quarta-feira, 5 de julho de 2017

Comprando a Independência

Comprando a Independência

Por Antônio Carlos Vieira

É muito comum se criticar ao nosso governo referente a nossa dívida (Interna e externa). Mas, será que a grande maioria dos brasileiros sabem como surgiu a Dívida do Estado Brasileiro?

Quando a Família Real Portuguesa veio para o Brasil, fugindo da Invasão Napoleônica, junto foi trazida a Dívida contraída pela Casa Real Portuguesa, que era devedora junto ao Império Inglês.

Para a independência do Estado Brasileiro ser aceita, tivemos que assumir a dívida da Casa Real Portuguesa (é a chamada Herança Maldita), ou seja, compramos a nossa independência por um valor na ordem de 1,3 milhões de Libras Esterlinas, que na época, correspondia a cerca de 30% de nossas exportações.

Embora o Brasil adquirisse (ou comprado) a independência, toda a Estrutura Política, Social e Econômica foram mantidas de maneira igual a época que era colônia. Os escravos continuaram escravos e os senhores de engenhos continuaram senhores de engenho.

O novo império (O Brasil) surgido precisava quitar a dívida assumida e as novas despesas surgidas e para isso teve que tomar mais empréstimos. Durante o Período Imperial Brasileiro foram contraídos 17 empréstimos.

De todo o dinheiro emprestado, 40% foram para pagar dívidas antigas, cobrir comissões de credores e intermediários ( a maioria dos empréstimos foram intermediados pela casa bancária Rothschild & Sons). O restante (60%) vieram para o Brasil em forma de bens – equipamentos militar, provisões, produtos têxteis e ferragens, ou seja, o dinheiro nunca chegou ao Brasil.

Hoje, o Brasil não tem mais a chamada Dívida Externa, parte foi paga e outra foi transformada em Dívida Interna (por sinal gigantesca) clique aqui. E desde aquela época, os empréstimos sempre beneficiou e continuam beneficiando os que controlavam e controlam a máquina do governo, só que a conta é para ser paga por todos que tenham ou não sido beneficiados.

TEXTO RELACIONADO:
Cuba e o imperialismo brasileiro

DADOS BIBLIOGRÁFICOS:
Reinaldo Gonçalves e Valter Pomar, O BRASIL ENDIVIDADO, Editora Fundação Perseu Abramo

Texto original: CARLOS GEOGRAFIA

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