Todos
contra o PT?
Alguns analistas políticos, em especial no exterior, já
começam a olhar para as eleições presidenciais no Brasil como um plebiscito
onde estão “os do PT” e os “anti-PT”. E alguns chegam a falar que está sendo
reeditada a campanha de 1989 que foi decidida através de uma fraude da mídia,
como todos ainda lembram. Um fato que não podemos desprezar é que a direita não
suporta mais uma derrota, depois de quatro eleições.
Um segundo fato que não pode ser desprezado é que o PT
(entenda-se Lula da Silva) está demonstrando uma força que não era esperada
pela direita depois de todo o trabalho que tiveram para dar o golpe em 2016 e
para desacreditar o partido a partir de então. Não tem como desprezar a força
da transferência de votos de Lula para Haddad em apenas uma semana, fazendo com
que o candidato saísse de um deslocado terceiro lugar para um avançado e já
considerado certo segundo lugar, a caminho do segundo turno eleitoral. Até
mesmo “analistas” de direita já pensam que não há como impedir a chegada de
Haddad na disputa final.
E isso está “tirando o sono” do PDT que já dava como
certa a ida de Ciro Gomes para um enfrentamento com Bolsonaro e contava com os
votos do PT. Essa tática levou os “ciristas” a um programa “palatável”, possível
de ser assimilado pela esquerda e também por parte do centro que não quer se
identificar com Bolsonaro. Aliás, o “centrismo” do candidato fica claro quando
ele, em entrevista ao jornal O Globo, afirma ser “oposição ao Haddad e ao
Bolsonaro”! Como assim? Será que ele tem pretensões de ser algo que ninguém
conseguiu ser em toda a história republicana, desde a Revolução Francesa? Será
que ele tem a fórmula de “não ser uma coisa e nem outra” em política? Seria
interessante ver isso...
O terceiro aspecto ser analisado é o perigoso caminho
das ameaças com golpes contra a Democracia no país. Não poderia ter ficado sem
resposta adequada a declaração feita pelo candidato da extrema-direita quando,
em transmissão ao vivo, diz que vai perder no segundo turno por conta de uma
fraude da urna eletrônica que o PT já teria armado. Abriu o caminho para
contestar o resultado e tentar um golpe de Estado? Por que ficou sem resposta
da Justiça Eleitoral? Mais grave ainda é que, na mesma declaração, ele
“agradece” ao apoio que vem recebendo na Marinha, no Exército e na Aeronáutica,
“como cidadãos e não como instituição”.
A colunista Tereza Cruvinel, do Jornal do Brasil,
destacou muito bem o tema: “Bolsonaro
disse coisas muito graves, que não podem ser relevadas só porque sofreu um atentando
e está visivelmente debilitado. O que ele disse expressa a percepção de
segmentos militares e civis que gravitam em sua órbita. Não são de agora suas
críticas a uma suposta vulnerabilidade da urna eletrônica. Disse ele que ‘a
narrativa agora (a partir das últimas pesquisas) é a de que perderei no segundo
turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na
fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno existe, talvez até
no primeiro’. E ainda: ‘O PT descobriu o caminho para o poder: o voto
eletrônico’. Para ele, o partido disporia de programas que poderiam inserir uma
média de 40 votos em cada urna, em todo o país. Antes, afirmou que Lula,
podendo fugir, e contando com proteção de ditaduras estrangeiras, só pode ter
se entregado porque tinha um plano B. O plano da fraude, para eleger Haddad,
que o indultará. Não apenas o PT mas todos os candidatos deveriam repelir tão
graves afirmações sem a apresentação de indícios ou provas, que buscam
desqualificar, por antecipação, a eleição de que o país precisa tanto para sair
do beco em que se encontra”.
Há um quarto aspecto que parece estar “passando em
branco” em muitas análises: o papel cada vez mais sujo e submisso do nosso
“judiciário”. Afinal de contas, na mesma semana que “generais de pijamas” vão
para os jornais fazer declarações incabíveis em uma democracia, o novo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dias Toffoli, assumiu o
cargo e causou arrepios quando anunciou a criação de um cargo de Assessoria Especial
para a Presidência do STF. E Dias Toffoli não se contentou com qualquer um para
seu assessor. Foi buscar Fernando de Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior
do Exército, o segundo posto mais alto no comando da tropa, atrás apenas do
general Eduardo Villas Bôas, o comandante geral!
