Esse
é um país que vai pra frente. (2)
Não adianta o ex-militar insano e o seu ministro da
economia (mais insano ainda) dizerem que o “fora” de Trump não abalou os
projetos do governo. É visível que o impacto é imenso e vai piorar em muito a
situação da nossa economia.
A aposta de jogar tudo em uma possível entrada do país
na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostrou-se
“furada”. Dizer “I love you” para Trump, abolir os vistos em passaportes de
estadunidenses para entrada no Brasil, a entrega da Base de Alcântara, doar o
petróleo e o pré-sal para empresas estadunidenses, arrastar-se como um verme
aos pés do “amado” não foram medidas suficientes. E o país se pergunta como vai
andar?
A Argentina, antigo parceiro comercial, está em crise.
Com a Rússia e com a China o demente conseguiu criar atritos e as exportações
para esses países estão reduzidas a um mínimo, mesmo que nossa mídia
“puxa-sacos” queira dizer que estão retomadas. Os árabes, antes um dos
principais compradores de nossos produtos, não querem nem saber do “bosta”.
É tão despreparado que, ao saber das lutas sociais no
Equador, disse que tem que reforçar as fronteiras (inexistentes) com aquele
país.
Pois é. A letra da música gravada pelos Incríveis diz:
“Esse é um país que vai pra frente / Ou, ou, ou, ou, ou”. E nós ficamos no
“ou”.
Fato
01. A Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) 2017-2018 do IBGE, divulgada na sexta-feira (04), reforçou a
percepção sobre o longo caminho que ainda existe para reduzir a desigualdade entre
ricos e pobres no país. O levantamento mostra que 2,7% dos domicílios
brasileiros concentram 19,9% da renda do país, considerando todas as fontes
(salários, lucros, aposentadorias, aluguéis). São 1,8 milhão de famílias, com
rendimento médio mensal superior a R$ 23.850. No outro extremo, estão 23,9% dos
lares, que concentram apenas 5,5% do valor médio recebido no país. Ou seja,
16,5 milhões de famílias, com rendimento familiar mensal até R$ 1.908.
Fato
02. Essa é difícil de engolir. O gasto
com o reajuste e a reformulação das carreiras dos militares será maior do que o
inicialmente estimado pela equipe econômica. Ao enviar o projeto de lei que
reforma a Previdência das Forças Armadas e, ao mesmo tempo, permite aumento de
salários e gratificações, o governo estimou que os gastos seriam R$ 14,9
bilhões menores do que o custo efetivo que terá para os cofres públicos.
Adivinhem do bolso de quem vai sair essa grana.
Fato
03. A produção de veículos caiu
8,3% em setembro na comparação com agosto. Segundo o balanço divulgado em São
Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), foram fabricadas 247,3 mil unidades em setembro, contra 269,8 mil de
agosto.
As vendas tiveram queda de 3,3% em setembro em relação
a agosto, com a comercialização 234,8 mil unidades. O número significa um
aumento de 10,1% sobre as vendas de setembro de 2018.
As exportações acumulam queda de 35,6% de janeiro a
setembro, com 337,5 mil unidades vendidas para o exterior. Em comparação com
setembro de 2018, os 36,6 mil veículos exportados no último mês significam uma
retração de 7,1% na comercialização no mercado externo. Entre agosto e setembro
deste ano foi verificada ainda uma ligeira queda das exportações (-0,2%). O
setor anotou em setembro uma queda de 3,4% no número de postos de trabalho em
comparação com o mesmo mês de 2018. Atualmente, 127,9 mil pessoas trabalham na
indústria automotiva, uma retração de 0,2% em relação a agosto.
Fato
04. Estudo publicado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) na sexta-feira (04) compilou
dados que permitem constatar a crescente desigualdade social no Brasil por
diversos ângulos
Para se alimentar, por exemplo, os brasileiros
pertencentes à camada de renda mais pobre comprometem, proporcionalmente, três
vezes mais do total do seu orçamento mensal do que a população mais rica,
formada por famílias de renda superior a R$ 23,8 mil.
