“Ele”
x Educação.
Com um ministro da Educação que troca o escritor alemão
Franz Kafka por um prato da cozinha árabe (kafta) e não aprendeu até hoje
quanto é 30% de 100, não é de admirar que tenha tanta raiva da educação!
O fato concreto é que o ex-capitão do exército declarou
guerra aberta à educação no país e, em particular, às universidades. Mas é
preciso lembrar que essa política não é apenas uma questão religiosa, como
parecia nas primeiras declarações da ministra “da goiabeira”. Assim como a reforma
da Previdência visa apenas dar dinheiro para o setor financeiro, este é um
programa bem orquestrado para ampliar o lucro dos grandes tubarões do ensino
privado.
Primeiro foram os ataques ao ensino médio, dizendo para
os alunos filmarem professores em uma inegável política de constrangimento e
perseguição. Depois as declarações menosprezando o ensino médio ao dizer que
apenas o Colégio Militar tem ensino de qualidade. O próximo passo foi um
encontro pessoal com o tal ministro que atende pelo nome de Weintraub, o mesmo
do prato árabe, que ao final, resultou no anúncio oficial de que vai tirar
dinheiro dos cursos de filosofia e sociologia, além de cortar verba de três
universidades (a UFBA, da Bahia, UnB, de Brasília e a UFF, do Rio). E vai
cortar 30% da verba de todas as universidades federais do país!
Se é que existe uma lógica, ele diz que “o País
necessita de mais veterinários, que filho de agricultor não precisa de diploma
de antropólogo”. Argumento completamente falso se considerarmos que os alunos
de Filosofia representam apenas 2% do total de universitários. Muito pouco para
justificar o tamanho do corte.
A revista Carta Capital, em um artigo, mostra bem os
motivos dessa política. Nosso Informativo já tinha falado sobre o principal
“ideólogo” do ex-capitão e sua máfia, mas a revista traz alguns esclarecimentos
importantes. Acontece que Olavo de Carvalho é “diretor científico” de uma tal
Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia. Você sabia disso? E ele acredita
que as universidades em geral não servem para buscar o conhecimento, mas para
fazer a cabeça dos alunos com ideias comunistas. São avanços civilizatórios,
como os direitos de pobres, mulheres, negros e indígenas, mas ele chama de
“comunismo”. “Considero que a instituição universitária é a grande inimiga dos
estudos superiores hoje em dia”, disse em setembro de 2017, em uma de suas
aulas na web. Em julho de 2016, foi na jugular das “inimigas” locais: “As
universidades brasileiras não têm mais conserto. Têm de ser passadas para trás
pelos cursos particulares”.
E quem está adorando tudo isso é Elizabeth Guedes, irmã
do ministro Paulo Guedes. Ela é vice-presidente da Associação Nacional das
Universidades Particulares (Anup). Ela passa o dia no prédio do MEC.
Não
basta acabar com as universidades? Pelo
visto nas notícias de sexta-feira (10), “ele” acha que ainda é pequeno o ataque
ao ambiente universitário e à formação de professores para o setor.
Não por coincidência, no mesmo dia em que liberou armas
para crianças e adolescentes junto com os pais, o governo do ex-capitão
desferiu acertou um novo golpe contra as universidades e a ciência brasileira:
simplesmente suspendeu de maneira generalizada bolsas de mestrado e doutorado
oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes).
O ataque à pós-graduação atinge não apenas a área de
Ciências Humanas. No Instituto de Biociências da USP, 38 bolsas foram cortadas
—17 de mestrado, 19 de doutorado e duas de pós-doutorado. Elas custeariam
estudos nas áreas de botânica, ecologia, fisiologia, genética e zoologia.
“Ele
não”, diz aluna homenageada. Não tenho
dúvidas de que ainda temos uma geração de jovens conscientes e muito preocupada
com o país.
Na segunda-feira, como parte de sua propaganda contra
escolas públicas, o ex-militar resolveu participar das comemorações dos 130
anos da fundação do Colégio Militar, no Rio de Janeiro. E, para aparentar que
suas ideias são aceitas pelos alunos, fez publicar no Twitter oficial do
Palácio do Planalto uma homenagem à aluna Marina Reis falando de “desempenho e
defesa de valores éticos e morais da instituição”.
