KENNEDY: BOLSONARO TEM DIFICULDADE DE CONVIVER COM A IMPRENSA LIVRE
O jornalista Kennedy Alencar avalia os ataques do clã Bolsonaro a diversos canais de comunicação e aponta que "o presidente tem dificuldade de conviver com a imprensa livre"; em entrevista concedida à TV 247, o jornalista também critica as arbitrariedades nas sentenças que condenaram o ex presidente Lula e ainda observa que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, agora que transformou-se em político, "está muito mais tímido para falar sobre casos de corrupção do que quando era juiz"; assista
8 DE FEVEREIRO DE 2019 ÀS 21:50 // INSCREVA-SE NA TV 247
247 - Jornalista de longa trajetória na cobertura da política brasileira, Kennedy Alencar avalia os ataques do clã Bolsonaro a diversos canais de comunicação e aponta que "o presidente tem dificuldade de conviver com a imprensa livre". Em entrevista concedida aos jornalistas Paulo Moreira Leite e Gisele Federicce, na TV 247, ele ainda observa que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, "agora que transformou-se em político, está muito mais tímido para falar sobre casos de corrupção do que quando era juiz".
Kennedy Alencar, que tem passagens pelo SBT, Folha de S. Paulo e que atualmente atua na rádio CBN, recentemente produziu um documentário, em parceria com a britânica BBC World News, intitulado What Happened to Brazil?(O que aconteceu com o Brasil?) que faz um resgate, em três partes, aos acontecimentos políticos e econômicos do País nos últimos cinco anos (2013-2018).
O jornalista afirma que o Brasil durante os anos de governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, principalmente, do ex-presidente Lula, demonstrou que "ia decolar" e que "estava no rumo certo", mas depois entrou "numa espiral de problemas e crises". "Os problemas que abateram o País entre 2013 e 2108 estão interligados e eu tentei expor isso para o mundo", relata.
O que aconteceu com o Brasil?
Em sua visão, alguns fatores desencadearam o sintoma de crise no País, como "a pressão das manifestações de 2013, a Lei de Organização Criminosa assinada pela ex-presidente Dilma, que deu maiores poderes às delações premiadas, além do surgimento da Operação Lava Jato, que gerou um impacto imenso na classe política".
"Dilma também comete erros na economia, além de não estabelecer diálogo com o Congresso, que promoveu uma verdadeira rebelião, um golpe parlamentar, contra a presidência da República", acrescenta.
Kennedy aponta que desde o impeachment de Dilma, começou a povoar no país um clima de "conservadorismo", que culminou com a ascensão da extrema-direita na presidência da República. "Por isso é importante olharmos o processo como um todo, para não cometermos os mesmos erros e encontrarmos uma saída", avalia.
Bolsonaro e a imprensa
Bolsonaro e seu clã optou por disparar ataques diários a vários canais de imprensa e escolheu as emissoras SBT e Rede Record como canais oficiais do governo.
No ponto de vista do jornalista, "a atitude do presidente mostra que ele tem dificuldade de lidar com a imprensa livre e também com críticas, com o contraditório".
Ele ainda expõe a dificuldade de Bolsonaro em ser transparente. "Quando se fala apenas para determinados setores, sobre determinadas condições, isso é falta de transparência", critica.
Lula injustiçado
Alencar considera que "não há elementos o suficiente no processo de Lula que justifique uma condenação". "Analisando a sentença de Sérgio Moro e olhando as provas, eu tenho uma visão, e outros advogados criminalistas possuem a mesma opinião, de que não existe uma prova cabal para incriminar Lula", revela.
"Neste sentido acredito sim que há uma postura persecutória ao Lula, existem dois pesos e duas medidas. Não foi provado crime de corrupção passiva, pois não houve o ato de ofício" diz ele.
Moro tímido
O jornalista recorda que no passado, o então juiz Sérgio Moro disse que não aceitaria um cargo político para não "interferir na Lava Jato", mas que aceitou o cargo de ministro da Justiça alegando "não existir mais o tipo de ministro que é advogado do governo".
No entanto, aponta Kennedy Alencar, "é papel do ministro da Justiça aconselhar o presidente sobre casos de corrupção que aparecem no governo, e cabe a Moro fazer esse aconselhamento".
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