Camelo no buraco da agulha nada, rico entra no céu de “ubercóptero”
O senhor, executivo paulistano bem sucedido – tão eficiente que só não é mais porque o Brasil é um inferno com estes malditos direitos trabalhistas, que tornam caríssima a vida das empresas e destes impostos escorchantes pagos para sustentar aqueles vagabundos do Bolsa Família – pode ficar tranquilo: seus problemas acabaram.
Sim, sabendo que o senhor não pode – por enquanto – meter a mão no bolso e comprar um helicóptero de US$ 1 milhão para evitar aquela desagradável aglomeração de carros da classe média e de pobres – com essa coisa demagógica do pobre poder comprar um carrinho, que andou tendo no governo Lula – uma empresa paulista encontrou a solução criativa: o uso “compartilhado” de helicópteros de aluguel: o “ubercóptero”.
Entre R% 15 mil e R$ R$ 22,5 mil mensais você agora pode ter cinco horas de vôo/mês para fugir daqueles pobres da Anchieta e da Imigrantes. Sai mais barato que comprar um carrão de R$ 450 mil, como mostra o anúncio da empresa de locação. E rapidinho, porque tempo é dinheiro. Uma hora sua voando vale 750 ou 1.150 horas de trabalho daquela raça improdutiva do salário mínimo.
Como não tem blitz aérea, é garantido que seu final de semana pode ser brilhante e, chegando lá, é só embarcar na lancha de 30 pés – iate já é para quem, feito o possível presidente Huck, tem helicóptero próprio – e falar mal destes nordestinos pobres, que teimam em votar no Lula, mesmo depois do escândalo do pedalinho.
Gente ingrata, que nem lembra que o senhor deu uma cesta básica no Natal passado.
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