sábado, 2 de novembro de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares









Vai passar (1).
Num tempo, página infeliz da nossa história / Passagem desbotada na memória / Das nossas novas gerações / Dormia, a nossa pátria-mãe tão distraída / Sem perceber que era subtraída / Em tenebrosas transações”.
Incrível como uma música tão simples de Chico Buarque pode nos levar a tantas reflexões simultaneamente, não é? E, ao mesmo tempo, vemos forças tão tenebrosas querendo nos impor novamente essa página infeliz, esse tempo em que a Pátria dormia enquanto os espertos usufruíam.
Quanto tempo se passou desde então? Meio século? E quanto foi surripiado do povo brasileiro naqueles anos? Quantos lucraram muito enquanto prometiam para o povo que iriam dividir logo que “o bolo crescesse”? De que nos interessa ouvir um ministro, tantos anos depois, gastar tempo de televisão e páginas de jornas para dizer que “vamos ver melhoras a partir do próximo ano”?
Pois é! O tal ministro, um certo Guedes que ama o modelo que não deu certo no Chile, vai para os jornais prometer “no ano que vem cresceremos o dobro do que crescemos este ano”. Como assim? Quanto é o dobro de “nada”? Se o país não cresceu em 2019, quanto será o dobro disso em 2020?
É, Chico Buarque tinha total razão: “O estandarte do sanatório geral vai passar” ... já está passando!
Fato 1. Difícil de identificar quem é mais troglodita: o ex-capitão insano ou seus filhos. O deputado federal Eduardo “filho do insano” e líder do PSL na Câmara, sugeriu a criação de um novo AI-5 (Ato Institucional Número 5). Em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, o filho do presidente demente disse que é preciso ter uma “resposta” caso a esquerda radicalize. “Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, militares", disse.
Fato 2. Em novo áudio divulgado pela colunista Constança Rezende, do UOL, o ex-assessor do senador que é filho do bosta, Fabrício Queiroz aparece xingando promotores do Ministério Público do Rio e diz que a investigação sobre o seu caso “até demorou”.
Em conversa com um interlocutor, Queiroz diz: “esses depoimentos, eles vão lá e pegam mesmo, esses filhas da puta, rapá. Até demorou a pegar. Agostinho foi depor em 11 de janeiro e já publicaram o depoimento dele na íntegra”.
A apuração do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre as movimentações suspeitas de Queiroz foi paralisada no dia 15 de julho, depois do ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), acolher um pedido da defesa de Flávio Bolsonaro contra o compartilhamento de dados por órgãos de controle sem autorização judicial prévia. A decisão, diz a colunista com base em levantamento do MPF (Ministério Público Federal), teria gerado um efeito cascata e levado à paralisação de 700 investigações e ações penais, segundo levantamento do MPF (Ministério Público Federal).
Fato 3. O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai convocou na quinta-feira (31) o embaixador do Brasil no país, Antonio Simões, para que o diplomata esclarecesse o comentário sobre as eleições no país que o ex-militar agora presidente fez em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
Em entrevista ao jornal na terça-feira (29), em uma resposta sobre economia, Bolsonaro disse que preferia uma vitória da oposição - representada no segundo turno pelo candidato de direita Luis Lacalle Pou, que disputa o cargo contra Daniel Martínez, da Frente Ampla -, pois ela seria “mais alinhada com nossos pensamentos liberais e econômicos”. “Esperamos, torcemos que aconteça a eleição de alguém ligado ao nosso time, aí teríamos o Uruguai afinado conosco”, disse.
A convocação de um embaixador para dar explicações é um gesto forte por parte de um país e uma maneira de demonstrar descontentamento.
Questionado sobre a declaração de Bolsonaro, Lacalle Pou pediu que o presidente brasileiro apoie o vencedor da eleição, independentemente do partido.
