Como
será o amanhã?
O samba de enredo da União da Ilha do Governador, em
1978, dizia: “Como será o amanhã? Responda quem puder...”. O Brasil do
ex-militar aposentado está fazendo, hoje, a mesma pergunta e não encontra resposta.
A cada semana esse “amanhã” parece mais sombrio, mais terrível e mais penoso
para o povo e para o conjunto dos trabalhadores.
Seguindo o modelo que usamos nos dois últimos
Informativos, vamos ver os fatos que nos levam a crer que caminhamos para
muitas dificuldades.
Fato
1. O Produto Interno Bruto (PIB), que
é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu 0,2% no primeiro
trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2018.
Segundo dados divulgados na quinta-feira (30), no Rio
de Janeiro, pelo IBGE, a economia brasileira cresceu 0,5% na comparação com o
primeiro trimestre do ano passado. Os dados mostram que, do último trimestre de
2018 para o primeiro trimestre de 2019, a queda de 0,2% foi puxada por um recuo
de 0,7% no setor industrial, fundamental para o nosso país pelo seu tamanho e
pela mão de obra disponível. As principais atividades em queda foram a
indústria extrativa mineral (-6,3%), construção (-2%) e indústrias da
transformação (-0,5%).
A agropecuária também teve queda (-0,5%). Os serviços
tiveram taxa positiva de 0,2% no período, evitando uma queda mais acentuada da
economia.
Sob ótica da demanda, a queda foi puxada pela formação
bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, que caíram 1,7% do último
trimestre de 2018 para o primeiro trimestre deste ano. As exportações também
caíram (-1,9%).
Fato 2. O país registrou uma taxa de desemprego de 12,5% no
trimestre encerrado em abril deste ano. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada hoje pelo IBGE, a taxa é superior à
registrada no trimestre encerrado em janeiro deste ano (12%), mas inferior à
observada no trimestre encerrado em abril de 2018 (12,9%).
A população desocupada ficou em 13,2 milhões, 4,4% a
mais do que no trimestre encerrado em janeiro (mais 552 mil pessoas).
Segundo o IBGE, a população ocupada, de 92,4 milhões de
pessoas, mostrou estabilidade na comparação com o trimestre anterior (92,3
milhões de pessoas) e cresceu 2,1% (mais 1,94 milhão) na comparação com o
trimestre encerrado em abril de 2018 (90,4 milhões de pessoas).
Apesar da alta dos empregos com carteira de trabalho
assinada, houve também uma alta nos empregos informais, isto é, aqueles sem
carteira. A alta foi 3,4%, ou seja, 368 mil pessoas a mais do que no trimestre
encerrado em abril do ano passado. No total, 11,2 milhões de pessoas estavam
nessa situação no trimestre encerrado em abril deste ano.
O rendimento médio real habitual do trabalhador ficou
em R$ 2.295, ficou estável tanto em relação ao trimestre encerrado em janeiro
deste ano quanto na comparação com abril do ano passado. A massa de rendimento
real habitual chegou a R$ 206,8 bilhões, estável em relação a janeiro, mas 2,8%
superior a abril do ano passado. E isso comprova que a política de valorização
dos salários criada pelo PT foi abandonada de vez.
Já o estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)
da Fundação Getulio Vargas (FGV), a desigualdade no mercado de trabalho
aumentou pelo 17º trimestre consecutivo e alcançou seu maior nível em pelo
menos sete anos. O índice de Gini, que mede a renda do trabalho per capita,
alcançou 0,627, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012. Quanto
mais perto de 1, maior é a desigualdade. De acordo com o pesquisador da área de
Economia Aplicada do FGV Ibre, Daniel Duque, a desigualdade da renda subiu
quando se observa a renda individual do trabalhador e também a renda por
domicílios.
De acordo com Duque, os mais pobres sentem muito mais o
impacto da crise por sua vulnerabilidade social. "Há menos empresas
contratando e demandando trabalho, ao passo que há mais pessoas procurando.
Essa dinâmica reforça a posição social relativa de cada um. Quem tem mais
experiência e anos de escolaridade acaba se saindo melhor do que quem não
tem", explica Duque. Ele acrescentou que a lenta recuperação do mercado de
trabalho, ao beneficiar mais os profissionais com melhores qualificações,
aprofundou a desigualdade e potencializou o desalento, situação em que o
trabalhador desiste de procurar emprego.
Fato
3. Para garantir sua “desgovernança”,
o ex-capitão está buscando um pacto não só inédito em nossa história, mas
completamente ilegal e inconstitucional. Enquanto nosso Constituição Federal
estabelece a independência entre os poderes, o ex-capitão pisa nas páginas da
Carta Magna e tenta um conchavo inédito no país.
Ele realizou uma reunião, manhã de terça-feira (28),
com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. O ministro da Casa
Civil, Onyx Lorenzoni, que também participou do encontro, disse que os atuais
chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão dispostos a firmar
um pacto em apoio à reforma da Previdência e à agenda de restauração neoliberal
que vem sendo imposta aos brasileiros desde o golpe de Estado de 2016.
De acordo com Lorenzoni, em entrevista a jornalistas do
G1, o documento para formalizar a “harmonia” entre os poderes da República será
assinado provavelmente na semana do dia 10 de junho.
A desculpa para tal violência institucional seria uma
tal de “meta de interesse da sociedade”, mas o que se pretende na realidade é
um pacto sinistro contra o povo brasileiro, que coloca em primeiro plano a
proposta de reforma da Previdência de Paulo Guedes. Esta, a pretexto de
combater o déficit fiscal, extingue direitos da classe trabalhadora e abre
caminho para o fim das aposentadorias públicas e a completa privatização do
sistema com o ingresso do modelo fracassado de capitalização, que só interessa
a banqueiros e rentistas. A propaganda oficial, reproduzida pela mídia, diz que
é imprescindível, repetindo o discurso falso sobre a reforma trabalhista, que
não criou empregos (como se prometia) e cujo verdadeiro saldo é uma maior
precarização das relações trabalhistas e o arrocho dos salários.
O cardápio de tal quadrilha seria também propostas de
reforma tributária, pacto federativo, segurança pública e desburocratização.
A tramoia fica clara quando vemos que nenhuma resposta
concreta aos dramas imediatos da classe trabalhadora e do povo - como o
desemprego em massa, a crescente precarização do mercado de trabalho, a
degradação dos serviços de saúde e educação, a violência, etc.
Fato
4. Na contramão do mundo, o governo
brasileiro liberou mais 31 agrotóxicos durante a semana, chegando a 169 somente
nos primeiros meses desse ano, é praticamente um agrotóxico por dia. Três dos
produtos liberados possuem o mesmo princípio ativo do glifosato, associado a
casos de câncer em ações bilionárias nos EUA. A Monsato, que pertence ao grupo
Bayer, responde a mais de 13 mil ações judiciais nos EUA e já foi condenada
três vezes por conta do uso de glifosato.
Ano passado a União Europeia proibiu produtos
associados a mortandade de abelhas, são os inseticidas denominados
"neonicotinoides".
Em nosso país circulam livremente pelo menos 14
agrotóxicos que são proibidos nos EUA e Europa por estarem associados a casos
de câncer e danos genéticos, sendo que três dessas substâncias estão entre as
mais vendidas por aqui. E já somos o país que mais consome agrotóxicos no mundo;
mais da metade são classificados como altamente ou extremamente tóxicos. Essas
substâncias estão presentes em quase todos os alimentos e são a causa de
diversos problemas de saúde, incluindo câncer e Mal de Parkinson, segundo o Instituto
Nacional do Câncer (Inca).
Cada
ministro pior que o outro. Se não
bastassem as muitas barbaridades ditas pelos ministros do ex-capitão reformado,
desde ver Jesus em um pé de goiabeira até não saber conjugar o verbo “haver”,
agora apareceu mais um para dizer besteiras. E, para piorar, agora diz
besteiras internacionais.
