O
capital não dorme!
Estamos ficando loucos ou só agora algumas pessoas
estão descobrindo que o capital não tem pátria e nem descanso?
Não precisa ser um grande entendedor das obras do
filósofo renano para saber que o capital circula pelo mundo em busca de mais
lucro, eternamente. E só se fixa em uma parte quando tem garantias e tranquilidade
para continuar explorando a força de trabalho e o próprio Estado. Se não
encontra essas condições, “arruma as trouxas” e vai embora!
Não é difícil imaginar a reação desse mesmo capital
quando depara com um governante que perdeu totalmente a noção do que é lógico,
quando apresenta claros sinais de insanidade, quando “diz que não disse o que
disse, mas depois diz novamente”!
Dados do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na
sigla em inglês) publicados pelo jornal espanhol El País mostram que o Brasil
sofreu uma fuga de capitais que soma US$ 11,73 bilhões nos dois primeiros meses
da crise do coronavírus. O México, segundo país que mais atrai investimento
estrangeiro na América Latina, perdeu apenas US$ 2 bilhões.
Segundo estimativas do IIF, atualizadas nesta semana, a
economia da América Latina retrocederá 2,7% este ano. A previsão anterior,
feita há cinco meses, era de uma expansão de 1,2% na região em 2020. A maior
queda deve ocorrer na Argentina (retração de 3,1%); o PIB do Chile deve cair
2,3%; na Colômbia, queda de 0,4%; no México, perda de 2,8%; e no Brasil, a
projeção mudou de alta de 2% para redução de 1,8%.
Por
que o capital deu o golpe? Ainda
encontro muita gente atordoada sem entender o motivo do golpe de 2016 no
Brasil. Por que o capital tinha tanto interesse em tirar o PT do governo?
Lula e Dilma eram um risco para o capitalismo, seja
nacional ou internacional? Lula e Dilma eram uma ameaça de implantação do
comunismo no país? Lula e Dilma tinham projetos para expropriar o grande
capital e estatizar os meios de produção?
Não, Lula e Dilma não traziam qualquer dessas ameaças.
Basta olhar os dados, oficiais ou não, para ver que o capital tinha toda a
liberdade para investir, que crescia aos saltos em nosso país, que acumulou
grandes lucros em poucos anos de governo petista. Então, por que precisavam
derrubar essa política de governo? Por que lançaram mão de mentiras, tramoias e
manipulação da justiça mais corrupta para armar o golpe?
O problema que incomodava era o fato de Lula e Dilma
terem mantido também uma política de valorização do social e do trabalhador.
Distribuição de rendas, aumento real do salário, ganhos nas aposentadorias,
etc. Isso incomodava, porque toda a base do pensamento neoliberal, que hoje
domina o planeta, diz que não pode haver um Estado de bem-estar social. Os
pensadores do neoliberalismo defendiam (e defendem) que o Estado deve ser
suficientemente forte para impedir o avanço dos sindicatos e das organizações
sociais. Os sindicatos são vistos como uma das principais causas das crises
porque, ao reivindicar salários (aumentos excessivos, como eles dizem) corroem
a base da acumulação do capital e limitam o crescimento da economia.
Por outro lado, dizem eles, os sindicatos pressionam
também o Estado para aumentar os gastos sociais, exigindo então despesas que
precisam ser cobertas com o orçamento público e desencadeando processos
inflacionários e generalizando a crise econômica. E Milton Friedman chega a
defender o que chama “uma boa legislação” contra os sindicatos porque estes
interferem no funcionamento livre do mercado de trabalho.
Agora é bem mais simples de entender, não é? Por isso
colocaram um “manequim de funerária” (Temer) no poder e agora um insano com uma
tropa que só quer destruir direitos dos trabalhadores.
Mas, para o capital, deve haver um limite para essa
insanidade toda, e é isso que estamos vivendo nesse momento, agravado pelo sério
problema de uma pandemia.
O
pacote de maldades não termina!
