terça-feira, 25 de setembro de 2018

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Todos contra o PT?
Alguns analistas políticos, em especial no exterior, já começam a olhar para as eleições presidenciais no Brasil como um plebiscito onde estão “os do PT” e os “anti-PT”. E alguns chegam a falar que está sendo reeditada a campanha de 1989 que foi decidida através de uma fraude da mídia, como todos ainda lembram. Um fato que não podemos desprezar é que a direita não suporta mais uma derrota, depois de quatro eleições.
Um segundo fato que não pode ser desprezado é que o PT (entenda-se Lula da Silva) está demonstrando uma força que não era esperada pela direita depois de todo o trabalho que tiveram para dar o golpe em 2016 e para desacreditar o partido a partir de então. Não tem como desprezar a força da transferência de votos de Lula para Haddad em apenas uma semana, fazendo com que o candidato saísse de um deslocado terceiro lugar para um avançado e já considerado certo segundo lugar, a caminho do segundo turno eleitoral. Até mesmo “analistas” de direita já pensam que não há como impedir a chegada de Haddad na disputa final.
E isso está “tirando o sono” do PDT que já dava como certa a ida de Ciro Gomes para um enfrentamento com Bolsonaro e contava com os votos do PT. Essa tática levou os “ciristas” a um programa “palatável”, possível de ser assimilado pela esquerda e também por parte do centro que não quer se identificar com Bolsonaro. Aliás, o “centrismo” do candidato fica claro quando ele, em entrevista ao jornal O Globo, afirma ser “oposição ao Haddad e ao Bolsonaro”! Como assim? Será que ele tem pretensões de ser algo que ninguém conseguiu ser em toda a história republicana, desde a Revolução Francesa? Será que ele tem a fórmula de “não ser uma coisa e nem outra” em política? Seria interessante ver isso...
O terceiro aspecto ser analisado é o perigoso caminho das ameaças com golpes contra a Democracia no país. Não poderia ter ficado sem resposta adequada a declaração feita pelo candidato da extrema-direita quando, em transmissão ao vivo, diz que vai perder no segundo turno por conta de uma fraude da urna eletrônica que o PT já teria armado. Abriu o caminho para contestar o resultado e tentar um golpe de Estado? Por que ficou sem resposta da Justiça Eleitoral? Mais grave ainda é que, na mesma declaração, ele “agradece” ao apoio que vem recebendo na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, “como cidadãos e não como instituição”.
A colunista Tereza Cruvinel, do Jornal do Brasil, destacou muito bem o tema: “Bolsonaro disse coisas muito graves, que não podem ser relevadas só porque sofreu um atentando e está visivelmente debilitado. O que ele disse expressa a percepção de segmentos militares e civis que gravitam em sua órbita. Não são de agora suas críticas a uma suposta vulnerabilidade da urna eletrônica. Disse ele que ‘a narrativa agora (a partir das últimas pesquisas) é a de que perderei no segundo turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno existe, talvez até no primeiro’. E ainda: ‘O PT descobriu o caminho para o poder: o voto eletrônico’. Para ele, o partido disporia de programas que poderiam inserir uma média de 40 votos em cada urna, em todo o país. Antes, afirmou que Lula, podendo fugir, e contando com proteção de ditaduras estrangeiras, só pode ter se entregado porque tinha um plano B. O plano da fraude, para eleger Haddad, que o indultará. Não apenas o PT mas todos os candidatos deveriam repelir tão graves afirmações sem a apresentação de indícios ou provas, que buscam desqualificar, por antecipação, a eleição de que o país precisa tanto para sair do beco em que se encontra”.
Há um quarto aspecto que parece estar “passando em branco” em muitas análises: o papel cada vez mais sujo e submisso do nosso “judiciário”. Afinal de contas, na mesma semana que “generais de pijamas” vão para os jornais fazer declarações incabíveis em uma democracia, o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dias Toffoli, assumiu o cargo e causou arrepios quando anunciou a criação de um cargo de Assessoria Especial para a Presidência do STF. E Dias Toffoli não se contentou com qualquer um para seu assessor. Foi buscar Fernando de Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército, o segundo posto mais alto no comando da tropa, atrás apenas do general Eduardo Villas Bôas, o comandante geral!
Bem, são quatro fatos aqui citados, quatro aspectos que precisam ser levados em consideração.
Nazismo foi criado pela esquerda? Quando você pensa que já viu e leu de tudo, vem a extrema-direita brasileira para divulgar abertamente um dos maiores absurdos históricos. O discurso dos seguidores do excremento foi tão assustador que provocou uma resposta da própria Embaixada da Alemanha no Brasil. Mas vamos nos ater a uma carta enviada por uma brasileira que mora no exterior e enviou a mensagem por redes sociais onde diz que sempre defendeu a imagem do nosso país lá fora, mas acordou nesta semana com uma imensa vergonha.
Diz ela: “Em um dos maiores jornais suecos (DN) havia hoje uma grande matéria sobre a minha vergonha, a extrema-direita crescente no Brasil. A Alemanha foi a primeira a pontuar as falsas afirmações que a extrema direita anda espalhando nas redes sociais. A matéria do jornal se inicia: ‘O ambiente intenso nas eleições presidenciais do Brasil trouxe afirmações assustadoras para as redes sociais. A mais absurda delas é do eleitorado do candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, que diz que o nazismo se iniciou através do comunismo e que extermínio nunca aconteceu’.”
Segundo ela, o jornal afirma que “Muitos dos eleitores de Bolsonaro acreditam que o nazismo é um movimento da esquerda… …Muitos ligam o nome do partido político extremista da direita alemã, o Partido dos trabalhadores alemães ao nome do partido da esquerda brasileira, PT- Partido dos Trabalhadores.”
Raquel Sandblad, essa brasileira no exterior, diz ainda: “O caso se tornou grave e agora conhecido no exterior. A embaixada alemã, por conta das falsas afirmações a respeito do extermínio que a extrema direita executou na Europa tratou de fazer um filme para instruir brasileiros e explicar que o nazismo é parte da ideologia da extrema direita e que na Alemanha é proibido dizer que o extermínio nunca aconteceu. – Os alemães querem se lembrar dos horrores para nunca errarem novamente”.
Mas, no dia seguinte da divulgação do vídeo feito pela Embaixada alemã, Eduardo Bolsonaro, filho do inominável, escreveu em sua página na Internet: “A maioria das pessoas acredita que o Nazismo foi fruto da Extrema-Direita fascista, graças a um discurso bem orquestrado e repetitivo da nossa mídia esquerdista. O Nazismo jamais poderia ser considerado de Direita, pois para isso precisaria ser a favor do Liberalismo Econômico, do Capitalismo e do Estado Reduzido, e isso Nunca aconteceu”. E outras bobagens que nem dá para citar aqui. E quando pensamos já ter ouvido todas as asneiras do mundo esses caras se superam!
Por que os agrotóxicos devem ser assunto nessas eleições? Durante a semana, em conversa com dois amigos, falei sobre agrotóxicos e a situação da saúde no país. Um deles se espantou e disse que “isso é coisa para depois” porque “temos coisas mais urgentes para discutir nessas eleições”. Bem, fui obrigado a conversar um pouco mais para esclarecer que é urgente, sim.
Quase todos os candidatos à presidência falam em orçamento e reforma na política fiscal, mas poucos já se debruçaram sobre a questão do peso dos agrotóxicos nessa política fiscal e econômica. E o meu amigo disse que eu estava “surtando”, até que expliquei que o Brasil deixou de arrecadar R$ 6,85 bilhões entre 2011 e 2016 ao conceder incentivos fiscais à compra de agrotóxicos!
