centrais sindicais e
dos movimentos, mais do que o claro repúdio ao presidente golpista, lá estavam
para dizer claramente que as reformas impostas pelos empresários não serão aceitas
pacificamente pelo povo.
Contrariando as análises que diziam que o povo
brasileiro estava anestesiado, a marcha foi uma demonstração de força e
vitalidade do movimento sindical. Ainda que não tenha atingido todo o conjunto
dos trabalhadores brasileiros, agora se conhece a capacidade de mobilização do
setor mais avançado contra a retirada de direitos dos assalariados, em
particular, e da sociedade em geral. E isto pode ser o estopim para que a chama
atinja os que ainda estão alienados.
A reação de Temer, convocando as Forças Armadas,
demonstra o desequilíbrio que tomou conta do Palácio. As muitas acusações
feitas pela direita e pela imprensa servil, falando em vandalismos, estão
caindo no vazio e poucos são os que ainda acreditam. Fica, como referência, a
declaração de um dos manifestantes: “O movimento sindical, em seus atos, em
Brasília, nunca depredou ou vandalizou prédios públicos. Nenhum dirigente
sindical sairia de seu estado, num momento desse em que vivemos, para cometer
os desatinos, que ficaram evidentes foram praticados por agentes infiltrados
das forças repressivas”.
Para a CUT, esta foi a “maior marcha da história” e “as
centrais não vão esmorecer na luta em defesa dos direitos e da democracia,
devendo reunir-se para discutir a continuidade da luta...”. Para a Força
Sindical “A solução para a pacificação do povo brasileiro, com consequente
retomada da economia, está, outra vez, com o próprio governo e com o Congresso
Nacional. Não há a mínima condição de estas reformas prosseguirem. Têm de ser
retiradas e refeitas, repactuadas com toda a sociedade e, especialmente, com o
movimento sindical”.
A UGT “condena violência contra trabalhadores em
Brasília” e diz que “A marcha, que reuniu trabalhadores de todo o País, saiu
pacificamente das imediações do estádio Mané Garrincha e, quando chegou próximo
ao Congresso Nacional, a manifestação democrática e pacífica foi recebida por
uma polícia despreparada que, provocada por agentes infiltrados, identificados
pelos trabalhadores como estranhos ao movimento, e por um grupo de mascarados,
reprimiu de forma violenta homens e mulheres que exerciam seu democrático
direito de protesto”. A CTB destaca a importância do evento dizendo que “A 9ª
Marcha da Classe Trabalhadora, organizada de forma unificada pelas centrais
sindicais, foi a maior manifestação já vista em Brasília e reflete não só a
capacidade de luta dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, mas,
sobretudo, a insatisfação da sociedade com tudo que vier desse governo
ilegítimo”. Em declaração oficial, a CSB diz que “Falta assistência à saúde,
assistência à educação, e esses que não nos representam querem impor reforma da
previdência, reforma trabalhista. Olhem só, as vozes da rua! O povo está
descontente. Chega!”
• Henrique Meirelles, o ministro das reformas e preferido de O
Globo. Os partidos que sustentam o
golpe no país (PSDB-PMDB-DEM) já articulam um nome viável para assumir o
comando e garantir as reformas tão desejadas pelos empresários.
Segundo divulgou o jornal Estado de São Paulo e deixou
entender o jornal O Globo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é um dos
nomes mais cotados e já vem sendo sondado para ser um candidato consensual em
uma eventual eleição indireta. Mas nem tudo está sendo dito nessa “campanha às
escondidas”.
Acontece que o tal Meirelles, preferido da direita, foi
presidente do banco da empresa JBS, o banco Original, de 2012 até assumir o
cargo no governo, em 2016! Não é suspeito? O cara largou seu emprego no banco,
com salário que deveria ser “muito bom”, para assumir o ministério. E durante o
seu “trabalho” no banco ele foi o homem forte das transações econômicas da JBS,
empresa que operou um dos maiores escândalos de corrupção no meio privado e
público brasileiros.
