domingo, 12 de maio de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






“Ele” x Educação.
Com um ministro da Educação que troca o escritor alemão Franz Kafka por um prato da cozinha árabe (kafta) e não aprendeu até hoje quanto é 30% de 100, não é de admirar que tenha tanta raiva da educação!
O fato concreto é que o ex-capitão do exército declarou guerra aberta à educação no país e, em particular, às universidades. Mas é preciso lembrar que essa política não é apenas uma questão religiosa, como parecia nas primeiras declarações da ministra “da goiabeira”. Assim como a reforma da Previdência visa apenas dar dinheiro para o setor financeiro, este é um programa bem orquestrado para ampliar o lucro dos grandes tubarões do ensino privado.
Primeiro foram os ataques ao ensino médio, dizendo para os alunos filmarem professores em uma inegável política de constrangimento e perseguição. Depois as declarações menosprezando o ensino médio ao dizer que apenas o Colégio Militar tem ensino de qualidade. O próximo passo foi um encontro pessoal com o tal ministro que atende pelo nome de Weintraub, o mesmo do prato árabe, que ao final, resultou no anúncio oficial de que vai tirar dinheiro dos cursos de filosofia e sociologia, além de cortar verba de três universidades (a UFBA, da Bahia, UnB, de Brasília e a UFF, do Rio). E vai cortar 30% da verba de todas as universidades federais do país!
Se é que existe uma lógica, ele diz que “o País necessita de mais veterinários, que filho de agricultor não precisa de diploma de antropólogo”. Argumento completamente falso se considerarmos que os alunos de Filosofia representam apenas 2% do total de universitários. Muito pouco para justificar o tamanho do corte.
A revista Carta Capital, em um artigo, mostra bem os motivos dessa política. Nosso Informativo já tinha falado sobre o principal “ideólogo” do ex-capitão e sua máfia, mas a revista traz alguns esclarecimentos importantes. Acontece que Olavo de Carvalho é “diretor científico” de uma tal Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia. Você sabia disso? E ele acredita que as universidades em geral não servem para buscar o conhecimento, mas para fazer a cabeça dos alunos com ideias comunistas. São avanços civilizatórios, como os direitos de pobres, mulheres, negros e indígenas, mas ele chama de “comunismo”. “Considero que a instituição universitária é a grande inimiga dos estudos superiores hoje em dia”, disse em setembro de 2017, em uma de suas aulas na web. Em julho de 2016, foi na jugular das “inimigas” locais: “As universidades brasileiras não têm mais conserto. Têm de ser passadas para trás pelos cursos particulares”.
E quem está adorando tudo isso é Elizabeth Guedes, irmã do ministro Paulo Guedes. Ela é vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup). Ela passa o dia no prédio do MEC.
Não basta acabar com as universidades? Pelo visto nas notícias de sexta-feira (10), “ele” acha que ainda é pequeno o ataque ao ambiente universitário e à formação de professores para o setor.
Não por coincidência, no mesmo dia em que liberou armas para crianças e adolescentes junto com os pais, o governo do ex-capitão desferiu acertou um novo golpe contra as universidades e a ciência brasileira: simplesmente suspendeu de maneira generalizada bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O ataque à pós-graduação atinge não apenas a área de Ciências Humanas. No Instituto de Biociências da USP, 38 bolsas foram cortadas —17 de mestrado, 19 de doutorado e duas de pós-doutorado. Elas custeariam estudos nas áreas de botânica, ecologia, fisiologia, genética e zoologia.
“Ele não”, diz aluna homenageada. Não tenho dúvidas de que ainda temos uma geração de jovens conscientes e muito preocupada com o país.
Na segunda-feira, como parte de sua propaganda contra escolas públicas, o ex-militar resolveu participar das comemorações dos 130 anos da fundação do Colégio Militar, no Rio de Janeiro. E, para aparentar que suas ideias são aceitas pelos alunos, fez publicar no Twitter oficial do Palácio do Planalto uma homenagem à aluna Marina Reis falando de “desempenho e defesa de valores éticos e morais da instituição”.
O tiro saiu pela culatra. Ao ver seu nome vinculado a uma publicidade do Planalto, ela correu para o seu Twitter particular e pediu que a nota fosse excluída imediatamente. Pessoalmente, ela disse ser “totalmente contra” o ex-capitão e completou: “Ele não, ele nunca”!
Dia 15 de maio: educadores vão parar! As trabalhadoras e os trabalhadores da educação básica e superior, pública e privada, das cinco regiões do país vão cruzar os braços na próxima quarta-feira (15) contra reforma da Previdência e o corte de verbas para educação, anunciado na semana passada pelo ministro Abraham Weintraub, aquele que não sabe quanto é 30% de 100.