Isso mesmo, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), esse é o número real e só vem se agravando desde 2016. E o mesmo documento diz que "este ciclo perverso é sustentado e protegido pela Frente Parlamentar da Agropecuária, um conjunto de políticos que formam até 40% da bancada na Câmara e que atua para aprofundar esse modelo de produção de alimentos que enriquece alguns, ao mesmo tempo em que envenena a população”! E o pior disso é que o nosso Congresso (deputados e senadores) debate vários projetos sobre a divulgação ou não dos nomes dos grandes beneficiários dessa “ajudinha” do Estado. Entenderam agora?
E o Brasil caminha na contramão de diversos países do mundo e das resoluções da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nosso Congresso avança rapidamente na liberação de agrotóxicos e aprovação de projetos de lei que abrandam as restrições ao uso de químicos agrícolas que, segundo dados da Organização das Nações Unidas, são responsáveis pela morte de 193 mil pessoas todos os anos.
Mas, e isso derrubou a resistência do meu amigo no debate, dos 13 candidatos à Presidência em 2018, apenas 3 falam em agrotóxicos nos seus Programas de Governo: Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSol) e Marina Silva (Rede) comprometem-se a adotar medidas nesse sentido. Subindo no muro, Ciro Gomes (PDT) propõe a utilização de “defensivos agrícolas específicos para as nossas culturas e problemas, de menor conteúdo tóxico para pessoas e o meio ambiente, e incentivo à adoção de sistemas de controle alternativos na agricultura, prática essa que se constitui em uma tendência mundial”. Os demais sequer têm o termo agrotóxico ou similares em seus programas registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
P’rá frente Brasil! O torcedor brasileiro deve estar esperançoso quando fica sabendo que, na América Latina, só um país está na nossa frente: o Haiti. Isso mesmo, o nosso país só está perdendo para o Haiti e vence qualquer outro na região! Qual o esporte em questão? Ah! Não é um esporte... Estamos falando de desemprego!
Isso mesmo, desemprego. Em meio à crise econômica, o desemprego no país chegou a 12,9% da população economicamente ativa e que tentou buscar um trabalho. Quase um terço dos jovens entre 15 e 24 anos tentou e não encontrou emprego e 24,8% nem trabalham nem estudam. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tem, ao todo, 12,9 milhões sem trabalho, além de 4,8 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego).
De 20 países da América Latina, só o Haiti - que tem apenas o 168º maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 189 países avaliados pela ONU - conta com situação pior que a do Brasil, que é o 79º no ranking do IDH. De acordo o Pnud, 14% dos haitianos estavam desempregados no ano passado, percentual que chegava a 36% dos jovens.
O terceiro país da lista, atrás do Brasil, é a Colômbia, com 9% da população desempregada e um índice de jovens fora do mercado de trabalho bem menor, de 18,4%. Mesmo a Venezuela, que vive uma crise econômica provocada pelo bloqueio imposto pelos EUA, aparece melhor que o Brasil: 8,1% dos venezuelanos estavam sem emprego, problema que atingia 17,6% dos que têm entre 15 e 24 anos, segundo a estimativa divulgada com base em dados da OIT.
Ah! Para não esquecer, a menor taxa de desemprego da região é de Cuba! Como dizem os riquinhos de direita, “vai para Cuba, vai”!
Contra a grande armação neoliberal. Nosso Informativo tem comentado sobre os golpes na América Latina e a perseguição aos ex-presidentes que ousaram enfrentar o poder estadunidense e criar uma política independente para seus países. Não bastou derrubar o presidente brasileiro, Lula, ou montar esquemas milionários para vencer na Argentina e no Equador. Era preciso mais, era preciso humilhar e tentar apagar os nomes desses heróis da história da Nossa América. E, para isso, contam com judiciários vendidos, políticos corruptos e com uma mídia submissa que vive das migalhas das grandes empresas.
A verdade está agora sendo demonstrada e repudiada em um encontro de parlamentares que acontece em Viena, na Áustria. Trata-se da reunião das Comissões Parlamentares Permanentes da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (Eurolat).
