terça-feira, 19 de junho de 2018

HIPOCRISIA SEM LIMITES DOS EUA EUA se retiram do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Internacional

EUA se retiram do Conselho de Direitos Humanos da ONU

por Redação* — publicado 19/06/2018 19h35, última modificação 19/06/2018 19h36
País alegou "preconceito crônico contra Israel" por parte do órgão internacional
Ozdil/Picture Alliance
EUA certa.jpg
A representante dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira 19 que estão deixando o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, mencionando como uma das principais razões um "preconceito crônico contra Israel" por parte do órgão internacional.
A decisão foi anunciada pela embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, em coletiva de imprensa em Washington. "Por muito tempo o Conselho de Direitos Humanos tem sido um protetor de agressores dos direitos humanos e uma fossa de preconceito político", acusou a diplomata.
"Os regimes mais desumanos do mundo continuam escapando do escrutínio", acrescentou Haley, afirmando que os EUA "continuarão liderando os direitos humanos fora desse conselho erroneamente batizado. Se ele for reformado, ficaremos felizes em retornar", disse. "Damos este passo porque nosso comprometimento não nos permite continuar fazendo parte de uma organização hipócrita, autocentrada, que faz gozação dos direitos humanos."
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão dizendo que "teria preferido muito" que os Estados Unidos permanecessem no Conselho. "A arquitetura de direitos humanos da ONU tem um papel muito importante na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo".
A diplomacia norte-americana já não escondia suas diferenças com o Conselho, ao qual Washington acusava de ter se mobilizado por sentimentos contrários a Israel e pela presença de países que o governo considera que não devem ter um assento.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi criado em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos e é formado por 47 países-membros escolhidos por maioria absoluta na Assembleia Geral da ONU.
Em junho de 2017, Haley já tinha exigido uma reforma do Conselho, e este ano Washington impulsionou um projeto de resolução que contemplava mudanças profundas neste grupo.
Entre as propostas americanas destacam-se um dispositivo para que países acusados de cometer violações dos direitos humanos possam ser excluídos do Conselho por maioria simples na Assembleia e não por voto de dois terços.
Exigia também que a questão dos "direitos humanos na Palestina" não fosse incluída na agenda de forma sistemática.
*Com informações da DW e AFP

Nenhum comentário:

Postar um comentário