Como
será o amanhã (6).
Fato
1. O setor público consolidado fechou
maio com déficit de R$ 13,008 bilhões, divulgou o BC na sexta-feira (28/06). Um
ano antes, o resultado tinha sido deficitário em R$ 8,224 bilhões. Em 12 meses
até maio, o que se tem é um déficit primário acumulado de R$ 100,359 bilhões,
ou 1,44% do PIB, vindo de 1,37% em abril. O resultado do mês reflete um déficit
do governo central de R$ 13,190 bilhões e um superávit de R$ 1,237 bilhões de
Estados e municípios. As estatais, excluídas Petrobras e Eletrobras, tiveram
déficit de 1,055 bilhão. A meta de déficit para o setor público consolidado
para 2019 é de R$ 132 bilhões. (Valor Econômico – 28.06.2019)
Fato
2. A dívida bruta dos governos no
Brasil avançou de R$ 5,479 trilhões em abril para R$ 5,481 trilhões em maio,
segundo dados do BC. Em relação ao PIB, a dívida caiu, de 79,1% para 78,7%.
Entre os fatores condicionantes, destacam-se as emissões de dívida e pagamento
de juros, que contribuíram com queda de 0,5 ponto percentual, e incorporação de
juros nominais, com alta de 0,5 ponto. Já o crescimento do PIB tirou 0,4 ponto
percentual da dívida/PIB. (Valor Econômico – 28.06.2019)
Fato
3. O rendimento dos trabalhadores
foi de R$ 2.289 no trimestre móvel encerrado em maio, 1,5% abaixo dos três
meses encerrados em fevereiro (R$ 2.323) e 0,2% menor que o apurado no mesmo
período de 2018 (R$ 2.292), conforme pesquisa divulgada na sexta-feira (28/06)
pelo IBGE. O movimento de queda na renda está ligado a um efeito composição. As
ocupações que mais receberam trabalhadores no período são que mostram as quedas
mais expressivas de rendimento no período. Ou seja, são trabalhadores sendo empregados
com menores rendimentos. (Valor Econômico – 28.06.2019)
Fato
4. O Índice Nacional de
Expectativa do Consumidor (Inec), calculado pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), caiu 1,4 ponto em maio, em relação a abril, e ficou em 47
pontos. Foi a segunda queda consecutiva do indicador. O dado continua acima da
média histórica de 46,1 pontos, informa a pesquisa divulgada nesta
quinta-feira. O Inec varia de zero a cem pontos. Quando está abaixo dos 50
pontos mostra que consumidores estão sem confiança. A queda da confiança em
junho é resultado, especialmente, da piora da percepção dos brasileiros sobre o
emprego e o aumento do endividamento das famílias, diz a CNI. (Valor Econômico
– 28.06.2019)
Fato
5. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio deste ano mostraram que 14
milhões de brasileiros usavam lenha ou carvão para cozinhar alimentos em 2018,
aumento de 3 milhões de pessoas em comparação a 2016.
O aumento desregrado do uso de lenha nas casas trará
consequências negativas tanto para a saúde quanto para o meio ambiente do país.
Esse é um dos alertas do estudo desenvolvido pela professora Adriana Gioda, do
Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC–Rio).
Segundo Adriana Gioda, a expansão do uso da lenha no
preparo de alimentos no Brasil está relacionada ao aumento do preço do botijão
de gás liquefeito de petróleo (GLP). “Isso é muito visto, principalmente nas
regiões mais pobres. No Nordeste, o aumento do uso de lenha é muito maior do
que nas outras regiões”, diz.
O desemprego também contribuiu para o aumento da lenha
nas casas brasileiras. Com ele, segundo Adriana, vem um problema adicional, que
é o uso de lenha catada, não comercial, em fogões rústicos, com queima
ineficiente. “As pessoas acabam consumindo mais lenha e sendo expostas a uma
quantidade grande de partículas, o que agrava os problemas de saúde”, explica.
A pesquisa da professora Adriana Gioda foi publicada na
revista científica Biomass and Bioenergy, usando dados disponíveis de 2016 do
IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de
Minas e Energia.