Bem, são quatro fatos aqui citados, quatro aspectos que
precisam ser levados em consideração.
• Nazismo foi criado pela esquerda? Quando você pensa que já viu e leu de tudo, vem a
extrema-direita brasileira para divulgar abertamente um dos maiores absurdos
históricos. O discurso dos seguidores do excremento foi tão assustador que
provocou uma resposta da própria Embaixada da Alemanha no Brasil. Mas vamos nos
ater a uma carta enviada por uma brasileira que mora no exterior e enviou a
mensagem por redes sociais onde diz que sempre defendeu a imagem do nosso país
lá fora, mas acordou nesta semana com uma imensa vergonha.
Diz ela: “Em um dos maiores jornais suecos (DN) havia
hoje uma grande matéria sobre a minha vergonha, a extrema-direita crescente no
Brasil. A Alemanha foi a primeira a pontuar as falsas afirmações que a extrema
direita anda espalhando nas redes sociais. A matéria do jornal se inicia: ‘O
ambiente intenso nas eleições presidenciais do Brasil trouxe afirmações assustadoras
para as redes sociais. A mais absurda delas é do eleitorado do candidato da
extrema direita, Jair Bolsonaro, que diz que o nazismo se iniciou através do
comunismo e que extermínio nunca aconteceu’.”
Segundo ela, o jornal afirma que “Muitos dos eleitores
de Bolsonaro acreditam que o nazismo é um movimento da esquerda… …Muitos ligam
o nome do partido político extremista da direita alemã, o Partido dos trabalhadores
alemães ao nome do partido da esquerda brasileira, PT- Partido dos
Trabalhadores.”
Raquel Sandblad, essa brasileira no exterior, diz
ainda: “O caso se tornou grave e agora conhecido no exterior. A embaixada
alemã, por conta das falsas afirmações a respeito do extermínio que a extrema
direita executou na Europa tratou de fazer um filme para instruir brasileiros e
explicar que o nazismo é parte da ideologia da extrema direita e que na
Alemanha é proibido dizer que o extermínio nunca aconteceu. – Os alemães querem
se lembrar dos horrores para nunca errarem novamente”.
Mas, no dia seguinte da divulgação do vídeo feito pela
Embaixada alemã, Eduardo Bolsonaro, filho do inominável, escreveu em sua página
na Internet: “A maioria das pessoas acredita que o Nazismo foi fruto da Extrema-Direita
fascista, graças a um discurso bem orquestrado e repetitivo da nossa mídia
esquerdista. O Nazismo jamais poderia ser considerado de Direita, pois para
isso precisaria ser a favor do Liberalismo Econômico, do Capitalismo e do
Estado Reduzido, e isso Nunca aconteceu”. E outras bobagens que nem dá para
citar aqui. E quando pensamos já ter ouvido todas as asneiras do mundo esses
caras se superam!
• Por que os agrotóxicos devem ser assunto nessas eleições? Durante a semana, em conversa com dois amigos, falei
sobre agrotóxicos e a situação da saúde no país. Um deles se espantou e disse
que “isso é coisa para depois” porque “temos coisas mais urgentes para discutir
nessas eleições”. Bem, fui obrigado a conversar um pouco mais para esclarecer
que é urgente, sim.
Quase todos os candidatos à presidência falam em
orçamento e reforma na política fiscal, mas poucos já se debruçaram sobre a
questão do peso dos agrotóxicos nessa política fiscal e econômica. E o meu
amigo disse que eu estava “surtando”, até que expliquei que o Brasil deixou de
arrecadar R$ 6,85 bilhões entre 2011 e 2016 ao conceder incentivos fiscais à
compra de agrotóxicos!
Isso mesmo, segundo o Instituto de Estudos
Socioeconômicos (Inesc), esse é o número real e só vem se agravando desde 2016.