O ministro de Relações Exteriores, um pulha chamado
Ernesto Araújo, depois de beijar a bunda de Trump e se arrastar diante de
Netanyahu, agora resolveu dizer besteiras sobre um tema que não domina. Em
reunião internacional ele negou o aquecimento global e disse que “a temperatura
da Terra parece estar subindo porque colocamos os termômetros mais próximos do
asfalto das cidades”. Vale lembrar que esse energúmeno defende a retirada do
Brasil do Acordo de Paris para controle do clima no planeta e defende um amplo
desmatamento para ampliar a produção agrícola.
Um governo que é contra a educação só pode dar nisso.
Ele não sabe que, nas últimas décadas, o acompanhamento do aquecimento do
planeta vem sendo feito por meios científicos, com termômetros instalados em
solo e também nos oceanos, além de aparelhos de alta tecnologia instalados em
satélites.
Trump
e a balcanização na América Latina. O
termo balcanização, em geopolítica, é usado para definir um processo de fragmentação
ou divisão de uma região ou país em espaços menores que, em geral, são hostis
entre si e não acontece uma cooperação.
Originalmente usado para definir a divisão da península
Balcânica, que era dominada pelo Império Otomano. O processo durou de 1817 até
1912. Mais tarde se tornou mais conhecido porque passou a definir a
fragmentação da Iugoslávia e a divisão da antiga União Soviética. Mais tarde se
tornou em um objetivo do Império para desintegrar as regiões que eram
contrários às suas políticas de dominação.
Em uma rápida análise e sem medo de errar, podemos
dizer que a chegada de Donald Trump à Casa Branca criou as condições para que
vários governos em nossa região caíssem nas mãos da direita e, com isso, o
surgimento do neofascismo, a misoginia, a homofobia e o racismo depois de duas
décadas de progresso e avanço. Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Colômbia,
Peru e Equador contam hoje com governos fantoches comandados pela Casa Branca e
que tudo fazem para desmontar por completo a unidade regional criada por
Kirchner, Lula, Chávez, Evo, Correa, Mujica e Lugo.
A dificuldade de Trump, até agora, é que essa direita
não foi capaz de implantar em sua totalidade a cartilha promovida e distribuída
pela Casa Branca para a região. Ainda que trabalhem firmemente para dissolver o
grande trabalho realizado para a criação e fortalecimento da Unasul e Mercosul,
ainda encontram alguma resistência em certas áreas. Conseguem implantar a
receita do FMI quanto à repressão aos salários, desmonte dos Estados, privatizações,
reformas da Previdência Social, etc, mas não conseguem romper de vez com a
unidade do povo de Nossa América que resiste por outras formas.
A balcanização da América Latina é um desafio para a
atual geopolítica neoliberal e tem, como principais armas, o genocídio humano e
cultural. Nossos países vivem uma guerra híbrida, mistura de guerra convencional
e política, com as constantes ameaças de intervenção militar direta dos EUA e
grupelhos de direita que criam condições para dividir as populações e se
anunciam como “resistência democrática”, contando com vultosas quantias
financeiras de grupos econômicos interessados em retomar o domínio na região.
Este é o desafio que a esquerda latino-americana
precisa entender para resistir e criar uma reação popular.
Eleições
também na Bolívia. Uma semana antes
das eleições na Argentina ocorrerão as eleições bolivianas, em 20 de outubro
próximo. E analistas locais avaliam que deve ser a mais disputada da história
recente do país, uma vez que a vitória de Evo Morales não está tão clara como
nas últimas vezes.
O fato é que, mesmo tendo amplo apoio dos movimentos
populares que lutaram pelo direito de uma nova candidatura, seu governo já não
mostra a mesma força dos mandatos anteriores e o crescimento da economia parece
estagnado, além de enfrentar uma intensa campanha da direita financiada por
Washington.
