terça-feira, 30 de julho de 2019

Ministério de Damares desmente Bolsonaro: Santa Cruz foi assassinado pela ditadura

Ministério de Damares desmente Bolsonaro: Santa Cruz foi assassinado pela ditadura

Na semana passada, Ministério dos Direitos Humanos emitiu uma certidão de óbito do pai do presidente da OAB

REDAÇÃO
São Paulo (Brasil)
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Comissão de Mortos e Desaparecidos, emitiu, na semana passada, uma certidão de óbito para Fernando Souza Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
No documento, a pasta comandada pela ministra Damares Alves informa que a morte do militante foi “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”. 
A data da morte informada é dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro (RJ), “no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.
A certidão emitida pelo ministério desmente Bolsonaro, que na tarde desta segunda-feira (29), durante transmissão ao vivo em suas redes sociais, disse que Santa Cruz teria sido assassinado por integrantes da Ação Popular do Rio de Janeiro, organização que o militante integrava.
Valter Campanato/Agência Brasil
Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
O caso seria, segundo o presidente, uma traição dos companheiros ao pai do presidente da OAB.
Mais cedo, Bolsonaro aproveitou uma entrevista coletiva para atacar pessoalmente o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, cujo pai desapareceu durante a ditadura militar. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, afirmou.
Prisão confirmada
A Aeronáutica, em um documento de 8 de setembro de 1978, informa que Fernando Souza Cruz, confirma que Santa Cruz teria sido preso em 22 de fevereiro de 1974. Confirmada a detenção, a tese de Bolsonaro fica menos crível, já que o presidente afirmou que o pai do presidente da OAB teria sido capturado pelos integrantes da Ação Popular quando chegou ao Rio de Janeiro e, em seguida, teria sido assassinado.
Atestado diz que morte foi violenta e causada pelo Estado brasileiro (Reprodução)

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