Quem
manda no bordel?
Houve um tempo em que gostei de filmes do “velho
oeste”. Na verdade, eram repetitivos e pouca diferença havia entre a
ambientação de um e de outro. Em toda cidade havia um “saloon” e o dono era a
pessoa mais importante da cidade, mandava em todos, até mesmo no “xerife”. Isso
quando o próprio “xerife” não era o dono do bordel. E tudo se repetia, nada
mudava... As exceções eram raras.
Analisando o Brasil do ex-capitão reformado por doença
mental recordei desses filmes. Na quinta-feira (30), aborrecido com não ver sua
indicação para um cargo ser prontamente atendida, ele agiu exatamente como o
dono do bordel nos filmes: “Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá”, disse
ele referindo-se ao impedimento de sua posse na Polícia Federal por determinação
do STF.
Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, a
Advocacia-Geral da União havia anunciado que não recorreria ao caso. O
presidente desautorizou essa decisão e obrigou que a união recorra. “É dever
dela recorrer. Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá”, berrou o insano.
Só para lembrar, Ramagem era diretor da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) e foi escolhido pelo demente para comandar a
Polícia Federal. O problema é que o escolhido é amigo próximo da família do
presidente, o que aumentou as especulações sobre uma tentativa de interferência
política na PF.
Em sua decisão, Moraes ressalta que o presidencialismo
garante amplos poderes para o presidente, mas exige o cumprimento de princípios
constitucionais e da legalidade dos atos.
O
dono do bordel está “magoado”?
Terminou na quinta-feira (30) o prazo para que o ex-capitão apresentar os
resultados dos testes para coronavírus que fez, segundo uma decisão da Justiça
tomada após pedido do jornal O Estado de S. Paulo. Mas ele declarou que se
sentirá “violado” caso precise divulgar os laudos, e afirmou que a
Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer da decisão.
Pelo que sabemos, o insano já fez ao menos três exames
para testar se havia contraído o coronavírus. O primeiro foi feito quando boa
parte da comitiva (ao menos 22 pessoas) que acompanhava o presidente em uma
viagem aos EUA, no mês de fevereiro, voltou para o Brasil com a covid-19. Na
ocasião, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou a afirmar a uma emissora
estadunidense que o teste do pai havia dado positivo, mas voltou atrás horas
depois.
O pedido feito pelo Estadão argumentava que, pela
posição que ocupa, ele teria um compromisso com a população em demonstrar que o
que afirma é verdadeiro. “Por mais que se alegue direito à intimidade, ou
algumas outras defesas que a União arguiu, não se pode negar ao mandante, que é
o povo, o direito de acesso ao atestado de saúde do mandatário. O presidente já
disse que testou negativo. Então por que a recusa? Por que a defesa da recusa
de não mostrar os comprovantes disso?”, disse o pedido.
A
ONU denunciou! Especialistas
em Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas expressaram preocupação de
que a política brasileira estaria “priorizando a economia sobre a vida das
pessoas”.
Comunicado oficial diz que país deveria abandonar
imediatamente medidas de austeridade e combater desigualdade e pobreza
agravadas pela pandemia. Se, segundo o especialista independente em Direitos Humanos
e Dívida Externa, Juan Pablo Bohoslavsky, “A epidemia da Covid-19 ampliou os
impactos adversos de uma emenda constitucional de 2016 que limitou os gastos
públicos no Brasil por 20 anos”.
Em relatório, a ONU observa que apenas 10% dos
municípios brasileiros possuem leitos de terapia intensiva. Já o Sistema Único
de Saúde não tem nem a metade do número de camas hospitalares recomendado pela
Organização Mundial da Saúde.
Só para lembrar, durante a semana, em entrevista na
porta do Planalto, o demente disse que “a OMS está incentivando o
homossexualismo entre as crianças e ensinando masturbação”!
Confirmando
a declaração da ONU... A Secretaria
Especial da Receita Federal publicou instrução normativa na segunda-feira (27)
reduzindo de 20% para 15% a alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) cobrada dos bancos, referente aos resultados do ano de 2019. As
informações são do jornalista Breno Costa, do Brasil Real Oficial.
“Ou seja, os bancos pagarão uma taxa menor sobre seus
lucros registrados no ano passado. Apenas os quatro maiores bancos do país
(Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) tiveram lucro de R$ 81,5
bilhões em 2019 – um recorde nominal, com crescimento de 18% na comparação com
o registrado em 2018”, destaca Costa.