E o mesmo documento diz que "este ciclo perverso é sustentado e protegido
pela Frente Parlamentar da Agropecuária, um conjunto de políticos que formam
até 40% da bancada na Câmara e que atua para aprofundar esse modelo de produção
de alimentos que enriquece alguns, ao mesmo tempo em que envenena a população”!
E o pior disso é que o nosso Congresso (deputados e senadores) debate vários
projetos sobre a divulgação ou não dos nomes dos grandes beneficiários dessa
“ajudinha” do Estado. Entenderam agora?
E o Brasil caminha na contramão de diversos países do
mundo e das resoluções da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nosso Congresso
avança rapidamente na liberação de agrotóxicos e aprovação de projetos de lei
que abrandam as restrições ao uso de químicos agrícolas que, segundo dados da
Organização das Nações Unidas, são responsáveis pela morte de 193 mil pessoas
todos os anos.
Mas, e isso derrubou a resistência do meu amigo no
debate, dos 13 candidatos à Presidência em 2018, apenas 3 falam em agrotóxicos
nos seus Programas de Governo: Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSol) e
Marina Silva (Rede) comprometem-se a adotar medidas nesse sentido. Subindo no
muro, Ciro Gomes (PDT) propõe a utilização de “defensivos agrícolas específicos
para as nossas culturas e problemas, de menor conteúdo tóxico para pessoas e o
meio ambiente, e incentivo à adoção de sistemas de controle alternativos na
agricultura, prática essa que se constitui em uma tendência mundial”. Os demais
sequer têm o termo agrotóxico ou similares em seus programas registrados no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
• P’rá frente Brasil!
O torcedor brasileiro deve estar esperançoso quando fica sabendo que, na
América Latina, só um país está na nossa frente: o Haiti. Isso mesmo, o nosso
país só está perdendo para o Haiti e vence qualquer outro na região! Qual o
esporte em questão? Ah! Não é um esporte... Estamos falando de desemprego!
Isso mesmo, desemprego. Em meio à crise econômica, o
desemprego no país chegou a 12,9% da população economicamente ativa e que
tentou buscar um trabalho. Quase um terço dos jovens entre 15 e 24 anos tentou
e não encontrou emprego e 24,8% nem trabalham nem estudam. Os dados são da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tem, ao todo,
12,9 milhões sem trabalho, além de 4,8 milhões de desalentados (que desistiram
de procurar emprego).
De 20 países da América Latina, só o Haiti - que tem
apenas o 168º maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 189 países
avaliados pela ONU - conta com situação pior que a do Brasil, que é o 79º no ranking
do IDH. De acordo o Pnud, 14% dos haitianos estavam desempregados no ano
passado, percentual que chegava a 36% dos jovens.
O terceiro país da lista, atrás do Brasil, é a
Colômbia, com 9% da população desempregada e um índice de jovens fora do
mercado de trabalho bem menor, de 18,4%. Mesmo a Venezuela, que vive uma crise
econômica provocada pelo bloqueio imposto pelos EUA, aparece melhor que o
Brasil: 8,1% dos venezuelanos estavam sem emprego, problema que atingia 17,6% dos
que têm entre 15 e 24 anos, segundo a estimativa divulgada com base em dados da
OIT.
Ah! Para não esquecer, a menor taxa de desemprego da
região é de Cuba! Como dizem os riquinhos de direita, “vai para Cuba, vai”!
• Contra a grande armação neoliberal. Nosso Informativo tem comentado sobre os golpes na
América Latina e a perseguição aos ex-presidentes que ousaram enfrentar o poder
estadunidense e criar uma política independente para seus países. Não bastou
derrubar o presidente brasileiro, Lula, ou montar esquemas milionários para
vencer na Argentina e no Equador. Era preciso mais, era preciso humilhar e
tentar apagar os nomes desses heróis da história da Nossa América. E, para
isso, contam com judiciários vendidos, políticos corruptos e com uma mídia submissa
que vive das migalhas das grandes empresas.
A verdade está agora sendo demonstrada e repudiada em
um encontro de parlamentares que acontece em Viena, na Áustria. Trata-se da
reunião das Comissões Parlamentares Permanentes da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana
(Eurolat).