A pesquisadora observa que quando houve distribuição no
país do Vale Gás, ocorreu diminuição do uso de lenha. “Só que, agora, o Vale
Gás foi incorporado ao Bolsa Família, mas o programa não obriga as pessoas a
comprarem gás. Elas acabam abrindo mão de comprar gás e optando pelo que
necessitam mais”. O Vale Gás foi um programa de distribuição de renda
implementado pelo governo federal brasileiro em 2001 para atender os
beneficiários da Rede de Proteção Social, juntamente com o Bolsa Escola e o
Bolsa Alimentação. (Agência Brasil)
Fato
6. A produção industrial brasileira
recuou 0,2% na passagem de abril para maio deste ano. O dado, da Produção
Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), foi divulgado na terça-feira (2),
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De abril para maio, a queda foi puxada pelos bens de
consumo. Os bens duráveis apresentaram um recuo de 1,4% e os semi e não
duráveis caíram 1,6%.
Dezoito dos 26 ramos industriais tiveram queda na
produção de abril para maio, com destaque para veículos automotores, reboques e
carrocerias (2,4%), bebidas (3,5%), couro, artigos para viagem e calçados
(7,1%), outros produtos químicos (2%), produtos de metal (2,3%), produtos de
minerais não-metálicos (2,1%) e produtos diversos (5,8%).
Fato
7. A retomada consistente do mercado
de trabalho é um cenário ainda muito distante do atual horizonte do Brasil,
indicam os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)
divulgados pelo IBGE na sexta-feira (28).
Isso porque o mercado de trabalho no Brasil continua
sustentado por vagas de baixa qualidade, deixando parte dos brasileiros no
subemprego e achatando salários.
A população ocupada cresceu 1,2% no trimestre de março
a maio, na comparação com o trimestre até fevereiro. Porém, das 1,1 milhão de
pessoas que passaram a trabalhar no período, mais da metade (582 mil) estava
trabalhando menos do que gostaria, e quem está conseguindo emprego acaba
recebendo um salário menor.
Como consequência, o rendimento mensal piorou e caiu
1,5% contra o trimestre anterior, chegando a R$ 2.289 --o pior valor desde o trimestre
encerrado em novembro.
Fato
8. Dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia, em
maio, apontaram o Rio Grande do Sul como o estado líder em demissões com
carteira assinada no Brasil, com o fechamento de 11.207 empregos.
Na manhã de segunda-feira (1º), essa realidade
acentuou-se ainda mais. Sem nenhum aviso prévio, cerca de 480 empregados da
unidade da fabricação de louças Deca, da empresa Duratex, em São Leopoldo, na
região do Vale dos Sinos, foram demitidos com o fechamento da planta. Em
Palmeira das Missões, a empresa Nestlé encerrou as atividades da fábrica no
município da região das Missões, com demissão de 18 funcionários.
Para agravar o cenário para os trabalhadores e para a
economia do Rio Grande do Sul, há ainda no horizonte a Paquetá, com sede em
Sapiranga, que pediu recuperação judicial no dia 24 de junho. A empresa, com 74
anos de atuação na produção de calçados, tem uma dívida de R$ 638,5 milhões.
Fato
9. O Brasil ocupa a quarta colocação no ranking
mundial de casamento precoce de crianças e adolescentes, segundo a pesquisa
"Tirando o Véu", da Plan International Brasil, divulgada semana
passada. O estudo aponta a evasão escolar, a gravidez precoce e a
responsabilidade no trabalho doméstico como as principais consequências dessas
relações. A pesquisa constatou que as meninas se casam com homens mais velhos,
com maior instrução formal e melhores perspectivas econômicas.
Quase 3 milhões de crianças
são casadas no Brasil. O país está atrás apenas de Índia, Bangladesh e Nigéria.