O tiro saiu pela culatra. Ao ver seu nome vinculado a
uma publicidade do Planalto, ela correu para o seu Twitter particular e pediu
que a nota fosse excluída imediatamente. Pessoalmente, ela disse ser
“totalmente contra” o ex-capitão e completou: “Ele não, ele nunca”!
Dia
15 de maio: educadores vão parar! As
trabalhadoras e os trabalhadores da educação básica e superior, pública e
privada, das cinco regiões do país vão cruzar os braços na próxima quarta-feira
(15) contra reforma da Previdência e o corte de verbas para educação, anunciado
na semana passada pelo ministro Abraham Weintraub, aquele que não sabe quanto é
30% de 100.
“A adesão à greve nacional da educação, que já era
considerável em todo o país, cresceu ainda mais depois que o governo anunciou o
corte de investimentos na área e está atraindo o apoio de pais, mães e alunos
preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse o presidente da
CNTE, Heleno Araújo.
Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
nº 006/2019, da reforma da Previdência do governo tem como objetivo destruir a
aposentadoria do povo brasileiro, em especial a das trabalhadoras e a dos
trabalhadores da educação. A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de
contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para
homens e 62 para mulheres, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20
anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e
professores. As professoras serão ainda mais prejudicadas se a reforma for
aprovada.
Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento
da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e
Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões
dos Institutos Federais.
Mesmo a educação básica, apontada como prioridade por
Bolsonaro durante a campanha eleitoral, sofreu um corte de R$ 914 milhões.
“Estes cortes estão prejudicando a merenda e o
transporte escolar das nossas crianças da educação básica, além, claro, de
prejudicar toda educação pública, cortando recursos de manutenção e de
pesquisa”, explicou Heleno Araújo, da CNTE.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) já está
convocando um ato de protesto dos alunos contra os cortes no mesmo dia.
Pior
do que a Argentina? O jornal Monitor
Mercantil realizou uma pesquisa através de seu site perguntando: “O Brasil com
B* vai se transformar na Argentina de Macri?”. O resultado é surpreendente.
Mais de 75% dos que responderam optaram pela alternativa “Sim e será até pior,
porque o projeto é mais radical do que lá”.
Pelo visto, não estamos muito distantes em muito pouco
tempo. Os dois indicadores do mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) apresentaram piora na passagem de março para abril deste ano. O Indicador
Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar as tendências do mercado de
trabalho para os próximos meses, com base na opinião de consumidores e de
empresários da indústria e de serviços, recuou 1 ponto no período.
Com essa, que foi a terceira queda consecutiva, o
indicador passou para 92,5 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível
desde outubro do ano passado.
Já o Indicador Coincidente de Desemprego, que mede a
percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho atual, subiu 0,7 ponto
de março para abril e chegou a 94,8 pontos, em uma escala invertida de zero a
200. Nessa escala invertida, quanto maior a pontuação, pior é o resultado.
Nove dos 15 locais pesquisados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram queda na produção
industrial. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional,
divulgada hoje, no Rio de Janeiro, os recuos mais intensos ocorreram no Pará
(-11,3%) e na Bahia (-10,1%).
Também tiveram queda na produção Mato Grosso (-6,6%),
Pernambuco (-6%), Minas Gerais (-2,2%), Ceará (-1,7%), São Paulo (-1,3%) e
Amazonas (-0,5%).
A Região Nordeste, única pesquisada de forma conjunta,
teve redução de 7,5%. Com isso, a produção nacional fechou com redução de 1,3%,
conforme divulgado na semana passada.
No acumulado do ano, 10 locais tiveram queda na
produção. A maior delas foi no Espírito Santo (-8,5%). Dos cinco locais com
alta, o principal crescimento deu-se no Paraná (7,8%).
Já no acumulado de 12 meses, foram nove locais em
queda, com destaque para Goiás (-4,1%) e seis com alta, sendo a maior no Pará
(7,2%).