Na quarta-feira (19), em declaração conjunta das
bancadas parlamentares da Europa e América Latina, os representantes que
participam do encontro divulgaram uma declaração conjunta criticando a
perseguição que sofrem esses ex-presidentes. E o documento cita textualmente os
ex-presidentes do Brasil, Lula da Silva, do Equador, Rafael Correa, e da
Argentina, Cristina Kirchner, e diz que tal situação tem como objetivo impedir
que eles possam se candidatar em eleições presidenciais futuras.
Os parlamentares expressaram solidariedade “diante da
grave crise democrática e da afronta à Constituição brasileira verificados no
Brasil desde o golpe cometido contra a presidenta Dilma Rousseff”. Os políticos
também exortam os brasileiros a responderem à atual situação, em 7 de outubro,
rechaçando “o risco de regresso à ditadura e as políticas neoliberais em
curso”.
• Sobre a Venezuela.
Os parlamentares da Eurlat também falaram sobre a crise forjada na Venezuela.
“Rechaçamos os ataques à Venezuela e as medidas unilaterais contra sua
soberania política e econômica impulsionadas pelos Estados Unidos e a União
Europeia”, diz o comunicado.
A questão da imigração de venezuelanos para outros
países da região (ver matéria adiante) também foi abordado pelos parlamentares,
que destacaram “a manipulação do tema da migração econômica na região para
justificar uma intervenção estrangeira”.
• Sobre a Nicarágua.
Outro país sob a mira da Casa Branca para mais um golpe, a Nicarágua também
mereceu atenção no encontro e os parlamentares se solidarizaram com o povo do
país e denunciaram o que consideram ter sido uma tentativa de golpe contra o
presidente Daniel Ortega. “Condenamos todos aqueles que, colocando em questão a
soberania e os interesses da pátria nicaraguense, apostam na desestabilização,
aqueles que dirigiram delinquentes e grupos de vândalos para executar atos
terroristas e violentos”.
“Nos unimos na luta contra a ingerência estrangeira e
pela sustentabilidade da soberania da Nicarágua”, diz o texto.
• O mundo condena Almagro. O capacho estadunidense Luis Almagro foi duramente criticado pela comunidade
internacional por suas declarações absolutamente absurdas que ferem os direitos
de uma nação soberana como a Venezuela. Almagro, secretário-geral da Organização
dos Estados Americanos (OEA), afirmou em uma entrevista “não descartar” uma
ação militar para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.
Em nota divulgada no sábado (15), a ALBA-TCP, formada
pelos governos de Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada,
Nicarágua, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e
Venezuela, afirmou que as declarações de Almagro “são uma evidência clara dos
planos desestabilizadores e de intervenção contra a democracia e a soberania
dos governos progressistas da região”. Além disso, afirmou a organização, o
secretário-geral da OEA “busca aprofundar e agudizar os ataques que alguns
governos da região vêm desenvolvendo contra a Venezuela”.
Além disso, 11 países do chamado “Grupo de Lima”,
incluindo o Brasil, rechaçaram a hipótese de uma intervenção militar para
derrubar Nicolás Maduro na Venezuela. “[Os países] Expressam sua preocupação e
seu rechaço a qualquer curso de ação ou declaração que implique uma intervenção
militar ou o exercício da violência, a ameaça ou o uso da força na Venezuela”,
conclui a declaração.
Também assinam a declaração Argentina, Chile, Costa
Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
• Dizendo que “não disse o que disse”! Depois de tomar um baita “pito” de quase todos os
governos da América Latina, incluindo os que estão sob domínio de Washington, e
de entidades internacionais, Luis Almagro resolveu limpar a sua barra e disse
aos jornais que não disse o que disse!
Procurou a imprensa amestrada de sempre para dizer que
não sugeriu uma intervenção militar na Venezuela. Na segunda-feira (17)
declarou que “sempre deixei claro que precisamos esgotar os caminhos das ações
diplomáticas e que devemos deixar todas as opções abertas”, e o blábláblá de
sempre. Mas deixou-se trair por seu próprio veneno, no final da entrevista, ao
dizer que “está disposto a lutar até que caia o governo de Nicolás Maduro”, em
flagrante crime internacional ao pregar o golpe contra um presidente
democraticamente eleito.
