sábado, 31 de março de 2018

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Tiros contra a caravana de Lula.
“O fascismo é o movimento da pequena-burguesia voltado para o grande capital, que utiliza esse movimento para suas finalidades contra a classe operária”. (August Thalheimer)
Sim, já usei esta citação outras vezes, mas continua sendo certeira e objetiva diante do que estamos vivendo no país. Há pouco menos de dois anos, quando a direita orquestrou um golpe contra a presidenta legitimamente eleita, não podíamos imaginar que aquela farsa armada por um “judiciário” comprometido com os interesses burgueses pudesse chegar ao limite de violência e intolerância a que está chegando.
Os recentes acontecimentos, em particular o assassinato de Marielle e o ataque contra a caravana de Lula, mostram que o Brasil está chegando a um limite muito perigoso e o fascismo é agora a bandeira que abriga um amplo leque de golpistas de todas as origens. Os três tiros disparados contra os ônibus que acompanhavam a caravana, na terça-feira (27), trouxeram à lembrança uma frase conhecida de nossa história: “um tiro no coração do país”. A frase foi usada em agosto de 1954 para se referir ao suicídio de Getúlio Vargas.
Em pesquisa realizada em 2013 pela antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, ficamos sabendo que Santa Catarina é o Estado brasileiro que concentra o maior número de simpatizantes do nazismo (45 mil pessoas). Somando o número de simpatizantes declarados nos outros dois estados, Rio Grande do Sul e Paraná, vamos ter a assustadora cifra de 100 mil pessoas que se declaram seguidoras ou simpatizantes do nazismo.
Só para lembrar, como destaca matéria da revista Carta Capital, o mapa político da região formada pelos três Estados “foi claramente demarcado na votação que determinou o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff. Dos 77 deputados dos três estados, 52 apoiaram o impeachment que colocou Michel Temer na presidência”. Precisa dizer mais?
Certamente que tudo foi orquestrado. As constantes tentativas de bloqueio nas estradas por onde passava a caravana, a agressividade de pessoas que jogavam pedras e objetos nos ônibus, a total conivência da polícia que a tudo assistia pachorramente, grandes proprietários usando seus tratores comprados com empréstimos do BNDES na época da presidência de Lula, etc.
E tudo isso era plenamente justificado por porta-vozes da direita brasileira. O senador paranaense Álvaro Dias chegou a dizer que “O que está ocorrendo é uma provocação do ex-presidente e a sociedade tem que responder a essa provocação de alguma maneira. A responsabilidade é de quem provoca”.
Não foi um mero acaso! O poeta e pensador alemão, Bertold Brecht, escreveu certa vez: “A cadela do fascismo está sempre no cio”. E o fascismo brasileiro, muito mais incrustrado na região sul do país, não foge à essa regra.
O pequeno município de Quedas do Iguaçu, região centro-sul do Paraná, é conhecido em nossa história pela violência de classe. Segundo informações do MST, nada menos do que 17 agricultores foram assassinados no Paraná nos últimos 25 anos. E o caso mais conhecido e grave foi o assassinato de dois militantes do movimento, em 07 de abril de 2016. Vilmar Bordim e Leonir Orback foram assassinados em confronto com a polícia e outros sete camponeses ficaram feridos no acampamento Dom Tomás Balduíno.
Na madrugada do dia 6 de julho de 2015, cerca de 1.500 famílias organizadas pelo MST ocuparam parte do latifúndio da empresa Araupel, situada no Projeto 4, em Quedas do Iguaçu, Paraná. A área tinha sido desapropriada nos anos 1990 pelo Incra, por não cumprimento da função social da terra. Mas os grandes proprietários da região, instigados pelo grupo Araupel, não deram tranquilidade aos camponeses que só desejavam cuidar da terra recém conquistada.
A emboscada foi preparada pela polícia no dia 7 de abril de 2016. Quando os trabalhadores circulavam de caminhonete e motocicleta, a seis quilômetros do acampamento - dentro do perímetro da área decretada pública pela Justiça - foram surpreendidos pelos policiais e seguranças entrincheirados.