A seu favor, Morales tem amplo respaldo em todos os
setores dos serviços públicos e seu partido administra a grande maioria dos
municípios bolivianos. Ele tem todo o aparato do Estado para trabalhar pela sua
reeleição.
E isso é facilitado ainda mais pelas mudanças aprovadas
na Constituição de 2009 que estabelece que todos os candidatos ocupantes de
cargos públicos devem renunciar três meses antes das eleições, menos o presidente
e o vice-presidente.
Mas todos os que vivem no país concordam que a
tendência para o discurso da direita que se fortalece na América Latina vem
ganhando espaço também na Bolívia.
Um fato parece ter a concordância de todos os que
estudam a situação boliviana: se houver segundo turno a disputa vai ser ainda
mais acirrada, porque a direita e Washington apostarão todas as fichas no
processo.
Argentina:
mais um aumento no gás. O Ministério
da Fazenda da Argentina anunciou na sexta-feira (31) um aumento de 3% no preço
do botijão de gás de 10kg, estabelecendo o valor de 286,77 pesos. Nos cinco
primeiros meses de 2019, o produto já aumentou 46,7%.
Este é o terceiro aumento promovido pelo governo do
Macri do preço do botijão de gás em 2019.
Em janeiro, o governo havia decidido elevar o preço do gás de cozinha de
195,47 pesos para 267,70 pesos, registrando o maior aumento deste ano (37%). No
começo do mês de maio, o preço do botijão chegou a 278,41 pesos, marcando um
aumento de 4%.
Em publicação do Diário Oficial, a Secretária de
Combustíveis argentina anunciou que os novos valores entrarão em vigor a partir
do dia 1º de junho, e que o aumento não inclui o Imposto sobre Valor Agregado
(IVA). Incluindo o IVA de 10,5% do valor do produto, o botijão de 10kg irá
custar 316,80 pesos ao consumidor final.
Segundo dados do governo, entre dezembro de 2015 e
junho de 2019, o preço do botijão de gás foi 97 pesos a 316,80 pesos, registrando
um aumento de 226,5%.
Desde o início do governo Macri, a Argentina enfrenta
diversos aumentos nas tarifas de gás, água, energia e transporte, chamados de
“tarifaços”.
Na
Argentina, o risco agora é a fraude eleitoral! Precavendo-se contra a imensa resistência ao seu
governo e ao espantoso índice de rejeição, Mauricio Macri introduziu uma
mudança fundamental na legislação eleitoral do país que vai permitir uma
manipulação nas contagens. Segundo analistas e técnicos, com a ajuda de
conglomerados midiáticos do país, muito fortes, ele poderia construir uma
realidade virtual muito difícil de desmontar.
Diante da perda de apoio depois do verdadeiro desastre
que é seu governo, tanto no campo da economia quanto nos seguidos escândalos
políticos que vão surgindo, ele começou a introduzir, desde o início de 2019,
uma série de mudanças nos mecanismos eleitorais que vão dificultar a
transparência do sistema.
O mais grave é a contratação e implantação de um
software que centraliza o recebimento das atas de apuração provisórias e
permite modifica-las ou substituí-las. O governo de Macri contratou esse
produto chamado “Eleição 360” da empresa SmartMatic que já foi denunciada por
fraudes e manipulação em vários países e condições internacionais.
A empresa, apesar de ter sua matriz na Venezuela, já
foi denuncia em eleições nos Estados Unidos, em Uganda e na Bélgica. Mesmo a
Venezuela acusa a SmartMatic de ter manipulado as eleições de 2017 para a
Assembleia Constituinte e a retirou do processo.
Guaidó
vai se apropriando de empresas venezuelanas. Juan Guaidó, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, vai
ampliando seu império econômico. E fica ainda mais claro que seu interesse não
tem nada de “democrático” com o país. É uma questão de rapina!
Depois de contar com o apoio e cumplicidade de Donald
Trump para se apossar da empresa venezuelana Citgo, nos EUA, agora deu um salto
maior e acaba de adquirir uma empresa estatal venezuelana na Argentina, a
petroquímica Monómeros Colombo Venezolanos que produz o caprolactama, matéria
prima fundamental para a produção do nylon, além de fertilizantes compostos. E
contou com a “ajuda amiga” de Mauricio Macri para o seu golpe.
Documentos revelados pouco depois da transação
comercial revelam que havia um conluio entre Macri e Guaidó: o primeiro se
ocupou de congelar os ativos a PDVSA em seu país, facilitando a maracutaia,
enquanto o segundo ampliava seu pequeno império já conhecido por todos.
O
“muro” sai ou não? O muro que Donald
Trump pretende construir na fronteira com o México acaba de sofrer mais uma
derrota, agora na Justiça.
Um juiz federal dos EUA não aceitou a petição do
governo de Trump solicitando permissão para continuar a construção do tal muro
enquanto aguarda uma revisão da decisão sobre o novo orçamento do Pentágono que
permitiria a obra. Haywood Gilliam, magistrado da corte do Distrito Norte da
Califórnia, emitiu parecer dizendo que há muitas controvérsias no caso e isso
impede a continuidade do trabalho.
Em maio passado ele já havia determinado que a
administração de Trump suspendesse o uso de bilhões de dólares que haviam sido
destinados para a construção do muro enquanto estudava a petição de entidades
civis que se posicionam contrariamente.
A
vingança contra o México. Para se
vingar de mais uma derrota, Donald Trump anunciou na segunda-feira (21) que
imporá novas tarifas de mais 5% aos produtos exportados pelo México para os EUA
como forma de pressão para que detenha o fluxo de migrantes pela fronteira.
As novas tarifas passarão a vigorar a partir de 10 de
junho e serão aplicadas até que não sejam mais registradas entradas de
migrantes no país. Ele acusa o México de não estar agindo para impedir que
latino-americanos usem a fronteira para entrar nos EUA.
Países
árabes vão boicotar quem trocar embaixada para Jerusalém. A cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica
(OCI) denunciou no sábado (01/06) a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém,
antes da esperada apresentação de um plano de paz de Washington para o Oriente
Médio. Em um comunicado publicado ao final da reunião, ocorrida na cidade de
Meca, na Arábia Saudita, a organização exortou os 57 membros a “boicotar” os
países que abriram representações diplomáticas na cidade.
Além dos EUA, a Guatemala também mudou sua embaixada
israelense para Jerusalém. O ex-militar brasileiro ameaçou fazer o mesmo, mas
acabou por desistir da ideia.
Israel anexou a parte Leste de Jerusalém, considerada
pela comunidade internacional como um território ocupado. Os palestinos
defendem que Jerusalém Oriental seja a capital do seu futuro Estado.
Sem
acordo com os EUA! “Não negociaremos
os valores centrais da Revolução e nem nossas capacidades militares”, assegurou
na quarta-feira (29) o aiatolá Seyed Ali Jamenei.
O líder da Revolução Islâmica no Irã sustentou que o
país persa não negociará com o governo de Trump seus programas nucleares e de
mísseis. “Não há negociação porque não vemos benefícios e isso levaria anos”.
Jamenei denunciou a estratégia de ingerência de
Washington em questões internas de outros países e descreveu essa prática como
“política de pressão ou negociação”. Disse que “eles sempre usam essa tática
para alcançar seus objetivos, e tentam esgotar o outro lado para depois usar
como ‘diálogo’ em sua política internacional”.
No mesmo dia, pouco antes da fala do aiatolá, o
presidente iraniano Hassan Rouhani havia assumido uma postura mais conciliadora
que aceitava uma negociação. Sua maior preocupação é que, desde o início de maio,
o Pentágono tem deslocado para o Golfo Pérsico um grupo de ataque que inclui
porta-aviões, aviões de caça e bombardeiros, barcos anfíbios de assalto e uma
bateria de defesa antiaérea.
