quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Bob Fernandes: Moro se desculpa, mas não se arrepende de escuta ilegal

Bob Fernandes: Moro se desculpa, mas não se arrepende de escuta ilegal

O comentário preciso sobre as declarações de moro, que na mídia, só Bob Fernandes tem coragem de fazer.
Mais do que os demais, o juiz Moro encarna a Lava Jato. Nesta segunda, 27, assistimos a uma confissão: “Não me arrependo de forma nenhuma…”.
Moro disse isso sobre gravações e vazamento das conversas entre Lula e Dilma em 16 março de 2016.
Um dia depois daqueles grampos e vazamento Moro reconheceu irregularidade nas gravações. Relatou:
-Determinei a interrupção da interceptação às 11 hs 12…
Mas seguiram gravando. Só uma hora e seis minutos depois, às 12 hs18, as operadoras foram avisadas pela Polícia Federal.
Às 13 hs 32 foi feita a segunda gravação. Mais de duas horas depois do tempo legal determinado por Moro para interrupção.
Disso, Moro se defendeu: “Como havia justa causa e autorização legal, não vislumbro maiores problemas…”.
Ministros do Supremo Tribunal vislumbraram enorme problema. Marco Aurélio foi duríssimo e claro:
-Isso é crime. Está na lei (…) Moro simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado.
Teori Zavaski, então relator da Lava Jato, bateu:
-Papel do juiz é o de resolver, não criar conflitos. Imparcialidade pressupõe discrição, prudência, serenidade (…) e não se deixar contaminar pelos holofotes.
Treze dias depois das gravações e vazamento, o juiz se desculpou.
Moro, que hoje diz não ter se arrependido “de forma nenhuma”, então pediu “respeitosas escusas” ao Supremo.
Nesse caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou representação contra Moro. Por 13 a 1 decidiu a favor de Moro concluíndo:
-A Lava Jato traz “problemas inéditos” e exige “soluções inéditas”.
Esse mesmo TRF-4 julgará Lula na Segunda Instância. Confirmada a sentença de Moro, Lula ficará inelegível.
Carlos Eduardo Thompson Flores preside o TRF-4. E ele já opinou. Disse que, embora “não conheça as provas”, a sentença de Moro foi “irretocável”.
Nesta terça, 28, a Folha informou: “Tribunal que vai julgar Lula acelera trâmite de ações”.
Isso não deveria ser a respeito apenas de Lula. Porque é muito maior. E deixar a lei de lado em nome da lei, teve, tem e terá consequências.
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