LULA, A JUSTIÇA E A MÍDIA
Sebastião Costa*
A Taça
Jules Rimet de Perseguição Midiática repousou por 50 anos na sala de
troféus do presidente Getúlio Vargas.
O massacre começava logo de
manhã nas páginas do jornal Tribuna da Imprensa de Carlos
Lacerda, surfava à tarde nas ondas da Rádio Globo de Roberto Marinho e varava a
noite na TV Tupi de Assis Chateaubriand.
Todo dia!
O gaúcho não suportou a
pressão e, conforme registros, preferiu sair da vida para entrar para a
história, como o político mais perseguido pela imprensa brasileira em todos os
tempos.
Quando se acreditava que a
taça ficaria definitivamente com o 'Pai
dos pobres', eis que surgiu um pobre
vindo lá do Nordeste, meteu-se a besta de se tornar presidente da República e ainda cometeu a tolice de melhorar a vida da
pobreza nacional.
Não deu outra!
A pancadaria começou no 1º
mandato, enveredou pelo segundo, saiu da presidência e o massacre seguiu até os
dias de hoje.
No Estadão dos Mesquita, na
Folha dos Frias, na Veja dos Civita, na TV Globo dos Marinho
Todo dia!
Com esse currículo, a Jules
Rimet de Perseguição Midiática foi devidamente transferida para as mãos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até aí tudo bem!
Ocorre que o torneiro
mecânico com todo essa pancadaria, ainda saiu da presidência com 85% de
aprovação.
Não pode!!!
Ainda curtindo os louros da
taça, o viúvo de D. Marisa começou a participar ativamente na disputa do
primeiro lugar no Torneio Lava-Jato de Perseguição Judiciária. Disparou na frente
e em pouco tempo estava com a medalha de ouro no peito.
Caçado pelo promotor
'preocupado' com a ordem pública; exposto aos leões pelo procurador midiático
de muitas convicções; perseguido compulsivamente pelo juiz famoso, o
ex-presidente ainda sofreu ações espetaculosas da Polícia Federal, e algumas
malandragens do Supremo Tribunal Federal.
Vasculharam-se telefones,
computadores, notebooks, celulares, contas no Brasil e no exterior.
Grampearam-se amigos,
familiares, advogados e até a presidenta da República.
Buscou-se uma gravação, um
áudio, uma imagem, um rascunho, um escrito. Absolutamente nada!
Apenas delações! Com um
esquisito detalhe: haviam sido negadas anteriormente pelo próprio delator.
Muitas palmas para aquele
sábio brasileiro, que em meio às seletividades arbitrárias da ditadura
jurídico-midiática, filosofou: “Se eu puder ser candidato o golpe não fecha!”
* Médico e colunista do brasil247
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