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22 DE OUTUBRO DE 2019, 09H47
Com caos no Chile, Paulo Guedes desaparece à la Queiroz e articula aprovação de reforma da previdência no Senado
Guedes, que classifica o Chile como "Suíça da América Latina", não compareceu nem mesmo na cerimônia em Washington para receber o prêmio de melhor ministro da Economia da região, concedido pela revista GlobalMarkets, porta-voz de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI)
Chicago Boy, formado nas mesmas cadeiras em que Milton Friedman doutrinou economistas da Universidade Católica para fazer do Chile o laboratório da experiência neoliberal durante a ditadura de Augusto Pinochet, Paulo Guedes desapareceu – à la Queiroz – desde que explodiu a revolta popular no país em que ele chegou a chamar de “Suíça da América Latina”.
O último compromisso público de Guedes foi na segunda-feira passada, dia 16, quando participou da cerimônia de assinatura de uma MP ao lado de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. De lá prá cá, o ministro só tem tido compromissos internos, em especial relacionados à votação da reforma da Previdência, baseada em modelo chileno, que acontece nesta terça-feira (22) no Senado.
Guedes não compareceu nem mesmo na cerimônia de entrega do prêmio de melhor ministro da Economia da América Latina, em Washington, no sábado (19). A honraria foi concedida a ele pela revista GlobalMarkets, porta-voz de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Nesta segunda-feira (21), Guedes teve um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo na casa. A pauta tratou de acertar os detalhes para a votação da reforma da Previdência.
Suíça latino americana
A reforma da Previdência, com regime de capitalização que foi retirado do texto e deve ser apresentado em MP paralela pelo governo, é apenas uma das medidas neoliberais copiadas por Guedes da economia chilena, que entrou em colapso e explodiu nos últimos dias, com a ascenção de uma nova ditadura militar convocada às pressas pelo presidente Sebastián Piñera, deixando ao menos 11 mortos até o momento.
A reforma da Previdência, com regime de capitalização que foi retirado do texto e deve ser apresentado em MP paralela pelo governo, é apenas uma das medidas neoliberais copiadas por Guedes da economia chilena, que entrou em colapso e explodiu nos últimos dias, com a ascenção de uma nova ditadura militar convocada às pressas pelo presidente Sebastián Piñera, deixando ao menos 11 mortos até o momento.
Modelo neoliberal, com a privatização de vários setores da economia, o Chile é considerado por Guedes a Suíça da América Latina, como ele disse em palestra em fevereiro em evento na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“Hoje é muito fácil dizer “ah, o sistema chileno não funciona”. Eu sempre respondo “não, o que funciona é o brasileiro né? O chileno não funcionou não”. O Chile cresceu 5,5%, 6% ao ano 30 anos seguidos, virou a Suíça na América Latina, a renda per capita é quase o dobro do Brasil, 26, 27 mil dólares hoje, o Brasil tá com 15, 16 (mil dólares)”, disse na ocasião, sem ressaltar que a renda não chega às mãos dos trabalhadores do país andino.
Articulando nos bastidores, Guedes não se declara sobre o que acontece no Chile e segue articulando o modelo neoliberal que pretende implantar sob a ignorância econômica de Jair Bolsonaro.
Para o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, as medidas do governo Bolsonaro armam uma bomba e o Brasil deve ser o próximo país da América Latina a explodir em uma convulsão social. Tic-Tac.
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