Haverá
um limite?
(Ernesto Germano)
Até esta semana eu me perguntava qual seria o limite do
avanço do fascismo e da extrema-direita em nosso país. Com as notícias desta
sexta-feira (28) já começo a me perguntar se “haverá um limite”!
Fato concreto é que as organizações sociais, entidades
e partidos que deveriam alertar para esse limite e começarem a mobilizar os
trabalhadores estão caladas, temerosas, sem forças e perplexas diante do avanço
nazista que podemos até comparar com as famosas “blitzkrieg”
da Alemanha no início da Segunda Guerra.
O demente
que se apossou do Planalto vai passando com seus tanques, não reconhecendo
qualquer outro poder, não reconhecendo a Constituição e desprezando todas as
leis que tornam uma sociedade minimamente saudável e democrática. Vejamos:
Primeiro Ato. Creio não
ser discutível o fato de que o “primeiro ato” desse circo de horrores tenha acontecido
há quatro anos, quando um golpe tramado às abertas, às vistas de todos, depôs
uma presidenta legitimamente eleita para colocar em seu lugar um impostor que
só tinha duas metas: servir ao grande capital destruindo as organizações dos
trabalhadores e abrir caminho para o terror que viria a seguir.
E o terror
chegou vestido como um ex-militar reformado por doença mental, com dezenas de
anos como parlamentar sem ter aprovado um único projeto, pregando a violência e
o armamento da população, sendo fruto de uma aliança com a milícia que implanta
o terror nas populações mais humildes das grandes cidades (ver matéria neste
Informativo).
Segundo
ato. Seguro de suas alianças com os
setores mais reacionários do Congresso, o ex-capitão demente fez uma escolha
bem significativa para seu ministério: cercou-se de insanos sem qualquer
competência para os cargos que iriam ocupar e de militares que poderiam ser
úteis em momentos como agora.
Para quem ainda não parou para pensar, eis a lista dos
fardados a serviço do fascismo que se implanta: 01) Hamilton Morão – é
vice-presidente e general da reserva desde 2018; 02) Walter Souza Braga Neto –
era chefe do Estado Maior do Exército e assumiu a Casa Civil da presidência;
03) Flávio Augusto Rocha – almirante cearense, assumiu a Secretaria de Assuntos
estratégicos; 04) Jorge Antônio de Oliveira – ex-major da PM é Secretário Geral
da Presidência; 05) Otávio Rego Barros – general de divisão é o Porta-Voz da
Presidência; 06) Augusto Heleno – general da reserva, é o chefe do GSI
(organismo de inteligência e espionagem da Presidência) e foi o autor da frase
“foda-se o Congresso” que deu início ao novo golpe; 07) Luiz Eduardo Gomes –
general desde 2017, é secretário de Governo e responsável pelas negociações com
o Congresso.
Terceiro
ato. Após a fala do general da reserva
Augusto Heleno, mandando o Congresso “se fuder”, não tardou para que as hostes
milicianas convocassem um ato contra o Congresso Nacional pelas redes sociais.
Desrespeitando todas as leis do país e vomitando sobre
a Constituição, o insano não tardou em publicar em sua rede social um “integral
apoio” ao ato pelo fechamento do Congresso. E seu desespero talvez se deva a um
certo “abandono” por parte das forças aliadas no Parlamento e como reação às
matérias da Folha de São Paulo que desenterrou a imagem do impeachment.
Mas, de fato, o estopim desse destempero e das reações
de seus seguidores está um pouco antes. Sem aprofundar muito, o fato é que,
anualmente o Congresso Nacional tem que aprovar a LOA (Lei Orçamentária Anual)
e, para 2020, o relator no Congresso criou um limite para o uso de 30 bilhões
de reais que o Presidente podia usar livremente para negociar seus projetos com
os parlamentares através de emendas. Pela nova proposta do relator esse
dinheiro teria que ser usado na forma de “impositiva”, ou seja, aprovada pelo
Congresso.
E isso “esquentou” a caldeira no Planalto. O ex-capitão
vetou todas as emendas feitas pelos congressistas que, em represália, ameaçaram
derrubar todos os vetos presidenciais. E isto foi o suficiente para o “foda-se
o Congresso” do general.
Quarto
ato. A Associação Brasileira de
Juristas pela Democracia (ABJD) divulgou na quarta-feira (26) nota condenando a
mensagem encaminhada pelo insano a grupos de WhatsApp em que convoca seus
apoiadores para participar de um ato que pedirá o fechamento do Congresso
Nacional, marcado para o dia 15 de março.
De acordo com os juristas, o ato representa um atentado
contra a Constituição e o livre exercício dos poderes constituídos, o que
configura crime de responsabilidade conforme previsto no art. 85 da Carta.
Movimentos sociais e partidos de oposição ao demente
decidiram, na tarde de quinta-feira (27), convocar manifestações por todo o
País em defesa da democracia e contra tais manifestações autoritárias. O tema
será “Ditadura Nunca Mais” e a ideia é concentrar as mobilizações no dia 18 de
março, uma quarta-feira.
O calendário e o mote foram decididos em reuniões entre
as 9 centrais sindicais — CUT, Força, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CGTB,
CSP-Conlutas e Intersindical — e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que
reúnem centenas de movimentos sociais, ao longo do dia.
Último
ato? Na surdina, aconteceu na
sexta-feira (28) um encontro entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do STF, Dias Toffoli.
O que vazou foi a decisão dos três de procurar um
“entendimento” com o insano para “esvaziar” a manifestação do dia 15 pedindo o
fechamento do Congresso.
A proposta a ser levada ao Planalto é muito simples:
será devolvida ao ex-capitão a verba de 30 bilhões de reais para ele usar como
quiser. Não haverá mais “emendas impositivas” para essa parte da receita.
Em outras palavras, o “berro” do general fez-se ouvir e
o povo continuará refém dos militares que assaltaram o poder.
Cai o pano?
São
13 anos de “carreira no crime”! Muito
interessante a matéria de André Barrocal na revista Carta Capital. Sob o título
de “Cronologia aponta 2007 como início da ‘aliança’ entre a família infame e as
milícias”, o jornalista descreve as ligações do insano e sua família com a
milícia.
Pelo que sabemos, logo após a morte de um dos
milicianos “chegado à família”, o Adriano Magalhães da Nóbrega, o ex-capitão
teria dito aos jornais que “Eu não conheço a milícia do Rio de Janeiro, não
existe nenhuma ligação minha com a milícia do Rio de Janeiro, não existe
nenhuma ligação minha com milícia no Rio”. Seu filho Flávio, senador, comentou
no mesmo dia: “Não temos envolvimento nenhum com milícia”.
Mas os fatos não confirmam essas afirmações. Um
levantamento feito pelo jornalista mostra que: “o ano de 2007 parece ter selado
uma aliança entre o clã e a milícia, com QG no antigo gabinete de deputado estadual
de Flávio na Assembleia do Rio”.
Em 2007, Flávio tinha 26 anos e começava seu segundo
mandato de deputado estadual. Às 15h25 de 7 de fevereiro daquele ano, ele foi
aos microfones da Assembleia para defender as milícias, conforme registram os
anais da Casa. “Venho falar sobre as milícias, assunto tão noticiado pela
imprensa”, disse. “Não se pode, simplesmente, estigmatizar as milícias, em
especial os policiais envolvidos nesse novo tipo de policiamento entre aspas.”
Ele prosseguiu: “A milícia nada mais é do que um
conjunto de policiais, militares ou não, regidos por uma certa hierarquia e
disciplina, buscando, sem dúvida, expurgar do seio da comunidade o que há de
pior: os criminosos. Em todas essas milícias sempre há um, dois, três policiais
que são da comunidade e contam com a ajuda de outros colegas de farda para
somar forças e tentar garantir o mínimo de segurança nos locais onde moram”.
Em março de 2008, o próprio insano, ainda deputado
federal, em uma entrevista à BBC, defendeu legalizar as milícias. “Elas
oferecem segurança e, desta forma, conseguem manter a ordem e a disciplina nas
comunidades. É o que se chama de milícia. O governo deveria apoiá-las, já que
não consegue combater os traficantes de drogas. E, talvez, no futuro, deveria
legalizá-las”, disse ele.
Portanto, a cumplicidade vem de muito tempo.
Nem
reforma agrária e nem agricultura familiar. O negócio do governo demente é ampliar o agronegócio no país, abrir
cada vez mais espaço para os agrotóxicos e expulsar o pequeno agricultor e os
trabalhadores rurais de suas terras.
Na quinta-feira que antecedeu o Carnaval (20), o insano
deu o maior golpe até agora no processo de reforma agrária em curso no Brasil
desde a criação do Estatuto da Terra, em 1964.
Publicado no Diário Oficial da União (DOU) o decreto nº
20.252 enxuga significativamente a estrutura do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA).
O ato extingue o Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária (Pronera), o programa “Terra Sol” e outros programas que davam
incentivos aos assentados, quilombolas e comunidades extrativistas.
Segundo o próprio site do Incra, o “Terra Sol é um
programa de fomento à agroindustrialização e à comercialização por meio da
elaboração de planos de negócios, pesquisa de mercado, consultorias,
capacitação em viabilidade econômica, além de gestão e
implantação/recuperação/ampliação de agroindústrias. Atividades não agrícolas –
como turismo rural, artesanato e agroecologia – também são apoiadas.
Por meio do Pronera, jovens e adultos de assentamentos
têm acesso a cursos de educação básica (alfabetização, ensinos fundamental e
médio), técnicos profissionalizantes de nível médio, cursos superiores e de
pós-graduação (especialização e mestrado).
O programa também capacita educadores para atuar nos
assentamentos e coordenadores locais – multiplicadores e organizadores de
atividades educativas comunitárias.
O demente aproveitou o Carnaval para “enterrar” esses
programas.
Brasil
tem 11,9 milhões de pessoas sem emprego.
A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em janeiro ficou em 11,2%. A
taxa é 0,4 ponto percentual menor do que a registrada no trimestre anterior,
encerrado em outubro, quando 11,6% da população economicamente ativa estava sem
trabalho.
Na comparação com o mesmo período de 2019, a redução
foi de 0,8 ponto percentual. No mesmo período do ano passado, a desocupação
estava em 12%. Estes sãos os primeiros números sobre o desemprego em 2020, mas
não aparecem nas tabelas se esses empregos são precários ou não.
A população ocupada no país é de 94,2 milhões de
pessoas, sendo que 40,7% delas estão na informalidade, o que corresponde a 38,3
milhões de trabalhadores, taxa 0,5 ponto percentual abaixo da do trimestre
encerrado em outubro. Mas, o mais preocupante, é o salto que deu no número de
“desalentados”, ou seja, pessoas que desistiram de procurar emprego.
Vão
esconder por algum tempo... Principal
indicador de criação de empregos com carteira assinada, o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) passará a ser divulgado com dois meses de
defasagem, anunciou na quinta-feira (27) a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia. Com a mudança, os dados de janeiro só serão
conhecidos na segunda quinzena de março.
O intervalo maior decorre da migração do Caged para o
Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (eSocial), que entrou em vigor em janeiro. Até então, as
contratações e as demissões eram registradas no Caged até o dia 7 do mês
seguinte. No eSocial, o prazo foi aumentado para o dia 15 do mês seguinte.
Em janeiro, as empresas privadas passaram a registrar
as contratações e as demissões no eSocial, em vez de inserirem os dados no
Caged e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Os órgãos públicos e as
entidades internacionais migrarão para o sistema eletrônico nos próximos meses.
Segundo o Ministério da Economia, a expectativa é de que ninguém mais precise
preencher o Caged em 2021 e a Rais em 2022.
Bolívia:
não houve fraude! O jornal
estadunidense Washington Post publicou uma análise na quinta-feira (27) que
aponta que as eleições de outubro de 2019 na Bolívia foram legítimas, sem
indicativos de fraude. A conclusão é a mesma de um estudo publicado em novembro
pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).
A Organização dos Estados Americanos (OEA), convidada
pelo governo boliviano para analisar o pleito, havia afirmado, à época, que
teria havido fraude e recomendado a realização de um segundo turno. No entanto,
um golpe de Estado derrubou Morales da presidência e instaurou um governo com
características autoritárias no país.
O texto dos pesquisadores John Curiel e Jack R.
Williams, vinculados ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), aponta
que a OEA não embasa a argumentação da fraude em estudos prévios e não traz evidências
significativas que suportem a tese.
Os estudos apontam ainda que foram feitas 1.000
simulações a partir dos resultados que foram divulgados previamente pelo
Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia e que Morales teria, pelo menos, 10,49
pontos percentuais de vantagem sobre o opositor Carlos Mesa. Dessa maneira,
venceria em primeiro turno.
“Não há evidências estatísticas de fraude que possamos
encontrar – as tendências na contagem preliminar, a falta de um grande salto no
apoio a Morales após a interrupção e o tamanho da margem de Morales parecem
legítimos. Em suma, a análise estatística e as conclusões da OEA parecem
profundamente falhas”, aponta o texto.
No
fundo do golpe. O site internacional
Sputnik News entrevistou Carlos Raimundi, o novo embaixador argentino na OEA,
para entender as razões do golpe contra Evo Morales. E, logo de início, uma
constatação já conhecida, mas devastadora. Vejamos o tema nas palavras de
Raimundi.
“O boliviano branco não tolera ir a um escritório do
Estado e ser atendido por um indígena. Existe uma Bolívia ocidentalizada que
vive com uma Bolívia original. O governo Evo nunca pensou que o outro desaparecesse,
mas que direitos e ações do governo fossem compartilhados. É o que o boliviano
branco do Crescente do Leste não tolera. Tenho que ser cauteloso em minhas
declarações, mas não me engano se continuar expressando valores. E a Argentina
tem valores históricos, uma tradição de representar a autodeterminação dos
povos, a busca da igualdade. Não me engano se eu seguir esses valores”.
Em outras palavras, a “Bolívia ocidentalizada” não
deseja conviver com a Bolívia dos povos originários. E isso explica a queima da
Wiphala logo após o golpe contra Evo.
Na entrevista, Raimundi também faz uma análise do papel
da OEA. “É verdade que a OEA é uma organização que foi responsável, no mínimo,
por sua inação em momentos muito sombrios da história latino-americana. É por
isso que, na primeira parte do século XXI, quando muitos governos de viés
populares eram contemporâneos, a OEA passou a segundo plano porque organizações
como a Unasul e a CELAC surgiram”.
E completa o seu raciocínio: “Na CELAC estão todos os
países da região, incluindo Cuba, a quem a OEA expulsou. Mas não estão os dois
que querem mandar na América Latina: o Canadá e os EUA.”
Neoliberalismo
volta ao Uruguai. Domingo, 01 de março
de 2020, data do retorno neoliberal ao comando do Uruguai através do governo de
Luis Lacalle Pou, eleito pelo Partido Nacional, declaradamente de direita.
Para início de conversa, Lacalle convidou para sua
posse: Felipe VI da Espanha, Jair Bolsonaro do Brasil, Sebastián Piñera do
Chile e a ditadora da Bolívia Jeanine Añez. Mas deixou claro que não convidou
os presidentes de Cuba, Nicarágua e Venezuela a considerá-los ditadores (Daniel
Ortega, Díaz Canel e Nicolás Maduro). Ou seja, mais um “lambe-botas” de Donald
Trump em nosso continente!
O novo governo que tomará posse já está cheio de casos
de corrupção e abuso sexual. Por exemplo, o prefeito do departamento de
Colonia, Carlos Moreira. Eles filtraram alguns áudios nos quais ele pediu
favores sexuais em troca de estágios em seu governo.
Recentemente, uma mulher foi presa pela Interpol que
estava indo de Colônia a Buenos Aires para lavagem de dinheiro no caso da
Odebrecht. Quem é essa mulher? Maya Cikurel, esposa do novo Ministro da Educação
e Cultura.
E lá vai Nossa América pelo ralo!
Algo
está sendo escondido! Um excelente
artigo foi escrito por Eduardo Camin, jornalista uruguaio, credenciado na ONU-Genebra,
durante a semana. Parece que as cúpulas mundiais já sabem que algo de errado
está acontecendo na economia, mas que não deve ser divulgado.
O fato inquestionável, por enquanto, é que o comércio
global e a economia capitalista estão doentes e o problema é grave! O comércio
global começa a esgotar seu crescimento. Os últimos relatórios que mostram a
atividade econômica do comércio internacional trazem uma clara desaceleração no
número de transações, que já tem as piores taxas de crescimento desde a grande
crise financeira de 2008.
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial
do Comércio (OMC), as previsões comerciais globais para os próximos anos não
são as boas que se esperava. Embora, a priori, se esperassem altas taxas de
crescimento para os próximos anos, a deterioração da balança de riscos levou a
uma desaceleração adicional.
Vários indicadores econômicos avançados e estatísticas
comerciais parecem indicar a persistência do enfraquecimento do comércio e da
produção durante o primeiro trimestre de 2020. A OMC vem desenvolvendo uma
série de indicadores para fornecer informações em tempo real sobre as
tendências do comércio mundial.
Há
perspectivas próximas? Logo após a
primeira etapa do ano 2020, o relatório da OMC dá uma sensação negativa, ou
seja, é difícil reverter a situação. A desaceleração econômica no mundo, que
está arrastando para baixo todas as previsões de crescimento das principais
economias desenvolvidas que compõem o planeta, agrava ainda mais a situação.
Devemos ter em mente que um dos principais motores do crescimento da economia
mundial é o comércio global.
Tudo isso, não devemos esquecer, é precedido pelas
tensões e explosões protecionistas de certos países. Os tambores da guerra
comercial e as contínuas tensões protecionistas dos Estados Unidos e da China
acabaram enfraquecendo as transações comerciais e os acordos de livre comércio.
Os relatórios mostrados pela agência indicam como, se
as tensões comerciais não forem corrigidas entre as duas principais economias,
as previsões do comércio internacional poderão sofrer ajustes adicionais nos
próximos anos.
Hoje, a realidade indica que estamos enfrentando uma
dívida global recorde de 320% do PIB, fato já várias vezes denunciado por nós,
aqui no Informativo e em palestras. Nunca houve uma dívida dessa dimensão:
dívidas no setor privado, dívidas corporativas e domésticas. E quando vemos
esses dados, não devemos nos perguntar se o mundo tomou emprestado, mas para
onde foi toda essa liquidez ... para a economia real?
Entretanto. O Fundo Monetário Internacional alerta que
o aumento da dívida das famílias pode desencadear outra crise. Apesar das
variadas experiências vividas na sociedade em relação a uma crise, ela não se
tornou mais cautelosa ao tomar empréstimos como se poderia pensar.
Os
mais ricos dispararam o alerta. Não
por serem mais conscientes ou por estarem preocupados com o restante da
humanidade. Acontece que as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam um total
de US $ 139 bilhões apenas no dia 24 de fevereiro, enquanto os mercados estavam
afundando em meio ao medo de que o novo coronavírus atingisse a economia
mundial, escreve Bloomberg.
O S&P 500 e a média industrial do Dow Jones caíram
mais de 3% em um dia. Esta é a maior queda em mais de dois anos, causada por
notícias sobre a disseminação do novo coronavírus, segundo a agência.
Os líderes da lista de perdas são Bernard Arnault,
presidente da empresa francesa LVMH (Moet Hennessy - Louis Vuitton) e Jeff
Bezos , fundador da Amazon. Cada um perdeu mais de 4,8 bilhões de dólares.
Amancio Ortega, diretor geral da controladora da Zara, Inditex SA, perdeu 4.000
milhões de dólares.
As fortunas das outras pessoas que ocupavam as 10
primeiras posições foram reduzidas em pelo menos US $ 2,3 bilhões, informou a
mídia.
A China, onde o novo vírus coronavírus se originou,
responde por 40% do mercado global de produtos de luxo.
Coronavírus
x Wall Street? Os principais índices de ações dos EUA entraram em
colapso depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a resposta de
seu governo à disseminação do coronavírus foi muito bem gerenciada e foi “uma
conquista incrível”.
A queda ocorreu porque a percepção do presidente dos
EUA sobre a ameaça do coronavírus nos EUA não coincidia com a dos investidores.
Como resultado, o mercado acionário dos EUA sofreu uma grande correção,
culminando em um dos piores colapsos de ativos desde o momento da crise
financeira global.
Em particular, o índice Dow Jones Industrial Average
sofreu a pior queda da história em um único dia, tendo perdido 1.190,95 pontos
ou 4,4% de seu valor. Por sua vez, o S&P 500 afundou apenas 2,5%, mas
acelerou sua queda novamente e terminou em 27 de fevereiro, caindo 4,4%, que
foi a pior perda em um único dia dos últimos 8 anos. O declínio experimentado
pelo S&P 500 nos últimos seis dias foi a pior correção do índice da
história.
Para piorar a situação, o rendimento dos títulos do
Tesouro dos EUA diminuiu quando os investidores começaram a procurar um refúgio
mais seguro para seus recursos financeiros. Os preços das matérias-primas
também despencaram, incluindo os preços do petróleo, que caíram abaixo de US $
50 por barril.
“Essa é possivelmente a pior coisa que já vi na minha
carreira. Passei por muitas coisas. Passei pelo colapso do mercado de caixa em
1987, devido à crise financeira. Mas esta queda tem a capacidade de se tornar
algo extremamente sério”, disse Scott Minerd, diretor de investimentos da
Guggenheim Partners.
E toda a “ciência” estadunidense falhou também. Os
Centros de Controle e Prevenção de Doenças enviaram os kits para 200
laboratórios no país, para que possam detectar rapidamente casos de infecção
por coronavírus. Esses dispositivos médicos usam swabs para extrair o material
biológico do nariz e da garganta dos pacientes. No entanto, os kits falharam em
muitos casos, razão pela qual apenas cerca de 40 laboratórios puderam usá-los
após o primeiro dia. “O teste de infecção por coronavírus não está mais
disponível em Nova York. Os kits que nos foram enviados mostraram problemas de
desempenho e não podem ser confiáveis para
fornecer um resultado preciso”, declarou Stephanie Buhle, porta-voz do
Departamento médico de Nova Iorque.
“Sou
o presidente e faço o que quiser”.
Calma, amigos. A frase não é do insano brasileiro, mas de outro demente, lá
daquela nação que se diz defensora da democracia no mundo.
Em 5 de fevereiro, o Senado votou e absolveu Donald
Trump de acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso. Em outras
palavras, o gabarito de Trump antes da eleição de que “ele podia ficar no meio
da Quinta Avenida e atirar em alguém” e que essa ação não o faria “perder
nenhum eleitor” provou ser real.
No dia seguinte à votação no Senado, um Trump
decididamente irredutível falou em um Café da Manhã de Oração Nacional,
brandindo uma cópia do USA Today, cuja manchete continha uma única palavra:
“Absolvido”. E ele mostra isso como algo definitivo, como se jamais pudesse ser
atingido e pronto.
E
os setores progressistas ainda apostam em Bernie Sanders. Depois
de novas vitórias nas primárias do
seu partido, o nome do chamado “socialista-democrático” continua a crescer e
vai se tornando uma alternativa para vencer Donald Trump.
Não custa acompanhar a evolução do processo, mas o
histórico do povo estadunidense é muito reacionário para aceitar um candidato
assim.
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