Barbárie
STJ aceita ação contra desembargadora que atacou Marielle e Wyllys
por Redação — publicado 25/04/2018 12h16
A ministra Nancy Andrighi acatou a queixa-crime movida contra Marília Castro Neves por perdir "paredão de fuzilamento" contra deputado
Reprodução / Facebook
A desembargadora também espalhou fake news sobre a vereadora Marielle Franco
O Superior Tribunal de Justiça aceitou uma queixa-crime apresentada pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) contra a desembargadora Marília Castro Neves, 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que pediu um "paredão de fuzilamento" em suas redes sociais contra o parlamentar.
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Em despacho, a ministra Nancy Andrighi reconhece a queixa-crime contra a desembargadora pela prática do crime de injúria majorada. A magistrada determinou um prazo de 15 dias para Neves se manifestar sobre o caso. A intimação já foi disponibilizada ao Ministério Público Federal. O advogado responsável pelo caso é o deputado petista Wadih Damous.
Em suas redes sociais, a desembargadora espalhou notícias falsas sobre a vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em 14 de março, ao afirmar que ela estaria "engajada com bandidos". Neves afirmou ainda que a parlamentar foi "eleita pelo Comando Vermelho".
Em seguida, ao comentar uma outra publicação no Facebook, ela defendeu um "paredão profilático" para Wyllys. Ela disse que o parlamentar não valeria "a bala que o mate e o pano que limpe a lambança", e ainda fez uma piada homofóbica em seguida. Após outro usuário afirmar que "quanto ao paredão, de costas, ele adoraria", Neves afirmou: "Tenho dúvidas... o projétil é fininho".
Histórico de agressões
Não é de hoje que a desembargadora utiliza as redes sociais para divulgar sua ignorância. Certa vez, ela tripudiou de uma professora portadora de síndrome de down. "O que será que essa professora ensina a quem??? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto".
Ela também costuma fazer pouco caso de questões como assédio sexual e direitos das minorias. Em 2015, ele criticou mobilizações relacionadas às pautas. "Assédio sexual é o quê? Paquera no trabalho???? Francamente!!!! Será que não temos nada mais importante pelo que lutarmos???? Uma pia de louça para lavarmos???", escreveu. Na mesma publicação, questionou o que seriam as chamadas "minorias" e defendeu que as mulheres são "numericamente superiores aos homens".
Ela também costuma fazer pouco caso de questões como assédio sexual e direitos das minorias. Em 2015, ele criticou mobilizações relacionadas às pautas. "Assédio sexual é o quê? Paquera no trabalho???? Francamente!!!! Será que não temos nada mais importante pelo que lutarmos???? Uma pia de louça para lavarmos???", escreveu. Na mesma publicação, questionou o que seriam as chamadas "minorias" e defendeu que as mulheres são "numericamente superiores aos homens".
A desembargadora já afirmou também que o líder negro Zumbi dos Palmares é um “mito inventado”, que serviria para “estimular um racismo que o Brasil até então não conhecia".
Em outra oportunidade, já questionou em suas redes sociais o conceito de social-democracia. Ela disse que "custa a crer que seres letrados sequer considerem a existência disso". Segundo ela, ou é social ou é democracia porque "socialistas veneram a ditadura".
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