Envenenando
o Brasil. O governo do ex-militar
bateu um novo recorde de liberação de agrotóxicos: são 166 novos venenos
somente em 2019, após a concessão de 12 novos registros no último dia 30. A
lista consta no Ato nº 29, publicado na mesma data no Diário Oficial da União
(DOU).
Estatísticas anteriores já apontavam que o governo
vinha em linha ascendente na autorização desse tipo de produto. Nos primeiros
dois meses do ano, foram 86 novos registros. Ao final de março, o total chegou
a 121. Agora, ao atingir a marca de 166, o país atualiza o número total de
agrotóxicos para 2.232, considerando os herbicidas em circulação no mercado.
Entre os novos produtos liberados este ano, 24 são
considerados “altamente tóxicos” e 49 estão dentro da escala dos “extremamente
tóxicos”. Juntos, eles representam 43,9% do total. A classificação oficial é
feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Poder
Executivo que responde também pela autorização dos pesticidas. A chancela final
é dada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Entre as empresas que obtiveram liberação para a venda
de herbicidas este ano, estão companhias como a Adama Brasil S.A., controlada
por israelenses e chineses, que, sozinha, conseguiu 13 autorizações este ano.
Também figuram na lista uma cooperativa associada ao grupo francês InVivo
Agrosciences e as chinesas Rotam do Brasil e Xingfa & Wenda do Brasil Ltda.
E tudo acontece na surdina, quando o governo conta com
o apoio político da bancada ruralista, tem a Frente Parlamentar Agropecuária
(FPA) participando organicamente do governo. A relação se dá principalmente por
meio do Mapa, capitaneado pela ruralista Tereza Cristina, ex-coordenadora da
FPA.
Mas isso pode piorar. Tramita na Câmara Federal o
Projeto de Lei 6299/02 – conhecido como Pacote dos Venenos, que foi tema de
seminário na segunda-feira (06), em Porto Alegre, com palestra do deputado
federal Nilto Tatto (PT-SP), relator da Comissão da Câmara Federal pela Redução
do Uso de Agrotóxicos.
E um dos assuntos abordados no seminário foi o impacto
que alto consumo de agrotóxicos causa na saúde humana. A preocupação se
justifica por dados da ONU, onde os agrotóxicos são responsáveis por 200 mil mortes
por intoxicação aguda a cada ano.
E
Nova Iorque deu o prêmio para...
Depois das muitas recusas de receber o ex-militar brasileiro e das declarações
do prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, dizendo que “ele não” e que “ele”
não era bem-vindo à cidade, outro brasileiro acaba de receber o título de
“Personalidade do Ano”.
Pois é! O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi
homenageado com o título de “Personalidade do Ano”, em cerimônia realizada em
Nova York (EUA), na quinta-feira (09). Lurian Lula da Silva, filha do
ex-presidente, recebeu o prêmio em nome do pai.
A iniciativa foi do coletivo Brazilian Resistance
Against Democracy Overthrow - Brado (Resistência Brasileira contra a Derrubada
da Democracia).
De acordo com os organizadores, “Lula não apenas
transformou o Brasil em um poderoso agente global, mas também avançou em
políticas importantes que visam aumentar a diversidade e a inclusão, e proteger
o meio ambiente e os direitos humanos. Ele colocou o Brasil na direção certa: o
caminho do amor, do respeito, da justiça social e da paz”.
Na solenidade foi lida uma mensagem enviada pelo
ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya: “Lula do Brasil estendeu a mão para
os povos pequenos e esquecidos pelo mundo, como Honduras, na América Central. E
quando aqui o império do mal rompeu os laços da fraternidade, Lula abriu as
portas do seu coração e da embaixada brasileira como um refúgio da paz e do
amor. Isso o povo hondurenho nunca vai esquecer”, escreveu.
Acho
que já vi esse filme... Quinze dias
depois do governo da Argentina iniciar um plano de congelamento de preços,
dentro de um programa chamado “Preços Essenciais”, 49% dos produtos incluídos
na medida estão em falta nos supermercados da província de Buenos Aires.