Em artigo no site Outras Palavras, o jornalista Mauro
Lopes comenta: “Meirelles era presidente do banco e não sabia de nada? Não viu
nada? Se sabia, é inexplicável que não tenha ainda entrado na dança. Se sabia e
atuou em parceria com Joesley [Batista], mais grave ainda. Se não sabia, bem…
se Meirelles foi o presidente do grupo entre 2012 e 2016 e não soube que saíram
R$ 500 milhões do caixa das empresas, nas mãos de quem está a economia do
país?”.
Outro nome cogitado nas fileiras do PMDB seria o do
ex-ministro Nelson Jobim, muito bem aceito pelo PSDB, mas que ficou “queimado”
depois de uma tentativa de apaziguamento com Lula!
Nota: há uma
disputa midiática em torno do golpe? Pelo que estamos acompanhando, há uma
certa distância entre o projeto político de O Globo e o projeto da Folha de São
Paulo (com apoio do Estadão).
• Meta de Temer ainda é aprovar as reformas. Em clara demonstração de que ele só chegou ao poder
para cumprir a pauta traçada pelos empresários no país, o golpista que se
apossou do poder ainda tenta aprovar as reformas a qualquer custo.
O recado foi dado pelo ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, na terça-feira (23), ao dizer que o
governo federal continua empenhado e trabalhando para aprovar as reformas previdenciária
e trabalhista. “O Brasil não pode parar, temos que continuar mobilizados pelas
reformas. Esta é a decisão do governo neste momento."
Dyogo Oliveira fez pronunciamento durante o seminário
Financiamento e Garantias para a Infraestrutura, promovido na capital paulista
pela Associação Brasileira de Desenvolvimento e Indústria de Base. Ele insistiu
na mentira de que o conjunto de ações implementadas por Temer na área econômica
“está gerando resultados”. E garantiu que “Controlamos a inflação, os juros
estão caindo, houve geração de empregos e tivemos o primeiro trimestre de
crescimento, depois de oito trimestres consecutivos de queda”.
• TST contra a reforma trabalhista. A Mesa do Senado Federal recebeu, na quarta-feira
(24), documento de considerações jurídicas assinado por 17 dos 27 ministros do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) contrários à reforma trabalhista (PLC
38/17). Para eles, a reforma prejudica direitos dos trabalhadores.
O documento foi entregue ao senador Gladson Cameli
(PP-AC), 2º secretário do Senado, que presidia a sessão no momento. Gladson
Cameli providenciou o encaminhamento do texto ao presidente da Casa, Eunício
Oliveira (PMDB-CE), e pediu a distribuição a todos os demais senadores.
Os ministros que vieram ao Senado para entregar o
manifesto foram Delaíde Alves Miranda Arantes, Hugo Carlos Scheuermann, José
Roberto Freire Pimenta, Maria Helena Mallmann e Mauricio Godinho Delgado. Eles
foram levados ao plenário pelo senador Paulo Paim (PT-RS). A íntegra do
documento entregue no Senado está em: https://www.anamatra.org.br/files/Consideraes-Juridicas_Reforma-Trabalhista.pdf
• Sem data para votar a reforma da previdência. O momento político e a crise institucional estão paralisando
os trabalhos no Congresso. O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia
(PPS-BA), afirmou na terça-feira (23) que o escândalo das denúncias da JBS,
balançando o governo do golpista, também compromete a tramitação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 287, que pretende alterar o regime de aposentadorias.
Ele pretendia colocar a medida em votação no próximo dia 1º, mas acredita que
“não existe mais data” porque “Joesley destruiu isso”. E, em entrevista à Folha
de São Paulo, disse que a previsão para a tramitação da reforma da Previdência
é cada vez mais complicada. “O que é difícil hoje será mais difícil daqui a um
mês”.
Segundo o jornal, Meirelles teria reconhecido na
véspera que o calendário de tramitação da reforma da Previdência está
prejudicado por causa das denúncias que atingem o governo.
• A democracia está em risco! A Comissão Interamericana de Direitos Humanos descobriu uma coisa que
os brasileiros já sabem há mais de 365 dias: a democracia está em risco no
país!
