247 - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que está temporariamente deputado federal, teve um encontro fora da agenda nesta terça-feira (12) com ninguém menos que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
Surpresos ao ver veículos de imprensa num restaurante no Lago Sul, em Brasília, ambos disseram que o encontro foi apenas para "aprimorar o diálogo" entre o Executivo e o Judiciário.
Questionado por jornalista por que o almoço não estava na agenda, Onyx disse: "Como não estava [na agenda]? Claro que foi publicado".
Os jornalistas insistiram que o compromisso não foi tornado público pela Casa Civil, ele manteve a sua versão. "Foi divulgado desde o inicio, porque sempre utilizamos de absoluta transparência", respondeu. O encontro só foi incluído na agenda quando a reunião já tinha começado e a imprensa estava no local.
O almoço acontece um dia após do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), arquivar o pedido de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário. Onyx, que é aliado de Alcolumbre, foi apontado por ministros do Supremo como o responsável pela articulação da CPI.
Apesar de estar fora da agenda de ambos, um dos assessores do governo afirmou que o almoço foi marcado apenas para apresentar a Toffoli os principais pontos do texto da reforma da Previdência, que deve ser encaminhando ao Congresso.
"A ideia é de ter uma harmonia, um diálogo e um respeito entre os poderes. Evidentemente, que isso não significa que tudo o que for aprovado o Supremo vai chancelar", disse Toffoli ao sair do restaurante.
Onyx, por sua vez, contou que durante o almoço o presidente Jair Bolsonaro conversou com Toffoli por telefone e que um encontro entre os dois será marcado quando ele receber alta médica.
"Ele conversou com o ministro Toffoli e ficou muito satisfeito que esse diálogo estava aberto e a ideia que nós temos é de unir o Brasil inteiro", afirmou Onyx.
De acordo com o assessor citado pelo jornal Folha de S. Paulo, a proposta de reforma de Michel Temer sofreu resistências tanto no Judiciário como no Ministério Público, e o governo quer evitar que tal situação se repita.
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