Entidades que representam os agricultores familiares desmentem a afirmação do
governo demente de que a Medida Provisória (MP) 910/2019, que estabelece novas
regras para legalizar terras ocupadas, é um instrumento que simplifica, torna
mais ágil o processo de regularização fundiária no Brasil e que beneficia
milhares de agricultores familiares e produtores rurais.
As novas regras vão, sim, facilitar e simplificar a
regularização de terras públicas, mas os principais beneficiários serão o agronegócio,
os latifundiários e os grileiros [pessoas que falsificaram documentos para
tomar posse de terras ilegalmente] e não os agricultores familiares como quer
dizer o governo, denunciam representantes das entidades de agricultores
familiares.
“A regularização fundiária proposta beneficiará pessoas
jurídicas, proprietários de mais de uma área e os médios e grandes
proprietários de terras”, afirmou o secretário de Política Agrária da
Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares (CONTAG), Elias D’Angelo Borges.
Para o coordenador-geral da Confederação Nacional dos
Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil
(Contraf-Brasil), Marcos Rochinski, essa medida provisória, que altera a Lei
11.952 de 2009 e estabelece novos critérios para a regularização fundiária de
terras da União e do Incra, é de grande interesse do agronegócio e do grande
latifúndio.
Como
age um verdadeiro Estadista? Em carta
enviada ao mandatário da China, Xi Jinping, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pediu desculpas pela “inaceitável agressão” feita ao povo chinês pelo deputado
filho de um demente, que responsabilizou o país asiático pela pandemia do
coronavírus.
Na mensagem, enviada na sexta-feira (20), Lula disse
que a declaração dada pelo filho do atual presidente do Brasil é “ofensiva e
leviana”, além de contrariar frontalmente os sentimentos de respeito e
admiração dos brasileiros pela China.
“Quero expressar os sentimentos de uma nação, que tive
a responsabilidade de presidir por dois mandatos, ao pedir desculpas ao povo e
ao governo da China pelo comportamento deplorável daquele deputado”, reforça
Lula.
O ex-presidente lembrou que setores expressivos da
sociedade brasileira, incluindo os presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, também condenaram a agressão do deputado ao povo chinês.
Ao encerrar a carta, o petista disse que os esforços
que a China fez para combater o coronavírus são positivos. “Essa é a verdadeira
imagem da China que nós aprendemos a admirar. Um país com o qual desejamos
manter e aprofundar as melhores relações de amizade e cooperação, inclusive no
combate à grave pandemia que também nos atinge”, concluiu.
Vamos
comparar? O doente mental que governa
o Brasil insiste no discurso que o coronavírus não representa esse perigo todo
que dizem e pede que as pessoas voltem a trabalhar abandonem o isolamento,
porque a economia está começando a sofrer com as consequências. Em rápidas
palavras, a única preocupação do ex-capitão e seu “guru”, Paulo Guedes, é com a
economia, com o capital e com a sua imagem de estadista que chegou para salvar
o país do comunismo do PT.
Em uma declaração muito comentada em vários jornais
brasileiros, ele chegou a ameaçar os governadores de estados que não seguirem
suas ordens e suspenderem a quarentena decretada para a indústria e o comércio.
Em uma rápida sequência de informações, vamos procurar mostrar como estão
agindo alguns chefes de Estado e governantes pelo mundo.
1)
Grã-Bretanha – há cerca de 10 dias,
quando a pandemia já avançava pela Europa em um carro de Fórmula 1, Governo
britânico, liderado por Johnson, havia adotado política de “imunização
coletiva”, sem restrições de circulação, mais ou menos o discurso de Trump e do
demente que nos governa e havia tripudiado sobre a compra de equipamentos e
respiradores. Agora voltou atrás.
Agora ele testou positivo para o coronavírus. Não só
ele, pois o príncipe Charles, primeiro na sucessão ao trono, também testou. E
na noite de sexta-feira (27) já corria pela internet a notícia de que a rainha
Elizabeth II também testou positivo.