Segundo um levantamento realizado pela Defensoria
Pública da província, divulgado na segunda-feira (06), não foi possível
encontrar quase a metade dos produtos que tiveram seus preços congelados nas
gôndolas de 42 estabelecimentos pesquisados em 30 cidades.
Além disso, o relatório informou que os produtos que
estavam disponíveis nas prateleiras contavam com pouco estoque e que, além
disso, as placas de identificação prometidas pelo governo, para identificar um
item da lista de congelamento, não constavam em mais de 1.800 produtos.
Outro critério que não foi respeitado pela maioria dos
estabelecimentos pesquisados foi a divulgação de um número de telefone para que
consumidores pudessem denunciar irregularidades no cumprimento do programa. Das
42 lojas que fizeram parte do levantamento, apenas três divulgaram telefones
para contato.
Já no dia 24 de abril, pouco tempo depois o
congelamento ter começado, a Associação de Supermercados Unidos da Argentina
alertou para a possibilidade de desabastecimento.
O programa “Preços Essenciais” foi anunciado pelo
governo da Argentina no final do mês de abril, após o presidente Mauricio Macri
assinar um acordo com 16 empresas para congelar os preços de 64 produtos da
cesta básica por seis meses. Em 2018, a Argentina terminou o ano com uma
inflação de 54,7%, o dobro do índice previsto pelo governo.
E
esse também! Parece que tudo se
repete... Uma missão do FMI desembarcou na Argentina, na quarta-feira (08),
para realizar uma nova revisão no plano econômico de Mauricio Macri.
É a quarta “visita” do Fundo para analisar as contas do
governo neoliberal que recebeu um “empréstimo” de quase 57 bilhões de dólares
da entidade. E, pelo acordo, o chefe da missão, um tal de Roberto Cardarelli,
terá reuniões com funcionários do governo e também do Banco Central do país,
além de consultar representantes dos empresários locais.
A Argentina já passou por isso, antes do governo de
Néstor Kirchner, e também o Brasil, durante os governos de FHC! Filme repetido,
mas o povo morre no final.
O golpe
fracassou, mas... A tentativa de golpe comandada por Juan Guaidó foi mais
uma frustração para a Casa Branca e aumentou o desespero dentro da CIA, mas
isso não significa que deixarão em paz o governo democrático de Nicolás Maduro.
Certamente que as madrugadas estão sendo muito longas nas salas especiais da
Casa Branca e no Pentágono. Quais as alternativas para Donald Trump e sua
quadrilha?
Uma das medidas já está em aplicação desde o fracasso
de 30 de abril. A arma sempre letal do grande capital, o controle da mídia
internacional, está em ação e bombardeando o planeta com falsas notícias e
semeando justificativas para ações mais contundentes por parte de Washington.
No mundo inteiro, jornais espalham as palavras de Trump dizendo que “as
próximas medidas contra Maduro serão devastadoras”.
Enquanto isso, a direita mundial volta a liberar verbas
para alimentar o terrorismo interno no país, criar uma desestabilização e
implantar o caos para impedir o Governo venezuelano de agir.
Guaidó reconheceu, após a tentativa fracassada, que não
teve apoio dos comandos militares e que as poucas dezenas de militares que
passaram para o seu lado são de patentes inferiores e nem fizeram peso na balança.
Enquanto isso, Washington continua avaliando as condições de uma “intervenção
militar direta” ou o uso de tropas mercenárias, mas teme uma derrota que seria
ainda mais vergonhosa.
Segundo informações de dentro do Pentágono, não está
descartada a hipótese de um assassinato de Guaidó usando uniformes ou bandeiras
falsas para jogar a culpa sobre Maduro e seu governo. Uma frase ouvida em
Washington é que “agora Guaidó vale mais morto do que vivo, não só para a CIA,
mas também para seu próprio grupo”.
Maduro
determina “alerta máximo”. O presidente
Nicolás Maduro determinou na quarta-feira (8) que todas as tropas que estão
situadas na região fronteiriça com a Colômbia estejam em “alerta máximo”,
depois que o governo colombiano denunciou uma suposta violação do seu
território da parte de militares venezuelanos. “Determinei que todas as
unidades militares da fronteira tomassem medidas especiais de precaução, máximo
alerta, porque há uma escalada de declarações que poderia terminar em uma
escalada militar”, disse Maduro durante um ato com agricultores.
Fazendo parte de uma tática para criar uma opinião
pública mundial que justifique um golpe, o governo colombiano foi aos jornais
dizer de sua “preocupação” com uma suposta violação do seu território por parte
de militares venezuelanos ocorrida na segunda-feira passada em Cúcuta, capital
do departamento fronteiriço de Norte de Santander.
Em nota, a chancelaria venezuelana chamou de
“irresponsável” a declaração de Bogotá. “O Governo da República Bolivariana da
Venezuela condena e rechaça veementemente a falsa informação divulgada no dia
de hoje pelo governo da Colômbia, sobre a incursão de uma unidade militar
venezuelana em território da Colômbia. Resulta perigosa e irresponsável a
obcecada pretensão do governo da Colômbia, assalariado do governo dos Estados
Unidos, por gerar mediante falsos positivos, condições para uma escalada milita
na fronteira comum”, diz o texto.
Embaixadas
estão na mira do golpe? Não seria de
se estranhar que a CIA usasse uma nova tática para criar alarde internacional e
justificar uma ação mais concreta contra Maduro. E essa tática já foi delineada
pelas “cabeças pensantes” dos serviços de inteligência.
As novas ações podem acontecer na forma de ocupação de
embaixadas venezuelanas em vários países sob o pretexto de que são “opositores”
que exigem a renúncia do Presidente venezuelano.
Uma primeira amostra já foi dada em Washington com a
informação de que o governo estadunidense havia cortado a energia da antiga
embaixada da Venezuela.
Para melhor entendimento do caso, vale lembrar que o
Governo de Maduro suspendeu as relações diplomáticas com os EUA, em janeiro
passado, depois que Trump anunciou oficialmente que reconhecia o deputado Juan
Guaidó como legítimo presidente do país.
Mas o prédio da embaixada continua ocupado por hóspedes
venezuelanos que ali permaneceram para defender o patrimônio e impedir uma
invasão, o que de fato aconteceu no início da semana. E a ordem de Trump foi
cortar a energia do prédio, para forçar os que lá estão a saírem. E eles também
estão sendo impedidos de comprar alimentos, mas conseguem resistir recebendo
ajuda de simpatizantes estadunidenses que conseguem mandar produtos.
Já temos conhecimento de duas outras tentativas de
invasão de consulados venezuelanos, uma delas em São Paulo. Isso pode se tornar
uma onda e ser utilizado pela mídia internacional.
A
tentativa de golpe deixou 5 mortes. O
Ministério Público da Venezuela afirmou na segunda-feira (06) que cinco pessoas
morreram e 233 foram detidas durante a tentativa de golpe de Estado liderada
pelo deputado opositor Juan Guaidó na semana passada. Há ainda 18 ordens de
detenção em aberto.
“Todos esses casos estão sendo investigados e terão
conclusões definitivas”, afirmou o procurador-geral Tarek William Saab. Saab
afirmou que os suspeitos de terem promovido violência serão levados à Justiça.
Os 18 pedidos de prisão ainda não cumpridos incluem
civis e militares, dentre os quais sargentos que se juntaram a Guaidó e ao
ex-deputado Leopoldo López, que lideraram a operação que tentou derrubar o presidente
Nicolás Maduro do poder.
Segundo o procurador-geral, o MP vai investigar o papel
de funcionários “parlamentares e outros oficiais com patente de tenente-coronel
que atuaram à margem da lei”. Saab citou nominalmente o chefe do Destacamento
da Guarda Nacional Bolivariana no Palácio Legislativo, Illich Sánchez Farias.
França:
“coletes amarelos” voltam às ruas. O
movimento conhecido como “coletes amarelos” voltou às ruas neste sábado (11) em
grandes cidades como Nantes e Lyon. A chamada “26ª jornada de lutas” teve
início em Paris e outras cidades logo pela manhã.
Os manifestantes continuam denunciando a política
econômica de Emmanuel Macron e já são quase seis meses de luta contínua nas
ruas, sempre aos sábados. O movimento iniciou em novembro e, originalmente,
apresentava uma bandeira contra o aumento dos combustíveis. Mas as
reivindicações foram tomando corpo e já se torna uma oposição forte ao governo
neoliberal.
No último sábado (04), segundo a polícia francesa, mais
de 19.000 pessoas estiveram nas ruas e a tendência é o movimento crescer com a
aproximação das eleições legislativas europeias.
O
dólar está sendo abandonado? O fato
concreto é que a política econômica de Trump e a possibilidade de uma grande
crise nos EUA estão fazendo com que vários países comecem a abandonar o uso do
dólar. O movimento foi iniciado pela Rússia e já tem a adesão de vários países.
Analistas da empresa de consultoria FinExpertiza
calculam que, nos cinco anos de sanções econômicas, a Rússia reduziu em 12,6% o
total de pagamentos internacionais em dólar e ampliou em 26,6% a participação
do euro e em 14% do rublo. E esse resultado é reflexo da forte queda do volume
do comércio entre Moscou e Washington. Os mesmos analistas demonstram que a
participação do rublo nas transações comerciais com a China cresceu mais de 5
vezes e a do yuan quase 10 vezes.
Essas tendências já são observadas também em outros
países e o argumento mais usado é o da política econômica de Trump. Além do
Irã, China, Índia, Coreia do Sul e muitos outros países estão abandonando o
dólar em suas transações comerciais. E vale lembrar que a União Europeia
depende do comércio de petróleo com o Iran, fato que vai valorizando as
transações em rúpias.
Sem
acordo com a China. EUA e China
encerraram na sexta-feira (10) uma rodada de negociações comerciais sem acordo
sobre o aumento de tarifas a produtos chineses impostas por Donald Trump.
Segundo a agência internacional Bloomberg, citando
fontes próximas às negociações, o governo estadunidense reforçou que Pequim tem
de três a quatro semanas para chegar a um acordo, caso contrário, serão cobrados
outros US$350 bilhões em ativos da China.
No mesmo dia passaram a valer as novas tarifas de 25%
impostas pelos Estados Unidos sobre cerca de US$200 bilhões de produtos
chineses. A decisão representa uma escalada de tensão comercial com Pequim, que
reflete nos mercados mundiais.
Pelo Twitter, Trump afirmou que o aumento das tarifas
irá fortalecer o país. Além disso, ele ressaltou que, ao longo dos últimos dois
dias, os dois países “realizaram conversas espontâneas e construtivas” sobre a
relação comercial entre ambos e que o diálogo continuará futuramente.
Chelsea
Manning é libertada nos EUA, mas pode voltar à prisão. A ex-analista de inteligência do Exército dos EUA,
Chelsea Manning foi libertada, após passar dois meses na prisão por se negar a
depor sobre a sua revelação de segredos militares e diplomáticos ao WikiLeaks,
informaram seus advogados.
“Após 62 dias de confinamento, Chelsea saiu do Centro
de Detenção de Alexandria”, anunciou sua assessoria jurídica em um comunicado
divulgado na noite de quinta-feira (09).
Só para lembrar, Chelsea passou sete anos presa pelos
vazamentos de informações, mas pode voltar à prisão, já que foi convocada para
testemunhar de novo e anunciou que se recusará.
“Infelizmente, mesmo antes de sua libertação, a Chelsea
recebeu outra citação, o que significa que ela deve comparecer perante um júri
diferente na quinta-feira, 16 de maio de 2019, apenas uma semana depois de sua
libertação”, explicaram seus advogados.
Em março, Chelsea Manning havia se negado a depor
diante de um grande júri no Tribunal do Distrito de Virgínia e foi acusada de
desacato. E, mesmo sem saber o que os promotores querem perguntar a Chelsea,
ela e seus advogados disseram que continuarão a se recusar a testemunhar sobre
o WikiLeaks ou seu fundador, Julian Assange, preso desde o dia 11 de abril.
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