“A adesão à greve nacional da educação, que já era considerável em todo o país, cresceu ainda mais depois que o governo anunciou o corte de investimentos na área e está atraindo o apoio de pais, mães e alunos preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse o presidente da CNTE, Heleno Araújo.
Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, da reforma da Previdência do governo tem como objetivo destruir a aposentadoria do povo brasileiro, em especial a das trabalhadoras e a dos trabalhadores da educação. A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores. As professoras serão ainda mais prejudicadas se a reforma for aprovada.
Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais.
Mesmo a educação básica, apontada como prioridade por Bolsonaro durante a campanha eleitoral, sofreu um corte de R$ 914 milhões.
“Estes cortes estão prejudicando a merenda e o transporte escolar das nossas crianças da educação básica, além, claro, de prejudicar toda educação pública, cortando recursos de manutenção e de pesquisa”, explicou Heleno Araújo, da CNTE.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) já está convocando um ato de protesto dos alunos contra os cortes no mesmo dia.
Pior do que a Argentina? O jornal Monitor Mercantil realizou uma pesquisa através de seu site perguntando: “O Brasil com B* vai se transformar na Argentina de Macri?”. O resultado é surpreendente. Mais de 75% dos que responderam optaram pela alternativa “Sim e será até pior, porque o projeto é mais radical do que lá”.
Pelo visto, não estamos muito distantes em muito pouco tempo. Os dois indicadores do mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentaram piora na passagem de março para abril deste ano. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar as tendências do mercado de trabalho para os próximos meses, com base na opinião de consumidores e de empresários da indústria e de serviços, recuou 1 ponto no período.
Com essa, que foi a terceira queda consecutiva, o indicador passou para 92,5 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde outubro do ano passado.
Já o Indicador Coincidente de Desemprego, que mede a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho atual, subiu 0,7 ponto de março para abril e chegou a 94,8 pontos, em uma escala invertida de zero a 200. Nessa escala invertida, quanto maior a pontuação, pior é o resultado.
Nove dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram queda na produção industrial. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgada hoje, no Rio de Janeiro, os recuos mais intensos ocorreram no Pará (-11,3%) e na Bahia (-10,1%).
Também tiveram queda na produção Mato Grosso (-6,6%), Pernambuco (-6%), Minas Gerais (-2,2%), Ceará (-1,7%), São Paulo (-1,3%) e Amazonas (-0,5%).
A Região Nordeste, única pesquisada de forma conjunta, teve redução de 7,5%. Com isso, a produção nacional fechou com redução de 1,3%, conforme divulgado na semana passada.
No acumulado do ano, 10 locais tiveram queda na produção. A maior delas foi no Espírito Santo (-8,5%). Dos cinco locais com alta, o principal crescimento deu-se no Paraná (7,8%).
Já no acumulado de 12 meses, foram nove locais em queda, com destaque para Goiás (-4,1%) e seis com alta, sendo a maior no Pará (7,2%).
Envenenando o Brasil. O governo do ex-militar bateu um novo recorde de liberação de agrotóxicos: são 166 novos venenos somente em 2019, após a concessão de 12 novos registros no último dia 30. A lista consta no Ato nº 29, publicado na mesma data no Diário Oficial da União (DOU).
Estatísticas anteriores já apontavam que o governo vinha em linha ascendente na autorização desse tipo de produto. Nos primeiros dois meses do ano, foram 86 novos registros. Ao final de março, o total chegou a 121. Agora, ao atingir a marca de 166, o país atualiza o número total de agrotóxicos para 2.232, considerando os herbicidas em circulação no mercado.
Entre os novos produtos liberados este ano, 24 são considerados “altamente tóxicos” e 49 estão dentro da escala dos “extremamente tóxicos”. Juntos, eles representam 43,9% do total. A classificação oficial é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Poder Executivo que responde também pela autorização dos pesticidas. A chancela final é dada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Entre as empresas que obtiveram liberação para a venda de herbicidas este ano, estão companhias como a Adama Brasil S.A., controlada por israelenses e chineses, que, sozinha, conseguiu 13 autorizações este ano. Também figuram na lista uma cooperativa associada ao grupo francês InVivo Agrosciences e as chinesas Rotam do Brasil e Xingfa & Wenda do Brasil Ltda.
E tudo acontece na surdina, quando o governo conta com o apoio político da bancada ruralista, tem a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) participando organicamente do governo. A relação se dá principalmente por meio do Mapa, capitaneado pela ruralista Tereza Cristina, ex-coordenadora da FPA.
Mas isso pode piorar. Tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 6299/02 – conhecido como Pacote dos Venenos, que foi tema de seminário na segunda-feira (06), em Porto Alegre, com palestra do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), relator da Comissão da Câmara Federal pela Redução do Uso de Agrotóxicos.
E um dos assuntos abordados no seminário foi o impacto que alto consumo de agrotóxicos causa na saúde humana. A preocupação se justifica por dados da ONU, onde os agrotóxicos são responsáveis por 200 mil mortes por intoxicação aguda a cada ano.
E Nova Iorque deu o prêmio para... Depois das muitas recusas de receber o ex-militar brasileiro e das declarações do prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, dizendo que “ele não” e que “ele” não era bem-vindo à cidade, outro brasileiro acaba de receber o título de “Personalidade do Ano”.
Pois é! O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado com o título de “Personalidade do Ano”, em cerimônia realizada em Nova York (EUA), na quinta-feira (09). Lurian Lula da Silva, filha do ex-presidente, recebeu o prêmio em nome do pai.
A iniciativa foi do coletivo Brazilian Resistance Against Democracy Overthrow - Brado (Resistência Brasileira contra a Derrubada da Democracia).
De acordo com os organizadores, “Lula não apenas transformou o Brasil em um poderoso agente global, mas também avançou em políticas importantes que visam aumentar a diversidade e a inclusão, e proteger o meio ambiente e os direitos humanos. Ele colocou o Brasil na direção certa: o caminho do amor, do respeito, da justiça social e da paz”.
Na solenidade foi lida uma mensagem enviada pelo ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya: “Lula do Brasil estendeu a mão para os povos pequenos e esquecidos pelo mundo, como Honduras, na América Central. E quando aqui o império do mal rompeu os laços da fraternidade, Lula abriu as portas do seu coração e da embaixada brasileira como um refúgio da paz e do amor. Isso o povo hondurenho nunca vai esquecer”, escreveu.
Acho que já vi esse filme... Quinze dias depois do governo da Argentina iniciar um plano de congelamento de preços, dentro de um programa chamado “Preços Essenciais”, 49% dos produtos incluídos na medida estão em falta nos supermercados da província de Buenos Aires.
Segundo um levantamento realizado pela Defensoria Pública da província, divulgado na segunda-feira (06), não foi possível encontrar quase a metade dos produtos que tiveram seus preços congelados nas gôndolas de 42 estabelecimentos pesquisados em 30 cidades.
Além disso, o relatório informou que os produtos que estavam disponíveis nas prateleiras contavam com pouco estoque e que, além disso, as placas de identificação prometidas pelo governo, para identificar um item da lista de congelamento, não constavam em mais de 1.800 produtos.
Outro critério que não foi respeitado pela maioria dos estabelecimentos pesquisados foi a divulgação de um número de telefone para que consumidores pudessem denunciar irregularidades no cumprimento do programa. Das 42 lojas que fizeram parte do levantamento, apenas três divulgaram telefones para contato.
Já no dia 24 de abril, pouco tempo depois o congelamento ter começado, a Associação de Supermercados Unidos da Argentina alertou para a possibilidade de desabastecimento.
O programa “Preços Essenciais” foi anunciado pelo governo da Argentina no final do mês de abril, após o presidente Mauricio Macri assinar um acordo com 16 empresas para congelar os preços de 64 produtos da cesta básica por seis meses. Em 2018, a Argentina terminou o ano com uma inflação de 54,7%, o dobro do índice previsto pelo governo.
E esse também! Parece que tudo se repete... Uma missão do FMI desembarcou na Argentina, na quarta-feira (08), para realizar uma nova revisão no plano econômico de Mauricio Macri.
É a quarta “visita” do Fundo para analisar as contas do governo neoliberal que recebeu um “empréstimo” de quase 57 bilhões de dólares da entidade. E, pelo acordo, o chefe da missão, um tal de Roberto Cardarelli, terá reuniões com funcionários do governo e também do Banco Central do país, além de consultar representantes dos empresários locais.
A Argentina já passou por isso, antes do governo de Néstor Kirchner, e também o Brasil, durante os governos de FHC! Filme repetido, mas o povo morre no final.
O golpe fracassou, mas... A tentativa de golpe comandada por Juan Guaidó foi mais uma frustração para a Casa Branca e aumentou o desespero dentro da CIA, mas isso não significa que deixarão em paz o governo democrático de Nicolás Maduro. Certamente que as madrugadas estão sendo muito longas nas salas especiais da Casa Branca e no Pentágono. Quais as alternativas para Donald Trump e sua quadrilha?
Uma das medidas já está em aplicação desde o fracasso de 30 de abril. A arma sempre letal do grande capital, o controle da mídia internacional, está em ação e bombardeando o planeta com falsas notícias e semeando justificativas para ações mais contundentes por parte de Washington. No mundo inteiro, jornais espalham as palavras de Trump dizendo que “as próximas medidas contra Maduro serão devastadoras”.
Enquanto isso, a direita mundial volta a liberar verbas para alimentar o terrorismo interno no país, criar uma desestabilização e implantar o caos para impedir o Governo venezuelano de agir.
Guaidó reconheceu, após a tentativa fracassada, que não teve apoio dos comandos militares e que as poucas dezenas de militares que passaram para o seu lado são de patentes inferiores e nem fizeram peso na balança. Enquanto isso, Washington continua avaliando as condições de uma “intervenção militar direta” ou o uso de tropas mercenárias, mas teme uma derrota que seria ainda mais vergonhosa.
Segundo informações de dentro do Pentágono, não está descartada a hipótese de um assassinato de Guaidó usando uniformes ou bandeiras falsas para jogar a culpa sobre Maduro e seu governo. Uma frase ouvida em Washington é que “agora Guaidó vale mais morto do que vivo, não só para a CIA, mas também para seu próprio grupo”.
Maduro determina “alerta máximo”. O presidente Nicolás Maduro determinou na quarta-feira (8) que todas as tropas que estão situadas na região fronteiriça com a Colômbia estejam em “alerta máximo”, depois que o governo colombiano denunciou uma suposta violação do seu território da parte de militares venezuelanos. “Determinei que todas as unidades militares da fronteira tomassem medidas especiais de precaução, máximo alerta, porque há uma escalada de declarações que poderia terminar em uma escalada militar”, disse Maduro durante um ato com agricultores.
Fazendo parte de uma tática para criar uma opinião pública mundial que justifique um golpe, o governo colombiano foi aos jornais dizer de sua “preocupação” com uma suposta violação do seu território por parte de militares venezuelanos ocorrida na segunda-feira passada em Cúcuta, capital do departamento fronteiriço de Norte de Santander.
Em nota, a chancelaria venezuelana chamou de “irresponsável” a declaração de Bogotá. “O Governo da República Bolivariana da Venezuela condena e rechaça veementemente a falsa informação divulgada no dia de hoje pelo governo da Colômbia, sobre a incursão de uma unidade militar venezuelana em território da Colômbia. Resulta perigosa e irresponsável a obcecada pretensão do governo da Colômbia, assalariado do governo dos Estados Unidos, por gerar mediante falsos positivos, condições para uma escalada milita na fronteira comum”, diz o texto.
Embaixadas estão na mira do golpe? Não seria de se estranhar que a CIA usasse uma nova tática para criar alarde internacional e justificar uma ação mais concreta contra Maduro. E essa tática já foi delineada pelas “cabeças pensantes” dos serviços de inteligência.
As novas ações podem acontecer na forma de ocupação de embaixadas venezuelanas em vários países sob o pretexto de que são “opositores” que exigem a renúncia do Presidente venezuelano.
Uma primeira amostra já foi dada em Washington com a informação de que o governo estadunidense havia cortado a energia da antiga embaixada da Venezuela.
Para melhor entendimento do caso, vale lembrar que o Governo de Maduro suspendeu as relações diplomáticas com os EUA, em janeiro passado, depois que Trump anunciou oficialmente que reconhecia o deputado Juan Guaidó como legítimo presidente do país.
Mas o prédio da embaixada continua ocupado por hóspedes venezuelanos que ali permaneceram para defender o patrimônio e impedir uma invasão, o que de fato aconteceu no início da semana. E a ordem de Trump foi cortar a energia do prédio, para forçar os que lá estão a saírem. E eles também estão sendo impedidos de comprar alimentos, mas conseguem resistir recebendo ajuda de simpatizantes estadunidenses que conseguem mandar produtos.
Já temos conhecimento de duas outras tentativas de invasão de consulados venezuelanos, uma delas em São Paulo. Isso pode se tornar uma onda e ser utilizado pela mídia internacional.
A tentativa de golpe deixou 5 mortes. O Ministério Público da Venezuela afirmou na segunda-feira (06) que cinco pessoas morreram e 233 foram detidas durante a tentativa de golpe de Estado liderada pelo deputado opositor Juan Guaidó na semana passada. Há ainda 18 ordens de detenção em aberto.
“Todos esses casos estão sendo investigados e terão conclusões definitivas”, afirmou o procurador-geral Tarek William Saab. Saab afirmou que os suspeitos de terem promovido violência serão levados à Justiça.
Os 18 pedidos de prisão ainda não cumpridos incluem civis e militares, dentre os quais sargentos que se juntaram a Guaidó e ao ex-deputado Leopoldo López, que lideraram a operação que tentou derrubar o presidente Nicolás Maduro do poder.
Segundo o procurador-geral, o MP vai investigar o papel de funcionários “parlamentares e outros oficiais com patente de tenente-coronel que atuaram à margem da lei”. Saab citou nominalmente o chefe do Destacamento da Guarda Nacional Bolivariana no Palácio Legislativo, Illich Sánchez Farias.
França: “coletes amarelos” voltam às ruas. O movimento conhecido como “coletes amarelos” voltou às ruas neste sábado (11) em grandes cidades como Nantes e Lyon. A chamada “26ª jornada de lutas” teve início em Paris e outras cidades logo pela manhã.
Os manifestantes continuam denunciando a política econômica de Emmanuel Macron e já são quase seis meses de luta contínua nas ruas, sempre aos sábados. O movimento iniciou em novembro e, originalmente, apresentava uma bandeira contra o aumento dos combustíveis. Mas as reivindicações foram tomando corpo e já se torna uma oposição forte ao governo neoliberal.
No último sábado (04), segundo a polícia francesa, mais de 19.000 pessoas estiveram nas ruas e a tendência é o movimento crescer com a aproximação das eleições legislativas europeias.
O dólar está sendo abandonado? O fato concreto é que a política econômica de Trump e a possibilidade de uma grande crise nos EUA estão fazendo com que vários países comecem a abandonar o uso do dólar. O movimento foi iniciado pela Rússia e já tem a adesão de vários países.
Analistas da empresa de consultoria FinExpertiza calculam que, nos cinco anos de sanções econômicas, a Rússia reduziu em 12,6% o total de pagamentos internacionais em dólar e ampliou em 26,6% a participação do euro e em 14% do rublo. E esse resultado é reflexo da forte queda do volume do comércio entre Moscou e Washington. Os mesmos analistas demonstram que a participação do rublo nas transações comerciais com a China cresceu mais de 5 vezes e a do yuan quase 10 vezes.
Essas tendências já são observadas também em outros países e o argumento mais usado é o da política econômica de Trump. Além do Irã, China, Índia, Coreia do Sul e muitos outros países estão abandonando o dólar em suas transações comerciais. E vale lembrar que a União Europeia depende do comércio de petróleo com o Iran, fato que vai valorizando as transações em rúpias.
Sem acordo com a China. EUA e China encerraram na sexta-feira (10) uma rodada de negociações comerciais sem acordo sobre o aumento de tarifas a produtos chineses impostas por Donald Trump.
Segundo a agência internacional Bloomberg, citando fontes próximas às negociações, o governo estadunidense reforçou que Pequim tem de três a quatro semanas para chegar a um acordo, caso contrário, serão cobrados outros US$350 bilhões em ativos da China.
No mesmo dia passaram a valer as novas tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre cerca de US$200 bilhões de produtos chineses. A decisão representa uma escalada de tensão comercial com Pequim, que reflete nos mercados mundiais.
Pelo Twitter, Trump afirmou que o aumento das tarifas irá fortalecer o país. Além disso, ele ressaltou que, ao longo dos últimos dois dias, os dois países “realizaram conversas espontâneas e construtivas” sobre a relação comercial entre ambos e que o diálogo continuará futuramente.
Chelsea Manning é libertada nos EUA, mas pode voltar à prisão. A ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning foi libertada, após passar dois meses na prisão por se negar a depor sobre a sua revelação de segredos militares e diplomáticos ao WikiLeaks, informaram seus advogados.
“Após 62 dias de confinamento, Chelsea saiu do Centro de Detenção de Alexandria”, anunciou sua assessoria jurídica em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira (09).
Só para lembrar, Chelsea passou sete anos presa pelos vazamentos de informações, mas pode voltar à prisão, já que foi convocada para testemunhar de novo e anunciou que se recusará.
“Infelizmente, mesmo antes de sua libertação, a Chelsea recebeu outra citação, o que significa que ela deve comparecer perante um júri diferente na quinta-feira, 16 de maio de 2019, apenas uma semana depois de sua libertação”, explicaram seus advogados.
Em março, Chelsea Manning havia se negado a depor diante de um grande júri no Tribunal do Distrito de Virgínia e foi acusada de desacato. E, mesmo sem saber o que os promotores querem perguntar a Chelsea, ela e seus advogados disseram que continuarão a se recusar a testemunhar sobre o WikiLeaks ou seu fundador, Julian Assange, preso desde o dia 11 de abril.

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