E se Moro tivesse sugerido a assessores de Lula que trocassem um advogado de defesa?
Da Redação
O Jornal Nacional da noite desta quinta-feira, 20, noticiou a nova bomba do Intercept Brasil revelada pelo jornalista Reinaldo Azevedo em seu programa na rádio Bandeirantes.
Trata-se das trocas de mensagens entre Moro e o procurador chefe da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, seguida contato de Deltan com outro procurador, Carlos Fernando Santos Lima.
O motivo das conversas, de 13 de março de 2017, foi o desempenho de outra procuradora, Laura Tessler.
Sérgio Moro criticou a atuação de Tessler nas audiências, sugerindo que ela recebesse treinamento — um assunto que não cabe ao juiz supostamente imparcial em um processo.
“Favor manter essa mensagem reservada”, frisou Moro.
Agora se sabe que Deltan deu seguimento à reclamação de alguém que agia como seu “chefe”.
O assunto foi tema de uma pergunta do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) durante a audiência em que Moro se explicou ao Congresso.
Trad quis saber se Moro de fato teria orientado mudanças na equipe da Lava Jato.
Moro respondeu:
“Não podemos tomar por autênticas essas mensagens. Pelo teor das mensagens, se elas realmente forem autênticas, não tem nada de anormal nessas comunicações. Nenhum momento do texto há alguma solicitação de substituição daquela pessoa. Tanto que ela continua até hoje realizando atos processuais na Lava Jato”.
Embora o Jornal Nacional tenha reproduzido a mensagem de Carlos Fernando Santos Lima, “no do Lula não podemos deixar acontecer”, o telejornal da Globo encerrou o assunto com a nota da defesa de Moro, que afirmou que mesmo que a mensagem seja verdadeira não há nada de antiética ou ilícita, nem contradição com o depoimento dado ao Congresso.
O dado que a TV Globo omitiu, o Jornal da Band — que também tratou do assunto — deu com destaque: Laura Tessler não atuou no caso do tríplex do ex-presidente Lula, embora tenha mantido o posto na Lava Jato.
Ou seja, ainda que Moro não tenha feito um pedido explícito de substituição, ele mudou a composição do time de acusação a Lula no Ministério Público Federal e se livrou do que via como incapacidade de Tessler para a tarefa.
Fica reforçada a ideia de que Moro não era mesmo um juiz imparcial, mas atuava em parceria com a acusação.
Ainda não foi revelada mensagem de Moro sugerindo este ou aquele advogado à defesa de Lula.
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