Alfredo Herkenhoff
Foram mexer com Dom Rodrigo
Tacla Duran, achando que ele fosse do bando da Odebrecht, ou somente mais um
doleiro amigo de qualquer delação que o livrasse da preventiva. E o cara é mais
espanhol do que brasileiro.
O cara é expert em direito
internacional. E deu um nó na Lava-Jato. Pegou na jugular da ORCRIM
(organização criminosa).
Tacla Duran não acusou Moro,
que mesmo assim não gostou do que leu e cometeu um erro grave ao interromper um
fim de semana no mês de agosto para responder
à Folha de S Paulo horas depois
que o jornal publicou a matéria de Monica Bergamo dizendo que existia um tal
Tacla Duran. Informou a jornalista que este advogado estava escrevendo um livro
sobre a Lava-Jato e que dizia ter provas de que se trata de uma indústria de
delação criminosa.
Moro e o federal Carlos Lima negaram
prontamente a denúncia pública de que certo advogado Carlos Zuccoloto Jr.,
padrinho de casamento de Moro e Rosângela, e procuradores da Lava-Jato tivessem
oferecido um acordo de delação, envolvendo punição caseira, zero preventiva e
honorários caríssimos para aliviar Tacla Duran num esquema costurado adrede
para o juiz mais poderoso do golpismo.
Tacla Duran interrompeu as
negociações.
E quando Moro mandou prender
o Tacla Duran, o advogado já estava em Madrid. Moro pediu extradição. E a
justiça espanhola, prudentemente, prendeu Tacla Duran, examinou a sua defesa e
o soltou depois de uns 100 dias de cana em Madri. Negou a extradição e pediu ao
Brasil que, dentro dos acordos internacionais, enviasse as provas contra o
acusado espanhol para que fosse processado em Madri. Moro não mandou.
Tacla Duran explicou hoje na
CPI por que a Lava-Jato não enviou as provas solicitadas pela Justiça da
Espanha.
Tacla Duran desmentiu Moro e
Carlos Lima e exibiu mensagens de Carlos Zuccolato Jr. e de procuradores com
papel timbrado do Ministério Público Federal formulando as condições de uma
delação “à la carte”. Tacla Duran não aceitou, porque o acordo incluía crimes
que ele não cometeu e acusações contra alvos que não vinham ao caso. E mais,
Tacla Duran em Madri enviou provas à CPI da JBS, apelidada de CPI do Moro. E
mais, as provas que Tacla Duran enviou foram periciadas judicialmente na
Espanha com todos os rigores de um judiciário e uma Procuradoria técnica não
politizados.
Tacla Duran disse que a Lava-Jato não envia as provas contra ele para que seja
julgado em Madri, porque os procuradores e Moro não podem enviar.
Seriam desmoralizados.
Durante a busca e apreensão
em sua casa e escritório em São Paulo, no ano passado, Tacla Duran viu os
federais levarem tudo, incluindo as declarações de renda com tudo que recebeu
da Odebrecht e de outra empreiteira. Pagou imposto por tudo quanto recebeu.
Declarou tudo que ganhou no Brasil e no exterior. E nas declarações de I.R. que
os federais pegaram está lá também a prova de que Tacla Duran pagou dinheiro a
advogados de Curitiba, milhões ao Dr. Arns, e pagou também ao advogado Carlos
Zucolloto Jr. O tal padrinho de casamento de Moro), e mais, pagou também à mulher de Moro, Rosângela
Moro, que era sócia do Carlos Zucoloto Jr.
Ou seja, Tacla Duran, que não
acusa Moro de nada, mostra provas de que Moro, se enviasse as provas produzidas
contra ele (e na Espanha delações não valem), o juiz seria declarado como
impedido espetacularmente, porque está cercado de amigos e outros suspeitos da
Força Tarefa e ainda vive com uma advogada que está na declaração de IR do seu
foragido mais odiado.
Moro já deve estar com mais
raiva de Rodrigo Tacla Duran do que de Lula.
Se toda a ação penal envolvendo
a Petrobras fosse parar no Supremo, procuradores seriam presos por formação de
petrolão, ou esquemão dos honorários.
A desventura de marajás que
assaltaram o sistema de justiça e implantaram a
tortura por conjectura está chegando ao fim.
A Lava-Jato está implodindo a
exemplo do golpe.
Rodrigo Janot pediu a prisão
do procurador amigo Pedro Miller. O STF negou; Janot, na saideira, nem
recorreu.
Neste momento, por exemplo, a grande mídia e o
PSDB estão alardeando que os tucanos já desembarcaram do governo do vampiro.
Conversa fiada.
Continuam juntos destruindo
tudo, da CLT à Petrobras. Querem aprovar o fim da aposentadoria real na semana
que vem.
Como náufragos, buscam uma
boia. Alguns já acham que pode ser o capitão Jair. Outros já sonham com Ciro
Gomes. Alckmin é picolé de chuchu e derreteu.
Lula, ao centro, só faz
crescer.
Dos 27 Estados, provavelmente
os dois primeiros a se insurgir contra a Lava-Jato, e contra o governo Temer,
serão Santa Catarina e Alagoas.
Hoje no mundo só existe socialismo
radical em dois lugares: na Coreia do Norte e na ponta das narinas de Aécio
Neves.
É pela política que o Brasil
vai sair da crise e começar a discutir um caminho para um desenvolvimento
econômico e social pujante.
Os golpistas, uns oligarcas que
vivem roubando os recursos públicos, insistem pra você odiar os políticos e a
política, como se o Brasil fosse ser dominado para sempre por esses imbecis e
pelos segmentos imbecilizados pelo telejornalismo de propaganda a favor da
farsa da Lava-Jato que enganou pessoas simples dizendo que ia extinguir a
corrupção.
Fonte: Blog
do Alfredo Herkenhoff
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