segunda-feira, 25 de março de 2019

Como uma meia-verdade de Bolsonaro virou fake news nas mãos de seu assessor olavista

Como uma meia-verdade de Bolsonaro virou fake news nas mãos de seu assessor olavista. Por Kiko Nogueira

 
Filipe G. Martins, assessor da Presidência, mente que o vista já foi liberado
Na semana passada, os brasileiros puderam ver a gênese de uma fake news bolsonarista.
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“Como esperado, uma plataforma de planejamento de viagens mostrou que a procura de estrangeiros interessados em visitar o Brasil já cresceu 36% após anunciarmos a liberação de visto para turistas da Austrália, Estados Unidos, Canadá e Japão. Ganha o nosso turismo e nossa economia!”, afirmou Bolsonaro no Twitter.
Deu a fonte em seguida: um site chamado Money Times, que por sua vez repercutiu o Kayak, plataforma de planejamento de turismo concorrente do Decolar, Submarino etc.
Ninguém viu esse levantamento do Kayak, mas vamos dar de barato que ele existe.
Bolsonaro já estava torturando a notícia.
O crescimento de 36% de interesse no país dizia respeito apenas aos australianos.
Com relação aos EUA, o número era de 31%, seguido de Canadá (19%) e Japão (4%).
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Essa meia-verdade do chefe virou mentira quando divulgada por Filipe G. Martins, assessor olavista da Presidência.
“Agora isentos da necessidade de visto para entrar no Brasil, americanos, canadenses, japoneses e australianos já aumentaram as buscas por passagens p/ o nosso país em até 36%. A projeção é de que teremos o ingresso de mais de 1 bilhão de dólares por ano em decorrência da medida”, escreveu ele.
O decreto de Bolsonaro só entra em vigor em 17 de junho.
Não há “buscas por passagens” reais.
Os 36%, novamente, se referem aos habitantes da Austrália.
De onde o sujeito tirou que isso renderá 1 bilhão de dólares por ano?
Resposta: da cabeça dele. Chute. Grupo. Falácia. Cascata.
O que ajuda muito a trazer visitantes é a imagem do lugar.
Temos um presidente mal recebido aonde quer que vá.
O noticiário no exterior fala de violência, arrastões, crise econômica, doenças tropicais, desastres como o de Brumadinho e, agora, massacres como o de Suzano.
Não são os cruzados do Olavo que vão resolver um problema de décadas espalhando farsas para seus animais nas redes.

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