segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Cresce a insegurança entre os brasileiros.
O Instituto de Opinião do Brasil, Datafolha, revelou na segunda-feira (30/12) sua pesquisa recente mostrando que 72% da população tem medo de sair à noite nas ruas.
A pesquisa mostra que há uma diferença entre homens e mulheres, já que a taxa de medo no sexo masculino é de 63%, enquanto no feminino é de 79%.
Segundo o Instituto Datafolha, sete em cada dez brasileiros adultos dizem ter medo de sair para as ruas da cidade depois do anoitecer e 50% dizem ter “muito medo”.
Por outro lado, a investigação revelou que a maioria dos brasileiros enfatiza que, para combater a violência, o governo deve priorizar investimentos em criação de empregos e educação e não fortalecer políticas como a posse de armas.
Assim, 57% dos entrevistados disseram que é mais importante investir em áreas sociais do que em segurança. Será que o insano tomará conhecimento dessa pesquisa?
Venezuela denuncia Brasil. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou neste domingo perante a comunidade internacional a decisão do Executivo brasileiro de conceder refúgio aos cinco soldados golpistas que participaram do ataque armado ao Batalhão de Infantaria 513 do Gran Sabana. O ministro Arreaza destacou que a decisão do Executivo brasileiro viola o direito internacional.
“A República Bolivariana da Venezuela denuncia à comunidade internacional essa decisão incomum que confirma o padrão de proteção e cumplicidade dos governos satélites dos EUA de atacar a paz da Venezuela por meio de mercenários que confessaram seus crimes”, afirmou.
Da mesma forma, o ministro reitera que a decisão do Executivo brasileiro viola o direito internacional “estabelece um registro perigoso de proteção para pessoas que cometeram crimes flagrantes contra a paz e a estabilidade de outro Estado”, acrescenta.
Os desertores militares venezuelanos confessaram sua responsabilidade no ataque armado ao Batalhão de Infantaria Mariano Montilla 513, localizado em Luepa, Gran Sabana do estado de Bolívar, em 22 de dezembro de 2019.
“Esse tipo de decisão do presidente brasileiro faz parte da ativação ilegal e perigosa do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), cujo objetivo é gerar as condições para uma intervenção militar na Venezuela”, conclui.
E vamos pagando mais impostos... Em comparação ao ano anterior, os brasileiros pagaram mais impostos em 2019. A constatação é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que, no próximo dia 31 de dezembro, às 08h35, atinge a marca de R$ 2, 5 trilhões.
Em 2018, o valor pago pelos brasileiros em tributos somou R$ 2,3 trilhões - nível recorde para uma economia com baixo crescimento e indefinições. Para o economista da ACSP, Marcel Solimeo, essa marca expressiva representa uma carga tributária elevada para o país - se comparada com a renda do brasileiro:
“Acredito que a carga de tributaria, nos próximos anos, deve permanecer alta. Possivelmente, o único fator que pode colaborar com a diminuição dos tributos é o controle nos gastos. Caso não haja esse esforço, o Brasil continuará tendo impostos elevados e nada disso retorna à população”, diz Solimeo, que complementa: “o esforço que as autoridades vêm fazendo com o teto dos gastos ainda é lento - isso se considerarmos a urgência da redução”.
Os livros têm “muita coisa escrita”! O ex-capitão reformado por doença mental está se superando a cada semana quando falamos de absurdos.
Na sexta-feira, (03), ele defendeu mudanças em livros didáticos distribuídos nas escolas públicas. Diante de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele afirmou que o material entregue a partir de 2021 será feito integralmente por seu governo. O presidente também disse que os materiais têm “muita coisa escrita”.
“Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 2021, todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado. Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo”, disse o presidente, em entrevista concedida na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro também voltou a criticar o educador Paulo Freire, dizendo que o baixo resultado do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) tem relação com as ideias do intelectual. “Falando em suavizar, estou vendo um cabeça branca ali, estudei na cartilha Caminho Suave. Você não esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire. O cara ficou 10 anos e a garotada de 15 anos foi fazer a prova do Pisa e mais da metade não sabe fazer uma regra de três simples. Não deu certo”, disse.
