Tiros contra a caravana de Lula.
“O fascismo é
o movimento da pequena-burguesia voltado para o grande capital, que utiliza
esse movimento para suas finalidades contra a classe operária”. (August
Thalheimer)
Sim, já usei
esta citação outras vezes, mas continua sendo certeira e objetiva diante do que
estamos vivendo no país. Há pouco menos de dois anos, quando a direita
orquestrou um golpe contra a presidenta legitimamente eleita, não podíamos
imaginar que aquela farsa armada por um “judiciário” comprometido com os
interesses burgueses pudesse chegar ao limite de violência e intolerância a que
está chegando.
Os recentes
acontecimentos, em particular o assassinato de Marielle e o ataque contra a
caravana de Lula, mostram que o Brasil está chegando a um limite muito perigoso
e o fascismo é agora a bandeira que abriga um amplo leque de golpistas de todas
as origens. Os três tiros disparados contra os ônibus que acompanhavam a
caravana, na terça-feira (27), trouxeram à lembrança uma frase conhecida de
nossa história: “um tiro no coração do país”. A frase foi usada em agosto de
1954 para se referir ao suicídio de Getúlio Vargas.
Em pesquisa
realizada em 2013 pela antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, ficamos sabendo
que Santa Catarina é o Estado brasileiro que concentra o maior número de
simpatizantes do nazismo (45 mil pessoas). Somando o número de simpatizantes
declarados nos outros dois estados, Rio Grande do Sul e Paraná, vamos ter a
assustadora cifra de 100 mil pessoas que se declaram seguidoras ou simpatizantes
do nazismo.
Só para
lembrar, como destaca matéria da revista Carta Capital, o mapa político da
região formada pelos três Estados “foi claramente demarcado na votação que
determinou o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff. Dos 77 deputados
dos três estados, 52 apoiaram o impeachment que colocou Michel Temer na presidência”.
Precisa dizer mais?
Certamente que
tudo foi orquestrado. As constantes tentativas de bloqueio nas estradas por
onde passava a caravana, a agressividade de pessoas que jogavam pedras e
objetos nos ônibus, a total conivência da polícia que a tudo assistia
pachorramente, grandes proprietários usando seus tratores comprados com
empréstimos do BNDES na época da presidência de Lula, etc.
E tudo isso
era plenamente justificado por porta-vozes da direita brasileira. O senador
paranaense Álvaro Dias chegou a dizer que “O que está ocorrendo é uma
provocação do ex-presidente e a sociedade tem que responder a essa provocação
de alguma maneira. A responsabilidade é de quem provoca”.
• Não foi um mero acaso! O poeta e
pensador alemão, Bertold Brecht, escreveu certa vez: “A cadela do fascismo está
sempre no cio”. E o fascismo brasileiro, muito mais incrustrado na região sul
do país, não foge à essa regra.
O pequeno
município de Quedas do Iguaçu, região centro-sul do Paraná, é conhecido em
nossa história pela violência de classe. Segundo informações do MST, nada menos
do que 17 agricultores foram assassinados no Paraná nos últimos 25 anos. E o
caso mais conhecido e grave foi o assassinato de dois militantes do movimento,
em 07 de abril de 2016. Vilmar Bordim e Leonir Orback foram assassinados em
confronto com a polícia e outros sete camponeses ficaram feridos no acampamento
Dom Tomás Balduíno.
Na madrugada
do dia 6 de julho de 2015, cerca de 1.500 famílias organizadas pelo MST
ocuparam parte do latifúndio da empresa Araupel, situada no Projeto 4, em
Quedas do Iguaçu, Paraná. A área tinha sido desapropriada nos anos 1990 pelo
Incra, por não cumprimento da função social da terra. Mas os grandes proprietários
da região, instigados pelo grupo Araupel, não deram tranquilidade aos
camponeses que só desejavam cuidar da terra recém conquistada.
A emboscada
foi preparada pela polícia no dia 7 de abril de 2016. Quando os trabalhadores
circulavam de caminhonete e motocicleta, a seis quilômetros do acampamento -
dentro do perímetro da área decretada pública pela Justiça - foram
surpreendidos pelos policiais e seguranças entrincheirados.