Fato 4. O empresário mineiro Salim Mattar Júnior, fundador e sócio da Localiza, de aluguel de carros, tem uma fortuna de 1,8 bilhão de reais. Esse patrimônio faz dele o 152o maior rico do País em um ranking recente da revista Forbes com os 200 bilionários brasileiros. Mattar Jr. pertence ao governo do bosta. É o homem das privatizações do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O ranking dos bilionários tem pelo menos outros sete empresários apoiadores do incompetente. Uma turma sem motivos para se queixar de 2019, ao contrário de 12,2 milhões de brasileiros desempregados, de 4,7 milhões que desistiram de procurar vaga por achar inútil (desalento), de 24,4 milhões que se viram por conta própria (vendedores de churros, pipoca, etc.), de 11,8 milhões que trabalham sem carteira.
A concentração de renda é histórica no Brasil e é reforçada pela atual política econômica neoliberal, a mesma desde 2015, só que em dose cavalar. A desigualdade em 2018 foi recorde desde que o IBGE divulga certa pesquisa, iniciada em 2012. Quem ganha 27,7 mil reais por mês pertence ao 1% mais rico, diz o IBGE. Esse clube controla 34 vezes mais renda do que a metade mais pobre.
O Brasil tem a segunda maior concentração de renda no 1% mais, 28% do PIB. O primeiro é o Catar, com 29%. O terceiro, o Chile, com 24%. São dados do relatório anual sobre desigualdades globais produzido por um instituto de pesquisas francês, a Escola de Economia de Paris.
Fato 05. Demonstrando todo o seu despreparo político e sua total incapacidade de fazer política internacional, o ex-capitão reformado por doença mental correu para os jornais para dizer que não iria felicitar o presidente eleito da Argentina e que não compareceria à cerimônia de posse de Fernández-Cristina.
Ao tomar conhecimento da data da posse, em 10 de dezembro, o demente disse aos jornalistas que estavam no Palácio da Alvorada, em Brasília, que está decidido sobre o assunto. “Torci, torci, pelo outro, mas não ganhou, vamos em frente. Da minha parte, não tem qualquer retaliação. Espero que eles continuem fazendo uma política conosco, semelhante à que o [Maurício] Macri fez até o momento”, disse.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, anunciou na quinta-feira (31) que enviou uma carta pessoal ao embaixador do Brasil no país, Sergio Danese, sinalizando um protesto contra as declarações de Bolsonaro sobre a vitória de Fernández.
O curioso é que o presidente dos EUA, Donald Trump, poucas horas depois pegou um telefone e ligou para cumprimentar Alberto Fernández. De que adiantou o capacho brasileiro dizer para ele “y love you, Trump”?
Fato 06. E o demente não se cansa de “pagar mico” internacional. O embaixador do Brasil em Montevidéu, Antônio José Ferreira Simões, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores do Uruguai para dar explicações sobre os comentários de Jair Bolsonaro a respeito das eleições presidenciais no país.
Em entrevista ao Estadão, o ex-capitão manifestou preferência pela candidatura de Luis Lacalle Pou, adversário de Daniel Martínez no segundo turno. “A chancelaria solicitou explicações sobre as declarações do senhor presidente brasileiro ao diário O Estado de S. Paulo sobre o processo eleitoral no nosso país”, diz o comunicado do governo uruguaio.
Mas a gargalhada vem agora. No dia seguinte da declaração, Lacalle Pou tentou se distanciar do brasileiro, dizendo não concordar com as palavras do bosta. “Se eu fosse presidente da República, e houvesse uma eleição no Brasil, a última coisa que eu faria seria dizer quem eu prefiro que ganhe”, disse o candidato durante uma reunião na quarta-feira. Em outras palavras, nem o candidato da direita quer o apoio do insano brasileiro!
Muda Argentina (01)! O candidato peronista Alberto Fernández, que encabeça a chapa formada pela ex-presidente Cristina Kirchner como vice, venceu as eleições presidenciais da Argentina realizadas no domingo (27), superando o presidente Mauricio Macri.