De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF),
do IBGE, para as famílias que ganham até dois salários mínimos – R$ 1.996 –, a
comida representa 22% do total de despesas do mês. Nos núcleos familiares que
vivem com mais de R$ 23.850 mensais, o item alimentação representa 7,6% das
despesas. Ou seja, o peso da comida é
três vezes maior para os pobres comparando com os ricos.
O levantamento mensal feito pelo Dieese sobre o custo
de vida da classe trabalhadora no Brasil apontou que, em setembro, o valor
ideal do salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas, dois
adultos e duas crianças, era de R$ 3.980,82.
Fato
05. O grande milagre bancário depois
do golpe contra Dilma Rousseff: Setor financeiro acumula resultado de R$ 109
bilhões em 12 meses.
Os bancos obtiveram uma taxa de Retorno sobre o
Patrimônio Líquido, indicador que mede a rentabilidade do dinheiro investido
pelos acionistas do sistema bancário, de 15,8% ao final do primeiro semestre
deste ano, com aumento de 1 ponto percentual em relação a dezembro de 2018
(14,8%). Em junho de 2018, o indicador estava em 14,3%.
O LUCRO (atenção: o lucro) do sistema bancário
brasileiro no período de 12 meses (julho de 2018 a junho de 2019) alcançou R$
109 bilhões, maior valor nominal (sem levar em conta a inflação) desde o Plano
Real. No mesmo período do ano passado, o resultado somou R$ 92 bilhões.
Fato
06. Como dissemos na introdução, o
governo do insano está começando a se desesperar com as perdas de mercado. E
agora vai tentar recuperar alguma coisa, mas vejam as suas opções e leiam a
análise de nosso Informativo.
O fortalecimento do intercâmbio econômico é o principal
objetivo da viagem que o ex-militar, agora presidente, vai fazer aos Emirados
Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita de 26 a 31 de outubro, segundo informações
divulgadas nesta quinta-feira, em Brasília, pelo embaixador Kenneth Félix da
Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África
do Itamaraty.
A ideia é apresentar aos fundos soberanos e demais
investidores destes três países os projetos do Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI). De acordo com Nóbrega, são 18 projetos no valor de R$ 1,3
trilhão, principalmente concessões e privatizações. Além disso, segundo ele,
deverão ser apresentadas oportunidades nas áreas de energias renováveis, médica
e hospitalar, defesa e infraestrutura.
"Estes países têm grandes fundos soberanos",
observou o embaixador. No caso dos Emirados, ele ressaltou que os fundos do
país têm mais de US$ 1 trilhão em ativos, sendo que seus investimentos no
Brasil atualmente somam cerca de US$ 5 bilhões. O fundo soberano do Catar, de
acordo com Nóbrega, administra US$ 300 bilhões, e seus investimentos no Brasil
giram também em torno de US$ 5 bilhões. "Frente à nossa carteira do PPI,
há potencial para atrair mais investimentos destes fundos", declarou.
Fato
07. O que são os três países a serem
visitados pelo demente brasileiro? A) O Catar é uma DITADURA e a família que
manda lá está no poder desde 1825. Partidos políticos são proibidos, não há um
Congresso funcionando, eleições são proibidas e o Emir governa com ministros
nomeados dentro da sua família; B) Nos Emirados Árabes Unidos, outra DITADURA,
também não há partidos, eleições ou processo democrático em que o povo possa
participar. A cada 5 anos o conselho de emires se reúne para eleger um
presidente e um vice-presidente entre eles. Zayed Bin Sultan Al Nahyan, emir de
Abu Dhabi desde 1966 e líder político da nação desde sua independência, em
1971, foi reeleito sucessivas vezes pelos emires até à sua morte, em 2 de novembro
de 2004. Como seu sucessor, assumiu o cargo o seu filho, Khalifa Bin Zayed Al
Nahyan; C) A Arábia Saudita, mais uma DITADURA, é uma monarquia absoluta
teocrática. Não existe uma Constituição e nunca ocorreram eleições nacionais.
Partidos políticos são proibidos.
Curiosamente, nos três países a serem visitados não
existe liberdade de imprensa e nem de organização sindical. O ex-capitão vai
“se sentir em casa”.
Moro:
a casa vai cair! O líder da oposição
na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), apresentou um requerimento
na terça-feira (08) em que convoca Sérgio Moro para esclarecer as torturas
entre presidiários no estado do Pará. As agressões foram alvo de ação do Ministério
Público Federal (MPF).
Molon assina o requerimento junto ao deputado federal
Bira do Pindaré (PSB-MA). No texto, os parlamentares pedem que Moro compareça à
Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O pedido decorre de relatos divulgados
pelo jornal O Globo que envolvem práticas como empalhamento e perfuração dos
pés de presidiários com pregos.
Por
que não ficamos surpresos? O governo
do Estado de São Paulo, um dos mais reacionários do país, vai aderir ao
programa das escolas militarizadas anunciado pelo governo do ex-capitão. O
anúncio foi feito pelo secretário da educação daquele estado. O governo
encaminhou um ofício ao MEC e aguarda resposta sobre o pedido de adesão, já que
ele foi sinalizado após a data final de inscrição.
Agora, com a adesão de São Paulo, se mantem fora do
programado, Rio de Janeiro, Espírito Santo, e oito estados do Nordeste
(Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e
Bahia).
Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul, todos os estados
manifestaram interesse pelo programa.
No modelo das escolas cívico-militares, policiais,
bombeiros ou membros das Forças Armadas atuam na administração das escolas. Os
professores continuam a ser concursados e a Secretaria de Educação é quem
define o currículo escolar. No entanto, estudantes têm que fazer uso de farda e
seguir as regras dos militares.
E o
trabalho que deveria dignificar... No
Brasil ocorre, em média, uma notificação de acidente laboral a cada 49
segundos, sendo que um trabalhador morre a cada 3 horas e 43 minutos. Os dados
chocantes são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, projeto
elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em conjunto com a OIT.
Entre os anos de 2012 e 2018, o estudo contabilizou
16.455 mortes e mais de 4,5 milhões de acidentes em virtude do trabalho,
verificando ainda uma alta entre os anos de 2017 e 2018, justamente o período
posterior à entrada em vigor da Reforma Trabalhista. Não chega a surpreender,
pois a nefasta reforma desestruturou as relações capital-trabalho, terceirizou
e precarizou sobremaneira a mão-de-obra através de expedientes como o trabalho
intermitente e outros.
É a
tal “geopolítica”, sua besta! Vejo
matérias com o ex-capitão insano magoado porque declarou seu amor a Trump e não
foi indicado para a OCDE.
Se não bastasse o constrangimento de saber que o
Governo Trump não endossou a tentativa do Brasil de ingressar na Organização de
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o ex-militar ainda teve que engolir o
apoio da Casa Branca à entrada da Argentina e da Romênia no bloco.
Será que esse poço de ignorância que governa o país vai
aprender alguma coisa da lição? Será que vai entender que não basta ser
capacho, subserviente, “baba-ovo” e outras coisas para fazer política externa?
Particularmente, nós aqui do Informativo não nos surpreendemos com a notícia
pois, basta acompanhar o noticiário internacional para saber que Washington tem
outras prioridades e ser subserviente não atende aos requisitos mais imediatos.
Vejamos.
1) A Argentina está às vésperas de uma eleição
presidencial e a chapa opositora de Fernández já abriu mais de 20 pontos de
preferência nas pesquisas. A Casa Branca sabe que não pode perder a Argentina
como aliada. Investiu todo para eleger Macri, usou o país para desestabilizar
outros da região (incluindo o golpe contra a Dilma) e agora sente que o chão
está tremendo.
2) A Casa Branca está em guerra permanente com a China
e com a Rússia. Acontece que, depois dos muitos golpes perpetrados pela CIA, a
Romênia é um dos principais aliados estadunidenses na fronteira com o país de
Vladimir Putin. Desde 2016, o Pentágono já transferiu parte de suas armas
nucleares estacionadas na Europa para a Romênia. Mas o governo local está um
pouco desgastado.
Nesse jogo não tem bobo, exceto o insano que preside o
Brasil e os moleques dos seus filhos.
Chile
condena 22 ex-agentes de Pinochet. A
Suprema Corte do Chile condenou na segunda-feira (07) 22 ex-agentes de
repressão da ditadura militar chilena de Augusto Pinochet pelo desaparecimento
de dois militantes de esquerda durante o regime.
Segundo a Justiça, as vítimas, Héctor Zúñiga Tapia e
Bernardo de Castro López, foram sequestrados em meados de setembro de 1974
dentro de um projeto do regime chamado Operação Colombo, que serviu para
esconder o desaparecimento de 119 presos políticos.
Todos os condenados já cumprem prisão por outros
processos nos quais foram condenados por crimes cometidos durante a ditadura.
Além disso, a sentença envolveu os principais ex-agentes da Direção de Inteligência
Nacional (DINA), polícia secreta que atuava como órgão de repressão do regime
ditatorial, como o ex-general Raúl Iturriaga Neumann, e os ex-brigadeiros Pedro
Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko.
Segundo as investigações, Zúñiga, que era militante do
Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), foi preso por agentes da DINA no
dia 16 de setembro de 1974 e passou por vários centros de detenção clandestinos.
Bernardo de Castro, militante do Partido Socialista (PS), foi preso no dia 14
de setembro de 1974 em sua casa em Santiago, capital chilena. Levado a um
quartel da Polícia de Investigações (PDI), Castro foi entregue aos agentes da
DINA para ser torturado em uma prisão clandestina conhecida como “Venda Sexy”,
apelido cunhado devido aos abusos sexuais que eram cometidos contra os
prisioneiros.
Mais
investimentos russos na Venezuela.
Aconteceu no sábado passado (05) um encontro entre representantes do governo
russo e venezuelano que acertaram uma nova reunião da Comissão Intergovernamental
de Alto Nível Rússia-Venezuela (Cian), em Caracas, quando foi anunciado um
investimento de US$ 4 bilhões (R$ 16,5 bilhões) na economia venezuelana até o
final de 2019.
Desse encontro, saiu um novo mapa de cooperação
bilateral para os próximos dez anos, que abrange 20 áreas: energética, militar,
industrial, mineira, entre outras. "Demonstramos que em meio às
dificuldades podemos avançar juntos, por meio de coordenação política e
diplomática que desenvolvemos em resposta ao assédio e à agressão imperial, da
qual Rússia também é vítima", afirmou o vice-presidente para Economia,
Tareck El Aisame, que preside a Cian pelo lado venezuelano.
Uma das medidas que buscam superar as dificuldades
impostas pelas sanções dos Estados Unidos a ambos países é o comércio com uso
de criptomoedas. Atualmente a Venezuela já compra produtos da Rússia em Petros
(criptomoeda venezuelana) e estão desenvolvendo um sistema de pagamento
digital, alternativo ao sistema financeiro internacional, com uso da tecnologia
blockchain.
Se a Venezuela possui petróleo e uma série de riquezas
naturais para oferecer, os russos pagam com sua tecnologia militar, que, junto
com a indústria, concentra 40% da atividade econômica do seu PIB.
No campo geopolítico, a diplomacia russa tem sido
férrea defensora da soberania venezuelana e do governo do presidente Nicolás
Maduro. Foram os votos da Rússia e da China que impediram o avanço de resoluções
de intervenção estrangeira, propostas pelos Estados Unidos contra a Venezuela,
no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Alberto
Fernández propõe criar “Fome Zero” argentino. O candidato à Presidência da Argentina Alberto Fernández, favorito nas
pesquisas, detalhou na segunda-feira (07) o plano “Argentina Contra A
Fome", que pretende colocar em prática se eleito no próximo dia 27 de
outubro. O programa é inspirado no “Fome Zero”, implantado durante o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) no Brasil.
Em evento na Universidade de Buenos Aires, Fernández,
que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, disse que o objetivo do
plano é, além de melhorar a alimentação da população, baixar o preço dos alimentos
e criar uma cadeia sustentável de produção e consumo.
Da mesma maneira, Fernández quer criar “uma grande rede
de produtores locais e consumidores para comprar a preços baratos frutas,
verduras, lácteos e carnes”. O plano prevê, dentre outras medidas, a devolução
do IVA (Imposto de Valor Agregado) a famílias em situação de vulnerabilidade.
Argentina:
marcha contra a fome. Faltando apenas
17 dias para as eleições presidenciais na Argentina, as organizações
reivindicam ao governo de Macri a “abertura imediata dos programas sociais”.
Cidadãos argentinos marcharam na quinta-feira (17) em
20 províncias do país, sob o lema “contra a fome, a pobreza e o desemprego”,
para exigir soluções para esses problemas sociais, depois de quase um mês de
aprovação da Lei de Emergência Alimentar pelo Congresso da República. Nação
“Manteremos o plano de luta até que o governo cumpra a
aplicação da Lei de Emergência Alimentar e comece a entregar a comida
comprometida. Existem muitos atrasos e estamos em uma situação inexplicável”,
afirmou Eduardo Belliboni, do Polo Operário.
Segundo o líder, porta-vozes do governo atribuíram o
atraso na entrega de alimentos a “problemas de logística e transporte”, no
entanto, disseram que “os fundos existem e é por isso que os atrasos não são
justificados”.
Está
a Nossa América no “olho do furacão”? Há muito papel a ser gasto e
muito tempo para debater, mas alguma coisa chama nossa atenção nessa relação da
América Latina com Washington e o restante do mundo neoliberal.
Depois de vários golpes bem orquestrados, levando de
roldão Paraguai, Uruguai, Argentina, Equador e Brasil, o modelo dos falcões da
Casa Branca parece estar com problemas urgentes.
Não conseguiram dobrar Cuba, Venezuela e Bolívia.
Perderam o México. Não conseguem dobrar a Nicarágua e estão vendo Honduras se
levantar em busca da soberania perdida.
Agora olham temerosos para nossa região. As
perspectivas de uma derrota vergonhosa na Argentina, o movimento social
recuperando o caminho no Equador, problemas com seus antigos capachos no Peru e
a necessidade de manter o terror na Colômbia para não perder o maior aliado na
região.
É
insurreição popular, sim! Entendemos
que alguns jornalistas de esquerda e analistas tenham um pouco de cuidado para
usar a palavra, mas acreditamos que as recentes ações no Peru já apresentam,
sim, claras características de que estamos diante de uma insurreição popular,
ainda que seja difícil entender onde pode chegar.
Os protestos da população do Equador, contra um pacote
de medidas neoliberais imposto pelo governo e FMI, assumiram caráter de
intensidade que merece toda a atenção. Na segunda-feira (07), em Quito, multidões
continuaram desafiando o Estado de Emergência e a prisão de mais de 500
pessoas. A greve geral nos transportes prosseguiu. Além disso, centenas de vias
continuam interrompidas, há protesto permanente nas ruas e houve tentativa de
tomar a sede do Legislativo. A revolta tomou as ruas das principais cidades do
país desde quinta-feira (02/10), quando o Executivo anunciou um vasto leque de
ações. O aumento (de 123%) preço dos combustíveis, com a retirada de subsídios,
é apenas a mais vistosa delas. O pacote inclui uma contrarreforma trabalhista
(bastante semelhante à vivida pelo Brasil em 2018), privatizações generalizadas
e cortes dos gastos sociais.
Lenin Moreno fugiu sorrateiramente do palácio de
governo que estava cercado, e rumou para a cidade portuária de Guayaquil, onde
está. Num pronunciamento em rede de TV – ladeado simbolicamente pelo ministro
de Defesa e chefes militares, além de seu vice – acusou os que se manifestam de
“vandalismo” e “golpe”.
Uma pergunta: por que ele está em uma cidade portuária?
Prepara-se para “se mandar”? Será que já transferiu suas contas bancárias para
o exterior?
É
insurreição! Na Amazônia equatoriana,
manifestantes ocuparam as instalações do campo petrolífero de Sacha,
interrompendo sua produção de 70 mil barris por dia – cerca de 15% da extração
total do país. Os indígenas também retiveram – para em seguida liberar,
pacificamente, 50 soldados, que haviam sido interceptados.