O histórico de conflitos na região é longo e não vamos perder espaço no Informativo, mas pode ser facilmente encontrado em pesquisa na Internet.
Lula foi certeiro e direto ao ponto. No ato de encerramento da caravana, em Curitiba (dia 28), Lula botou o dedo na ferida, sem medo.
“A imprensa foi conivente com isso [a violência contra a caravana] o tempo todo”. Em outra parte do seu discurso ele foi ainda mais claro: “Essa imprensa brasileira tem complexo de vira-latas, só mudou de opinião quando os estrangeiros criticaram os ataques”, e completou dizendo que “O estimulador desse ódio chama-se Rede Globo de Televisão. E não é de hoje.”
“Não sei qual a intenção deles de ficar dizendo que vão me prender. Eles acham que sou eu o problema deles. Eles não sabem que o Lula é apenas um ser humano feito de carne e osso, não sabem que já tem milhões de mulheres e homens que pensam como Lula. Nós somos uma ideia, e eles não conseguirão prender as ideias e sonhos", disse.
Manuela d’Ávila, candidata do PCdoB à Presidência, esteve presente e afirmou que “Nós não podemos jamais nos dividir naquilo que é central. O Brasil vive há dois anos sob um comando golpista. Sofremos um golpe que, além de antidemocrático, tem um sentido antinacional”. Ao final de sua fala disse que “É o golpe da entrega do Brasil, do pré-sal, do congelamento dos investimentos sociais. Que pensa a partir da judicialização da política, para que Lula não possa concorrer às eleições”.
O pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, falou sobre o atentado sofrido pela comitiva: “Não sabemos o nome do fulano que apertou o gatilho, mas quem apertou é quem está semeando esse ódio todo dia e temos que responsabilizar Jair Bolsonaro por isso. Bandido, criminoso, sem vergonha. Ele tem semeado essa onda fascista no país e temos que cobrar isso deles”.
Enquanto isso (1)... O Senado Federal pretende votar um projeto de lei que autoriza o cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, proibido há oito anos. Se aprovado, o projeto será trágico para as florestas e para a indústria de biocombustíveis do Brasil – que sofrerá um dano de imagem difícil de reparar num período crítico para o sucesso do etanol.
O Projeto de Lei do Senado nº 626/2011, do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), é antes de mais nada desnecessário para a indústria sucroalcooleira. O zoneamento da cana, aprovado por decreto em 2009, autoriza a expansão do cultivo em 70 milhões de hectares. Isso é dez vezes mais área do que a expansão projetada da lavoura até 2020. Portanto, não falta terra para plantar cana de forma sustentável.
Permitir o cultivo na Amazônia, mesmo que em áreas degradadas, significa acrescentar mais um motor ao desmatamento na região: a pecuária será empurrada para novas áreas para dar lugar à lavoura, estimulando a devastação onde hoje deveria haver aumento de produtividade.
Prejudicar a indústria dos biocombustíveis significa prejudicar também o clima. Além de ter sua meta no Acordo de Paris para o setor de energia baseada, entre outros, na produção sustentável do etanol, e viabilizada com a lei do RenovaBio, o Brasil também lidera esforços internacionais de desenvolvimento de biocombustíveis para a descarbonização rápida do setor de transportes.
Mas, é claro, isso é coisa do passado, da época dos governos do PT. Agora mandam os golpistas.
Enquanto isso (2)... A taxa de desocupação voltou a crescer no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, atingindo 12,6%, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado. O país passa a ter 13,1 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada hoje (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, em números absolutos, o resultado representa mais 550 mil pessoas em busca de emprego, entre um trimestre e outro. Na avaliação do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, no entanto, o movimento de aumento na taxa de desemprego já era esperado e é comum nesta época do ano.
A queda no número de postos de trabalho foi verificada principalmente no grupamento serviços, que reúne as atividades de administração púbica, defesa, seguridade, educação, saúde e serviços sociais, que chegou a perder 435 mil postos de trabalho; na construção, foram menos 277 mil empregos; e na indústria, menos 244 mil.
O número de trabalhadores e trabalhadoras do setor privado com carteira de trabalho assinada, sem contar os trabalhadores domésticos, atingiu o menor nível da série histórica do IBGE desde 2012, com 33,1 milhões de pessoas com trabalho formal. Já o número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira de trabalho assinada, portanto, sem direito a FGTS, férias, 13º salário, Seguro-Desemprego e outros benefícios, ficou em 10,8 milhões, alta de 5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O mesmo aconteceu com o contingente de brasileiros trabalhando por conta própria que cresceu 4,4%, com um total de 23,1 milhões de pessoas se virando para sobreviver.
A Globo e a privatização das águas (2).
(Ernesto Germano)
O jornal O Globo, em sua versão digital, continua com deturpadas informações para justificar a privatização das águas. No último final de semana estampou duas matérias falando sobre poluição dos rios e de açudes, como se a privatização dessas fontes fossem a solução para o problema. Mas em lugar algum do texto fala que a questão da água é muito mais social do que podemos pensar.
No mundo inteiro, mais de 80% das águas residuais (aquelas que já foram utilizadas pelo homem) voltam ao ecossistema sem tratamento nem reciclagem, incluindo aí os países onde a água e o saneamento já foram privatizados.
No artigo anterior falamos das principais empresas privadas de água e saneamento, mas precisamos ainda citar que, segundo dados de institutos internacionais, em 1980 eram 12 milhões de domicílios servidos por empresas privadas de água no planeta, hoje são 800 milhões! Os países pioneiros são a Inglaterra, a França e o Chile.
Mas, momentaneamente, vamos deixar de lado as questões mais objetivas e debater um pouco sobre o que vem sendo escondido do público nesse debate, em particular pelo grupo O Globo.
Em 2015 eu tratei do assunto, mas creio que poucos viram e gostaria de insistir em algumas questões que considero importante.
Em primeiro lugar, lembrar que o primeiro Código Florestal Brasileiro foi criado por Decreto, em janeiro de 1934. Em 1965, comprometidos com a entrega do Brasil às empresas multinacionais, os militares revogaram o antigo Código e criaram facilidades para desmatamentos. O Código atual, em vigor, foi regulamentado pela Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 e estabelece limites de uso de propriedade que deve respeitar a vegetação existente na terra. Mas, perguntarão alguns, o que o Código Florestal tem com a questão das águas?
Em primeiro lugar, como dissemos acima, há a grande preocupação com o fato de águas residuais, já usadas, voltarem ao ecossistema sem tratamento. Em segundo lugar, a aprovação do novo Código foi uma grande derrota para os movimentos sociais, pois facilitou o desmatamento e, em particular, a perda das chamadas “florestas ciliares”, aquelas às margens de rios e lagos, principais responsáveis pela manutenção de nossas águas!
Uma das grandes “arapucas” do novo Código é que permite o desmatamento de florestas ciliares desde que haja “compensação ambiental”. Ou seja, pode ser destruída uma floresta às margens de um rio em São Paulo se for plantada outra em um terreno em qualquer lugar do Brasil! Para piorar, não interessa que espécie de floresta vai ser replantada. Pode ser destruída uma floresta de mata atlântica, por exemplo, e replantada uma grande quantidade de eucaliptos, que reconhecidamente seca os solos e afasta a vida animal.
A verdade é que, assim como aconteceu com os direitos trabalhistas, as tentativas de “flexibilizar” a legislação ambiental e o Código Florestal já vinham sendo aplicadas desde 1990.
