Aécio Neves não aumentou patrimônio; o ocultava. Por Fernando Brito
Publicado no blog Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Diante da revelação de que Aécio Neves teria triplicado seu patrimônio desde 2014, feita hoje pela Folha, dois comentários são relevantes.
O primeiro é que, de fato, é muito provável que Aécio não tenha “triplicado” seus bens, mas apenas corrigido em parte o que, antes, era ocultado, por razões eleitorais.
Não é, diga-se a seu favor, algo raro. As propriedades empresariais em sistema de cotas sobre o capital social e a não tributação sobre o recebimento de lucros e dividendos – que, como a jabuticaba, só existe no Brasil – cria um completo descompasso entre o que é a receita auferida pelo trabalho (salários) e a obtida pelo capital.
Além do que, como se vê em outros “tucanocasos”, o patrimônio empresarial é, na verdade, pessoal, embora em nome da empresa. Ou não são assim os jatinhos de Luciano Huck e João Doria Jr, comprados com dinheiro do BNDES.
Além do mais, a operação em questão – venda de cotas da Rádio Itatiaia, em prestações, à sua própria irmã parece muito mais destinada a proteger a concessão das consequências políticas de ter “sujado a barra” para o senador mineiro.
O segundo ponto é que parece haver caroço embaixo deste angu, sobretudo porque a guerra surda dentro do PSDB segue de vento em popa.
Ontem mesmo se noticiava como a recusa de Antonio Anastasia em concorrer ao Governo de Minas atrapalhava os planos de Geraldo Alckmin. Anastasia, como se sabe, é criatura de Aécio, que mantém (será?) uma candidatura ao Senado para, nitidamente, bloquear qualquer outra que possa impedir negociações futuras. Aécio sabe que, embora não impossível sua eleição, a candidatura senatorial é risco acima de sua capacidade de bancar.
Ah, mas foi vazamento…
Por favor, estamos calvos de saber como e por que vias ocorrem os vazamentos policiais e judiciais.
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