Para quem não sabe ou já esqueceu, Lenin Moreno foi
eleito no rastro da “Revolução Cidadã” de seu antecessor, Rafael Correa. Porém,
contrariou seu programa desde o primeiro dia de mandato e aproximou-se, em
especial, da Casa Branca. Reverteu as políticas de resgate dos direitos sociais
– culminando agora com o pacotaço preparado pelo FMI. Cancelou o asilo político
a Julian Assange, na embaixada do Equador em Londres, e o entregou à polícia
britânica. Apoiou as tentativas de desestabilizar a Venezuela. Retirou Quito da
União das Nações da América do Sul (Unasul) e até da Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (OPEP). A quase-insurreição dos equatorianos e a fuga do presidente
são mais um sinal da fragilidade de tais políticas, quando eficazmente
enfrentadas.
Forças
Armadas expulsam manifestantes. Aos
gritos de “Fora, Moreno!”, um grupo de manifestantes ocupou na tarde desta
terça-feira (08), por um breve período, uma parte da Assembleia Nacional do
Equador, em Quito, capital do país. Pouco tempo depois, a polícia em conjunto
com as Forças Armadas retirou os equatorianos que estavam no local e retomou o
controle do Parlamento.
As manifestações no Equador começaram logo após o
presidente anunciar o fim dos subsídios nos combustíveis, devido ao acordo de
US$ 4,2 bilhões firmado em fevereiro com o FMI, que prevê reformas tributárias,
trabalhistas e monetárias no país.
Agora
ele quer “negociar”? O presidente
fugitivo do Equador, Lenín Moreno, convocou na sexta-feira um diálogo direto
com organizações que participam de protestos populares contra as medidas
econômicas que ele anunciou em 1º de outubro.
Com visível cara de medo, em uma breve gravação em
cadeia nacional de Guayaquil, ele falou da necessidade de “encontrar soluções
para as questões do país e, acima de tudo, do campo”.
O medo é grande e deve ter sido admoestado por
Washington antes de deixar sua mensagem: “Peço aos líderes que conversem
diretamente comigo, vamos nos sentar para falar sobre o Decreto 883, vamos
falar sobre (onde) seus recursos devem ser direcionados e garantir que eles
procurem quem mais precisa”.
Vale lembrar que ele só tomou essa medida quando já
estava no nono dia de protestos em Quito (capital) contra as medidas econômicas
anunciadas por ele e que já causaram, pelo que sabemos, cinco mortes, 554
feridos e 929 detidos (números de sexta-feira, 11).
Mas a resposta foi mais firmeza nas lutas. Apesar de
Moreno ter dito aos seus patrões que estava dialogando com representantes
indígenas, o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador
(Conaie), Jaime Vargas, negou. Ele afirmou que os indígenas seguirão com
paralisações por tempo indeterminado, exigindo a revogação do decreto que trata
do pacote de medidas econômicas anunciadas pelo governo e o abandono do acordo
feito com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os indígenas exigem, ainda, a
saída de dois ministros (María Paula Romo, ministra de Governo, e Oswaldo
Jarrín, ministro da Defesa) e a liberdade de centenas de pessoas detidas nos
protestos.
Portugal:
socialistas vencem, mas sem maioria absoluta. O Partido Socialista (PS), do premiê António Costa, é o grande vencedor
das eleições legislativas portuguesas, realizadas no domingo (06), mas sem
obter a maioria absoluta, que o permitiria governar sem coalizão. Ao mesmo
tempo, o bloco de direita (PSD/CDS-PP), que governava o país até a criação da
“geringonça”, em 2015, perdeu espaço no Parlamento, apesar de a extrema-direita
ter eleito seu primeiro deputado.
O Bloco de Esquerda, por sua vez, é o terceiro partido
do país, com 19 assentos (9,67%), resultado semelhante a 2015, quando conseguiu
19; a CDU, que reúne os comunistas e os verdes, conquistou 12 cadeiras (6,47%);
o tradicional partido conservador CDS-PP fica com cinco assentos (4,25%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário