domingo, 19 de agosto de 2018

LULA "Se não cumprir decisão da ONU, Brasil pode ter eleição questionada", afirma advogado


LULA

"Se não cumprir decisão da ONU, Brasil pode ter eleição questionada", afirma advogado

Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula nos processos da Lava-Jata afirma que Brasil deve ter cautela

"Não se trata de uma mera recomendação", afirma advogado / Reprodução Portal Vermelho
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula nos processos da Lava Jato, afirmou, em entrevista coletiva na tarde desta sexta (17), que a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU em defesa da candidatura de Lula é "uma grande vitória". Para ele, a determinação do órgão é vinculante (deve ser cumprida obrigatoriamente) e se impõe à lei brasileira.
"Não se trata de uma mera recomendação. O STF já reconheceu que tratados internacionais estão acima da lei. Sobretudo os tratados que versam sobre os direitos humanos. Se o Brasil reconheceu a jurisdição, o Brasil tem que respeitá-la e cumpri-la porque ela tem efeitos vinculantes sobre todos os órgãos. Todos têm que seguir: o presidente da República, o presidente do STF, o presidente do STJ e todos juízes e autoridades que estejam de alguma forma envolvidas na prisão do Lula", lembrou Zanin na entrevista concedida junto com os ex-ministros Paulo Sérgio Pinheiro e Celso Amorim, que foi chanceler durante o governo Lula.
"A Procuradoria Geral da República já manifestou ao STF que a jurisdição brasileira submeteu-se às decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos, reconhecendo que o cumprimento de suas decisões é mandatório", destacou Zanin.
“O Comitê determina ao Brasil que não tome decisões irreversíveis, uma vez que a ONU pode reconhecer as violações contra Lula depois das eleições”, explicou.
"Esperamos o cumprimento", completou Zanin. "É importante lembrar que não foi hoje que o Comitê tomou conhecimento, mas desde junho de 2016", destacou ainda o advogado. Segundo ele, se o Brasil "não cumprir" a determinação da ONU, "essas eleições serão questionadas internacionalmente".
O Comitê de Direitos Humanos da ONU acolheu, nesta quinta (17) pedido de liminar formulado pela defesa de Lula contra a possibilidade de o ex-presidente não participar das eleições presidenciais. 
O comitê determinou ao Estado Brasileiro que “tome todas as medidas necessárias para permitir que o autor [Lula] desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido politico.”
A liminar pede “que o autor [Lula] concorra nas eleições presidenciais de 2018 até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados em um procedimento justo e que a condenação seja final.”
Edição: Redação

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