O relator para o Brasil da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH), James Cavallaro, afirmou na quinta-feira (25) que o
organismo está “preocupado com o que está acontecendo” no país, tanto em nível
político como nas ruas, e destacou que os direitos democráticos devem ser
garantidos.
Após as notícias sobre os acontecimentos em Brasília,
no dia 24, Cavallaro teria dito à Agência Efe: “Estamos ainda nos informando
sobre o que aconteceu, mas com certeza é uma situação que nos preocupa. Temos
que continuar acompanhando, manter-nos informados e garantir os direitos
democráticos nessa situação bastante delicada que o Brasil vive”. A declaração
aconteceu durante as reuniões do 162º período de sessões do organismo em Buenos
Aires.
Cavallaro lembrou que o “direito de se manifestar é um
direito básico” que a Comissão protege e criticou qualquer atuação “truculenta”
ou “violenta” das forças de segurança. E lembrou que, além dos acontecimentos
em Brasília, nos últimos meses aconteceram também outros incidentes, principalmente
no âmbito rural, com vítimas mortais. Para Cavallaro tudo isso é um sinal de
“tendências preocupantes” no Brasil. “Se a situação sair do controle, esse fato
constituiria um grave risco para os direitos humanos, para a integridade física
das pessoas, o direito à vida, o direito de manifestar-se”.
• Dez camponeses são assassinados no Pará. Dez camponeses, nove homens e uma mulher, foram mortos
em um acampamento na fazenda Santa Lúcia, localizada no município de Pau
D’Arco, a cerca de 60 km da cidade de Redenção, sudeste do Pará. A nova
violência aconteceu na quarta-feira (24), durante um processo de reintegração
de posse da fazenda, a ação que reuniu policiais civis e militares.
Para Andreia Silvério, advogada da Comissão Pastoral da
Terra (CPT), em Marabá (PA), as informações ainda são poucas, mas ela aponta em
direção aos policiais: “Nós só sabemos que a circunstância foi a de uma
reintegração de posse, a qual, ao contrário das orientações do Tribunal de
Justiça e da Ouvidoria Agrária Nacional, que dizem que quem deve cumprir as
reintegrações de posse é o comando da PM [Polícia Militar] – do batalhão
especial, que fica em Belém –, o juiz determinou que a polícia local cumprisse
a ordem”.
Segundo informações de lideranças locais, entre os
mortos está a presidenta da Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
de Pau D’Arco, além de outras 14 pessoas que foram baleadas. A fazenda Santa
Lúcia é terra pública e foi grilada pela família Babinsk.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
(Segup) tenta descaracterizar a ação policial dizendo que não se tratava de uma
reintegração de posse e sim do “cumprimento de 16 mandados judiciais (prisão
preventiva, temporária e buscas e apreensões)”.
2017 tem sido um ano de mortes no campo brasileiro.
Antes dessa chacina a CPT já havia mapeado 26 assassinatos decorrentes de
conflitos. Em 2016 a violência no campo bateu recorde: foram 61 assassinatos!
• Escravidão no Brasil.
Equipes do Grupo Móvel de Fiscalização do Trabalho Escravo do Ministério do
Trabalho resgataram 940 trabalhadores de condições análogas à de escravo, em
2016, num total de 145 operações realizadas.
Os grupos móveis são responsáveis pelo combate ao
trabalho análogo ao de escravo no país e, desde 1995, vêm atuando em todo
território nacional para combater a prática ilegal, principalmente em áreas de
difícil acesso, onde as ameaças ao trabalho do grupo são constantes.
Há exatamente um ano, em São Félix do Xingu (PA), sete
homens encapuzados e armados abriram fogo contra uma equipe que se deslocava
para atender denúncia de agressão e maus tratos contra trabalhadores de uma
fazenda local. Os agentes federais reagiram e trocaram tiros com os criminosos,
que abandonaram o automóvel que ocupavam e fugiram pela mata. Eles deixaram no
veículo documentos, armamento, munição, GPS, rádio e uma elevada quantidade de
dinheiro.
