sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Defensores da liberdade de Lula e mãe de Marielle se encontram com papa Francisco


COMITIVA

Defensores da liberdade de Lula e mãe de Marielle se encontram com papa Francisco

Comitiva de brasileiros foi ao Vaticano para denunciar violações de direitos humanos e arbitrariedades em curso no Brasil. Francisco critica aliança entre mídia e Judiciário para destruir reputações
por Redação RBA publicado 03/08/2018 13h45, última modificação 03/08/2018 15h17
REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL
Papa Francisco
"Hoje as pessoas precisam provar que são inocentes", disse o papa Francisco à advogada Carol Proner
São Paulo – O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (3) uma delegação de brasileiros que denunciaram violações de direitos humanos ocorridas no país, bem como a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estiveram presentes no encontro Marinete Silva,mãe da vereadora MarielleFranco, morta em março no Rio de Janeiro em crime ainda não solucionado, a pastora luterana Cibele Kuss, o ex-ministro Direitos Humanos e ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV) Paulo Sérgio Pinheiro e a advogada Carol Proner.
À colunista Mônica Bergamo, Carol relatou ter entregado dois livros ao papa – um sobre o golpe do impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, e outro sobre os abusos cometidos pela Lava Jato contra Lula. Segundo ela, Francisco teria manifestado preocupação com o cenário político da América Latina. 
"Eu expliquei a ele que a forma como a Operação Lava Jato está sendo conduzida, com a flexibilização de provas, de forma seletiva, e com a mídia elegendo juízes heróis, acaba gerando injustiças. Disse que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) violou um direito universal, que é o da presunção da inocência", afirmou a advogada, que destacou que as arbitrariedades cometidas contra Lula prejudicam milhares de pessoas que têm seus direitos violados de forma "irreparável". 
O papa então teria feito comentários sobre a aliança entre setores do Judiciário e da mídia, que atacam reputações e julgam sumariamente, sem respeitar o devido processo legal e o direito de defesa, assim como havia dito em homilia proferida em maio passado. "Hoje as pessoas precisam provar que são inocentes", teria dito o Sumo Pontífice.
Ontem o papa recebeu a visita do ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim. Amorim entregou ao pontífice uma versão em italiano do livro A Verdade Vencerá, em que o ex-presidente Lula narra a perseguição judicial de que é vítima com o objetivo de impedir a sua candidatura nas eleições deste ano.

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