A psicologia dos porões é padrão em todas as épocas. Acuados, partem para o tudo ou nada. Variam apenas os instrumentos de pressão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) está chegando ao seu maior teste: colocar um fim definitivo nos abusos dos porões.
De um lado, a #vazajato expôs as arbitrariedades e desrespeito às leis cometidos pela Lava Jato. E, aparentemente, ainda há material para uma boa temporada. De outro, há uma ofensiva de Jair Bolsonaro para esvaziar o poder paralelo que se implantou na República e que atrapalha o poder das milícias.
A psicologia dos porões é padrão em todas as épocas. Acuados, partem para o tudo ou nada. Variam apenas os instrumentos de pressão. Na ditadura, eram bombas no Riocentro, na OAB, em bancas de revista e no centro da cidade. Nos tempos atuais, por enquanto ainda é o uso da máquina do Estado para retaliar os críticos.
Uma série de ações mostra a ofensiva dos porões.
- Um advogado crítico da Lava Jato sofreu nova ameaça, em cima de episódios já levantados e esclarecidos em outros tempos. Foi acusado de obter informações privilegiadas do Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso. Mostrou que as informações foram obtidas através da Lei de Acesso às Informações. O assunto morreu, mas foi reavivado de novo, tendo como álibi a delação de Antônio Palocci.
- A investida sobre o filho do senador Edison Lobão, em cima de fatos ocorridos há tempos.
- Pela enésima vez, busca e apreensão em casas de lideranças do PT, aproveitando o álibi Antônio Palocci.
- O vazamento de informações sigilosas do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) com as contas de David Miranda, marido de Glenn Greenwald. E a tentativa de criminalização antes mesmo de eles serem ouvidos.
- A destruição de provas sobre atuação de fiscais da Receita em investigações a serviço da Lava Jato.
No caso Glenn-David Miranda, refez-se a parceria Lava Jato-Globo, mostrando a síndrome de escorpião do grupo e, provavelmente, os receios com revelações que possam sair futuramente da Vazajato acerca das relações promíscuas com a operação.
O problema desses irresponsáveis é que, a reação contra eles será substitui-los por outro tipo de aparelhamento. É por aí que se entende a demissão do Secretário da Receita Federal Marcos Cintra.
A intenção é aproveitar sua substituição para demitir todos os subsecretários, que são auditores fiscais concursados. E também conseguir a demissão do auditor fiscal do porto de Itaguaí, pulmão da economia das milícias.
É o resultado final dessa enorme lambança: o direito sendo massacrado pelo poder de Estado conferido à Lava Jato, e pelo poder das milícias se apropriando do Estado.
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