A equipe, coordenada pelo auditor-fiscal do Trabalho
José Weyne Marcelino, e composta de representantes do Ministério Público
Federal, da Defensoria Pública e da Polícia Rodoviária Federal, abortou a ação
naquele momento, mas retornou no dia seguinte para dar continuidade aos
trabalhos, resgatando nove trabalhadores em garimpos no município de Altamira
(PA), com pagamentos aos trabalhadores resgatados que chegaram a R$ 48 mil em
rescisões trabalhistas.
• OEA a serviço de Washington. Enquanto faz o seu sujo papel acusando a “ditadura” do
presidente Nicolás Maduro de fazer uma “guerra suja” contra o povo venezuelano
e ter divulgação garantida nos grandes jornais para suas mentiras, o
secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, não
pronuncia uma única palavra sobre o que está acontecendo no México, onde
dezenas de jornalistas já foram assassinados, ou no Brasil, onde o presidente
golpista colocou o Exército contra o povo que se manifestava exigindo a saída
de um presidente ilegítimo.
O antropólogo mexicano Gilberto López y Rivas, em
entrevista concedida a Nils Castro, diz que Almagro silencia diante da crise
humanitária que castiga o povo mexicano e mata jornalistas. Ele destaca que o
México já contabiliza 200 mil mortos, 50 mil desaparecidos e meio milhão de
deslocados, transformando-se no segundo país mais violento do mundo, depois da
Síria, mas Almagro não diz uma palavra sobre isso.
O presidente boliviano, Evo Morales, questionou
seriamente o secretário-geral Luis Almagro dizendo que ele está obcecado pela
Venezuela e não olha para o Brasil, imerso em uma crise sem precedentes que
envolve o presidente Temer.
Só para lembrar, a OEA (e seu secretário lambe-botas)
apoiou o golpe em Honduras, bateu palmas para o golpe no Paraguai, fecha os
olhos diante da campanha estadunidense contra a Nicarágua e a Bolívia, e passa
todo o seu tempo divulgando notas contra Nicolás Maduro.
• Desemprego na América Latina, em 2017. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou
que cerca de um milhão de pessoas ficarão sem emprego durante 2017 na América
Latina e no Caribe, o que pode elevar para mais de 26 milhões o número de
desempregados na região.
As previsões da OIT indicam que a taxa de desemprego na
região latino-americana poderia aumentar de 8,1% a 8,4%, devido ao débil
crescimento projetado para as economias da região. “São as taxas mais altas da
última década”, destacou o diretor da OIT para América Latina e Caribe, José
Manuel Salazar.
“Depois de um abrupto aumento na média regional do
desemprego em 2016, se prevê que 2017 termine com um novo aumento. À medida que
vai transcorrendo o ano, os indicadores e prognósticos confirmam que a situação
trabalhista está se tornando mais preocupante”, observou Salazar ao destacar
que, ainda que o comportamento dos países seja heterogêneo e em alguns
inclusive possa diminuir a taxa de desocupação, a média regional reflete uma
realidade em que “em 2016 houve aumentos na taxa de desemprego em 15 dos 21
países onde se tem dados”.
• Guatemala: camponeses e indígenas pedem renúncia do
presidente. Na terça-feira (23), camponeses
e indígenas de 22 departamentos da Guatemala participaram de uma paralisação
nacional convocada pela direção do Comitê de Desenvolvimento Camponês (Codeca)
e da Coordenação Nacional de Organizações Camponesas (CNOC) para exigir a
renúncia do presidente Jimmy Morales.
As entidades denunciam que o governo é inoperante e só
está preocupado em fortalecer um grupo de corruptos dentro do governo e
deputados que aceitam subornos milionários da empresa brasileira Odebrecht. Em
documento divulgado durante a paralisação, as duas organizações acusaram também
juízes, magistrados e fiscais que estão envolvidos no roubo contra o povo
guatemalteco.
Os movimentos sociais do país exigem a convocação de
eleições gerais e a criação de uma Assembleia Constituinte Popular e
Plurinacional.
• Intelectuais de vários países denunciam Macri. Mais de 200 intelectuais e artistas de mais de 20 países
assinaram um manifesto em repúdio a uma série de medidas tomadas pelo governo
do presidente argentino, Mauricio Macri. A declaração, que foi entregue na
segunda-feira (22) às embaixadas e consulados da Argentina no exterior, foi
organizada pelo Observatório Argentino, coletivo formado por especialistas e
pesquisadores em história, política e direitos humanos na Argentina.
