247 - Em um novo ataque ao meio ambiente, o governo Jair Bolsonaro se prepara para entregar à iniciativa privada "verdadeiras joias" do patrimônio natural. Segundo o próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, somente neste ano ao menos 20 unidades de conservação deverão ser privatizadas, com destaque para os Lençóis Maranhenses, Chapada dos Guimarães, Aparados da Serra e Jericoacoara. Pelo modelo a ser proposto, os locais seriam abertos à exploração de atividades ligadas ao turismo, com o mínimo de interferência e controle do governo federal por meio de um modelo definido por Salles como "toma que o filho é teu". (Leia no
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Atualmente, as quatro unidades que deverão ser privatizadas estão ligadas ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e já recebem anualmente cerca de 450 mil visitantes. Nesta sexta-feira, Salles anunciou a criação de um grupo de trabalho para revisar as 334 unidades de conservação no Brasil controladas pelo ICMBio. Segundo ele, quase 190 destas unidades de conservação teriam sido criadas pelos governos do PT "sem nenhum tipo de critério técnico". As 334 áreas protegidas equivalem a 9,1% do território nacional e a 24,4% da faixa marinha do País. (Leia no
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O desmonte da política de conservação ambiental por parte do governo Bolsonaro tem o apoio do próprio Bolsonaro, que já afirmou ser preciso fazer "uma limpa" no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e no ICMBio que, segundo ele, funcionam como uma indústria de multas ambientais. (Leia no Brasil 247)
Nesta quarta-feira (8), ministros do meio Ambiente dos últimos 27 anos reuniram-se e denunciaram uma série de desmontes que o governo Bolsonaro vem promovendo na área. Em um comunicado de três páginas, eles denunciaram que "a governança socioambiental do Brasil está sendo desmontada, em afronta à Constituição. (Leia no
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Para Salles, contudo, "você pode fazer o discurso mais bonito do mundo sobre o meio ambiente, mas, se não dermos uma mais-valia econômica para as unidades de conservação, estaremos sempre a reboque do orçamento federal". A meta, segundo ele, é entregar à inciativa privada tudo o que for possível, mantendo uma participação mínima do governo. "Vamos estabelecer um mínimo de restrições. De resto, toma que o filho é teu", afirmou.
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