Em abril de 2010, acreditem ou não, uma comissão da Câmara dos Deputados, presidida pelo conhecido ruralista Moacir Micheletto, o mesmo que defendia uma proposta de redução da reserva legal na Amazônia de 80% para 25% da propriedade, apresentou um relatório final para reformular o Código Florestal deixado pelos militares. Para relator da matéria foi designado o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Em maio de 2011, o projeto do novo Código Florestal foi à votação, mesmo sem o apoio popular e sem acordo entre os partidos. Além disto, foram introduzidas algumas mudanças que só pioraram o projeto: permissão para o cultivo em Áreas de Preservação Permanente (APP); a diminuição da conservação da flora em margens de rios; a isenção de multa e penalidade aos agricultores que desmataram; liberação do cultivo no topo de morros. O projeto foi votado e aprovado com 410 votos a favor, 63 contra e uma abstenção!
Sim, ao contrário de que se imagina, tudo isso tem um enorme vínculo com a questão das águas e da sua privatização. E outro aspecto que está diretamente ligado ao problema das águas é a produção de energia hidrelétrica.
Vamos esclarecer melhor. Na geração de energia conhecemos dois tipos de produção: energias renováveis e não renováveis. As renováveis são aquelas que, depois de produzir a energia que consumimos, não alteram a fonte da produção (hídricas, eólicas, solares) e as não renováveis são aquelas que produzem energia, mas consomem a fonte (nuclear, carvão, petróleo, etc). Ou seja, em um caso, não há desperdício da fonte que produziu a energia. No outro a fonte é totalmente consumida e não retorna à natureza.
A privatização de Eletrobras, no Brasil, é mais um fator de preocupação com a questão da água. Devemos considerar que mais de 60% da energia produzida no país é de origem hídrica. Privatizando as usinas hidrelétricas (Eletrobras) estaremos também entregando as águas que são acumuladas nas grandes represas e barragens e os rios que estão alimentando. (Voltaremos ao assunto)
Trump libera mais dinheiro contra Cuba. Donald Trump, o louco que quer ver o mundo se consumindo em uma nova guerra, aprovou na sexta-feira (23) mais 20 milhões de dólares para um “fundo” destinado a provocar uma “sublevação social” em Cuba. O valor já está registrado no orçamento estadunidense para o ano fiscal de 2018 e pode ser usado até outubro.
Interessante é que Trump vem fazendo constantes cortes em outros investimentos do Estado, mas não pensou duas vezes em liberar a verba para o Departamento de Estado, a USAID e alguns “programas de ajuda social”.
Vale destacar que o número de congressistas estadunidenses comprometidos com os mercenários e golpistas cubanos é muito significativo. O poder desse grupo é quase equivalente à bancada que defende os interesses de Israel no Congresso dos EUA. E os dois grupos costumam trabalhar em conjunto.
Eleições mexicanas: precisamos acompanhar. Não só pela importância do país no mapa geopolítico da América Latina, mas também porque devemos ter uma prévia das jogadas sujas através das redes sociais.
O Instituto Nacional Eleitoral do México liberou, a partir dessa sexta-feira (30), o início das campanhas dos candidatos às eleições de 1 de julho. Estão oficialmente liberados os comícios, propagandas eleitorais, programas de rádio e TV, imprensa e – aqui reside o problema – os veículos digitais.
Analistas mexicanos esperam uma verdadeira enxurrada de “fake news” (notícias falsas) como parte da estratégia de campanha de muitos dos atuais candidatos. E milhões de mexicanos podem ser atingidos por essa onda de mentiras sem terem condições de identificar quando é uma notícia verdadeira. E o grande número de candidatos amplia a preocupação. Não só a Presidência estará sendo disputada. Serão eleitos nove governadores e uma grande quantidade de representantes locais.
As pesquisas estão um pouco embaralhadas. Andrés Manuel López Obrador, da frente “Juntos Haremos Historia”, aparece com uma pequena vantagem na sua terceira tentativa de chegar à Presidência. Ganhou o apoio do “Movimiento de Regeneración Nacional” e de outros dois pequenos partidos.
Em segundo lugar nas pesquisas aparece Ricardo Anaya, da frente “Por México al Frente”, apoiado por conhecidos partidos como “Acción Nacional”, “Partido da Revolución Democrática” e “Movimiento Ciudadano”.
