A república na brasa das oligarquias políticas
Não existem coisas mais imiscíveis que institucionalidade e camaradagem.
O fato de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, ter reunido para um churrasco, em sua casa, o Presidente Jair Bolsonaro, dois terços de seu ministério, o presidente do Senado e o do Supremo Tribunal Federal para “harmonizar os poderes da República” é, em si, algo deprimente, quando o país vive com um Congresso desorientado em meio aos impasses políticos e um Judiciário envolvido em controtações com uma campanha de difamação do Supremo Tribunal Federal.
Que, aliás, é amplificada pelo próprio Presidente, reuitando vídeos com críticas do seu filho à decisão tomada quinta-feira dos ministros da Corte Suprema.
É evidente que crises como estas não podem ser discutidas – nem dissolvidas – entre um “bem ou mal passado?” da picanha ou num papo regado a chope.
Não se resolvem crises institucionais com convescotes, mas com posições e argumentos que definam espaços claramente demardados para o comportamento de cada um.
Existem apenas uma hipótese para que isso aconteça: é se tratarem de homens minúsculos, absolutamente abaixo do papel que devem ter como chefes de poderes que, embora harmônicos, devem ser independentes entre si.
Não para se entenderem em conversas de “pé-de-ouvido”, no canto do jardim, sem pautas e questões definidas, na base do “fulano, deixa disso, vamos chegar a um acordo”.
Sem que as pessoas possam saber, sequer, do que se falou.
Isso não é republicano, mas certamente é oligárquico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário