terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Folha ataca Lula dois dias depois de o Uol, do grupo Folha, entrevistar Lula POLÍTICA DO ESCORPIÃO

Folha ataca Lula dois dias depois de o Uol, do grupo Folha, entrevistar Lula

O jornal da família Frias fez questão de demonstrar mais uma vez a seus leitores que não tem apreço pelo ex-presidente, distorcendo trechos da entrevista ao Uol em que Lula fez críticas corretas à imprensa
Lula
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
 
247 – O jornal Folha de S. Paulo, da família Frias, fez questão de demonstrar para seus leitores, mais uma vez, que não tem apreço pelo ex-presidente Lula, que, mesmo depois de 580 dias numa prisão contestada por juristas do Brasil e do mundo, ainda é apontado pelo próprio Datafolha como o melhor presidente da história do Brasil. Em editorial irônico publicado nesta terça-feira, chamado "Lula sincerão", a Folha distorce as palavras do ex-presidente, que fez uma crítica predominantemente correta à imprensa, para mais uma vez atacá-lo. E isso dois dias depois de entrevistá-lo pelo Uol, que pertence ao grupo Folha.
A prática foi exatamente a mesma adotada pela Folha, após a entrevista histórica concedida por Lula a Mônica Bergamo e Florestan Fernandes Júnior, quando o ex-presidente ainda estava preso. Dias depois daquela entrevista, a Folha também o atacou em razão de Lula não ter feito a autocrítica exigida pelo baronato midiático brasileiro.
Na entrevista concedida ao Uol, Lula fez pequenas críticas à imprensa – corretas de modo geral – e uma constatação. Disse que o grupo Globo escondeu as revelações da Vaza Jato, o que é verdade, e afirmou havia um pensamento único na imprensa brasileira, antes de sua chegada ao poder, sempre favorável às políticas do governo FHC. Também constatou que hoje é possível ser notícia, como fazem Jair Bolsonaro e Donald Trump, sem recorrer aos meios de comunicação tradicionais – ou seja, recorrendo diretamente às redes sociais. Ainda assim, Lula afirmou que Bolsonaro teria o dever de respeitar a imprensa. "Eu ainda respeito, marco toda semana uma entrevista. Não acho que é correto um presidente da República se comunicar pelo seu Twitter, um presidente da República tem a obrigação de prestar contas à democracia, atendendo a imprensa", disse ele, aos jornalistas do Uol.
No entanto, a Folha tratou de igualá-lo a Bolsonaro – como se ambos fossem adversários da imprensa e da liberdade de expressão, o que, evidentemente, é uma falsificação histórica. Lula, inclusive, deixou de dizer o essencial. O Bolsonaro que hoje agride publicamente a Folha e seus jornalistas é a consequência do discurso de ódio alimentado pela imprensa corporativa, o que inclui a Folha, contra o ex-presidente que deixou o cargo com quase 90% de aprovação e entregou um Brasil admirado no mundo e com elevada auto-estima – o oposto do que se vê nos dias atuais.

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