Bahia e Maranhão são os estados do Brasil onde os casos de casamento precoce e
forçado estão fortemente relacionados. A pesquisa entrevistou 217 pessoas,
entre meninos, meninas, educadores e homens adultos. (Rede Brasil Atual)
Fato 10. A
carne de frango brasileira que é rejeitada no Reino Unido por contaminação pela
bactéria salmonela volta ao Brasil e é revendida no mercado nacional. A prática
foi descoberta por meio de uma investigação conduzida pela Repórter Brasil em
parceria com o jornal britânico The Guardian e o Bureau of Investigative
Journalism, que comprovou que, entre abril de 2017 e novembro de 2018, mais de
1 milhão de aves congeladas (ou 1.400 toneladas) foram vetadas nos portos do
Reino Unido por não atenderem aos padrões sanitários europeus – mais rigorosos do
que os verificados por aqui.
O retorno ao Brasil dos contêineres com produtos contaminados
foi comprovado por documentos internos obtidos junto à agência britânica de
padrões alimentares (Food Standards Agency). Além de confirmarem a volta desse
frango contaminado ao Brasil, o Ministério da Agricultura e a a Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA) esclareceram o que acontece com essa carne
quando volta ao País.
No mercado brasileiro, o produto vetado pode seguir
dois caminhos, a depender do tipo de salmonela presente. Se forem bactérias com
risco potencial à saúde humana – o que acontece em menos de 1% dos casos,
segundo o ministério –, o frango contaminado é cozido, e a carne é processada
em subprodutos, como nuggets, salsichas, linguiças e mortadelas de frango. Já
se a contaminação for por bactérias que, de acordo com os padrões brasileiros,
não apresentam riscos à saúde, o produto “in natura” é colocado no mercado interno
e chega aos açougues e supermercados.
E a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, diz nos
jornais que isso é “absolutamente normal” e que não vê riscos para a população.
E
agora, ex-capitão? O presidente
brasileiro espalhafatoso e subserviente voltou do encontro do G-20 fazendo
alarde sobre o Acordo UE-Mercosul como sendo uma grande conquista do seu
governo, mas sua política pode jogar no lixo todas as negociações de demoraram
20 anos para acabar.
Quatro dias depois da assinatura do acordo entre a
União Europeia e o Mercosul, o ministro francês do Meio Ambiente, François de
Rugy, afirmou na terça-feira (02) que o tratado “só será ratificado se o Brasil
respeitar os seus compromissos”, especialmente em relação à luta contra o
desmatamento da Amazônia. Mais cedo, a porta-voz do governo francês indicou que
“a França não está pronta para ratificar” o compromisso.
“A nova Comissão Europeia e sobretudo o Parlamento Europeu
irão analisar minuciosamente esse acordo antes de ratificá-lo”, afirmou
François de Rugy em entrevista à rádio Europe 1. “É preciso lembrar a todos os
países, entre eles o Brasil, de suas obrigações. Quando assinamos o Acordo de
Paris colocamos em prática uma política que permite atingir objetivos de
redução de emissão de gases de efeito estufa e de proteção da Floresta
Amazônica”.
A votação final do texto negociado durante cerca de 20
anos entre os dois blocos não deve ocorrer antes de um ano. O texto primeiro
deve ser reescrito em moldes jurídicos, traduzido para todas as línguas da
União Europeia e submetido ao Conselho Europeu.
Mais
trabalho escravo. Uma operação do
Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério da Economia resgatou
quatro trabalhadores submetidos a condições análogas às de trabalho escravo no
município de Bernardo Sayão, em Tocantins. A operação foi realizada entre os dias
18 e 28 de junho deste ano.
Os trabalhadores foram encontrados em condições
degradantes, às margens do Rio Araguaia, sendo que um deles era submetido a
trabalhos forçados. O grupo fazia a aplicação de agrotóxicos sem a proteção
exigida pelas normas de segurança e saúde, atuando em situação de informalidade,
sem registro em carteira.
Medo
do desemprego aumenta. O medo do
desemprego aumentou e a satisfação com a vida diminuiu entre os brasileiros. É
o que revela a pesquisa da Confederação Nacional da Industria (CNI), divulgada
na quarta-feira (03). O índice do medo do desemprego cresceu 2,3 pontos em relação
a abril e alcançou 59,3 pontos em junho.
O indicador está acima da média histórica, que é de
49,9 pontos, mas está 8,6 pontos menor do que o registrado em junho de 2018.
Segundo a CNI, o medo do desemprego vem aumentando desde dezembro do ano
passado, quando atingiu o valor mínimo nos últimos cinco anos.
De acordo com a pesquisa, o medo é maior entre as
pessoas com mais de 45 anos de idade e com menor grau de instrução. Entre os
brasileiros que têm entre 45 e 54 anos, o índice do medo do desemprego subiu
7,1 pontos frente a abril e ficou em 60,1 pontos em junho. Entre as pessoas
cujo grau de instrução vai até a quarta série do ensino fundamental, o medo do
desemprego aumentou 6,1 pontos na comparação com abril e atingiu 65,1 pontos em
junho.
Daniel
Martínez será o candidato da Frente Ampla no Uruguai. A Frente Ampla tem um dos governos progressistas que
está há mais tempo no poder no mundo. Conquistou três mandatos com Tabaré Vázquez
(duas vezes) e Pepe Mujica, seu líder mais emblemático. Agora, terá pela frente
o desafio de vencer com um candidato novo a nível nacional, mas que foi um bem
avaliado prefeito da capital Montevidéu.
No domingo (30/06), a Frente Ampla, coalizão que reúne
os maiores partidos de esquerda do Uruguai, realizou sua eleição interna e
escolheu o socialista Daniel Martínez como seu candidato para a eleição presidencial,
que ocorrerá no país entre os meses de outubro (primeiro turno) e novembro (segundo
turno, se necessário).
A Frente Ampla uruguaia está no poder desde 2005,
quando elegeu o socialista Tabaré Vázquez. Seguiu comandando em 2010, graças à
sua figura mais emblemática, o ex-presidente Pepe Mujica. Em 2015, conquistou o
terceiro mandato, com a volta de Vázquez. No Uruguai, os mandatos presidenciais
são de 5 anos, sem reeleição consecutiva. Agora, terá pela frente o desafio de
vencer com um novo nome.
Após a vitória, Martínez falou justamente sobre o
desafio da renovação: “Vamos demonstrar que a Frente Ampla tem uma incrível
capacidade de gerar transformações e de renovar com unidade interna e com a unidade
social que o país necessita”. Também falou que seu programa buscará fazer com
que “o Uruguai seja um país modelo para o Século XXI”.
Martínez foi eleito prefeito de Montevidéu em 2015, e
deixou o cargo em abril, com altos índices de aprovação, para concorrer nas
primárias.
Em outubro, ele e sua Frente Ampla enfrentarão as duas
forças tradicionais da direita, o Partido Nacional, que escolheu o senador Luis
Lacalle Pou (que perdeu para Vázquez em 2014), e o Partido Colorado, que será
representado pelo economista Ernesto Talvi. Ambos defensores do neoliberalismo
e apoiados pela Casa Branca.
Candidato
argentino visita Lula na prisão. O
candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández, companheiro de chapa da
ex-presidente Cristina Kirchner, visitou na quinta-feira (04) o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Após o encontro, Fernández afirmou que vê com muita
preocupação a prisão de Lula e que não duvida da inocência do petista. “Para mim
é uma alegria ver Lula. Lula é alguém muito importante para nós. Os argentinos
temos um enorme reconhecimento por Lula e um enorme carinho por Lula. Sua
prisão não é algo que passe despercebido”. disse.
Fernández ainda afirmou que “o que foi rompido no
Brasil foi o Estado de direito, sou advogado, dou aulas na Universidade de
Buenos Aires, escrevi livros sobre esse tema”. “Como eu sou um homem
comprometido com o Estado de direito, porque faz 35 anos ensino direito, a
verdade é que vou estar ao lado de Lula para tudo que seja necessário até que o
sistema policial entenda que deve respeitar os direitos e as garantias dos
cidadãos e também de Lula”, afirmou.
Em sua visita, o candidato foi acompanhado pelo
ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. Fernández também disse que
conversou com o papa Francisco sobre a situação de Lula e a perseguição
judicial que outros líderes progressistas da América Latina têm sofrido.
(Matéria em Opera Mundi)
Isso
nos preocupa, sim! Com as mudanças
climáticas, o aumento do estresse térmico na agricultura e em outros setores
industriais levará previsivelmente a uma perda da produtividade equivalente a
80 milhões de empregos para 2030 – advertiu a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), na segunda-feira (01).
Em um novo relatório, a OIT considera que 2,2% do total
das horas trabalhadas no mundo poderão se perder por causa das altas
temperaturas, segundo projeções baseadas em um aumento da temperatura mundial em
1,5ºC, até o final do século.
O impacto será maior no sul da Ásia e na África
Ocidental, onde cerca de 5% das horas trabalhadas poderão ser perdidas até
2030, ressaltam os autores do relatório “Trabalhar em um planeta mais quente: O
impacto do estresse térmico na produtividade laboral e no trabalho decente”. No
total, as perdas econômicas representariam cerca de 2,4 trilhões de dólares em
escala mundial.
O estresse térmico representa um calor superior ao que
o corpo pode tolerar sem sofrer danos psicológicos, indica a OIT, acrescentando
que costuma ocorrer quando as temperaturas superam os 35ºC com uma forte
umidade.
“O excesso de calor durante o trabalho é um risco para
a saúde ocupacional”, disse a OIT, apontando que pode restringir as capacidades
físicas e, portanto, a produtividade do trabalhador. Em temperaturas muito
altas, os trabalhadores também correm o risco de sofrer insolação, o que pode
ser fatal.
Os dois setores mais expostos são a agricultura, que
emprega 940 milhões de pessoas no mundo e deve representar 60% das horas de
trabalho perdidas em 2030; e a construção, cuja produtividade cairia 19%.
Trump
fanfarrão? Donald Trump assumiu a
presidência dos EUA em 2017 e, desde então, o mundo não tem mais sossego. São
milhares de notícias falsas espalhadas pela imprensa amestrada e insegurança
espalhada pelas fanfarronices do presidente republicano.
Para quem acompanha o noticiário internacional e o
nosso Informativo não é difícil perceber isso. Em dois anos ele já ameaçou
invadir a Coreia do Norte, a Venezuela, a Nicarágua, Cuba e até mesmo fez
ameaças à China e à Rússia. Bravatas que são apoiadas e incentivadas por dois
conhecidos “falcões”, os mesmos que incentivavam George Bush às novas guerras,
John Bolton e Mike Pompeo.
Seu alvo, depois de nada fazer contra os “inimigos”
anteriores, agora é o Irã. Diariamente ganha algum espaço na imprensa
estadunidense – e nos jornais amestrados do mundo – para uma nova ameaça ao
país do Oriente Médio, sabendo de antemão que está mexendo com um barril de
pólvora.
Esclarecendo seu objetivo principal: impedir, a
qualquer preço, que o Iran desenvolva uma bomba atômica. O que tinha como
objeto de barganha? Suspender as sanções econômicas impostas nos últimos 35
anos. Mas, escondido nos corredores da Casa Branca, o plano principal é
provocar uma guerra com aquele país e facilitar a vida de Israel se seus
aliados na região.
Trump retirou, unilateralmente, os EUA do Tratado
Nuclear com Iran e passou a estrangular a economia local e tentar reduzir a exportação
do petróleo iraniano.
Não interessa aos EUA e nem aos seus maiores aliados na
região, Israel e Arábia Saudita, que o mundo tome conhecimento da verdade dos
fatos sobre o Tratado (veja nota adiante). Afinal de contas, é o trunfo que
podem usar para mobilizar a opinião pública.
O
acordo de Teerã. De forma rápida vamos
dizer que o Irã já havia abandonado seu programa militar atômico há algum
tempo, mas continuava a enriquecer o urânio a um nível que preocupava os EUA e
os vizinhos.
Lula da Silva assumiu a presidência brasileira naquele
ano e começou a trabalhar por um acordo na região, autorizando seu chanceler,
Celso Amorim, a procurar os interlocutores certos em busca de negociações. No
início das conversas com o presidente Ahmadinejad recebeu, inclusive, a
concordância de Obama e Hillary Clinton que depois, ao verem os avanços das
negociações, ficaram no muro porque não podiam dar tanto crédito ao Brasil.
Em maio de 2010 as negociações tiveram êxito e o Irã
concordou em enviar urânio para ser enriquecido no exterior. Das negociações
participou também o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O país iria
enviar 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5%) para a Turquia em
troca de combustível para um reator nuclear a ser usado em pesquisas médicas em
Teerã. E tudo teve a aprovação da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA, órgão da ONU).
Um
claro desafio? Quando Donald Trump
começou a recente corrida contra o Iran não conseguiu impressionar muito. Pelo
contrário, apenas acirrou a determinação do país em levar adiante o seu
programa e, aproveitando que os EUA haviam se retirado do Acordo, romper
também.
Na segunda-feira (01), o ministro do Exterior iraniano,
Mohammad Javad Zarif, anunciou ao mundo que seu país havia ultrapassado o
limite de seu estoque de urânio enriquecido estabelecido no acordo.
A agência de notícias semioficial iraniana Fars também
noticiou o fato, citando uma fonte afirmando que a Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) havia medido o estoque justamente nesta segunda-feira e
também comunicou a violação do limite.
A quebra do limite de estoque de urânio enriquecido por
si só não muda radicalmente o tempo de um ano que especialistas acreditam que o
Irã precisaria para ter material suficiente para construir uma bomba atômica. O
Irã tem insistido há bastante tempo que seu programa nuclear é somente para
fins pacíficos, como a geração de energia, apesar dos temores do Ocidente.
Em maio, Washington aumentou a pressão sobre Teerã ao
ordenar que todos os países suspendessem as importações de petróleo iraniano.
Desde então, as tensões têm crescido no Golfo Pérsico. Os EUA enviaram
militares adicionais ao Oriente Médio e caças americanos chegaram a receber o
comando de executar ataques aéreos no Irã, após o abatimento de um drone
americano – o ataque foi cancelado na última hora.
Em discurso transmitido ao vivo nesta segunda-feira na
televisão estatal, Zarif voltou a desafiar os EUA. “O Irã nunca cederá à
pressão dos Estados Unidos. Se quiserem conversar com o Irã, devem mostrar
respeito. Nunca ameace um iraniano. O Irã sempre resistiu à pressão e respondeu
com respeito quando respeitado”.
E a
barbárie não tem limite. Na
terça-feira (02), um ataque da estadunidense provocou a morte de pelo menos 44
migrantes em um bombardeio aéreo contra um centro de detenção na Líbia e
provocou comoção internacional. Em uma reunião na quarta-feira (03), o Conselho
de Segurança da ONU, entretanto, não condenou por unanimidade o ataque.
Os Estados Unidos impediram a adoção de uma declaração,
proposta pelo Reino Unido condenando o bombardeio, depois de mais de duas horas
de reunião. O documento também pediu o cessar-fogo e instou o retorno ao
diálogo político. Mas diplomatas dos EUA disseram na reunião que eles
precisavam da aprovação de Washington para ratificar o texto, e a discussão
terminou sem o aval da Casa Branca, como era de esperar.
O ataque aconteceu em Tajoura, perto de Trípoli. Mais
de 600 migrantes moravam no centro de detenção, a maioria do Sudão e da
Eritreia. Segundo o responsável do local, Noureddine al-Grifi, 120 migrantes
estavam no prédio número 3, que foi atingido em cheio pelo bombardeio. “Havia
cadáveres, sangue e pedaços de pele espalhados para todos os lados”, contou
Al-Mahdi Hafyan, um marroquino de 26 que ficou ferido no ataque. Ele veio à
Líbia para tentar atravessar o mar Mediterrâneo e chegar clandestinamente na
Europa. Esta é a segunda vez que o centro é atingido desde a ofensiva
pro-Haftar, no dia 4 de abril, que tem o apoio dos Emirados Árabes Unidos e do
Egito.
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