quinta-feira, 9 de abril de 2020

Artur Chioro: “sem isolamento social teremos uma tragédia sem precedentes no Brasil”

09 DE ABRIL DE 2020, 15H20

Artur Chioro: “sem isolamento social teremos uma tragédia sem precedentes no Brasil”

Auge da pandemia no Brasil deve ser entre o final de maio e o começo de junho, de acordo com o ex-ministro
De acordo com o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, em conversa exclusiva com a Fórum, nesta quinta-feira (9), o quadro que temos pela frente com relação à pandemia do coronavírus é muito pior do que o esperado. Ao comentar notícia de que cerca de 25% dos profissionais da Saúde do estado do Rio de Janeiro estão infectados, Chioro afirma que o problema por aqui ainda nem começou.
“Sem Equipamentos de Proteção Individual e testes para os profissionais de saúde, não chegamos à 22ª semana. Teremos caos. Não criamos médicos, enfermeiros e fisioterapeutas da noite para o dia. É como se eles fossem dialógicos e os outros analógicos”, avisa.
Ao citar dados do próprio ministério da Saúde, o ex-ministro lembra que estamos entrando na 14ª semana e que a coisa começa mesmo a explodir entre a 17ª e a 19º. “Vamos depender do grau de isolamento. Mas a coisa estoura mesmo entre o final de maio e o começo de junho”, alerta.
Chioro afirma ainda que sem isolamento social teremos uma tragédia sem precedentes. “Com o isolamento, temos um quadro estimado de 44 mil casos. Se o isolamento for afrouxado, saltamos para 1,1 milhão de casos estimados”.

Um quarto dos profissionais de Saúde do Rio contaminados

Cerca de 25% dos profissionais de saúde da rede pública do estado do Rio de Janeiro estão infectados pelo coronavírus. O percentual é elevadíssimo, comparado com o registrado na Espanha e em Portugal, ambos de 20%, e ainda superior ao da Itália, com 15%.
Os dados são de pesquisa de uma força-tarefa pioneira para testagem molecular de Sars-CoV-2, que reúne mais de 60 pesquisadores, médicos e enfermeiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O percentual de infecção, classificado como brutal pelos cientistas, demonstra duas coisas. A falta de equipamentos de proteção (EPIs) para os profissionais e a ampla disseminação do coronavírus na população.

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