Além disso, Trump ameaça com sanções contra as empresas
de petróleo iranianas.
Impedir
a extrema-direita. Ao contrário de
nosso país, a Europa preocupa-se com o avanço da extrema-direita e vem tentando
barrar o seu avanço. Um bom exemplo vem da Itália.
O Ministério dos Bens Culturais da Itália anunciou na
sexta-feira (31) a abertura de um processo para retirar a concessão de uso de
um mosteiro construído no século 13 a um instituto ligado a Steve Bannon, antigo
estrategista político de Trump, que utilizaria o local como uma “universidade”
de formação política da extrema direita.
“A Advocacia do Estado identificou a existência de
todas as condições para realizar a anulação, em consequência da violação de
diversas obrigações contratuais”, diz uma nota do Ministério chefiado por
Alberto Bonisoli, do partido Movimento 5 Estrelas (M5S).
O órgão italiano ainda alegou que o instituo ligado a
Bannon não respondeu aos requerimentos e não tem como “objetivos estatuários a
valorização da cultura nem comprovara experiência na gestão de imóveis culturais”,
duas exigências para assumir o local.
“A Abadia de Trisulti voltará aos cidadãos e não se
tornará nunca uma escola política para soberanistas”, comemorou a presidente da
associação Comunità Solidali, Daniela Bianchi, que liderou a batalha contra a escola
de Bannon e coletou milhares de assinaturas para pressionar o governo.
Não
é só uma “guerra comercial”. Nossa
imprensa está carente de jornalistas honestos e, mais ainda, de bons analistas
internacionais. Por isso, ou não tocam no assunto da atual disputa entre os EUA
e a China, ou falam apenas que se trata de uma “guerra comercial”. De fato, é
muito mais do que isso e Washington, Pequim e Moscou “queimas as pestanas”
aguardando o próximo lance de cada lado.
O que nosso Informativo percebe é que nosso planeta
está vivendo aquela célebre fábula da “espada de Dâmocles” e que tudo pode se
transformar a partir de fatos que usam a guerra comercial como pano de fundo de
um cenário muito mais forte.
A disputa entre EUA e China teve início em março de
2018 quando Trump anunciou sua decisão de impor tarifas alfandegárias incidindo
sobre produtos chineses e que alcançavam 50 bilhões de dólares. A resposta
chinesa foi imediata e aplicou novas tarifas sobre 128 produtos estadunidenses
causando um prejuízo ainda maior às exportações de seus produtos.
As tentativas de negociações foram muitas, mas o
presidente dos EUA age como uma mula empacada e, em 2019, anunciou novas
tarifas contra produtos chineses. A resposta foi também a criação de novas
tarifas anunciadas por Pequim e que chegam a dar um prejuízo de 60 bilhões de
dólares às empresas estadunidenses.
Mas, como dissemos no Informativo anterior, a raiz de
toda essa disputa não são as exportações de produtos, mas o fato da República
Popular da China estar desenvolvendo uma tecnologia de ponta que os EUA ainda
nem estão próximos de alcançar: a produção de uma nova tecnologia para
comunicação móvel denominada 5G que já foi alcançada, enquanto cientistas
estadunidenses acreditam que ainda precisariam de 8 a 9 meses para desenvolver.
Na verdade, enquanto os EUA ainda usam a tecnologia 3G
ou 4G, a China já produz aparelhos com velocidade 5G, o que causará uma
tempestade nas atividades sociais, geopolíticas, empresariais e militares, por
ser 40 vezes mais rápida do que a anterior e ter capacidade de transmissão de
dados incomparavelmente maior.
Esta disputa está cheia de manobras políticas,
econômicas e mesmo militares. Estamos muito longe de ver o seu final, mas nossa
imprensa deveria dar mais atenção ao assunto. Voltaremos ao tema, porque são
muitos os dados e uma única matéria ficaria muito longa para o que se propõe
nosso Informativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário