Para quem acha que o povo vai “errar”
Do jornalista e biógrafo Lira Neto, no seu Facebook:
Faltavam apenas cinco dias para a eleição presidencial de 1945. Naquela época, é claro, não existiam internet, redes sociais e muito menos WhatsApp. Nem mesmo havia TV. A informação, imaginava-se, corria de modo lento. O favorito, ao que tudo indicava, era o brigadeiro Eduardo Gomes, um homem autoritário, conservador nos costumes, apoiado pelos liberais da UDN e que prometia impor a ordem, diminuir o estado, promover a autoridade e consertar o país. Getúlio Vargas, recém-derrubado pelos quartéis, estava aparentemente sozinho, derrotado, politicamente morto, preso à própria rede de dormir, em São Borja. Até o momento em que, às vésperas do pleito, anunciou que apoiaria o general Eurico Gaspar Dutra, um mal menor, candidato que aparecia como um azarão em todas as sondagens da imprensa. “Ele disse: votai em Dutra”, propagandearam os seus militantes. Em menos de uma semana, tal frase decidiu a eleição. Dutra foi eleito. E Getúlio preparou a volta ao poder, dali a cinco anos.
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