247 - O episódio do recuo do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em relação ao convite feito à cientista política Ilona Szabó para assumir cargo de suplente no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária ainda não foi digerido pela chamada República de Curitiba, que cerca o ex-juiz.
De acordo com o jornalista Tales Faria, no
Uol, "a confraria de promotores e policiais federais que gira em torno do ex-juiz e hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, ficou até mais indignada que o próprio com o fato de ele ter sido desautorizado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro".
Com o recuo, o ciclo próximo de Sérgio Moro passou a temer pelos movimentos futuros do presidente, uma vez que é público e notório que Jair Bolsonaro conseguiu enfraquecer a figura do ex-juiz da Lava Jato.
Mas Moro, segundo Tales, mandou recado pedindo calma aos mais exaltados, pois enxerga o desgaste como momentâneo e sabe que "ele e seu grupo têm cartas nas mãos que, cedo ou tarde, colocarão o Planalto contra a parede: as investigações contra ministros e outros integrantes do governo", informa o jornalista.
Acusado de comandar o esquema de candidatas laranjas do PSL em Minas Gerais, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, seria o primeiro da lista. "Essas investigações têm potencial para levar a campanha eleitoral do partido do presidente da República ao completo descrédito, se confirmarem o mesmo modus operandi em outros (...). Sem contar o caso de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o filho senador do presidente suspeito de abrigar familiares de milicianos em seu gabinete quando deputado estadual. E de envolvimento num esquema de desvio de salários dos servidores da Assembleia operado por assessor de confiança, Fabrício Queiroz", afirma Tales.
Para o jornalista, mais do que a vergonha de ver o chefe ser desautorizado publicamente, a irritação do grupo de Moro tem a ver com poder. "O grupo de Moro sonha com a candidatura do chefe à sucessão de Jair Bolsonaro", explica Tales.
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