Para o presidente da República, os governos de esquerda “plantaram militantes”. “O que a esquerda plantou na educação? Plantou militância. Tanto é que o pessoal vota no PT e no PSOL. A molecada [vota no] PT e PSOL. Chegou ao cúmulo de acabar com uma escola como o Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro. Acabaram com o Pedro II. Menino de saia, MST lá dentro. E outras coisas mais que não quero falar aqui”, afirmou.
Então, ficamos assim: os livros não podem mais ter “muita coisa escrita” e não devem transmitir conhecimentos. Faremos livros todos com histórias em quadrinho, talvez do Pateta ou do Tio Patinhas!
Bolívia despreza o direito internacional. A autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, que assumiu o cargo após um golpe de Estado que forçou a renúncia de Evo Morales, classificou na segunda-feira (30/12) como persona non grata os diplomatas do México e da Espanha e disse que os funcionários das representações estrangeiras teriam até 72 horas para deixar o país.
“O governo constitucional que eu presido decidiu declarar como persona non grata a embaixadora do México, María Teresa Mercado, a encarregada de negócios da Espanha, Cristina Borreguero, o cônsul espanhol, Álvaro Fernández e o grupo de supostos diplomatas encapuzados e armados”, disse Áñez.
O anúncio da mandatária autoproclamada vem após seu governo acusar Madri de supostamente ter tentado auxiliar na fuga de ex-ministros de Evo Morales que estão exilados na embaixada mexicana em La Paz.
A Espanha negou qualquer ajuda na fuga de exilados e disse que a visita foi “exclusivamente de cortesia” por parte da encarregada de Negócios na Bolívia, Borreguero, e do cônsul Álvaro Fernández.
Logo após o anúncio da expulsão dos diplomatas, a Secretaria de Relações Exteriores do México emitiu um comunicado anunciando o retorno ao país da embaixadora María Teresa Mercado “com o objetivo de resguardar sua segurança e sua integridade”. Segundo a chancelaria, Marcado será substituída pela atual chefe da Missão Diplomática mexicana na Bolívia, Ana Luisa Vallejo.
A crise diplomática envolvendo os três países já havia se intensificado quando o chanceler mexicano Marcelo Ebrard anunciou na quinta-feira (26/12) que apresentaria uma queixa na Corte Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), contra a Bolívia por conta das atividades militares desenvolvidas pelo governo autoproclamado de Áñez em torno da embaixada do país em La Paz e da residência oficial da embaixadora.
A Espanha revida. O governo da Espanha anunciou na segunda-feira (30/12) a expulsão de três diplomatas bolivianos do país como resposta à atitude da presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez, de classificar membros da representação diplomática espanhola como persona non grata e expulsá-los do território boliviano.
“Em reciprocidade ao gesto hostil do governo interino da Bolívia de declarar como persona non grata os diplomatas espanhóis, a Espanha decidiu, por sua vez, declarar persona non grata a três membros do quadro diplomático e consular boliviano situado em nosso país”, afirmou o governo espanhol em comunicado.
A decisão da Espanha ordenou que o encarregado de negócios, Luis Quispe Condori, o agregado militar Marcelo Vargas Barral e o agregado para assuntos policiais Orso Fernando Oblitas Siles deixem o país em até 72 horas.
Em nota, a administração espanhola disse que “rechaça taxativamente qualquer insinuação sobre uma suposta ingerência voluntária nos assuntos políticos internos da Bolívia”.
O povo chileno está mostrando o caminho. Quanto tempo passou desde o golpe militar contra Salvador Allende e a implantação do neoliberalismo no Chile? Quanto dos direitos do povo e do trabalhador foi destruído nesse processo?
E, no entanto, muitos anos depois vemos o povo chileno novamente de pé, dando um basta aos desmandos impostos por Washington e pelo FMI, enfrentando a repressão e exigindo o fim das loucuras econômicas determinadas pelas “enciclopédias da economia de mercado”.
Manuel Cabieses, jornalista chileno, nos mostra que “homens e mulheres, jovens e idosos, e até crianças que agora transbordam pelas ruas com seu magnífico protesto, são descendentes das heroicas lutas contra a exploração e a discriminação dos séculos XIX e XX. A rebelião que subiu iracunda foi forjada nos pampas de salitre, no sul de Mapuche e camponês, no sul da Patagônia e nos portos e cidades dessa fina ‘linha de luz’ como o grande Carlos Droguett chamava de Chile”.
Segundo ele, há uma “continuidade histórica” entre o 11 de setembro (data do golpe contra Allende) e o 18 de outubro (quando explodiram os atuais protestos chilenos).
Escreve ele que “nosso país quer viver de maneira diferente da imposta pelo neoliberalismo com a ajuda das baionetas. Ele anseia por uma democracia com justiça social, uma paz entre iguais, uma estrutura institucional - sujeita ao escrutínio popular e à revogação de seus mandatos - que reforce os direitos e deveres dos cidadãos”.
Mais de 27 mortos, centenas de feridos, milhares de detidos e torturados custaram essa luta. A repressão policial deixou claro que os mosquetões de Pinochet são os mesmos de Piñera.
É ilusório acreditar que o processo insurrecional em andamento engolirá o sapo de uma “Convenção Constituinte”, como a que fez a casta política.
América Latina 2019. Enquanto o Brasil retrocedida dezenas de anos depois da chegada ao poder de um demente, que só conseguiu a façanha através de golpes e artimanhas do “judiciário” nacional e da ação de ministros inescrupulosos, a América Latina viveu um período conturbado e importantes de ser entendido pelos que acreditam em uma mudança social profunda.
E precisamos destacar dois fatos importantes: a) independente de tudo o que escondeu nossa imprensa amestrada, vários países mostraram protestos históricos sem precedentes na região, e; b) é preciso destacar a participação daqueles que, há anos, permaneceram fora dos protestos. Agora e progressivamente, eles perceberam que a única maneira de conter a injustiça é sair às ruas.
E, antes de analisar alguns desses acontecimentos e seus atores, é preciso entender um fato que, mesmo não sendo novo, é agora marcante na vida e no desenvolvimento dos protestos sociais: estou falando do uso das redes sociais. Se podem ser usadas para criar “mitos” e desinformar, como aconteceu com o Brasil, sem nenhuma barreira e tendo um alcance ilimitado, convocaram manifestantes em todas as nações.
Por mais surpreendente que possa parecer, foi um instrumento para despertar atores que sequer conhecíamos os considerávamos importantes nas lutas sociais da região como povos indígenas, líderes comunitários, agrários, estudantes e até indiferentes, aqueles que durante muito tempo foram estranhos à realidade social.
Equador, Chile, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Peru e Argentina, além do Brasil, foram notícias constantes em nosso Informativo durante todo o ano. Agora, iniciando 2020, o que podemos esperar na América Latina?
França: 31 dias de greve! Coletes amarelos, juntamente com trabalhadores de transporte, médicos, professores e estudantes marcharam no sábado pelas ruas de Paris, rejeitando a reforma previdenciária promovida pelo presidente Emmanuel Macron. Hoje, domingo, estamos entrando no 32º dia de protestos consecutivos.
Durante as manifestações deste dia, a polícia francesa disparou gás lacrimogêneo no centro de Paris.
O confronto se estendeu por um curto período na área da Bastilha e na estação ferroviária Gare de l'Est, quando manifestantes contra reformas previdenciárias e coletes amarelos tentaram entrar na estação.
“As pessoas precisam pensar um pouco sobre o tipo de sociedade que desejam em geral e, em um nível mais pessoal, sejam 20, 30, 40 ou 50, um dia se aposentarão”, disse o técnico industrial Jean-Gabriel Maheo para a Reuters.
A reforma proposta por Macron visa estender o período de trabalho necessário para a alocação de uma pensão completa para dois anos. Com eles muitos trabalhadores teriam de se aposentar aos 64 anos em vez dos atuais 62. E a Confederação Geral do Trabalho (CGT), convocou mais manifestações para os dias 9 e 11 de janeiro.
O genocida quer “imunidade”. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou na quarta-feira (01) que pedirá ao Parlamento que conceda imunidade a ele para evitar que seja julgado por três casos de corrupção. Com o pedido, o premiê pretende adiar julgamentos que poderiam ocorrer antes das eleições previstas para março, nas quais ele espera formar uma coalizão majoritária que o protegerá das acusações.
“Tenho a intenção de apelar para o presidente do Knesset [o parlamento israelense], para exercer meu direito e meu dever se continuar servindo aos cidadãos”, disse o premiê, em transmissão ao vivo para todo o país. Netanyahu negou que estivesse fugindo da justiça e disse que pretende ir ao tribunal para combater as “acusações fabricadas”.
O anúncio foi feito horas antes do término do prazo para que Netanyahu pedisse imunidade, que é o último recurso para evitar a ida ao banco dos réus, por causa das acusações de suborno, fraude e quebra de confiança, em três processos distintos. Netanyahu é o primeiro premiê israelense acusado de um crime durante o exercício do cargo. Ele nega as acusações.
Normalmente, um pedido de imunidade precisa ser aprovado ou recusado por uma comissão parlamentar responsável pela questão. Com o impasse político, essa comissão não foi formada após a eleição de setembro.
O processo judicial não pode começar até a análise da petição.
Se a imunidade for concedida, que deve ser ratificada pelo Knesset completo, isso permitiria que Netanyahu não fosse processado enquanto permanecer no cargo.
Os partidos israelenses representados no Knesset não concordaram em formar um governo após as eleições de abril e setembro, mergulharam o país em um bloqueio político durante meses à medida que a situação judicial de Netanyahu piorava.
As acusações mais sérias estão conectadas ao chamado "Caso 4000", em que Netanyahu é acusado de aprovar leis que deram ao seu amigo, o magnata das telecomunicações Shaul Elovitch, benefícios no valor de 250 milhões de dólares à sua empresa Bezeq. Em contrapartida, o site Walla – uma subsidiária da Bezeq – publicou artigos favoráveis sobre Netanyahu e sua família.
Trump e a reeleição (01). Um bombardeio ordenado por Donald Trump, três dias após manifestantes pró-Irã terem atacado a embaixada estadunidense na capital do Iraque, segundo confirmou o Pentágono, matou o general e herói iraniano Qasem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária do Irã. O líder de uma milícia iraquiana pró-iraniana, Abu Mehdi al-Muhandis, também morreu no ataque na noite de quinta-feira (02) contra o Aeroporto de Bagdá.
Segundo o departamento de Defesa dos EUA, a ordem para liquidar Soleimani partiu diretamente de Trump. “Sob as ordens do presidente, o Exército estadunidense agiu para proteger o pessoal dos EUA e estrangeiro e matou Qasem Soleimani”, informou o Pentágono. Minutos antes, Trump havia tuitado uma bandeira americana.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, qualificou o ataque de “escalada extremamente perigosa e imprudente” deflagrada por Washington. Mohsen Rezai, um antigo chefe dos Guardiões da Revolução, declarou que “Soleimani se uniu a nossos irmãos mártires e nossa vingança sobre a América será terrível”.
O general Soleimani, 62 anos, liderava a força Al-Qods dos Guardiões da Revolução, encarregada das operações no exterior. Era visto como um herói no Irã e exercia um papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque. O general iraniano foi um dos principais personagens do combate às forças jihadistas na região e tinha uma atuação fundamental no reforço da influência diplomática de Teerã no Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Síria.
Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, confirmaram que “o glorioso comandante do Islã Haj Qasem Soleimani morreu como mártir em um ataque dos Estados Unidos contra o aeroporto de Bagdá”, em nota divulgada na TV estatal em Teerã.
Trump e a reeleição (02). O assassinato do comandante Qasem Soleimani pode ser a escalada mais dramática nas relações entre EUA e Irã desde o início da Guerra do Iraque (2003-2011), afirmou na quinta-feira (02) o site da revista Foreign Police.
Segundo Seth Jones, um especialista em Oriente Médio e guerra não convencional do Center for Strategic and International Studies ouvido pela publicação, até agora o Irã e os EUA se confrontavam de maneira indireta, em territórios de países terceiros, como o Iraque, Síria e Líbano.
O ataque dos EUA representa uma mudança significativa na política de Donald Trump para o Oriente Médio, uma vez que o presidente dos EUA havia manifestado o desejo de retirar as tropas dos EUA da região.
Trump e a reeleição (03). Donald Trump afirmou na sexta-feira (03) que o general iraniano Qasem Soleimani, morto durante um bombardeio ordenado por ele “deveria ter sido eliminado há muitos anos”.
Segundo Trump, “Soleimani era odiado e temido dentro do país” e que a população iraniana não está triste com a morte do militar.
Ele ainda acusou o general de ser responsável pela morte de “milhares de cidadãos dos EUA” e de estar “conspirando para matar muitos mais”.
Trump e a reeleição (04). Donald Trump faz uma declaração de guerra contra o Irã porque “se sente encurralado” pelo julgamento político contra ele, disse ao site Sputnik News o analista uruguaio Sebastian Hagobian.
“Muitas vezes, quando os presidentes se sentem encurralados, o manual dos EUA indica que está sendo feita uma guerra para distrair e melhorar a imagem do forte líder do presidente ... Nesse caso, Trump se sente encurralado pelo impeachment e por que sua reeleição não é tão certa”, disse Hagobian, que faz parte da Comissão de Relações Internacionais da Frente Amplio (FA, centro-esquerda).
Hagobian disse que Trump se sente encurralado pelo julgamento político que existe contra ele, já que o Partido Democrata da oposição, com maioria na Câmara dos Deputados, também pode obtê-lo no Senado devido ao apoio de alguns republicanos.
Trump é acusado de violar a Constituição quando pediu ao presidente da Ucrânia, Volodímir Zelenski, por meio de um telefonema, que investigasse o filho de Joe Biden, ex-vice-presidente e candidato à presidência do Partido Democrata.
O analista uruguaio disse ainda que a tensão entre os EUA e o Irã deve ser analisada como uma escalada gerada por vários eventos, incluindo a retirada do pacto nuclear pelos EUA, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (PAIC), as sucessivas sanções de Washington e os Estados Unidos. Protestos na embaixada dos EUA no Iraque.
 
Trump e a reeleição (05). Certamente que não é a primeira vez e nem será a última. Na história dos EUA conhecemos dezenas de casos onde candidatos à presidência buscam guerras como alternativas para manter o eleitorado anestesiado.
Uma das primeiras lições que eles ensinam em todos os cursos sobre o sistema político de lá é que as guerras frequentemente revertem a popularidade em declínio dos presidentes. Com uma taxa de aprovação de Donald Trump de 45% em dezembro de 2019, os “déficits duplos” (comerciais e fiscais) crescem constantemente, bem como a dívida pública e uma ameaça de julgamento político era de se esperar uma ação parecida de Trump que precisa reconstruir sua popularidade e colocá-lo em uma posição melhor para enfrentar as eleições de novembro.
Vale lembrar que, dias antes do assassinato de Soleimani, Rússia, China e Irã iniciaram manobras militares marítimas conjuntas no Golfo de Omã. E, reparem bem no mapa que o golfo tem de um lado aliados tradicionais dos EUA e ricos em petróleo. Do outro lado o Irã, também produtor de petróleo!
E o preço do petróleo disparou! Os preços do petróleo subiram mais de 4% depois do assassinato do chefe militar iraniano, Soleimani, pelas forças estadunidenses.
Vale lembrar que o Irã é membro permanente da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o sexto maior exportador do mundo. Seria um grave desastre se respondesse ao ataque fechando o estreito de Ormuz.
Haverá guerra entre os EUA e o Irã? O assassinato do general iraniano Qasem Soleimani pelas forças estadunidenses pode levar a uma crise global. O site Sputnik News conversou com especialistas em geopolítica sobre as possíveis consequências do ataque.
Nikolai Kozhánov, professor assistente do Centro de Estudos dos Países do Golfo Pérsico da Universidade do Catar, disse que é muito cedo para falar sobre o risco de uma guerra global ou um confronto direto entre o Irã e os Estados Unidos.
“Esse ato corresponde à ideia discutida há muito tempo em Washington, que consistia em 'acalmar' Teerã e mostrar a ele que ele estava se comportando com muita confiança e que superestimou suas habilidades”, explicou.
Por seu lado, o professor de economia política Alexandr Azadgan está convencido de que o assassinato de Soleimani poderia ter “consequências devastadoras”. “Tecnicamente, poderíamos estar em processo de guerra entre o Irã e os EUA”, disse o especialista, que enfatizou que “os próprios iranianos entendem que podem acabar envolvidos em uma guerra se derem uma resposta muito severa às ações de Washington”.
No entanto, o Irã não pode deixar o assassinato de Soleimani, uma importante personalidade política e militar e considerado um herói nacional em seu país de origem, disse Kozhánov.
Mas como poderia ser? Enquanto Azadgan está convencido de que o Irã agirá através de países intermediários como Iraque, Líbano ou Iêmen - por exemplo, ele poderia lançar um míssil a partir do território iemenita - Kozhánov sugere que a maneira como ele reagirá mostrará para toda a comunidade internacional.
Por sua vez, Azadgan acrescentou que a estrutura política do Iraque - onde Soleimani foi morto - está em um estado “muito instável”. Isso serviu de pretexto para os planos dos EUA de mobilizar 4.000 militares no Oriente Médio, acrescentou, e comentou que “ele nunca viu uma situação tão tensa” na região.
2019: recordes de assassinados nos EUA. Se uma pesquisa recente mostrou que há uma grande insegurança entre a população brasileira, o que deveria aparecer se uma pesquisa semelhante fosse realizada nos EUA?
Muito já falamos, aqui no Informativo, sobre toda a violência e insanidade levada ao restante do mundo pelos governos estadunidenses e sua política de intervenção nos países que lhe servem. Mas, e internamente? Como é a situação do povo estadunidense?
Os números são claros: os EUA tiveram mais assassinatos em massa em 2019 do que em qualquer outro ano, desde que temos registros. Entre os mais mortais estão o assassinato de 12 pessoas em Virginia Beach em maio e 22 em El Paso em agosto.
De acordo com o banco de dados compilado pela Associated Press, USA Today e University of the Northeast, em 2019 houve 41 incidentes e um total de 211 mortes.
O banco de dados rastreia assassinatos em massa nos Estados Unidos desde 2006, mas mesmo quando pesquisava desde a década de 1970, os investigadores não encontraram um ano com mais assassinatos em massa. O ano com o segundo maior número de assassinatos foi 2006, com 38.
O direito de possuir armas é garantido na segunda emenda da Constituição dos EUA e, apesar de um boom de ataques de armas de fogo, nada foi feito ainda para alterar a legislação ou controlar a situação de qualquer maneira.
Atenção: os assassinatos em massa envolvem a morte de quatro ou mais pessoas, excluindo os autores

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