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
Considerado um peronista moderado, Alberto Fernández é advogado e professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Universidade de Buenos Aires, na capital da Argentina. Durante a carreira acadêmica, o presidente eleito da Argentina publicou, em colaboração com outros autores, quatro livros sobre o mundo do direito criminal e penal.
Na política, Fernández é conhecido como flexível. Foi subdiretor-geral no ministério de Raúl Alfonsín (presidente entre 1983 e 1989), tesoureiro da campanha de Eduardo Duhalde (presidente de 2002 a 2003) até chegar à chefia da campanha de Néstor Kirchner.
O peronista ainda foi Chefe de Gabinete de Néstor por quatro anos, de 2003 a 2007. Com a vitória de Cristina, Fernández permaneceu por mais um ano no gabinete. O argentino renunciou ao cargo em 2008.
Muda Argentina (02)! O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, agradeceu ao ex-presidente Nestor Kirchner (1950-2010), com quem trabalhou, após a vitória sobre o atual mandatário Mauricio Macri.
“Obrigado, Néstor, onde quer que esteja, porque você semeou tudo isso que estamos vivendo”, disse. Este 27 de outubro marca nove anos da morte do marido da hoje vice-presidente eleita, Cristina Kirchner.
“Não é a nossa frente, mas a frente de todos. Nasceu para incluir a todos os argentinos. Os tempos que vêm não são fáceis. O governo voltou às mãos das pessoas”, disse.
O presidente eleito ainda parabenizou o ex-mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que completou 74 anos neste domingo. O peronista pediu a liberdade do petista e levou a plateia a repetir gritos de “Lula Livre”.
Muda Argentina (03)! A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, candidata a vice na chapa encabeça pelo vencedor das eleições Alberto Fernández, pediu no domingo (27) que a unidade em torno da candidatura do presidente eleito, formada para combater o neoliberalismo, nunca mais se rompa.
“Quero agradecer a todos os argentinos. Alberto é o presidente de todos. Peço que essa unidade formada para combater o neoliberalismo nunca mais se rompa”, afirmou Kirchner.
A agora vice-presidente eleita ainda afirmou que Fernández tem uma responsabilidade grande diante de “uma tarefa difícil” e criticou a gestão econômica de Mauricio Macri. “Para os economistas, são cifras, mas para mim são números da dor da República da Argentina”, disse a peronista sobre a crise econômica.
Muda Argentina (04)! As legendas aliadas ou integrantes da coalizão Frente de Todos, vitoriosa nas eleições presidenciais da Argentina realizadas no domingo (27), alcançaram resultados expressivos na nova conformação do Congresso do país, conquistando maioria no Senado e com grandes chances de aumentar o número de deputados na Câmara.
A coalizão elegeu 64 deputados, o que garantiu um total de 110 parlamentares somente do Partido Justicialista (peronista), maior força política dentro da coalizão, na instância baixa do poder legislativo. Mas espera-se que com partidos aliados e integrantes da Frente de Todos, a base governista alcance até 120 deputados, aumentando em cinco o número de aliados na Casa. Segundo a imprensa argentina, tanto Kirchner quanto Fernández possuem capital político para negociar tal apoio na Câmara entre legendas menores.
O novo governo, que assumirá dia 10 de dezembro, conquistou maioria no Senado, já que terá 38 membros ocupando a câmara alta, contando com filiados do partido peronista e legendas aliadas. Para se ter maioria na Casa, é necessário somar um total de 37 senadores. A votação do Frente de Todos para o Senado foi expressiva e a coalizão de Fernández e Kirchner conquistou 13 assentos.
Para derrubar o insano brasileiro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou na noite de segunda-feira (28) que o governo estadunidense está ansioso para continuar as relações de cooperação com o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández.