• “Plano volta à Pátria”! Por que os nossos jornais “verdadeiros e muito preocupados com as
notícias” não estão divulgando o retorno de milhares de venezuelanos ao país?
Por que continuam fazendo a propaganda de que o povo da Venezuela está fugindo
de uma “ditadura sanguinária” quando a verdade é bem diferente? Por que, em
nenhum momento, falam do bloqueio econômico que está sendo mantido pelos EUA e
pela UE contra o país, sufocando sua economia?
Não importa por quais motivos nossa imprensa mente
tanto. Nós sabemos muito bem... Mas o fato concreto é que, depois de uma
propaganda e de uma campanha financiada pela CIA e pela Casa Branca para criar
“milhares de refugiados venezuelanos que fogem de Maduro para outros países do
continente”, a farsa vai chegando ao fim. Em primeiro lugar porque essas
pessoas foram iludidas com promessas de empregos e de vida digna nos outros
países e encontraram mais miséria, desemprego e desesperança. Em segundo lugar
porque continuam recebendo notícias de seus parentes que permaneceram na Venezuela
e sabem que tudo está sendo feito para melhorar a situação.
Para completar, o presidente Nicolás Maduro criou agora
um programa governamental chamado “Volta à Pátria”. Pelo programa, todos os que
desejam voltar estão sendo cadastrados e recebem do governo a passagem de
volta, além de condições para refazerem seus lares no país.
Pelas informações que temos, há migrantes venezuelanos
no Peru (parece ser o maior número), Brasil, Argentina, Colômbia, República
Dominicana, Chile e Panamá. Até agora, já retornaram 3.039 venezuelanos e há
mais de 50.000 solicitações para serem repatriados.
Parte dos venezuelanos que vieram para o Brasil
voltarão através de Boa Vista. O governo da Venezuela anunciou o acordo feito
com a governadora de Roraima, Suley Campos, e todos os que desejam retornar deverão
procurar o Consulado Geral da Venezuela na cidade de Boa Vista para receberem o
apoio necessário.
• Está doente? Bebe veneno que passa. O assessor do pulha estadunidense, Donald Trump, e
diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Lawrence Kudlow, diz que
está muito preocupado com a crise econômica na Argentina e ofereceu um remédio
ao governo de Macri: dolarizar a economia! E ele assegura que esse é o “único
caminho” para a recuperação do país!
O economista afirmou na terça-feira (12) que a
estratégia de ancorar a moeda argentina ao dólar é o que “precisa ser feito
agora”, à medida que é a política macroeconômica “funcionou nos anos 90”,
permitindo, à época, a “redução da inflação e manutenção da prosperidade”,
referindo-se aos governos neoliberais que antecederam o período de Kirchner e
que levou milhões de argentinos à miséria e o país a se tornar capacho do FMI.
Sem qualquer escrúpulo, Kudrow afirma que o governo
Trump está “profundamente envolvido” nas negociações entre FMI e Buenos Aires.
Entre as opções na mesa, afirmou Kudrow, estaria a dolarização da economia.
• É dura a crise (1).
O poder aquisitivo dos trabalhadores argentinos deverá registrar uma contração
entre 7% até 16% até findar 2018. A perda da capacidade de compra será liderada
pelos trabalhadores da construção (que deverão também ser muito prejudicados
com a paralisação de obras públicas depois do novo acordo com o FMI). Mas
também os trabalhadores da indústria de alimentos, do setor têxtil e de
segurança privada deverão ter problemas com perdas no poder aquisitivo. Os
trabalhadores do setor público deverão ter uma perda de 15%.
Segundo as análises do programa de Capacitação e
Estudos sobre o Trabalho e Desenvolvimento, as perdas ainda maiores deverão
cair sobre os trabalhadores precarizados.
• É dura a crise (2).
Os dados referentes ao segundo trimestre marcam o início de uma recessão cujo final
ninguém se anima a prever. O Governo de Macri trabalha com a hipótese de uma
queda de até 2,4%, mas economistas locais acham que é muito “otimista” esse
cálculo.
Os números mostram que, no segundo trimestre do ano, a
economia sofreu uma redução de 4,2% se comparada com igual período de 2017. E
os setores mais afetados com a queda foram: agrícola, pesca, indústria
manufatureira, comércio e transporte.
• É dura a crise (3).
O mais recente informe do Instituto de Economia (Indec) revela que a atividade
no país chega apenas a 46,4% da sua capacidade e o desemprego já alcança 9,6%
da população, maior índice dos últimos 12 anos!
O mesmo relatório mostra que vem crescendo o tempo para
encontrar nova ocupação, o que demonstra que a recessão já está se instalando
no país.
• O risco de um conflito ronda o planeta. Ainda não tivemos tempo ou espaço para uma análise,
aqui no Informativo, sobre as razões e as consequências dessa corrida
militarista desencadeada pelo Pentágono (EUA) e o governo Trump. Mas os sinais
que já denunciamos são muitos e continuam se acumulando, trazendo algumas
preocupações sobre o futuro próximo.
É para preocupar a declaração do vice-ministro da
Defesa polonês, Tomasz Szatkowski, dizendo que uma base militar permanente dos
EUA em seu país “mudaria o cenário geopolítico na Europa”! E disse que, depois
de instalada a base, a Polônia deixaria de ser um “Estado tampão” e daria mais
segurança interna. Ele confirmou que Trump havia anunciado, no dia 18, que
estava estudando a implantação da base e que Varsóvia estaria disposta gastar
“alguns bilhões de dólares” para isso.
Só para lembrar, na Polônia já está instalado um
“batalhão multinacional da OTAN” e uma brigada blindada do Exército
estadunidense.
E as provocações não param aqui. Novas embarcações de
guerra da OTAN navegam nas proximidades da costa síria, ampliando a presença
militar da Organização na região. A agência russa Interfax assinala que se
trata de barcos pertencentes ao Segundo Grupamento Naval Permanente da OTAN,
composto por Canadá, Grécia e Holanda. É aguardada a chegada de novos navios,
incluindo três contratorpedeiros estadunidenses armados com mísseis.
• EUA: um furacão expõe a desigualdade! O furacão Florence passou pelos EUA e, além dos muitos
prejuízos físicos e econômicos já mostrados pela nossa imprensa, deixou em
evidência a enorme diferença entre ricos e pobres naquele país que diz ser a
“maravilha do mundo moderno”.
O jornal estadunidense Democracy Now traz interessante
matéria de Amy Goodman e Denis Moynihan mostrando como a passagem do furacão
nos estados de Carolina do Sul e Carolina do Norte deixou às claras a diferença
entre ter muito dinheiro para fugir para locais seguros e ser pobre tendo que
suportar tudo sem assistência do Estado. Em entrevista ao jornal o reverendo
William Barber diz claramente: “Temos dois furacões. O furacão da pobreza e da
carência de atenção médica e salários dignos que já existiam antes da tormenta,
e a tormenta em si”! E completa dizendo que “tudo o que já era difícil para
essas pessoas tornou-se agora impossível”.
A matéria diz que mais de 4,7 milhões de habitantes da
Carolina do Norte são pobres e não tinham como abandonar seus lares, mesmo com
as ordens de evacuação anunciadas pelas autoridades.
No jornal The Guardian, da Inglaterra, encontramos um
longo artigo com o título “A diferença entre ser rico e ser pobre quando chega
um furacão nos Estados Unidos”. Os jornalistas Adam Gabbatt e Oliver Laughland
destacam que “os furacões são especialmente cruéis nas cidades com maior
porcentagem de população pobre e negra”. A matéria mostra a destruição causada
pelo Florence nas cidades de Lumberton, Wilmington e Jacksonville e diz que,
depois de dois anos da passagem do furacão Mathew, o rio Lumber ainda mostra os
efeitos da inundação, problema agora agravado pois mais de um terço da
população daquela cidade vive abaixo da linha de pobreza!
O jornal El Pais, da Espanha, também retrata o problema
e vai além ao dizer que a maior parte dos moradores dessas cidades mais
destruídas eram eleitores de Donald Trump. E uma imensa parcela desses estadunidenses
acredita no discurso do presidente quando diz que esses fenômenos não estão
ligados às mudanças climáticas ou ao aquecimento global e se recusa a assinar
os tratados internacionais para controle do meio ambiente.
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