O jornalista ainda lembra que, com a diferença das
alíquotas, o governo insano decidiu que deixará de arrecadar aproximadamente R$
4,1 bilhões somente dessas quatro instituições. A alíquota da CSLL havia sido
elevada de 15% para 20% em maio de 2015 pela presidenta Dilma Rousseff (PT),
por meio da Medida Provisória 675.
As sucessivas iniciativas por parte do governo em
garantir recursos para o sistema financeiro, em contraste com as medidas
insuficientes para proteger a renda e o emprego dos trabalhadores têm sido alvo
de críticas. Em debate realizado ontem, a ex-ministra do Desenvolvimento Social
Tereza Campello pontuou a diferença de tratamento entre os dois segmentos.
Santander
tem lucro 10,5% maior no 1º tri. O
Santander Brasil abriu na terça-feira (28) a temporada de resultados dos
grandes bancos do Brasil ao reportar lucro líquido de R$ 3,853 bilhões no
primeiro trimestre, valor 10,5% maior que no mesmo período do ano passado,
quando o resultado foi de R$ 3,485 bilhões. Em relação aos três meses
imediatamente anteriores, o crescimento foi de 3,4%.
O Santander destaca, no relatório que acompanha suas
demonstrações financeiras, que ainda conseguiu entregar um “forte resultado” no
período, mas já identificou os primeiros impactos do cenário atual, marcado pela
pandemia do novo coronavírus.
O Santander Brasil bateu a marca história de R$ 1
trilhão de ativos no País no fim de março. A cifra representa elevação de 16,7%
ante dezembro e é 24,5% maior no comparativo anual. E o patrimônio líquido
somou R$ 69,992 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 2,7% em relação ao
quarto trimestre e de 3,5% em um ano.
Já
é repetitivo. Mesmo sem medir o
impacto do novo coronavírus (Covid-19) no mercado de trabalho, a taxa de
desemprego no Brasil subiu para 12,2% entre janeiro e março deste ano,
atingindo 12,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), divulgada na quinta-feira
(30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Dieese alerta que a maior parte dos novos 507 mil
desempregados não terão acesso ao seguro-desemprego porque são informais ou não
cumprem os requisitos para acessar o benefício. O seguro-desemprego é pago
apenas a trabalhadores formais, com carteira assinada, que tenham trabalhado
por um período que varia de acordo com a quantidade de vezes que o trabalhador
já deu entrada no pedido do benefício: 1º pedido: pelo menos 12 dos 18 meses
antes da demissão. 2º pedido: pelo menos 9 dos 12 meses antes da demissão.
O impacto das medidas de isolamento social para conter
a disseminação da Covid-19, só será registrado na pesquisa sobre o trimestre
abril, maio e junho porque a maioria dos estados decretou quarentena a partir
da segunda quinzena de março.
Taxa
de informalidade também sobe. A taxa
de informalidade atingiu 39,9% da população ocupada, representando um
contingente de 36,8 milhões de trabalhadores informais. No trimestre móvel
anterior, essa taxa havia sido 41%. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de trabalhadores por conta própria chegou a
24,2 milhões de pessoas e a população subutilizada totalizou 27,6 milhões de
pessoas, um aumento de 5,6% (mais 1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre
anterior e uma queda de 2,5% (menos 704 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre
de 2019.
A população desalentada (os que desistiram de procurar
emprego) ficou em (4,8 milhões), estatisticamente estável em ambas comparações.
O percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou
desalentada (4,3%) cresceu em relação ao trimestre móvel anterior (4,2%) e
permaneceu estável em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Servidores
podem ficar sem reajustes! O ministro
da Economia, Paulo Guedes, disse, na segunda-feira (27), que não será
necessário suspender o teto de gastos pois os recursos para a saúde estão
garantidos, para os gastos extras em função da pandemia de coronavírus. Ele
disse que o governo está usando outros instrumentos para garantir os recursos.
Com o reconhecimento do estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional, o
Executivo ficou dispensado de cumprir a meta de superávit.
De acordo com Guedes, deve ser aprovado esta semana no
Senado Federal mais um programa de envio de recursos aos estados e municípios.
Em contrapartida, o governo negocia com o Congresso uma proposta de suspensão
de reajuste de salário dos servidores públicos por um ano e meio. “Precisamos
também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer
um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia,
assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego. Eles
[servidores públicos] vão colaborar, eles vão ficar sem pedir aumento por algum
tempo”, disse Guedes, garantindo que nenhum direito existente será retirado.
Recessão na América Latina. A região da América Latina e
do Caribe sofrerá em 2020 a maior recessão de sua história, com uma queda de
-5,3% na atividade econômica, como consequência da covid-19, alertou. O alerta
foi feito na terça-feira (21), pelo novo relatório da CEPAL.
“Espera-se um forte aumento
no desemprego com efeitos negativos na pobreza e na desigualdade", disse
Alicia Bárcena, secretária executiva da CEPAL (Comissão Econômica para América
Latina e Caribe).
Para encontrar uma contração
tão grande na região, é necessário voltar à Grande Depressão de 1930 (-5,0%) ou
até mais até 1914, no início da Primeira Guerra Mundial (-4,9%), destacou. o
relatório da agência regional das Nações Unidas, divulgado em sua sede em
Santiago, Chile.
A recessão projetada ocorre
após sete anos de baixo crescimento, com uma média acumulada de 0,4% entre 2014
e 2019.
A CEPAL espera que a América
do Sul tenha uma queda de -5,2%, já que vários países nessa área serão bastante
afetados pela queda na atividade na China, que é um mercado importante para
suas exportações.
Na América Central, a queda
seria -2,3% afetada pela queda no turismo e pela redução da atividade nos
Estados Unidos, seu principal parceiro comercial e fonte de remessas, enquanto
o Caribe contrairia em -2,5 por cento, reduzindo a demanda por serviços
turísticos.
A recessão deve atingir com
uma força ainda maior as economias brasileira e mexicana, que possuem os
maiores setores manufatureiros da região. O México também será atingido pela
queda nos preços do petróleo.
Prevê-se uma deterioração significativa dos indicadores de mão-de-obra, com a taxa de desemprego localizada em torno de 11,5%, 3,4 pontos percentuais acima dos 8,1% em 2019. Os desempregados na região serão 37,7 milhões, em uma população ativa de 465 milhões. E as pequenas e médias empresas, com mais de 50% do emprego formal, terão um forte impacto da crise em 2020.
Prevê-se uma deterioração significativa dos indicadores de mão-de-obra, com a taxa de desemprego localizada em torno de 11,5%, 3,4 pontos percentuais acima dos 8,1% em 2019. Os desempregados na região serão 37,7 milhões, em uma população ativa de 465 milhões. E as pequenas e médias empresas, com mais de 50% do emprego formal, terão um forte impacto da crise em 2020.
A queda na produção e o
aumento do desemprego terão um impacto negativo direto na renda familiar e na
capacidade de atender às necessidades básicas. A taxa de pobreza aumentaria em
4,4 pontos percentuais.
Aplausos
para o Paraguai. O presidente do
Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou na segunda-feira (27) que, por
recomendação do Ministério da Saúde do país, irá adiar o reinício das aulas
presenciais até dezembro, por conta da pandemia de covid-19. Por outro lado, a
quarentena no país será flexibilizada a partir de 4 de maio.
“É nossa obrigação constitucional cuidar da saúde.
Estou seguro que os pais vão entender esse fato e colaborar”, disse Abdo
Benítez à imprensa. “Constitucionalmente [os menores de idade] são
responsabilidade do Estado, pelo qual se construirá uma educação diferente
usando a tecnologia”, disse.
As escolas do país, que hoje funcionam como centro de
distribuição de alimentos, têm dado aulas de modo virtual. Segundo Abdo
Benítez, os estudantes estão em posição vulnerável, já que, somando-se as
doenças que normalmente já circulam no inverno – como a gripe causada pela influenza
-, a aglomeração deles poderia complicar muito mais a situação.
Derrota
da golpista! A presidente do Congresso boliviano, Eva Copa,
promulgou uma lei que determina a convocação de eleições gerais no país dentro
de 90 dias – ou seja, até agosto. A decisão, aprovada pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado, contraria a determinação da autoproclamada presidente Jeanine Áñez,
que havia vetado a medida.
As eleições presidenciais na Bolívia estavam previstas
para o dia 3 de maio, mas foram suspensas pelo TSE (Tribunal Superior
Boliviano) em março, após Áñez declarar quarentena no país devido à situação de
emergência do coronavírus.
A medida, aprovada inicialmente na quinta-feira (30)
pelo Senado boliviano, determina que as eleições sejam realizadas até o início
de agosto e nasceu de um projeto de lei apresentado pelo partido de oposição
MAS (Movimiento al Socialismo), ligado a Evo Morales, que tem maioria no
Legislativo.
Segundo a última pesquisa publicada antes do
confinamento, o candidato do MAS, Luís Arce, aparece com 33% das intenções de
voto, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa, com 18,3%, e por Áñez, com 16,9%.
Em nota divulgada em suas redes sociais, o MAS disse
que a realização do pleito, “de nenhuma maneira, atenta contra a vida e a
saúde”.
Áñez se autoproclamou presidente da Bolívia após o
golpe de Estado que derrubou Morales, que havia sido reeleito em outubro de
2019 para um novo mandato. A oposição disse que a contagem dos votos havia sido
fraudada, o que se mostrou, posteriormente, ser inverídico.
“Se o Brasil vai fazer o que quer, para que serve o
Mercosul?”
Aplaudimos de pé a declaração do presidente argentino, Alberto Fernández, sobre
o governo do insano brasileiro e um dos temas que mais está incomodando o G-20
e os países de nossa região.
Nossa imprensa pouco ou nada
fala sobre o assunto, mas os temas referentes ao Mercosul (Uruguai, Brasil e
Paraguai) estão ocupando muitas horas dos diplomatas locais e dos analistas
internacionais.
“Estou preocupado que o
governo do ex-presidente argentino (Mauricio) Macri tenha permitido distorcer o
Mercosul. Se todos podem negociar o que querem, por que o Mercosul existe? Eu
quero um Mercosul maior”, explicou o presidente em diálogo com a Rádio El
Destape. E ele ressaltou que “Macri e o presidente brasileiro permitiram que
cada um fizesse seu acordo de livre comércio. Portanto, o Mercosul não faz
sentido. Se eles querem jogar o Mercosul ao mar, digam de forma clara”.
Na semana passada, a
Argentina retirou-se das negociações que os países do Mercosul estavam realizando
para chegar a um acordo de livre comércio com a Coréia do Sul. Um comunicado
oficial informava que o país para participar das negociações dos atuais acordos
comerciais - junto com a Coréia - assinaria acordos semelhantes com o Canadá,
Índia e Líbano - e futuros ", excluindo desta determinação os já
concluídos com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio
».
O presidente Alberto
Fernández e o ministro das Relações Exteriores Felipe Solá concluíram que as
negociações que estavam ocorrendo eram prejudiciais para o país, porque eram
acordos de livre comércio com países que produzem bens que competem diretamente
com a indústria local. Concluiu-se que, nesse cenário ainda mais complexo,
devido à pandemia, poderia ser letal para a produção nacional.
Argentina suspende todos os voos comerciais. Em iniciativa corajosa e
que deveria ser seguida por nosso insano, o governo argentino estabeleceu que
as companhias aéreas poderão retomar suas operações regulares de ou para o país
a partir de 1º de setembro, de acordo com uma resolução publicada no Diário
Oficial.
“As companhias aéreas que
operam serviços de transporte aéreo de passageiros internacionais ou dentro do
território nacional podem reagendar suas operações regulares ou solicitar
autorizações para operações não regulares a partir de 1º de setembro de 2020”,
afirma a resolução 144.
A decisão do presidente
Alberto Fernández prolonga por quatro meses a interrupção dos serviços de
transporte aéreo em um país que mantém suas fronteiras fechadas desde 16 de
março para impedir a expansão do novo coronavírus, causando a doença de
COVID-19. E a decisão diz respeito a companhias aéreas locais e internacionais,
que permanecerão assim cinco meses e meio sem operar na Argentina.
A fome cresce no mundo. Pelo terceiro ano
consecutivo, várias agências das Nações Unidas documentaram níveis crescentes
de fome no mundo, afetando 820 milhões de pessoas. Mais de 2 bilhões sofrem de
insegurança alimentar “moderada ou grave”. Durante o mesmo período, o mundo
experimentou o que a Reuters chamou de “superabundância global de cereais”. Ou
seja, estamos produzindo mais, mas o que produzimos não chegam aos que
necessitam.
E vale lembrar que, uma
grande parte desses cereais produzidos não é para o consumo humano. Por exemplo,
o Brasil produz imensas quantidades de soja, mas que servem para alimentar o
gado bovino e aves. Ou seja, o aumento da colheita de grãos não reduz a fome
global.
Apesar disso, não passa um
dia sem que um líder acadêmico, industrial ou político se junte ao coro malthusiano
para alertar sobre os fenômenos iminentes da escassez de alimentos causados
pelo crescimento da população e pela limitação dos recursos naturais. Por
exemplo, Richard Linton, reitor da Escola de Agricultura e Ciências da Vida da
Universidade Estadual da Carolina do Norte, tocou o alarme em palavras
familiares: “Temos que encontrar uma maneira de alimentar o mundo, dobrando o
suprimento de comida”, disse ele. “E todos sabemos o que acontecerá se não
produzirmos comida suficiente: será guerra, competição”.
Mais de 70% dos alimentos
consumidos nos países em desenvolvimento, onde a fome é endêmica, são
cultivados nesses mesmos países, principalmente por pequenos agricultores.
Esses agricultores são os principais fornecedores de alimentos. E eles usam
apenas 30% dos recursos agrícolas para isso (o que implica que a agricultura
industrial usa 70% dos recursos para alimentar 30% da população). Não existe
mundo lá fora que espere à toa para alimentá-lo. A maioria das pessoas famintas
são pequenos agricultores ou pessoas que vivem em comunidades rurais. Eles não
esperam que a comida seja distribuída. Eles ativamente - e muitas vezes
desesperadamente - tentam alimentar suas famílias e comunidades.
No entanto, o mundo já
produz mais que o suficiente para alimentar 10 bilhões de pessoas, ou cerca de
3 bilhões a mais do que somos hoje. Por que continuamos fazendo coisas erradas,
acreditando que a produção de mais produtos agrícolas acabará com a fome? O
economista indiano Amartya Sen ganhou seu Prêmio Nobel por demonstrar que a
fome raramente é causada por falta de alimentos. Frances Moore Lappé nos
mostrou há quase 50 anos, em seu trabalho seminal Diet for a Small Planet, que
a fome não é causada pela falta de alimentos. A fome é causada pela falta de
poder dos produtores de alimentos e das pessoas pobres. Poder sobre a terra, a
água e outros recursos naturais que permitem a produção de alimentos. E poder
para obter uma renda que permita às pessoas comprarem a comida de que precisam.
O que fazer com o petróleo? A crise econômica associada
à pandemia do covid-19 impactou o consumo global de petróleo. Dadas as
condições de isolamento que prevalecem na maioria dos países, a demanda por
petróleo caiu para níveis que, segundo previsões da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP), serão os mais baixos nos últimos 30 anos.
Com base no acordo assinado
pelos principais produtores de petróleo do mundo, a extração dessa fonte de
energia também será reduzida em 2020. A partir de maio, a produção será
reduzida em 9,7 milhões de barris por dia, ação que visa ajudar recuperar os
preços do petróleo e esgotar parte das reservas acumuladas nas últimas semanas.
A Agência Internacional de
Energia (AIE) calcula que, desde março, existe um excesso de oferta no mercado
global que varia entre 10 e 20 milhões de barris. Esse fator é fundamental para
explicar que há cada vez mais problemas para continuar armazenando essas
reservas.
A queda nos preços de
referência dos EUA é parcialmente explicada pelo fato de que a maioria dos
países está prestes a atingir seu limite na capacidade de armazenamento de
óleo.
A Agência de Informações de
Energia dos Estados Unidos (EIA) afirma que os depósitos de Cushing têm
capacidade para 80 milhões de barris, o que representa 10% do armazenamento
total disponível para os EUA. A proximidade de atingir seu limite e a queda no
consumo de hidrocarbonetos em todo o mundo, fazem parte das ameaças que
afetarão o valor do petróleo nos próximos meses. Outro petróleo bruto de
referência, como o Brent do Mar do Norte, está prestes a sofrer um problema
semelhante.
Nesse sentido, o relatório
da IEA de abril alertou que o excesso de petróleo no mercado está pressionando
o acúmulo de estoques de hidrocarbonetos em todo o mundo. A China, por exemplo,
aproveitou o colapso dos preços para preencher suas reservas, mas agora está
prestes a encher seus armazéns. Como se isso não bastasse, a consultoria de
petróleo Rystad Energy calcula que 76% do armazenamento global já está ocupado,
portanto, espera-se que grande parte do planeta em breve fique sem espaço para
armazenar petróleo bruto.
Veja matéria adiante sobre o
momento crítico nos EUA.
Haverá emprego no futuro? Na sexta-feira (24), o diretor-geral da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, saudou o compromisso dos ministros
do Trabalho e do Emprego dos países do G20 de manter uma “cooperação global
completa” para salvaguardar o emprego e a renda das pessoas, mas alertou que as
atuais medidas de apoio não são suficientes.
“À medida que a crise se propaga para países de baixa e
média rendas, precisaremos fazer muito mais para proteger os trabalhadores e
apoiar as empresas, porque esses países estão menos preparados para uma crise
prolongada. Caso contrário, a combinação de grandes economias informais e baixa
cobertura de proteção social significará um desastre para as pessoas e as
economias” afirmou.
Em um comunicado divulgado após a reunião
extraordinária virtual realizada na quinta-feira, dia 23, os ministros do G20
se comprometeram a manter “uma cooperação global completa, a aplicar uma
abordagem centrada nas pessoas para promover o emprego, fortalecer a proteção
social, estabilizar as relações de trabalho e promover os princípios e os
direitos fundamentais no trabalho”.
À medida que aumenta a pressão sobre os países para
aliviar gradualmente ações relativas ao confinamento, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) solicitou que os governos tomem medidas para
prevenir e controlar a Covid-19 no local de trabalho, por meio da colaboração e
do diálogo eficazes com organizações de empregadores e de trabalhadores.
Todos os empregadores precisam adotar medidas de
avaliação de risco com antecedência e garantir que o local de trabalho atenda a
critérios rigorosos de segurança e saúde, a fim de minimizar o risco de
exposição de trabalhadoras e trabalhadores à Covid-19, destaca a entidade.
Também
no “berço do nazismo”. Para quem pensa
que apenas no Brasil os insanos estão fazendo manifestações pelo fim do
confinamento e volta à normalidade para que a economia funcione novamente, há
claros exemplos de que essa “lavagem cerebral” na classe média é uma realidade
mundial.
A polícia de Berlim dispersou no sábado (25) uma
manifestação ilegal que pedia o fim das medidas de isolamento social impostas pelo
governo alemão para conter a pandemia de coronavírus.
Cerca de 1.000 pessoas participaram do protesto que se
concentrou na região central de Berlim. Segundo as autoridades, 105 pessoas
foram brevemente detidas ou tiveram seus dados registrados pela polícia.
Elas devem sofrer sanções por violação das regras de
quarentena. A polícia também informou que deve indiciar alguns participantes
por divulgação de símbolos ou mensagens anticonstitucionais e agressões contra
policiais. Pelo menos cinco policiais ficaram feridos no sábado. Mas houve
também o registro de um protesto.
O discurso predominante dessas manifestações tem sido
de denunciar as restrições impostas pelo governo como uma medida contra os
direitos individuais. Alguns participantes e páginas na internet que promovem
os protestos também acusam as medidas de afrontarem a Constituição. Sem
qualquer base histórica, eles chegam a traçar paralelos entre as medidas e as
ações da ditadura nazista (1933-1945).
Outros organizadores e participantes também aproveitam
para disseminar teorias conspiratórias, afirmando que a quarentena seria um
complô da indústria farmacêutica, do bilionário Bill Gates e até mesmo dos
“sionistas”.
Serve
de exemplo? Quase 50 dias após
registrar a primeira morte por covid-19, a Índia começa a colher os frutos de
um período de isolamento rigoroso. E não se trata apenas do azul que voltou a
colorir o céu de Nova Delhi, capital do país e uma das cidades mais poluídas do
planeta.
O país asiático contabiliza 23,95 casos do novo
coronavírus para milhão de habitantes. Para se ter uma ideia, o índice no
Brasil é de 367.72. Ou seja, a incidência proporcional do vírus é 15 vezes
maior do que na Índia.
O número de mortes por covid-19 também parece refletir
a eficácia das medidas de distanciamento social, consideradas as mais
restritivas entre todas as nações afetadas pela pandemia. Até o momento, a
doença matou 1.008 indianos — um quinto do número registrado no Brasil, que tem
uma população seis vezes menor.
A quarentena na Índia, que começou no dia 24 de março,
está prevista até 3 de maio. Porém, há expectativa de que as políticas de
isolamento sejam estendidas por mais duas semanas em cinco estados, incluindo
as regiões de Nova Delhi e Mumbai, cidades mais populosas do país.
Por enquanto, as ruas seguem vazias em todo a Índia. Só
se a admite circulação de trabalhadores de serviços essenciais e de quem sai de
casa para comprar comida ou medicamentos. Mesmo nesses casos, há relatos de
violência e repressão policial contra cidadãos que teriam "rompido a
quarentena", especialmente no interior do país.
Coronavírus
derruba PIB da Itália. O produto
interno bruto (PIB) da Itália caiu 4,7% no primeiro trimestre de 2020, na
comparação com os três meses anteriores, como resultado dos efeitos provocados
pela pandemia do novo coronavírus.
Os dados foram revelados nesta quinta-feira (30/04)
pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), que diz que o resultado
trimestral é o pior registrado na série histórica iniciada em 1995.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a contração
foi de 4,8%, segundo o Istat. "O PIB sofreu uma contração excepcional
induzida pelos efeitos econômicos da emergência sanitária e das medidas de contenção",
diz o instituto.
Uma frota de petroleiros sem ter para onde ir. Dezenas de petroleiros se
alinharam ao longo da costa da Califórnia, mas devido à baixa demanda de
combustível, ninguém tem pressa para descarregá-los, porque armazenar
matérias-primas em terra é muito mais caro, informa o canal da CGTN.
Os petroleiros atuam como
tanques flutuantes, porque são mais lucrativos para as empresas de petróleo.
Devido ao regime de confinamento imposto pela pandemia, o número de carros e
voos aéreos diminuiu significativamente e, como consequência, a demanda por
gasolina e combustível de aviação diminuiu.
Os petroleiros ancorados
fornecem petróleo bruto para vários setores e indústrias. Agora, com a forte
queda na demanda, toda essa frota de navios-tanque está fora de operação perto
da costa, atuando como um tanque de armazenamento de petróleo. Mas, segundo
especialistas, para algumas empresas não faz sentido descarregar esses
navios-tanques do ponto de vista econômico.
Onde
chegará a humanidade? “Me tira os
tubos...”; “Pare o mundo que eu quero descer”! Ao ler as mais recentes notícias
sobre a pandemia e ver que grupos fazem manifestações e protestos pedindo o fim
do isolamento já foi uma dura experiência para mim. Mas o que eu posso falar do
que está ocorrendo nos EUA?
Sim, eu sei que é a nação mais sem noção do mundo
(desculpem o trocadilho), mas nunca imaginei que chegassem a tal nível de
insanidade coletiva.
Desde que o Covid-19 começou
a atingir os EUA, alguns ativistas anti-vacinas e alguns representantes políticos
que simpatizam com eles participaram de protestos contra as ordens de confinamento
para retardar a propagação de um vírus que já causou mais de 60 mil mortes no
país. Mas muitos parecem não estar preocupados com as mortes ou com os
prejuízos para a sociedade como um todo.
Sob o título “Movimento
Anti-Vacina e Segurança Nacional” surge um novo movimento nas ruas estadunidenses,
com passeatas, cartazes de protestos, etc. São movimentos que receberam impulso
nos últimos anos porque estão alinhados com “outras teorias da conspiração,
incluindo a extrema direita, desinformação nas redes sociais e campanhas de
propaganda de atores internos e externos. Isso inclui a Internet Research
Agency, uma organização vinculada ao governo russo”. Ou seja, acreditam que o
vírus é uma obra dos comunistas e que a vacina é para transformá-los em robôs a
serviço da Rússia!
Em seu site, a Infragard diz
que é uma “organização sem fins lucrativos vinculada ao FBI e que visa
fortalecer a segurança nacional” com a missão de proteger “a infraestrutura
fundamental da América”. Ele explica que consiste em seções locais e que
"um agente especial do FBI de cada escritório de campo é designado para
atuar como coordenador do setor privado".
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