“Estamos ansiosos para continuar a cooperação bilateral com o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, baseado em nossos valores e interesses democráticos comuns”, afirmou Pompeo. E disse ainda que “a duradoura parceria EUA-Argentina tem beneficiado ambas as nações”.
O premiê britânico Boris Johnson parabenizou Fernández. “Parabéns a Alberto Fernández pela vitória na eleição presidencial da Argentina. Esperamos trabalhar juntos com seu novo governo, para continuar a fortalecer a relação Reino Unido-Argentina”, tuitou. Vale lembrar que Reino Unido e Argentina já travaram uma guerra pelas ilhas Malvinas na década de 1980.
Por sua vez, o boliviano Evo Morales falou em “triunfo da Pátria Grande”. "Felicitações e um abraço revolucionário a nossos irmãos Alberto Fernández e Cristina, eleitos como presidente e vice-presidente da Argentina, com o voto do povo em uma festa democrática que revive a esperança por melhores dias no país. A Pátria Grande saúda seu triunfo", disse, pelo Twitter.
O governo do México, do presidente Andrés Manuel López Obrador, mostrou disposição para renovar os “laços de amizade”. “O governo do México felicita Alberto Fernández por seu triunfo nas eleições presidenciais da Argentina e reitera sua plena disposição para renovar os laços de amizade e cooperação que historicamente nos unem”, afirmou o Palácio Nacional do México.
Lá como cá! Seria pândego, se não fosse tão sério. Setores da direita na Argentina já cogitam dividir o país para mostrar bem os interesses em jogo.
No Brasil, logo depois da vitória de Dilma Rousseff contra Aécio com os votos dados pelo Norte e Nordeste, a direita começou uma campanha para “separar o país”. E o discurso ficou ainda mais forte agora, depois da vitória do insano, mas com uma marcante vitória das forças e partidos de esquerda no Nordeste. A gritaria geral dos ricos era dividir o Brasil.
Agora vemos a mesma proposta tomar força na Argentina. Os eleitores de Mauricio Macri começaram uma campanha na Internet para formar um país independente com as cinco províncias em que o presidente argentino foi o mais votado. A iniciativa, que teria começado como uma piada, surpreendeu sua intenção de se tornar algo “formal”.
Embora o triunfo de Alberto Fernández nas eleições gerais argentinas de 27 de outubro tenha sido esmagador, o presidente eleito não foi o mais votado em todas as 24 províncias da Argentina. Portanto, alguns críticos do próximo presidente em cinco províncias começaram a incentivar uma ideia maluca: criar um novo país composto pelos territórios que continuam apoiando Mauricio Macri como as comunidades de Mendoza, San Luis, Córdoba, Santa Fe e Entre Ríos.
Colômbia também avança. Bogotá e as principais cidades da Colômbia elegeram prefeitos afastados do governo nacional e estavam inclinados a candidatos de centro-esquerda, de acordo com os resultados divulgados pelo Registro Nacional.
“Perdemos, reconheço a derrota com humildade. A luta pela democracia não tem fim”, escreveu o senador e ex-presidente (2002-2010) Álvaro Uribe, líder do Centro Democrático (CD) de direita, em sua conta no Twitter.
Em Bogotá, candidata ao partido Alianza Verde (centro-esquerda) Claudia López obteve 1.108.541 votos (35,21%). Enquanto isso, em Medellín (noroeste), um reduto tradicional de Uribe, o candidato independente Daniel Quintero Calle foi eleito prefeito para o período 2020-2023, com 303.278 votos (38,56%), segundo a contagem de 99,95%. .
Em Cáli (sudoeste), o centro-esquerda Jorge Iván Ospina Gómez, também do partido Alianza Verde, assumiu o cargo de prefeito com 295.884 votos (37,98%), de acordo com o escrutínio de 99,21% das mesas. Em Barranquilla (norte), Jaime Pumarejo Heins é o prefeito eleito, obtendo 308.612 votos (62,44%), de acordo com 99,71% das tabelas.
Ex-guerrilheiro das FARC é eleito prefeito! O ex-guerrilheiro do antigo grupo armado FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Guillermo Enrique Torres, foi eleito prefeito da cidade de Turbaco, no distrito de Bolíviar, nas eleições regionais da Colômbia realizadas neste domingo (27/10).
Conhecido como o "cantor das FARC", o ex-combatente, que esteve durante 29 anos na luta armada, conquistou 49% dos votos e se tornou o primeiro antigo membro da guerrilha a conquistar uma prefeitura no país após o Acordo de Paz de 2016, que colocou fim ao grupo armado e o transformou em partido político. O ex-guerrilheiro obteve 17 mil votos e bateu o candidato do partido Cambio Radical, Leonardo Enrique Cabarbas, que conquistou 11 mil votos.
Nota do Informativo: uma parte dos guerrilheiros das FARC-EP, denunciando o não cumprimento dos acordos por parte do governo colombiano, voltou para a luta armada. Outra parte resolveu participar do processo eleitoral e tentar manter o acordo de paz.
Maior organização sindical do Chile pede fortalecimento de manifestações populares. A Central Unitária de Trabalhadores apresentou um programa de mobilização para este fim de semana, que culminará em várias marchas em massa para a “Super Segunda-Feira”.
Antes da tentativa do governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, de promover uma certa normalidade sobre a situação do movimento popular no país sul-americano, o principal centro sindical pedia a manutenção das mobilizações e exigia o cumprimento de sua lista de demandas.
A "Super segunda-feira" deve ser guiada por três ações principais: às 12 horas, vá aos escritórios parlamentares, particularmente aos legisladores dos partidos de direita, para exigir que o debate legislativo dos projetos da agenda do governo seja interrompido. Em Valparaíso, ao mesmo tempo, marcham ao parlamento com o mesmo slogan, afirmou a CUT em comunicado.
Às 17:00 horas, realizar concentrações e marchas nas principais praças das cidades, carregando telas, distintivos sindicais e associativos, pôsteres e faixas com os 10 pontos das especificações dos Trabalhadores do Chile.
Os principais slogans são: Nova Constituição; salário mínimo de 500.000 pesos; pensão mínima equivalente ao salário mínimo; cesta de serviços básicos protegidos; Transporte público de passageiros e gratuito para idosos e estudantes, entre outros.
Esse é o Chile que se levanta! Projeto socioeconômico que encantou o atual ministro brasileiro e que serve de espelho para o ex-capitão demente, o Chile não é um exemplo de sociedade que possa ser seguida.
O 1% mais rico da população do Chile abocanha 24% da geração anual de riquezas (PIB) do país. É a terceira maior concentração mundial de renda no topo da pirâmide, segundo um relatório anual sobre desigualdades globais produzido por um instituto de pesquisas francês, a Escola de Economia de Paris. Só menor do que no Catar (29%) e no Brasil (28%).
A desigualdade extrema é uma das razões da convulsão social que explodiu nos últimos dias no Chile, governado por um dos dez homens mais ricos do país, o empresário neoliberal Sebastián Piñera. É herança da política econômica neoliberal adotada na ditadura de Augusto Pinochet (1973 a 1990), até hoje a moldar o país e as condições de vida dos 18 milhões de chilenos.
Sem bons salários, os serviços públicos privatizados pesam no bolso da população. O estopim dos protestos foi o aumento, já revogado, do preço do metrô. Subiria de 800 pesos chilenos, o equivalente a 4,40 reais, para 830 pesos, 4,60 reais. Tarifa parecida com a do metrô de São Paulo e do Rio. E bem diferente de Buenos Aires. O metrô portenho custa 18 pesos argentinos, ou 1,2 real.
A política econômica dos Chicago Boys na ditadura Pinochet inaugurou a era neoliberal no mundo, a qual ganharia impulso com a chegada ao poder de Margareth Thatcher na Inglaterra, em 1979, e de Reagan nos Estados Unidos, em 1980.
