segunda-feira, 9 de outubro de 2017

LULA, A JUSTIÇA E A MÍDIA

LULA, A JUSTIÇA E A MÍDIA
Sebastião Costa*


A Taça Jules Rimet de Perseguição Midiática repousou por 50 anos na sala de troféus do presidente Getúlio Vargas.

O massacre começava logo de manhã nas páginas do jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda, surfava à tarde nas ondas da Rádio Globo de Roberto Marinho e varava a noite na TV Tupi de Assis Chateaubriand.

Todo dia!

O gaúcho não suportou a pressão e, conforme registros, preferiu sair da vida para entrar para a história, como o político mais perseguido pela imprensa brasileira em todos os tempos.

Quando se acreditava que a taça ficaria definitivamente com o  'Pai dos pobres', eis que  surgiu um pobre vindo lá do Nordeste, meteu-se a besta de se tornar  presidente da República e ainda  cometeu a tolice de melhorar a vida da pobreza nacional.

Não deu outra!

A pancadaria começou no 1º mandato, enveredou pelo segundo, saiu da presidência e o massacre seguiu até os dias de hoje.

No Estadão dos Mesquita, na Folha dos Frias, na Veja dos Civita, na TV Globo dos Marinho

Todo dia!

Com esse currículo, a Jules Rimet de Perseguição Midiática foi devidamente transferida para as mãos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Até aí tudo bem!

Ocorre que o torneiro mecânico com todo essa pancadaria, ainda saiu da presidência com 85% de aprovação.

Não pode!!!

Ainda curtindo os louros da taça, o viúvo de D. Marisa começou a participar ativamente na disputa do primeiro lugar no Torneio Lava-Jato de Perseguição Judiciária. Disparou na frente e em pouco tempo estava com a medalha de ouro no peito.

Caçado pelo promotor 'preocupado' com a ordem pública; exposto aos leões pelo procurador midiático de muitas convicções; perseguido compulsivamente pelo juiz famoso, o ex-presidente ainda sofreu ações espetaculosas da Polícia Federal, e algumas malandragens do Supremo Tribunal Federal.

Vasculharam-se telefones, computadores, notebooks, celulares, contas no Brasil e no exterior.

Grampearam-se amigos, familiares, advogados e até a presidenta da República.

Buscou-se uma gravação, um áudio, uma imagem, um rascunho, um escrito. Absolutamente nada!
Apenas delações! Com um esquisito detalhe: haviam sido negadas anteriormente pelo próprio delator.

Muitas palmas para aquele sábio brasileiro, que em meio às seletividades arbitrárias da ditadura jurídico-midiática, filosofou: “Se eu puder ser candidato o golpe não fecha!”


* Médico e colunista do brasil247 

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