O histórico de
conflitos na região é longo e não vamos perder espaço no Informativo, mas pode
ser facilmente encontrado em pesquisa na Internet.
• Lula foi certeiro e direto ao ponto. No ato de
encerramento da caravana, em Curitiba (dia 28), Lula botou o dedo na ferida,
sem medo.
“A imprensa
foi conivente com isso [a violência contra a caravana] o tempo todo”. Em outra
parte do seu discurso ele foi ainda mais claro: “Essa imprensa brasileira tem
complexo de vira-latas, só mudou de opinião quando os estrangeiros criticaram
os ataques”, e completou dizendo que “O estimulador desse ódio chama-se Rede
Globo de Televisão. E não é de hoje.”
“Não sei qual
a intenção deles de ficar dizendo que vão me prender. Eles acham que sou eu o
problema deles. Eles não sabem que o Lula é apenas um ser humano feito de carne
e osso, não sabem que já tem milhões de mulheres e homens que pensam como Lula.
Nós somos uma ideia, e eles não conseguirão prender as ideias e sonhos",
disse.
Manuela
d’Ávila, candidata do PCdoB à Presidência, esteve presente e afirmou que “Nós
não podemos jamais nos dividir naquilo que é central. O Brasil vive há dois
anos sob um comando golpista. Sofremos um golpe que, além de antidemocrático,
tem um sentido antinacional”. Ao final de sua fala disse que “É o golpe da entrega
do Brasil, do pré-sal, do congelamento dos investimentos sociais. Que pensa a
partir da judicialização da política, para que Lula não possa concorrer às
eleições”.
O
pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, falou sobre o atentado
sofrido pela comitiva: “Não sabemos o nome do fulano que apertou o gatilho, mas
quem apertou é quem está semeando esse ódio todo dia e temos que
responsabilizar Jair Bolsonaro por isso. Bandido, criminoso, sem vergonha. Ele
tem semeado essa onda fascista no país e temos que cobrar isso deles”.
• Enquanto isso (1)... O Senado Federal pretende votar um projeto de lei que
autoriza o cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, proibido há oito anos.
Se aprovado, o projeto será trágico para as florestas e para a indústria de
biocombustíveis do Brasil – que sofrerá um dano de imagem difícil de reparar
num período crítico para o sucesso do etanol.
O Projeto de
Lei do Senado nº 626/2011, do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), é antes de mais
nada desnecessário para a indústria sucroalcooleira. O zoneamento da cana,
aprovado por decreto em 2009, autoriza a expansão do cultivo em 70 milhões de
hectares. Isso é dez vezes mais área do que a expansão projetada da lavoura até
2020. Portanto, não falta terra para plantar cana de forma sustentável.
Permitir o
cultivo na Amazônia, mesmo que em áreas degradadas, significa acrescentar mais
um motor ao desmatamento na região: a pecuária será empurrada para novas áreas
para dar lugar à lavoura, estimulando a devastação onde hoje deveria haver
aumento de produtividade.
Prejudicar a
indústria dos biocombustíveis significa prejudicar também o clima. Além de ter
sua meta no Acordo de Paris para o setor de energia baseada, entre outros, na
produção sustentável do etanol, e viabilizada com a lei do RenovaBio, o Brasil
também lidera esforços internacionais de desenvolvimento de biocombustíveis
para a descarbonização rápida do setor de transportes.
Mas, é claro,
isso é coisa do passado, da época dos governos do PT. Agora mandam os golpistas.
• Enquanto isso (2)... A taxa de desocupação voltou a crescer no trimestre
encerrado em fevereiro deste ano, atingindo 12,6%, uma alta de 0,6 ponto
percentual em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado. O país
passa a ter 13,1 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada hoje (29), pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o
IBGE, em números absolutos, o resultado representa mais 550 mil pessoas em
busca de emprego, entre um trimestre e outro. Na avaliação do coordenador de
Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, no entanto, o movimento de
aumento na taxa de desemprego já era esperado e é comum nesta época do ano.
A queda no
número de postos de trabalho foi verificada principalmente no grupamento
serviços, que reúne as atividades de administração púbica, defesa, seguridade,
educação, saúde e serviços sociais, que chegou a perder 435 mil postos de
trabalho; na construção, foram menos 277 mil empregos; e na indústria, menos
244 mil.
O número de
trabalhadores e trabalhadoras do setor privado com carteira de trabalho
assinada, sem contar os trabalhadores domésticos, atingiu o menor nível da
série histórica do IBGE desde 2012, com 33,1 milhões de pessoas com trabalho
formal. Já o número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira de trabalho
assinada, portanto, sem direito a FGTS, férias, 13º salário, Seguro-Desemprego
e outros benefícios, ficou em 10,8 milhões, alta de 5% em relação ao mesmo
trimestre do ano passado. O mesmo aconteceu com o contingente de brasileiros
trabalhando por conta própria que cresceu 4,4%, com um total de 23,1 milhões de
pessoas se virando para sobreviver.
• A Globo e a privatização das águas (2).
(Ernesto
Germano)
O jornal O
Globo, em sua versão digital, continua com deturpadas informações para
justificar a privatização das águas. No último final de semana estampou duas
matérias falando sobre poluição dos rios e de açudes, como se a privatização
dessas fontes fossem a solução para o problema. Mas em lugar algum do texto
fala que a questão da água é muito mais social do que podemos pensar.
No mundo
inteiro, mais de 80% das águas residuais (aquelas que já foram utilizadas pelo
homem) voltam ao ecossistema sem tratamento nem reciclagem, incluindo aí os
países onde a água e o saneamento já foram privatizados.
No artigo
anterior falamos das principais empresas privadas de água e saneamento, mas
precisamos ainda citar que, segundo dados de institutos internacionais, em 1980
eram 12 milhões de domicílios servidos por empresas privadas de água no planeta,
hoje são 800 milhões! Os países pioneiros são a Inglaterra, a França e o Chile.
Mas,
momentaneamente, vamos deixar de lado as questões mais objetivas e debater um
pouco sobre o que vem sendo escondido do público nesse debate, em particular
pelo grupo O Globo.
Em 2015 eu
tratei do assunto, mas creio que poucos viram e gostaria de insistir em algumas
questões que considero importante.
Em primeiro
lugar, lembrar que o primeiro Código Florestal Brasileiro foi criado por
Decreto, em janeiro de 1934. Em 1965, comprometidos com a entrega do Brasil às
empresas multinacionais, os militares revogaram o antigo Código e criaram
facilidades para desmatamentos. O Código atual, em vigor, foi regulamentado
pela Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 e estabelece limites de uso de
propriedade que deve respeitar a vegetação existente na terra. Mas, perguntarão
alguns, o que o Código Florestal tem com a questão das águas?
Em primeiro
lugar, como dissemos acima, há a grande preocupação com o fato de águas
residuais, já usadas, voltarem ao ecossistema sem tratamento. Em segundo lugar,
a aprovação do novo Código foi uma grande derrota para os movimentos sociais,
pois facilitou o desmatamento e, em particular, a perda das chamadas “florestas
ciliares”, aquelas às margens de rios e lagos, principais responsáveis pela
manutenção de nossas águas!
Uma das
grandes “arapucas” do novo Código é que permite o desmatamento de florestas
ciliares desde que haja “compensação ambiental”. Ou seja, pode ser destruída
uma floresta às margens de um rio em São Paulo se for plantada outra em um
terreno em qualquer lugar do Brasil! Para piorar, não interessa que espécie de
floresta vai ser replantada. Pode ser destruída uma floresta de mata atlântica,
por exemplo, e replantada uma grande quantidade de eucaliptos, que
reconhecidamente seca os solos e afasta a vida animal.
A verdade é
que, assim como aconteceu com os direitos trabalhistas, as tentativas de
“flexibilizar” a legislação ambiental e o Código Florestal já vinham sendo
aplicadas desde 1990.
Em abril de
2010, acreditem ou não, uma comissão da Câmara dos Deputados, presidida pelo
conhecido ruralista Moacir Micheletto, o mesmo que defendia uma proposta de
redução da reserva legal na Amazônia de 80% para 25% da propriedade, apresentou
um relatório final para reformular o Código Florestal deixado pelos militares.
Para relator da matéria foi designado o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Em maio de
2011, o projeto do novo Código Florestal foi à votação, mesmo sem o apoio
popular e sem acordo entre os partidos. Além disto, foram introduzidas algumas
mudanças que só pioraram o projeto: permissão para o cultivo em Áreas de
Preservação Permanente (APP); a diminuição da conservação da flora em margens
de rios; a isenção de multa e penalidade aos agricultores que desmataram;
liberação do cultivo no topo de morros. O projeto foi votado e aprovado com 410
votos a favor, 63 contra e uma abstenção!
Sim, ao
contrário de que se imagina, tudo isso tem um enorme vínculo com a questão das
águas e da sua privatização. E outro aspecto que está diretamente ligado ao
problema das águas é a produção de energia hidrelétrica.
Vamos
esclarecer melhor. Na geração de energia conhecemos dois tipos de produção:
energias renováveis e não renováveis. As renováveis são aquelas que, depois de
produzir a energia que consumimos, não alteram a fonte da produção (hídricas,
eólicas, solares) e as não renováveis são aquelas que produzem energia, mas consomem
a fonte (nuclear, carvão, petróleo, etc). Ou seja, em um caso, não há
desperdício da fonte que produziu a energia. No outro a fonte é totalmente
consumida e não retorna à natureza.
A privatização
de Eletrobras, no Brasil, é mais um fator de preocupação com a questão da água.
Devemos considerar que mais de 60% da energia produzida no país é de origem
hídrica. Privatizando as usinas hidrelétricas (Eletrobras) estaremos também
entregando as águas que são acumuladas nas grandes represas e barragens e os
rios que estão alimentando. (Voltaremos ao assunto)
• Trump libera mais dinheiro contra Cuba. Donald Trump, o louco que quer ver o mundo se consumindo
em uma nova guerra, aprovou na sexta-feira (23) mais 20 milhões de dólares para
um “fundo” destinado a provocar uma “sublevação social” em Cuba. O valor já
está registrado no orçamento estadunidense para o ano fiscal de 2018 e pode ser
usado até outubro.
Interessante é que Trump vem fazendo constantes cortes
em outros investimentos do Estado, mas não pensou duas vezes em liberar a verba
para o Departamento de Estado, a USAID e alguns “programas de ajuda social”.
Vale destacar que o número de congressistas
estadunidenses comprometidos com os mercenários e golpistas cubanos é muito
significativo. O poder desse grupo é quase equivalente à bancada que defende os
interesses de Israel no Congresso dos EUA. E os dois grupos costumam trabalhar
em conjunto.
• Eleições mexicanas: precisamos acompanhar. Não só pela importância do país no mapa geopolítico da
América Latina, mas também porque devemos ter uma prévia das jogadas sujas
através das redes sociais.
O Instituto Nacional Eleitoral do México liberou, a
partir dessa sexta-feira (30), o início das campanhas dos candidatos às
eleições de 1 de julho. Estão oficialmente liberados os comícios, propagandas
eleitorais, programas de rádio e TV, imprensa e – aqui reside o problema – os
veículos digitais.
Analistas mexicanos esperam uma verdadeira enxurrada de
“fake news” (notícias falsas) como parte da estratégia de campanha de muitos
dos atuais candidatos. E milhões de mexicanos podem ser atingidos por essa onda
de mentiras sem terem condições de identificar quando é uma notícia verdadeira.
E o grande número de candidatos amplia a preocupação. Não só a Presidência
estará sendo disputada. Serão eleitos nove governadores e uma grande quantidade
de representantes locais.
As pesquisas estão um pouco embaralhadas. Andrés Manuel
López Obrador, da frente “Juntos Haremos Historia”, aparece com uma pequena
vantagem na sua terceira tentativa de chegar à Presidência. Ganhou o apoio do
“Movimiento de Regeneración Nacional” e de outros dois pequenos partidos.
Em segundo lugar nas pesquisas aparece Ricardo Anaya,
da frente “Por México al Frente”, apoiado por conhecidos partidos como “Acción
Nacional”, “Partido da Revolución Democrática” e “Movimiento Ciudadano”.
O candidato oficial, José Antonio Meade, do “Todos por
México”, só aparece em terceiro lugar, mas tem coligação com várias siglas:
“Partido Revolucionario Institucional”, “Partido Verde” e “Alianza Nacional”.
Há ainda uma candidata independente, Margarita Zavala.
• Skripal: desfazendo a mentira (1). O caso do espião russo aposentado que está internado
em Londres já causou muita confusão e alimenta milhares de mentiras em nossa
mídia. A desinformação de alguns jornalistas vinculados a O Globo é tão grande
que temos visto e ouvido absurdos. Os disparates são tão grandes que uma
comentarista esportiva do SPORTTV, na tarde de quinta-feira (29), fez matéria
sobre a Copa do Mundo na Rússia e comentou que alguns países europeus estão
anunciando que não enviarão autoridades. Tão desinformada está a pobre mocinha
que disse que o ex-espião russo “foi assassinado” com agentes químicos. Alguém
esqueceu de dizer que ele está vivo e internado em Londres.
Mas, deixando de lado a falta de preparo e a
parcialidade de alguns dos nossos jornalistas, vamos comentar algumas coisas e
levantar dúvidas sobre as notícias que recebemos.
Em primeiro lugar, cabe perguntar: que interesse teria
a Rússia em tentar matar um ex-espião que foi liberado pela própria Rússia em
uma troca política?
Sim, ao contrário do que diz nossa imprensa, ele não
era um “espião fugitivo da Rússia”, mas havia sido trocado em uma negociação
política. E Skripal, o tal espião, não representava qualquer ameaça imediata porque
estava afastado de suas funções há muito tempo e nunca teve ocupação de grande
importância no Serviço Secreto do país. Ou seja, o cara não tinha qualquer
informação importante e era um “zero à esquerda” no tabuleiro político.
• Skripal: desfazendo a mentira (2). Por outro lado, qual o interesse de Moscou em
desencadear um escândalo internacional às vésperas das eleições presidenciais
no país e quando a realização de uma Copa do Mundo em seu território está tão
perto? Cabe na cabeça de alguém tamanha bobagem?
Enquanto os jornais amestrados do ocidente insistem em
culpar Putin, ninguém fez a pergunta mais importante que poderia ser feita: o
que ganha o presidente russo com a tentativa de envenenamento às vésperas de um
processo eleitoral?
Mas podemos fazer algumas outras perguntas que seriam
bem embaraçosas. Por exemplo: não seria o “escândalo” uma boa razão para
desviar as atenções sobre os problemas ingleses com o Brexit (saída da zona do
euro)? E não seria também uma boa maneira de desviar a atenção do mundo das
recentes notícias sobre uma rede de pedófilos que age no país e que a Polícia
inglesa se recusou a investigar por “razões internas”?
• Skripal: desfazendo a mentira (3). Vamos seguir com nosso raciocínio sobre o caso. E,
para isso, é preciso lembrar que há alguns anos toda a mídia do ocidente e
todos os países comprometidos com os projetos da OTAN de uma guerra contra a
Rússia desdobram-se em acusações e falsas matérias para atacar a imagem de
Vladimir Putin. Isso não é segredo e nem é preciso ler muito para saber.
O ocidente, em particular os EUA, há muito tempo aposta
em uma mudança na política da Rússia e já gastaram “rios” de dólares
financiando possíveis “opositores” capazes de derrotar o Presidente. Mas ele
acaba de dar uma nova resposta, sendo reeleito com quase 80% dos votos do país!
E na sexta-feira (30) vemos uma notícia na Internet
bastante curiosa: Heather Nauert, a porta-voz oficial do Departamento de Estado
dos EUA, declarou a jornais locais que “o Departamento de Estado dos EUA não
recebeu qualquer prova que confirme a responsabilidade da Rússia no envenenamento
do ex-espião russo e de sua filha”.
Ao final da entrevista ela afirmou que “os EUA teriam
motivos para confiar no aliado, Reino Unido, que assegura ter as provas”! Ah!
Então tá, então! Não precisa ter provas, basta confiar. Onde é que já ouvimos isso?
• Skripal: desfazendo a mentira (4). O principal argumento usado pelo Reino Unido e muito
divulgado pela imprensa é que o produto usado no envenenamento teria sido um
produto desenvolvido na antiga União Soviética, na época da “Guerra Fria”.
Acontece que essa mesma imprensa “esquece” de incluir a
entrevista de Igor Nikulin, um ex-integrante da Comissão Sobre Armas Biológicas
da ONU, que, entrevistado, disse que o mesmo veneno já foi desenvolvido por
cientistas ingleses em Porton Down, localidade distante oito quilômetros de
onde aconteceu o envenenamento de Skripal (em Salisbury).
Segundo vários especialistas consultados, se a
Inglaterra não possuísse uma amostra da substância tóxica A-234, usada no
envenenamento, seria impossível identificar em poucas horas, como aconteceu. Se
não conhecessem o produto, se não tivessem uma amostra, a identificação
demoraria, no mínimo, uma semana, dizem os biólogos consultados.
• Skripal: desfazendo a mentira (5). E já que chegamos a este ponto, por que o Governo do
Reino Unido tem se recusado a dar informações sobre o antídoto que foi usado
para salvar Serguéi Skripal e sua filha Yulia?
É isso mesmo. Nossos jornais não comentam, mas os dois
foram levados a um hospital e salvos porque receberam um antídoto contra a tal substância
tóxica que seria uma “arma secreta” da Rússia. Mas, se já havia um antídoto,
como era uma arma secreta do tempo da União Soviética? E como os médicos que
atenderam ao caso já tinham o antídoto?
Agora, cada um tire suas conclusões.
• A barbárie de Israel.
Em 1948, depois de manobras políticas e militares, Israel conseguiu expulsar milhões
de palestinos de suas terras ancestrais.
Historicamente, o povo palestino foi um dos “cinco
Povos do Mar” que fugiram com suas famílias para as costas da Anatólia e
chegaram ao Delta do Nilo, fugindo da Guerra de Troia (segundo Heródoto, 1.250
a. C). Os árabes que chegaram depois fundiram-se aos palestinos.
No dia 14 de maio de 1948 foi criado o Estado de Israel
e no dia seguinte, 15 de maio, começou a tomada de terras palestinas pelo novo
Estado. Essa data é lembrada pelos palestinos como a Nakba (a tragédia) e é
marcada a cada ano com uma marcha que representa a luta pela terra natal e a
volta para “o lar”.
Neste ano Israel resolveu passar de todos os limites em
sua barbárie contra aquele povo. Segundo matéria em Opera Mundi, ao menos 12
palestinos foram mortos nos ataques israelenses e mais de mil ficaram feridos
em Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. O órgão declarou
emergência e solicita que as pessoas se dirijam aos hospitais para doarem
sangue e evitar que mais palestinos engrossem a lista de óbitos.
Dentre os mortos no ataque israelense, está o escultor
Muhammad Abu Amro, de 22 anos, executado por franco atiradores sionistas
enquanto fazia uma escultura na areia de uma praia em Gaza.
Segundo alguns sites internacionais, a ONU pediu “mais
moderação” para Israel! Não, não é uma piada. A ONU pediu moderação a Israel
como a mãe que briga com a criança: ai, ai, ai... a mamãe não gostou.
• Guerras aumentam a fome no mundo. O número de pessoas que passam fome no planeta
aumentou consideravelmente nos anos recentes, em grande parte devido ao aumento
dos conflitos militares mais recentes.
A FAO e o Programa Mundial de Alimentação, organismos
da ONU, publicaram o Informe Mundial da Crise Alimentar 2018 e mostra o tamanho
do problema. São quase 130 milhões de pessoas, em 51 países, sofrendo com
severa insegurança alimentar. Isto significa um crescimento de 11% em relação
ao ano anterior.
Entre outras coisas, o Informe atribui o aumento da
fome ao crescimento dos conflitos em vários países, em particular as guerras
internas nos mais pobres e periféricos do planeta.
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