Entre as reinvindicações o manifesto pede a liberdade
de Milagro Sala, líder comunitária indígena e deputada do Parlasul (Parlamento
do Mercosul) presa desde janeiro de 2016 na penitenciária de Aldo Comedero,
província de Jujuy. Milagro é acusada de “perturbar a ordem e interromper
vias”, decorrente de um episódio em que se manifestava em frente ao palácio do
governo, pedindo uma audiência com o governador Gerardo Morales, aliado de
Macri. O coletivo de intelectuais e artistas classifica Milagro e outros como
presos políticos do governo Macri e, além da liberdade, reivindicam uma
“compensação pelos danos morais e físicos causados pelo encarceramento”.
Além da liberdade aos presos políticos, o manifesto
ainda se opõe ao Decreto 70/2017, que prevê a aceleração dos processos de
deportação de imigrantes e a restrição da entrada de estrangeiros que tenham
cometido crimes em seus países de origem. Outra reivindicação é a revogação do
protocolo policial criado pelo Ministério de Segurança argentino, que aumenta
os poderes de repressão da polícia em casos de manifestações sociais. (Matéria
em Opera Mundi)
• Medo do povo? O
presidente argentino, Mauricio Macri, não queria o povo na Praça de Maio onde
deveria comparecer para a cerimônia do Tedeum, na quinta-feira (25), na
Catedral metropolitana.
Depois de confirmar sua presença, às 10 horas,
representantes de Macri providenciaram um amplo aparato de segurança para
evitar “problemas” para o presidente com protestos. Os organismos de segurança
garantiram que toda a área fosse esvaziada para evitar encontros entre o
presidente e possíveis manifestantes, mas foram contratadas algumas pessoas
para criar um “ambiente favorável” em torno de Macri!
• Venezuela: a direita desesperada! A direita venezuelana, instigada por Washington e
financiada por grandes empresários locais, está chegando a extremos no
desespero de derrubar o governo eleito de Nicolás Maduro. Fazem discursos
pedindo democracia, mas agem como terroristas.
Na segunda-feira (22), o governador do estado de
Bolívar, Francisco Rangel Gómez, confirmou que os manifestantes da direita
queimaram 50 ônibus da empresa Transbolivar, criada pelo estado para atender a
população mais carente. “A empresa é do povo bolivarense e foi atacada por
terroristas”, diz ele em mensagem pelo Twitter, esclarecendo que os ônibus foram
queimados com bombas molotov.
No bairro de Altamira, em Caracas, o jovem Carlos
Ramírez foi atacado por um grupo de 20 manifestantes de direita que o agrediram
e tentaram queimá-lo vivo. Enquanto Carlos Ramírez corria em chamas os manifestantes
da “oposição” gritavam “tem mesmo que morrer, por ser chavista”! Ramírez se
jogou no chão para abafar as chamas e foi socorrido por bombeiros.
A agressão aconteceu no dia 18 de maio e, no registro
policial, segundo testemunhas, os agressores estavam encapuzados e haviam
participado de uma marcha contra o presidente Maduro, horas antes.
Também na segunda-feira (22), o presidente da empresa
Petróleos da Venezuela (Pdvsa), Eulogio del Pino, denunciou através do seu
Twitter que grupos violentos atacaram a sede da estatal em La Tahona, município
de Baruta. Vários carros de transporte de pessoal foram incendiados no
estacionamento. Cinco pessoas suspeitas do ato foram presas e levadas para apuração
pelo Ministério Público.
No dia seguinte, 23, o secretário regional do Partido
Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Miguel Ángel León, denunciou que grupos
violentos da oposição atacaram a sede do partido e ônibus no estado de Barinas.
E disse que o mesmo grupo havia saqueado estabelecimentos comerciais.
A polícia da Venezuela anunciou, na terça-feira (23), a
prisão de um representante do partido de extrema-direita no país, Vontade
Popular, Jorge Machado Jiménez. Contra ele há denúncias de organizar e
financiar grupos violentos em Caracas.