Na quarta-feira (19), em declaração conjunta das bancadas parlamentares da Europa e América Latina, os representantes que participam do encontro divulgaram uma declaração conjunta criticando a perseguição que sofrem esses ex-presidentes. E o documento cita textualmente os ex-presidentes do Brasil, Lula da Silva, do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Kirchner, e diz que tal situação tem como objetivo impedir que eles possam se candidatar em eleições presidenciais futuras.
Os parlamentares expressaram solidariedade “diante da grave crise democrática e da afronta à Constituição brasileira verificados no Brasil desde o golpe cometido contra a presidenta Dilma Rousseff”. Os políticos também exortam os brasileiros a responderem à atual situação, em 7 de outubro, rechaçando “o risco de regresso à ditadura e as políticas neoliberais em curso”.
Sobre a Venezuela. Os parlamentares da Eurlat também falaram sobre a crise forjada na Venezuela. “Rechaçamos os ataques à Venezuela e as medidas unilaterais contra sua soberania política e econômica impulsionadas pelos Estados Unidos e a União Europeia”, diz o comunicado.
A questão da imigração de venezuelanos para outros países da região (ver matéria adiante) também foi abordado pelos parlamentares, que destacaram “a manipulação do tema da migração econômica na região para justificar uma intervenção estrangeira”.
Sobre a Nicarágua. Outro país sob a mira da Casa Branca para mais um golpe, a Nicarágua também mereceu atenção no encontro e os parlamentares se solidarizaram com o povo do país e denunciaram o que consideram ter sido uma tentativa de golpe contra o presidente Daniel Ortega. “Condenamos todos aqueles que, colocando em questão a soberania e os interesses da pátria nicaraguense, apostam na desestabilização, aqueles que dirigiram delinquentes e grupos de vândalos para executar atos terroristas e violentos”.
“Nos unimos na luta contra a ingerência estrangeira e pela sustentabilidade da soberania da Nicarágua”, diz o texto.
O mundo condena Almagro. O capacho estadunidense Luis Almagro foi duramente criticado pela comunidade internacional por suas declarações absolutamente absurdas que ferem os direitos de uma nação soberana como a Venezuela. Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), afirmou em uma entrevista “não descartar” uma ação militar para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.
Em nota divulgada no sábado (15), a ALBA-TCP, formada pelos governos de Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Venezuela, afirmou que as declarações de Almagro “são uma evidência clara dos planos desestabilizadores e de intervenção contra a democracia e a soberania dos governos progressistas da região”. Além disso, afirmou a organização, o secretário-geral da OEA “busca aprofundar e agudizar os ataques que alguns governos da região vêm desenvolvendo contra a Venezuela”.
Além disso, 11 países do chamado “Grupo de Lima”, incluindo o Brasil, rechaçaram a hipótese de uma intervenção militar para derrubar Nicolás Maduro na Venezuela. “[Os países] Expressam sua preocupação e seu rechaço a qualquer curso de ação ou declaração que implique uma intervenção militar ou o exercício da violência, a ameaça ou o uso da força na Venezuela”, conclui a declaração.
Também assinam a declaração Argentina, Chile, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
Dizendo que “não disse o que disse”! Depois de tomar um baita “pito” de quase todos os governos da América Latina, incluindo os que estão sob domínio de Washington, e de entidades internacionais, Luis Almagro resolveu limpar a sua barra e disse aos jornais que não disse o que disse!
Procurou a imprensa amestrada de sempre para dizer que não sugeriu uma intervenção militar na Venezuela. Na segunda-feira (17) declarou que “sempre deixei claro que precisamos esgotar os caminhos das ações diplomáticas e que devemos deixar todas as opções abertas”, e o blábláblá de sempre. Mas deixou-se trair por seu próprio veneno, no final da entrevista, ao dizer que “está disposto a lutar até que caia o governo de Nicolás Maduro”, em flagrante crime internacional ao pregar o golpe contra um presidente democraticamente eleito.