O candidato oficial, José Antonio Meade, do “Todos por México”, só aparece em terceiro lugar, mas tem coligação com várias siglas: “Partido Revolucionario Institucional”, “Partido Verde” e “Alianza Nacional”.
Há ainda uma candidata independente, Margarita Zavala.
Skripal: desfazendo a mentira (1). O caso do espião russo aposentado que está internado em Londres já causou muita confusão e alimenta milhares de mentiras em nossa mídia. A desinformação de alguns jornalistas vinculados a O Globo é tão grande que temos visto e ouvido absurdos. Os disparates são tão grandes que uma comentarista esportiva do SPORTTV, na tarde de quinta-feira (29), fez matéria sobre a Copa do Mundo na Rússia e comentou que alguns países europeus estão anunciando que não enviarão autoridades. Tão desinformada está a pobre mocinha que disse que o ex-espião russo “foi assassinado” com agentes químicos. Alguém esqueceu de dizer que ele está vivo e internado em Londres.
Mas, deixando de lado a falta de preparo e a parcialidade de alguns dos nossos jornalistas, vamos comentar algumas coisas e levantar dúvidas sobre as notícias que recebemos.
Em primeiro lugar, cabe perguntar: que interesse teria a Rússia em tentar matar um ex-espião que foi liberado pela própria Rússia em uma troca política?
Sim, ao contrário do que diz nossa imprensa, ele não era um “espião fugitivo da Rússia”, mas havia sido trocado em uma negociação política. E Skripal, o tal espião, não representava qualquer ameaça imediata porque estava afastado de suas funções há muito tempo e nunca teve ocupação de grande importância no Serviço Secreto do país. Ou seja, o cara não tinha qualquer informação importante e era um “zero à esquerda” no tabuleiro político.
Skripal: desfazendo a mentira (2). Por outro lado, qual o interesse de Moscou em desencadear um escândalo internacional às vésperas das eleições presidenciais no país e quando a realização de uma Copa do Mundo em seu território está tão perto? Cabe na cabeça de alguém tamanha bobagem?
Enquanto os jornais amestrados do ocidente insistem em culpar Putin, ninguém fez a pergunta mais importante que poderia ser feita: o que ganha o presidente russo com a tentativa de envenenamento às vésperas de um processo eleitoral?
Mas podemos fazer algumas outras perguntas que seriam bem embaraçosas. Por exemplo: não seria o “escândalo” uma boa razão para desviar as atenções sobre os problemas ingleses com o Brexit (saída da zona do euro)? E não seria também uma boa maneira de desviar a atenção do mundo das recentes notícias sobre uma rede de pedófilos que age no país e que a Polícia inglesa se recusou a investigar por “razões internas”?
Skripal: desfazendo a mentira (3). Vamos seguir com nosso raciocínio sobre o caso. E, para isso, é preciso lembrar que há alguns anos toda a mídia do ocidente e todos os países comprometidos com os projetos da OTAN de uma guerra contra a Rússia desdobram-se em acusações e falsas matérias para atacar a imagem de Vladimir Putin. Isso não é segredo e nem é preciso ler muito para saber.
O ocidente, em particular os EUA, há muito tempo aposta em uma mudança na política da Rússia e já gastaram “rios” de dólares financiando possíveis “opositores” capazes de derrotar o Presidente. Mas ele acaba de dar uma nova resposta, sendo reeleito com quase 80% dos votos do país!
E na sexta-feira (30) vemos uma notícia na Internet bastante curiosa: Heather Nauert, a porta-voz oficial do Departamento de Estado dos EUA, declarou a jornais locais que “o Departamento de Estado dos EUA não recebeu qualquer prova que confirme a responsabilidade da Rússia no envenenamento do ex-espião russo e de sua filha”.
Ao final da entrevista ela afirmou que “os EUA teriam motivos para confiar no aliado, Reino Unido, que assegura ter as provas”! Ah! Então tá, então! Não precisa ter provas, basta confiar. Onde é que já ouvimos isso?