• Vitória dos presos palestinos. Os presos palestinos em cárceres israelenses
suspenderam neste sábado (27) a greve de fome que já durava 40 dias depois de
conquistarem um acordo com o governo de Israel.
Diversas fontes, incluindo o Serviço de Prisões de
Israel, confirmaram a notícia do acordo entre autoridades israelenses e a
Autoridade Nacional Palestina, tendo a Cruz Vermelha como intermediária das
negociações e garantidora dos direitos dos prisioneiros.
O acordo estabelece que os prisioneiros podem receber
até duas visitas por mês, ponto que era uma das principais reivindicações dos
palestinos. Fazem também parte do acordo o fim das prisões individuais e o
direito ao atendimento médico.
• EUA impedem acordo climático. Os líderes do G7 não chegaram a um acordo na
sexta-feira (25) sobre a luta contra a mudança climática e o Acordo de Paris
porque não conseguiram convencer Donald Trump.
“Há uma questão em aberto nesse ponto que é a posição
dos EUA sobre os acordos climáticos de Paris”, disse o primeiro-ministro
italiano, Paolo Gentiloni. Ele se referia aos acordos assinados em 2015 sobre a
redução de emissão de gases do efeito estufa, não aceito por Washington. “Todos
os demais países confirmaram estar de acordo com o pacto”, disse Gentiloni.
Trump recusou-se a debater o tema alegando que há uma
discussão sobre isso em seu país, mas demonstrou que estava participando do
encontro porque tinha grande interesse em debater questões como “luta contra o
terrorismo” e “defesa dos Direitos Humanos”!
• $$$aldo positivo? A
primeira viagem internacional de Trump parece ter um saldo positivo. EUA e Arábia
Saudita assinaram uma série de acordos em diversos setores que atingem um total
de 380 bilhões de dólares para os próximos 10 anos!
O ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al
Yubeir, disse que os acordos incluem a venda de armas estadunidenses por 110
bilhões de dólares, garantindo que é um “acordo sem precedentes” na história.
• Um novo mapa no Oriente Médio? Analistas militares e políticos internacionais estão
acompanhando atentamente as movimentações do presidente estadunidense em suas
recentes visitas ao exterior. Descartando o encontro do G-7, onde nada foi
resolvido e Trump barrou o acordo climático, todas as outras visitas estão
direta ou indiretamente ligadas à nova proposta de Washington de mudar o
equilíbrio mundial e traçar um novo mapa de áreas de influência no planeta.
Pelo que podemos entender das notícias até agora
ventiladas, Trump está cumprindo fielmente o projeto dos “falcões de
Washington” para mudar o mapa no Oriente Médio. É seu objetivo imediato
conseguir um novo equilíbrio de forças na região e não descarta a possibilidade
de atrair a Síria para o seu lado, depois de derrubar Bashar al Assad.
E essa primeira conversa parece ter sido proveitosa.
Afinal de contas, um dos pontos interessantes no encontro entre os ministros de
Relações Exteriores dos dois países foi recordar que, na década de 1930, o presidente
estadunidense Franklin Delano Roosevelt havia assinado um acordo com o rei
Abdulaziz bin Saúd, fundador da Arábia Saudita, garantindo apoio e proteção dos
EUA em troca de petróleo.
O reino saudita alega a existência de “novas ameaças”
na região e diz que é preciso “atualizar a estratégia política”. Os sauditas
consideram que seus principais inimigos e maior ameaça são: Israel, Irã e
Síria, incluindo aí as ações do Hezbolá. Trump, por seu lado, tentou convencer
que o principal inimigo é o Irã, adversário de Israel (aliado estadunidense).
A estratégia estadunidense é criar uma “nova” OTAN na
região, uma espécie de “OTAN árabe” para fortalecer as ações de Washington.
Segundo o jornal The Washington Post, a proposta é
criar uma entidade parecida com a OTAN, com estatutos próprios e contingentes
militares permanentes que seriam formados por tropas estadunidenses e dos
demais países signatários do acordo. Entre eles estariam: Emirados Árabes
Unidos, Jordânia e Egito.
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