O resultado foi imediato: em quarentena, o ministro
Johnson anunciou medidas de emergência dizendo que “Nós vamos superar isso.
Aplicando as medidas que todos estamos ouvindo muito. É preciso que todos
compreendam que o quanto mais rápido aplicarmos essas medidas, mais rápido nós
vamos derrotar isso, mas rápido nosso país vencerá essa epidemia e voltaremos à
vida normal”. Ou seja, isolamento da população.
2)
Itália – o país já perdeu o controle
da doença e recebe ajuda da China, que enviou respiradores e equipamentos, e de
Cuba que enviou médicos. Mas não dá para esquecer que a propaganda italiana,
até bem pouco tempo, era a mesma feita pelo nosso ex-capitão.
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que
errou ao ter divulgado o vídeo de uma campanha que dizia “Milão não para”. E
agora sabe que, apenas um mês depois, sua província é a terceira mais atingida
pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com quase 35 mil contágios e 4.816
mortes até quinta (26/03)
3)
EUA – o insano brasileiro acaba de
perder o seu último “aliado” externo, Donald Trump. O presidente estadunidense
reconheceu a gravidade da crise e acertou a liberação de recursos, da ordem de
9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. (Veja matéria sobre a pandemia nos
EUA neste Informativo).
Trump e o Congresso dos EUA acertaram um pacote inédito
de US$ 2 trilhões para o combate à doença e seus efeitos econômicos. O total
representa 9,5% do PIB americano e inclui uma massiva transferência de renda
para todas as famílias vulneráveis, no valor de U$$ 1,2 mil por mês (cerca de
R$ 6 mil). Os recursos para os hospitais chegam a U$$ 130 bilhões (cerca de R$
650 bilhões).
4)
Alemanha - A chanceler federal alemã,
Angela Merkel, é contra o afrouxamento das medidas restritivas adotadas pelo
país contra o avanço do coronavírus Sars-Cov-2 já depois da Páscoa (12/04). Na
noite de quinta-feira (26/03), a mandatária pediu paciência aos cidadãos do
país.
O fechamento de escolas e creches, por exemplo, vale
até o fim das férias da Páscoa, dia 19/04.
Na noite de quinta-feira (26/03), Merkel disse que,
“claramente, este não é o momento de falar sobre o afrouxamento dessas medidas”.
Solidariedade
cubana. Cuba teria todos os motivos
para virar as costas para alguns países. Afinal de contas, durante a última
década (ou mais) a Itália sempre votou a favor dos EUA na manutenção do bloquio
contra a Ilha, mas um povo que já aprendeu a superar seus inimigos age de forma
diferente.
Um dos médicos cubanos enviados à Itália para combater
o novo coronavírus (Sars-CoV-2) afirmou na segunda-feira (23) que a atual
pandemia só não é mais grave que a epidemia de ebola que atingiu a África
Ocidental entre 2014 e 2016.
Leonardo Fernández, de 68 anos, é médico intensivista e
já atuou em diversas emergências internacionais, incluindo terremotos e
tsunamis, além da epidemia de febre hemorrágica que matou mais de 11 mil pessoas,
quase todas elas em Serra Leoa, Libéria e Guiné.
O grupo trabalhará em um hospital de campanha de Crema,
na Lombardia, que foi inaugurado na terça (24). “Chegamos aqui para ajudar,
ajudar e ajudar”, declarou Fernández, acrescentando que ficará na Itália “o
tempo que for necessário para resolver a emergência”.
Médicos
cubanos a caminho da Argentina. O governo
de Cuba enviará cerca de 500 profissionais da área da saúde à província de
Buenos Aires, na Argentina, para ajudar a cidade na contenção da pandemia do
novo coronavírus. Até o momento, o país contabiliza 243 casos ativos do
covid-19 e seis mortes.
De acordo com o site Ámbito, o pedido foi feito pelo
governo da província e anunciado pelo ministro da Saúde de Buenos Aires, Daniel
Gollán, ao presidente Alberto Fernández na segunda-feira (23), em uma reunião
sobre as ações de contenção do coronavírus.
O site informa que a equipe cubana é formada por
médicos de emergência e terapeutas. Segundo o Ámbito, os profissionais devem
chegar a Buenos Aires no começo de abril.
Na quinta-feira (19), o governo de Fernández decretou
um “isolamento social preventivo obrigatório” até o final de março para tentar
conter a disseminação do novo coronavírus no país.
“Continuamos a ter o problema de gente que não entende
que não deve circular pelas ruas porque o risco de contágio é enorme. Ninguém
deve sair de casa. É hora de entender que estamos protegendo a saúde de todos”,
disse o mandatário.
O
remédio produzido em Cuba. Cuba
recebeu solicitação de mais de 15 países para a compra do medicamento
Interferon Alfa 2B, utilizado pela China no combate ao novo coronavírus.
O embaixador de Cuba em Moscou, Gerardo Peñalver,
informou que Havana recebeu pedidos de mais de 15 países para adquirir a droga
Interferon Alfa 2B, desenvolvida na ilha.
Peñalver lembrou que o medicamento foi utilizado com
êxito na China para conter a pandemia do novo coronavírus.
O Interferon Alfa 2B é um medicamento terapêutico, e
não uma vacina. Interferons são moléculas produzidas pelo corpo humano contra
ataques virais. A medicação busca aumentar a capacidade do sistema imunológico
de reagir ao coronavírus.
A medicação cubana é normalmente aplicada de forma
injetável, mas na China está sendo aplicada por inalação, uma vez que o método
permite atingir os pulmões do paciente no estágio inicial da infecção, informou
a AFP.
Ainda
sobre a dívida externa. Nos primeiros
anos da década de 1980 “explodiu” a chamada “crise da dívida externa da América
Latina”. A situação era tão grave que fez Washington se movimentar e tentar
criar um projeto que salvasse o capitalismo antes de uma falência total do
sistema.
No Brasil, os sindicatos estavam voltando a ter uma
organização forte e houve uma unidade em torno da questão. Surgiu a campanha
“Não vamos pagar a dívida”, que lançou jornais, músicas, inserções na TV, etc.
As ideias neoliberais começavam a tomar força e a Casa
Branca convocou, em Washington, um encontro reunindo os principais “pensadores”
do FMI, do Banco Mundial, da Fundação Ford (Sociedade Mont Pèlerin) e
semelhantes. O resultado foi um documento que recebeu o pomposo nome de
“Consenso de Washington” e trazia normas para todos os países endividados. Um
receituário a ser seguido se quisessem escapar. E a América Latina tinha um espaço
especial nesse documento.
Bem, a dívida externa brasileira foi solucionada
durante o governo de Lula da Silva, mas está voltando a preocupar desde o golpe
de 2016. O governo do ex-capitão reformado já “queimou” todas as reservas internacionais
deixadas durante os governos do PT e não tem mais de onde tirar para enfrentar
a pandemia.
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento
prevê uma perda global de receita de 2 trilhões de dólares como resultado dessa
crise. E, por sua vez, a Organização Internacional do Trabalho estima que 25
milhões de empregos em todo o mundo estão em risco. Continua a saída de capital
dos países emergentes, e já possui um valor recorde: 60 bilhões de dólares em
menos de dois meses, segundo o Instituto Internacional de Finanças.
Diante de tantas dificuldades, o perdão da dívida
externa é uma ação tão justa quanto necessária. Como em outros momentos
históricos marcados por grandes catástrofes naturais, como guerras, doenças e
pandemias, esta é uma oportunidade única para evitar que o peso da dívida seja
um entrave ainda maior a ser acrescentado no complexo desafio de superar esse
momento social e econômico tão crítico.
A questão é que não temos mais um movimento sindical
organizado e forte. As políticas dos últimos anos destruíram a organização dos
trabalhadores, no Brasil e em toda a América Latina.
Desaceleração
econômica da Europa. O comportamento
dos mercados durante a semana que passou foi totalmente determinado por dois
fatores principais. O impacto da pandemia do coronavírus sobre os habitantes do
planeta com graves consequências sobre a economia global e pela guerra sobre o
preço do petróleo no mercado internacional, resultando em forte queda da
commodity.
Durante o período não faltou previsões quase
catastróficas sobre expansão de PIB em diferentes países, claramente com alguns
querendo marcar posição, já que é extremamente complicado prever a extensão e a
duração dessa crise na saúde planetária.
Praticamente todos os principais Bancos Centrais do
mundo (e outros não tão importantes) entraram na onda de reduzir juros e de
manter a liquidez do sistema financeiro atuando também na redução do compulsório
bancário. Somente nessa semana houve quedas de juros implementadas por Bancos
Centrais da Austrália, Islândia, Filipinas, Indonésia, Taiwan, Peru, África do
Sul, Turquia, Noruega e Suécia. A Suíça também deu início a outro programa de
30 bilhões de francos suíços e manteve sua taxa negativa em 0,75%. A Rússia
manteve juros estáveis em 6%, mas também com programa de suporte para as
atividades.
Como fica claro, o capital se preocupa... com o
capital!
Outras
preocupações do capital! Chegaram até
a tentar prever o reflexo do confinamento das populações. Claro que não olharam
para o lado humano, mas para o econômico.
Cada mês que as principais economias passam em
confinamento diminuirão em 2 pontos percentuais (p.p.) o crescimento anual,
afirmou nesta sexta-feira a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE).
“Nossas estimativas mais recentes mostram que o
bloqueio afetará diretamente setores que representam até um terço do PIB nas
principais economias”, disse Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, em
comentários aos líderes do G20 nesta quinta-feira, mas que foram divulgados
nesta sexta.
“Calculamos que, para cada mês de quarentena, haverá
uma perda de 2 pontos percentuais no crescimento anual do PIB. Somente o setor
do turismo enfrenta uma diminuição da produção entre 50% a 70% nesse período.
Muitas economias cairão em recessão”, acrescentou.
Para
eles não vai faltar dinheiro! Os
ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do grupo das 20
principais economias do mundo concordaram em desenvolver um plano de ação em
resposta à pandemia de coronavírus e em monitorar de perto o impacto da doença
nos mercados e condições econômicas, informou o Secretariado da Arábia Saudita.
Um comunicado divulgado após a reunião virtual disse que
uma cúpula improvisada dos líderes do G20, anunciada inicialmente para esta
semana, se reunirá “em alguns dias”, mas não mencionou uma data.
O
verdadeiro medo. Estudo da Euler
Hermes com a perspectiva econômica para este ano mostra que desde janeiro, o impacto
econômico do surto do coronavírus tem se desdobrado em três fases: de um choque
no abastecimento centrado na China, que enviou ondas de choque no comércio
global e desestabilizou cadeias de fornecimento, um derretimento generalizado
nos mercados financeiros, conforme os investidores entenderam o caráter
inevitável da recessão, e um choque de demanda violento e prejudicial ao
consumo e investimento na China, Europa e nos EUA.
Formuladores de políticas públicas adotaram medidas
extraordinárias em uma época fora do comum para achatar a curva da recessão. No
contexto central, os economistas da Euler Hermes esperam uma recessão global
acentuada no primeiro semestre de 2020 na grande maioria das economias
desenvolvidas e emergentes, seguida de uma recuperação em forma de U. O custo
do isolamento social pode chegar a um choque de 20-30% para cada economia por
um mês, se aprendermos com a situação chinesa.
A pausa na atividade econômica coloca 65 milhões de
trabalhadores na UE em risco de precisar de auxílio do governo. Para preservar
empregos, fornecer apoio financeiro e evitar danos prolongados à economia, os
governos da Zona do Euro estenderam e flexibilizaram o acesso a esquemas de
remuneração especiais que podem custar 120 bilhões de euros, ou 0,9% do PIB.
Dado que a crise econômica é bastante acentuada, mas temporária por natureza, a
taxa de desemprego na Zona do Euro deve subir em apenas 1ppt para pouco acima
de 8%, com cerca de 1,5 milhão de empregos perdidos nos próximos 12 meses. A
perda do emprego será especialmente prejudicial para trabalhadores em regimes temporários,
além de autônomos.
China
já tem o controle da pandemia. Mais de
90% das pessoas infectadas com o coronavírus na China se recuperaram, informou
a Comissão Nacional de Saúde.
O saldo do coronavírus na China é de 81.514 casos
confirmados, incluindo 3.274 mortes e 72.822 pessoas recuperadas. Nesta semana,
apenas 4.735 pacientes afetados pelo vírus permanecem em centros médicos no
país.
A cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei,
considerada o “berço” da pandemia, já estava voltando à normalidade na
quarta-feira (25).
Primeiro
país a superar 100 mil casos! Donald Trump,
é claro, tentou simplificar a situação, alegando que as estatísticas mostram o
grande número de testes realizados em seu país.
Mas a verdade é que os EUA, desde sexta-feira (27) se
tornaram o primeiro país do mundo a exceder 100.000 casos confirmados do novo
coronavírus Covid-19, enquanto 1.603 pessoas morreram e cerca de 18.000 foram
diagnosticadas positivas em um dia.
No entanto, especialistas de lá acreditam que a atual
crise de saúde no país se deve a um atraso na detecção do avanço do vírus e à
inação do governo para impedir sua propagação. Em outras palavras, pela falta
de ação e pelo descaso do governo que dizia que era apenas “histeria”!
Entre as cidades mais afetadas estão Nova York e Nova
Orleans.
Nova
Iorque bate recorde! Nova York é o
estado líder em estatísticas de pandemia nos EUA, com mais de 50% de todos os
casos.
O estado de Nova York, Estados Unidos, relatou na
sexta-feira mais de 7.300 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, de
acordo com uma entrevista coletiva do governador Andrew Cuomo.
O funcionário detalhou que existem 44.635 pessoas que
foram infectadas até esta sexta-feira no Estado, e lamenta a morte de 519
pacientes Covid-19, 134 deles nas últimas 24 horas. E ele se referiu às medidas
projetadas para aumentar o número de leitos hospitalares, depois de considerar
que 140.000 serão necessários no momento do pico da doença, o que representa
mais que o dobro dos disponíveis atualmente.
As medidas incluem a construção de cinco hospitais
temporários adicionais aos quatro que já operam. Também está planejado instalar
necrotérios de emergência, para cobrir as mortes que possam ocorrer.
Vale lembrar que a cidade de Nova Iorque é também líder
mundial em moradores de rua.
Disparam
pedidos de auxílio-desemprego nos EUA.
O número de estadunidenses que solicitaram auxílio-desemprego saltou para um
recorde de mais de 3 milhões na semana passada. As medidas severas para conter
a pandemia de coronavírus paralisaram repentinamente o país, desencadeando uma
onda de dispensas que, provavelmente, pôs fim ao mais longo boom de emprego na
história dos EUA.
Economistas dizem que a país já está em recessão. Os
pedidos de auxílio-desemprego são o indicador mais forte do mercado de
trabalho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram de
3,001 milhões para 3,28 milhões em dado ajustado sazonalmente na semana que
terminou em 21 de março, apagando o recorde anterior de 695 mil estabelecido em
1982, informou o Departamento do Trabalho.
O Departamento do Trabalho atribuiu o salto ao
covid-19, a doença respiratória causada pelo coronavírus.
Governadores em, pelo menos, 18 estados, que
representam quase metade da população do país, ordenaram que os moradores
permanecessem em casa. Negócios "não essenciais" também foram
fechados. Segundo economistas, um quinto da força de trabalho está sob algum
tipo de impedimento.
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