Skripal: desfazendo a mentira (4). O principal argumento usado pelo Reino Unido e muito divulgado pela imprensa é que o produto usado no envenenamento teria sido um produto desenvolvido na antiga União Soviética, na época da “Guerra Fria”.
Acontece que essa mesma imprensa “esquece” de incluir a entrevista de Igor Nikulin, um ex-integrante da Comissão Sobre Armas Biológicas da ONU, que, entrevistado, disse que o mesmo veneno já foi desenvolvido por cientistas ingleses em Porton Down, localidade distante oito quilômetros de onde aconteceu o envenenamento de Skripal (em Salisbury).
Segundo vários especialistas consultados, se a Inglaterra não possuísse uma amostra da substância tóxica A-234, usada no envenenamento, seria impossível identificar em poucas horas, como aconteceu. Se não conhecessem o produto, se não tivessem uma amostra, a identificação demoraria, no mínimo, uma semana, dizem os biólogos consultados.
Skripal: desfazendo a mentira (5). E já que chegamos a este ponto, por que o Governo do Reino Unido tem se recusado a dar informações sobre o antídoto que foi usado para salvar Serguéi Skripal e sua filha Yulia?
É isso mesmo. Nossos jornais não comentam, mas os dois foram levados a um hospital e salvos porque receberam um antídoto contra a tal substância tóxica que seria uma “arma secreta” da Rússia. Mas, se já havia um antídoto, como era uma arma secreta do tempo da União Soviética? E como os médicos que atenderam ao caso já tinham o antídoto?
Agora, cada um tire suas conclusões.
A barbárie de Israel. Em 1948, depois de manobras políticas e militares, Israel conseguiu expulsar milhões de palestinos de suas terras ancestrais.
Historicamente, o povo palestino foi um dos “cinco Povos do Mar” que fugiram com suas famílias para as costas da Anatólia e chegaram ao Delta do Nilo, fugindo da Guerra de Troia (segundo Heródoto, 1.250 a. C). Os árabes que chegaram depois fundiram-se aos palestinos.
No dia 14 de maio de 1948 foi criado o Estado de Israel e no dia seguinte, 15 de maio, começou a tomada de terras palestinas pelo novo Estado. Essa data é lembrada pelos palestinos como a Nakba (a tragédia) e é marcada a cada ano com uma marcha que representa a luta pela terra natal e a volta para “o lar”.
Neste ano Israel resolveu passar de todos os limites em sua barbárie contra aquele povo. Segundo matéria em Opera Mundi, ao menos 12 palestinos foram mortos nos ataques israelenses e mais de mil ficaram feridos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. O órgão declarou emergência e solicita que as pessoas se dirijam aos hospitais para doarem sangue e evitar que mais palestinos engrossem a lista de óbitos.
Dentre os mortos no ataque israelense, está o escultor Muhammad Abu Amro, de 22 anos, executado por franco atiradores sionistas enquanto fazia uma escultura na areia de uma praia em Gaza.
Segundo alguns sites internacionais, a ONU pediu “mais moderação” para Israel! Não, não é uma piada. A ONU pediu moderação a Israel como a mãe que briga com a criança: ai, ai, ai... a mamãe não gostou.
Guerras aumentam a fome no mundo. O número de pessoas que passam fome no planeta aumentou consideravelmente nos anos recentes, em grande parte devido ao aumento dos conflitos militares mais recentes.
A FAO e o Programa Mundial de Alimentação, organismos da ONU, publicaram o Informe Mundial da Crise Alimentar 2018 e mostra o tamanho do problema. São quase 130 milhões de pessoas, em 51 países, sofrendo com severa insegurança alimentar. Isto significa um crescimento de 11% em relação ao ano anterior.
Entre outras coisas, o Informe atribui o aumento da fome ao crescimento dos conflitos em vários países, em particular as guerras internas nos mais pobres e periféricos do planeta.

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