“Plano volta à Pátria”! Por que os nossos jornais “verdadeiros e muito preocupados com as notícias” não estão divulgando o retorno de milhares de venezuelanos ao país? Por que continuam fazendo a propaganda de que o povo da Venezuela está fugindo de uma “ditadura sanguinária” quando a verdade é bem diferente? Por que, em nenhum momento, falam do bloqueio econômico que está sendo mantido pelos EUA e pela UE contra o país, sufocando sua economia?
Não importa por quais motivos nossa imprensa mente tanto. Nós sabemos muito bem... Mas o fato concreto é que, depois de uma propaganda e de uma campanha financiada pela CIA e pela Casa Branca para criar “milhares de refugiados venezuelanos que fogem de Maduro para outros países do continente”, a farsa vai chegando ao fim. Em primeiro lugar porque essas pessoas foram iludidas com promessas de empregos e de vida digna nos outros países e encontraram mais miséria, desemprego e desesperança. Em segundo lugar porque continuam recebendo notícias de seus parentes que permaneceram na Venezuela e sabem que tudo está sendo feito para melhorar a situação.
Para completar, o presidente Nicolás Maduro criou agora um programa governamental chamado “Volta à Pátria”. Pelo programa, todos os que desejam voltar estão sendo cadastrados e recebem do governo a passagem de volta, além de condições para refazerem seus lares no país.
Pelas informações que temos, há migrantes venezuelanos no Peru (parece ser o maior número), Brasil, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Chile e Panamá. Até agora, já retornaram 3.039 venezuelanos e há mais de 50.000 solicitações para serem repatriados.
Parte dos venezuelanos que vieram para o Brasil voltarão através de Boa Vista. O governo da Venezuela anunciou o acordo feito com a governadora de Roraima, Suley Campos, e todos os que desejam retornar deverão procurar o Consulado Geral da Venezuela na cidade de Boa Vista para receberem o apoio necessário.
Está doente? Bebe veneno que passa. O assessor do pulha estadunidense, Donald Trump, e diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Lawrence Kudlow, diz que está muito preocupado com a crise econômica na Argentina e ofereceu um remédio ao governo de Macri: dolarizar a economia! E ele assegura que esse é o “único caminho” para a recuperação do país!
O economista afirmou na terça-feira (12) que a estratégia de ancorar a moeda argentina ao dólar é o que “precisa ser feito agora”, à medida que é a política macroeconômica “funcionou nos anos 90”, permitindo, à época, a “redução da inflação e manutenção da prosperidade”, referindo-se aos governos neoliberais que antecederam o período de Kirchner e que levou milhões de argentinos à miséria e o país a se tornar capacho do FMI.
Sem qualquer escrúpulo, Kudrow afirma que o governo Trump está “profundamente envolvido” nas negociações entre FMI e Buenos Aires. Entre as opções na mesa, afirmou Kudrow, estaria a dolarização da economia.
É dura a crise (1). O poder aquisitivo dos trabalhadores argentinos deverá registrar uma contração entre 7% até 16% até findar 2018. A perda da capacidade de compra será liderada pelos trabalhadores da construção (que deverão também ser muito prejudicados com a paralisação de obras públicas depois do novo acordo com o FMI). Mas também os trabalhadores da indústria de alimentos, do setor têxtil e de segurança privada deverão ter problemas com perdas no poder aquisitivo. Os trabalhadores do setor público deverão ter uma perda de 15%.
Segundo as análises do programa de Capacitação e Estudos sobre o Trabalho e Desenvolvimento, as perdas ainda maiores deverão cair sobre os trabalhadores precarizados.
É dura a crise (2). Os dados referentes ao segundo trimestre marcam o início de uma recessão cujo final ninguém se anima a prever. O Governo de Macri trabalha com a hipótese de uma queda de até 2,4%, mas economistas locais acham que é muito “otimista” esse cálculo.
Os números mostram que, no segundo trimestre do ano, a economia sofreu uma redução de 4,2% se comparada com igual período de 2017. E os setores mais afetados com a queda foram: agrícola, pesca, indústria manufatureira, comércio e transporte.
É dura a crise (3). O mais recente informe do Instituto de Economia (Indec) revela que a atividade no país chega apenas a 46,4% da sua capacidade e o desemprego já alcança 9,6% da população, maior índice dos últimos 12 anos!
O mesmo relatório mostra que vem crescendo o tempo para encontrar nova ocupação, o que demonstra que a recessão já está se instalando no país.
O risco de um conflito ronda o planeta. Ainda não tivemos tempo ou espaço para uma análise, aqui no Informativo, sobre as razões e as consequências dessa corrida militarista desencadeada pelo Pentágono (EUA) e o governo Trump. Mas os sinais que já denunciamos são muitos e continuam se acumulando, trazendo algumas preocupações sobre o futuro próximo.
É para preocupar a declaração do vice-ministro da Defesa polonês, Tomasz Szatkowski, dizendo que uma base militar permanente dos EUA em seu país “mudaria o cenário geopolítico na Europa”! E disse que, depois de instalada a base, a Polônia deixaria de ser um “Estado tampão” e daria mais segurança interna. Ele confirmou que Trump havia anunciado, no dia 18, que estava estudando a implantação da base e que Varsóvia estaria disposta gastar “alguns bilhões de dólares” para isso.
Só para lembrar, na Polônia já está instalado um “batalhão multinacional da OTAN” e uma brigada blindada do Exército estadunidense.
E as provocações não param aqui. Novas embarcações de guerra da OTAN navegam nas proximidades da costa síria, ampliando a presença militar da Organização na região. A agência russa Interfax assinala que se trata de barcos pertencentes ao Segundo Grupamento Naval Permanente da OTAN, composto por Canadá, Grécia e Holanda. É aguardada a chegada de novos navios, incluindo três contratorpedeiros estadunidenses armados com mísseis.
EUA: um furacão expõe a desigualdade! O furacão Florence passou pelos EUA e, além dos muitos prejuízos físicos e econômicos já mostrados pela nossa imprensa, deixou em evidência a enorme diferença entre ricos e pobres naquele país que diz ser a “maravilha do mundo moderno”.
O jornal estadunidense Democracy Now traz interessante matéria de Amy Goodman e Denis Moynihan mostrando como a passagem do furacão nos estados de Carolina do Sul e Carolina do Norte deixou às claras a diferença entre ter muito dinheiro para fugir para locais seguros e ser pobre tendo que suportar tudo sem assistência do Estado. Em entrevista ao jornal o reverendo William Barber diz claramente: “Temos dois furacões. O furacão da pobreza e da carência de atenção médica e salários dignos que já existiam antes da tormenta, e a tormenta em si”! E completa dizendo que “tudo o que já era difícil para essas pessoas tornou-se agora impossível”.
A matéria diz que mais de 4,7 milhões de habitantes da Carolina do Norte são pobres e não tinham como abandonar seus lares, mesmo com as ordens de evacuação anunciadas pelas autoridades.
No jornal The Guardian, da Inglaterra, encontramos um longo artigo com o título “A diferença entre ser rico e ser pobre quando chega um furacão nos Estados Unidos”. Os jornalistas Adam Gabbatt e Oliver Laughland destacam que “os furacões são especialmente cruéis nas cidades com maior porcentagem de população pobre e negra”. A matéria mostra a destruição causada pelo Florence nas cidades de Lumberton, Wilmington e Jacksonville e diz que, depois de dois anos da passagem do furacão Mathew, o rio Lumber ainda mostra os efeitos da inundação, problema agora agravado pois mais de um terço da população daquela cidade vive abaixo da linha de pobreza!
O jornal El Pais, da Espanha, também retrata o problema e vai além ao dizer que a maior parte dos moradores dessas cidades mais destruídas eram eleitores de Donald Trump. E uma imensa parcela desses estadunidenses acredita no discurso do presidente quando diz que esses fenômenos não estão ligados às mudanças climáticas ou ao aquecimento global e se recusa a assinar os tratados internacionais para controle do meio ambiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário