CELSO AMORIM: LULA É PEÇA-CHAVE NA CONCILIAÇÃO NACIONAL
CELSO AMORIM: LULA É PEÇA-CHAVE NA CONCILIAÇÃO NACIONAL
Ex-chanceler e ex-ministro da Defesa, Celso Amorim avalia que uma conciliação nacional para superar a crise brasileira só será possível com a participação de Lula; "O momento do País poderá exigir a libertação do ex-presidente", considera; em entrevista à TV 247, ele critica duramente os atos mais recentes do governo Donald Trump; "Se algum país que os EUA não gostassem prendesse crianças em jaulas, isso já seria pretexto para uma invasão militar estadunidense"; assista
TV 247 - Chanceler do governo Lula e ministro da Defesa durante o governo Dilma Rousseff, Celso Amorim concedeu entrevista à TV 247 nesta semana, na qual enfatizou que "uma conciliação nacional para superar a crise passa pelo ex-presidente Lula".
"O Brasil encontra-se numa completa anomia, sendo urgente uma repactuação nacional entre as forças democráticas, mas tal conciliação não irá ocorrer sem a participação de Lula. O momento do País poderá exigir a libertação do ex-presidente", reflete.
Amorim considera que o papa Francisco é solidário a Lula. "De forma muito objetiva, o pontífice retratou em sermão como funciona o mecanismo, que parte pelo principio da calúnia, conta com o apoio do Judiciário e depois vem o golpe de Estado. Ele narrou exatamente o ocorrido no Brasil", avalia.
Celso Amorim citou ainda um princípio antigo da ciência política: "não há um cidadão livre se o Estado não é soberano".
EUA perdidos
Discorrendo sobre a violação de direitos humanos cometido pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, com sua política de tolerância zero às imigrações, ele compara: "se algum país que os EUA não gostassem prendesse crianças em jaulas, isso já seria pretexto para uma invasão militar estadunidense".
Após enjaular e separar 2.000 famílias que buscavam nos EUA uma perspectiva de vida melhor, o governo estadunidense resolveu abandonar o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas somando-se aos países Eritreia, Coreia do Norte e Irã, que não possuem cadeira na instância da ONU.
Ao analisar as últimas ações desordenadas da maior nação bélica mundial, ele afirma: "está difícil compreender as atitudes dos EUA. Ao contrário do que historicamente demonstrou, a potência hoje parece estar perdida, sem projeto para o mundo, só pensam no uso da força econômica ou militar".
Imperialismo avança na América Latina
Sobre a conjuntura da América Latina, Celso Amorim ressalta que a adesão da Colômbia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é um agente facilitador para os EUA construírem bases militares no país, local que é fortemente marcado pelas questões do narcotráfico.
"Acredito que o governo colombiano tem a perspectiva de receber maiores investimentos e apoio militar, evitando uma possível ameaça de as Farc renascer num futuro, mas são apenas projeções imaginárias", projeta o ex-ministro.
Celso Amorim, que já foi considerado o "melhor chanceler do mundo", teve seu nome cotado pelo PT para ser candidatar ao governo do Rio de Janeiro, mas declara que não disputará o pleito. "Não é conveniente para mim neste momento, estou tomado pelas questões nacionais. Agora acho muito importante a candidatura da Márcia Tiburi, tem meu total apoio", diz. O nome da filósofa foi oficializado na semana passada pelo partido para disputar o governo do Rio.
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