A bala é banal
Ninguém paga R$ 60 mil por um carro só para deixar na garagem.
E ninguém paga isso por um fuzil de precisão, como o que estava sendo vendido num shopping center ontem pelo sargento da PM Fábio Henrique Soares se não for para atirar e, com certeza, não em latas vazias.
Como os 117 fuzis apreendidos com outro sargento da PM, o Ronnie Lessa, preso como o executor de Marielle Franco e Anderson Gomes certamente não eram para guerrinhas de paint ball.
Mas, fazer o quê, se o presidente da República estimula, publicamente, o fetiche da arma de guerra?
Se o governador do Estado diz que liberou seus “snipers”, com fuzis iguais, para processarem, julgarem, condenarem e executarem seres humanos apenas com um dedo no gatilho?
Se querem armas, armas, armas a granel nas casas, achando que elas não irão para a rua?
Bolsonaro diz que “o que torna uma arma nociva depende 100% das intenções de quem a possui”.
Tem razão, mas é impossível controlar intenções, porque até das boas está cheio o inferno, mas é possível controlar as armas.
Aliás, falando em intenções, não está a cada dia está mais evidente que são policiais que armam o crime, porque o crime lhe é fonte de tudo: de dinheiro, de prestígio e de poder? E promover a ideia de que é na bala que se resolve tudo, não deu votos?
O crime compensa.
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