A privatização do sistema de previdência do Chile aconteceu nessa época, quando Guedes vivia e trabalhava por lá, conforme o El País. Quem comandou a reforma foi Jorge Piñera, irmão do atual presidente chileno. Na reforma da Previdência recém aprovada por aqui, Guedes queria privatizar o sistema como foi feito no Chile, com a criação do regime de capitalização, mas o Congresso barrou.
Xeque-mate? Na terça-feira (29), o governo da Bolívia convidou o opositor Carlos Mesa, do partido de centro-direita Comunidade Cidadã, a participar da auditoria da apuração das eleições presidenciais de 20 de outubro, que será feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Mesa, que ficou em segundo lugar no pleito e perdeu para o atual presidente Evo Morales, reeleito com 47% dos votos, tem questionado a integridade das eleições e feito diversas acusações de fraude. O opositor não apresentou provas.
O convite a Mesa foi feito pelo vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, afirmando que a melhor maneira de esclarecer as dúvidas da oposição é realizar a checagem dos votos. Linera ainda disse que o governo espera uma resposta rápida e positiva do opositor.
E então? O pulha aceita participar da auditoria e reconhece que foi batido ou vai continuar “choramingando na imprensa” dizendo que foi fraude? Jogada de mestre, de Evo Morales.
Distribuição de riqueza no mundo! Os 1% do topo possuem 45% de toda a riqueza pessoal global; 10% possuem 82%; os 50% da base possuem menos de 1%. Está bom para você?
O relatório anual do Credit Suisse sobre riqueza global acaba de ser divulgado. Este relatório continua a ser a análise mais abrangente e explicativa da riqueza global (não do rendimento) e da desigualdade de riqueza. Todo ano o relatório sobre riqueza global do CS analisa a riqueza familiar de 5,1 mil milhões de pessoas em todo o globo. A riqueza familiar é constituída de ativos financeiros (ações, títulos, cash, fundos de pensão) e de propriedade (casas) possuída. O relatório mede esta riqueza líquida. Os autores do relatório são James Davies, Rodrigo Lluberas e Anthony Shorrocks. O professor Anthony Shorrocks foi meu companheiro de apartamento na universidade, onde ambos nos licenciámos em ciências económicas (embora ele tenha muito melhores qualificações matemáticas!).
Os EUA têm o maior número de milionários: 18,6 milhões, ou 40% do total mundial. Durante muitos anos o Japão manteve, com uma margem confortável, o segundo lugar nas classificações de milionários. Contudo, o Japão está agora no terceiro lugar com 6%, superado pela China (10%). A seguir vem o Reino Unido e a Alemanha com 5% cada um, seguidos pela França (4%) e depois pela Itália, Canadá e Austrália (3%).
Y Love You? Parece que o demente brasileiro está trazendo azar para seus “amores”. Um oficial do Exército dos EUA que ouviu a conversa telefônica entre Donald Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou na terça-feira (29) ter ficado preocupado com as “exigências” do republicano visando atingir um rival político.
O tenente-coronel Alexander Vindman, especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), prestou depoimento ao Congresso estadunidense na terça-feira como nova testemunha do inquérito de impeachment que tramita contra Trump.
Vindman é a primeira pessoa a testemunhar no inquérito que realmente ouviu o telefonema entre Trump e Zelensky em 25 de julho. Essa ligação impulsionou a abertura do processo de impeachment, liderado pelos comitês de Inteligência, Relações Exteriores e Supervisão da Câmara.
No telefonema, cuja transcrição foi divulgada pela Casa Branca no final de setembro, Trump pediu a Zelensky que investigasse o ex-vice-presidente estadunidense Joe Biden – pré-candidato democrata à presidência em 2020 e possível adversário de Trump – e seu filho, Hunter Biden, que foi membro do conselho de uma empresa de gás ucraniana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário