CHEGA DE RETROCESSOS
Povo do semiárido começa caravana de 4 mil quilômetros contra a volta da fome
Ativistas vão percorrer o país para denunciar o crescimento da miséria no país. Ato cultural pediu o retorno de políticas públicas inclusivas
por Redação RBA publicado 27/07/2018 18h35, última modificação 27/07/2018 18h42
REPRODUÇÃO/BRASIL DE FATO
São Paulo – A cidade de Caetés (PE) deu início nesta sexta-feira (27) à Caravana do Semiárido Contra a Fome. O objetivo é atravessar o país com três ônibus para denunciar o crescimento da miséria no Brasilapós o golpe de 2016, que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff. “Em 2014, eram 5 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza. Hoje, esse número aumentou para 12 milhões”, disse a presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco, Cícera Nunes da Cruz. O percurso total deve ser de aproximadamente 4,3 mil quilômetros.
A caravana, liderada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e outras entidades reunidas na Frente Brasil Popular, deve seguir para Feira de Santana (BA), Belo Horizonte, Guararema (SP), Curitiba e, por fim, Brasília. Os manifestantes temem que o Brasil volte para o Mapa da Fome da ONU, de onde havia saído durante o governo Lula. “A maioria dos que passam fome é negra, nordestina. Crianças, estão nas periferias. A classe trabalhadora, onde o Lula nasceu e lutou, está aqui para lembrar que ele foi o melhor presidente desse país”, disse Cícera.
“Vamos dizer que precisamos da ajuda de Lula urgente. Ele precisa voltar às ruas. A direita e a extrema-direita o colocaram na cadeia, mataram a Marielle Franco, mataram muitos lutadores, mas não matam a vontade do povo brasileiro. Não vão conseguir tirar nossa vontade de ter um país democrático e justo”, completou. O ato seguiu com fala de lideranças de movimentos sociais e de lideranças locais, como o prefeito Armando Duarte (PTB). Foram mais de 5 mil pessoas presentes, segundo organizadores.
O jovem cearense Antônio Hemerson estuda agricultura em uma Escola de Família Agrícola (EFA), em Pires Ferreira. Ele segue com a caravana e disse que luta “por um Estado democrático de direito, na luta por políticas públicas e por mais direitos”. Já Gilberto Ferreira é primo de Lula, que nasceu em Caetés. Ele conta que conviveu com o ex-presidente na infância. “Ele saiu daqui no ano de 1952. Foi pra São Paulo e destinou a vida dele. Foi deputado federal e duas vezes presidente. Nossa vida melhorou muito depois dos governos de Lula e Dilma, mas melhorou como a de todas as pessoas humildes do país.”
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, falou após apresentações culturais que também marcaram o ato. “O lugar de Lula é nas ruas, conversando com a gente, ajudando a resolver os problemas dos mais pobres. Todos os dias em Curitiba, damos bom dia, boa tarde e boa noite para o presidente Lula. Eu já estive lá. E vamos todos nós agora também fazer o mesmo. É de arrepiar, estamos nessa corrente bonita”, disse, sobre a Vigília Lula Livre.
“No dia 4, estaremos em Brasília depois dessa caminhada para tratar de política. Vamos dizer para o Brasil e para o mundo que não queremos que a fome volte para o país, estamos caminhando para voltar ao Mapa da Fome", alertou. "Esta é nossa via da denúncia. Estávamos caminhando em passos largos para frente, com inclusão, emprego e renda. Descobrimos o pré-sal e estávamos investindo em saúde e educação. Agora, eles entregaram de graça para os capitalistas norte-americanos. O Congresso votou tudo que é ruim para o povo, o Supremo Tribunal Federal foi omisso quando depuseram uma presidenta honesta e está sendo covarde outra vez deixando Lula preso sem prova e sem crime. Mas nós vamos continuar na luta”, completou.
Com informações do Brasil de Fato
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