domingo, 3 de maio de 2020

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Quem manda no bordel?
Houve um tempo em que gostei de filmes do “velho oeste”. Na verdade, eram repetitivos e pouca diferença havia entre a ambientação de um e de outro. Em toda cidade havia um “saloon” e o dono era a pessoa mais importante da cidade, mandava em todos, até mesmo no “xerife”. Isso quando o próprio “xerife” não era o dono do bordel. E tudo se repetia, nada mudava... As exceções eram raras.
Analisando o Brasil do ex-capitão reformado por doença mental recordei desses filmes. Na quinta-feira (30), aborrecido com não ver sua indicação para um cargo ser prontamente atendida, ele agiu exatamente como o dono do bordel nos filmes: “Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá”, disse ele referindo-se ao impedimento de sua posse na Polícia Federal por determinação do STF.
Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, a Advocacia-Geral da União havia anunciado que não recorreria ao caso. O presidente desautorizou essa decisão e obrigou que a união recorra. “É dever dela recorrer. Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá”, berrou o insano.
Só para lembrar, Ramagem era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi escolhido pelo demente para comandar a Polícia Federal. O problema é que o escolhido é amigo próximo da família do presidente, o que aumentou as especulações sobre uma tentativa de interferência política na PF.
Em sua decisão, Moraes ressalta que o presidencialismo garante amplos poderes para o presidente, mas exige o cumprimento de princípios constitucionais e da legalidade dos atos.
O dono do bordel está “magoado”? Terminou na quinta-feira (30) o prazo para que o ex-capitão apresentar os resultados dos testes para coronavírus que fez, segundo uma decisão da Justiça tomada após pedido do jornal O Estado de S. Paulo. Mas ele declarou que se sentirá “violado” caso precise divulgar os laudos, e afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer da decisão.
Pelo que sabemos, o insano já fez ao menos três exames para testar se havia contraído o coronavírus. O primeiro foi feito quando boa parte da comitiva (ao menos 22 pessoas) que acompanhava o presidente em uma viagem aos EUA, no mês de fevereiro, voltou para o Brasil com a covid-19. Na ocasião, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou a afirmar a uma emissora estadunidense que o teste do pai havia dado positivo, mas voltou atrás horas depois.
O pedido feito pelo Estadão argumentava que, pela posição que ocupa, ele teria um compromisso com a população em demonstrar que o que afirma é verdadeiro. “Por mais que se alegue direito à intimidade, ou algumas outras defesas que a União arguiu, não se pode negar ao mandante, que é o povo, o direito de acesso ao atestado de saúde do mandatário. O presidente já disse que testou negativo. Então por que a recusa? Por que a defesa da recusa de não mostrar os comprovantes disso?”, disse o pedido.
A ONU denunciou! Especialistas em Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas expressaram preocupação de que a política brasileira estaria “priorizando a economia sobre a vida das pessoas”.
Comunicado oficial diz que país deveria abandonar imediatamente medidas de austeridade e combater desigualdade e pobreza agravadas pela pandemia. Se, segundo o especialista independente em Direitos Humanos e Dívida Externa, Juan Pablo Bohoslavsky, “A epidemia da Covid-19 ampliou os impactos adversos de uma emenda constitucional de 2016 que limitou os gastos públicos no Brasil por 20 anos”.
Em relatório, a ONU observa que apenas 10% dos municípios brasileiros possuem leitos de terapia intensiva. Já o Sistema Único de Saúde não tem nem a metade do número de camas hospitalares recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Só para lembrar, durante a semana, em entrevista na porta do Planalto, o demente disse que “a OMS está incentivando o homossexualismo entre as crianças e ensinando masturbação”!
Confirmando a declaração da ONU... A Secretaria Especial da Receita Federal publicou instrução normativa na segunda-feira (27) reduzindo de 20% para 15% a alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos, referente aos resultados do ano de 2019. As informações são do jornalista Breno Costa, do Brasil Real Oficial.
“Ou seja, os bancos pagarão uma taxa menor sobre seus lucros registrados no ano passado. Apenas os quatro maiores bancos do país (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) tiveram lucro de R$ 81,5 bilhões em 2019 – um recorde nominal, com crescimento de 18% na comparação com o registrado em 2018”, destaca Costa.
O jornalista ainda lembra que, com a diferença das alíquotas, o governo insano decidiu que deixará de arrecadar aproximadamente R$ 4,1 bilhões somente dessas quatro instituições. A alíquota da CSLL havia sido elevada de 15% para 20% em maio de 2015 pela presidenta Dilma Rousseff (PT), por meio da Medida Provisória 675.
As sucessivas iniciativas por parte do governo em garantir recursos para o sistema financeiro, em contraste com as medidas insuficientes para proteger a renda e o emprego dos trabalhadores têm sido alvo de críticas. Em debate realizado ontem, a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello pontuou a diferença de tratamento entre os dois segmentos.
Santander tem lucro 10,5% maior no 1º tri. O Santander Brasil abriu na terça-feira (28) a temporada de resultados dos grandes bancos do Brasil ao reportar lucro líquido de R$ 3,853 bilhões no primeiro trimestre, valor 10,5% maior que no mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de R$ 3,485 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, o crescimento foi de 3,4%.
O Santander destaca, no relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que ainda conseguiu entregar um “forte resultado” no período, mas já identificou os primeiros impactos do cenário atual, marcado pela pandemia do novo coronavírus.
O Santander Brasil bateu a marca história de R$ 1 trilhão de ativos no País no fim de março. A cifra representa elevação de 16,7% ante dezembro e é 24,5% maior no comparativo anual. E o patrimônio líquido somou R$ 69,992 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 2,7% em relação ao quarto trimestre e de 3,5% em um ano.
Já é repetitivo. Mesmo sem medir o impacto do novo coronavírus (Covid-19) no mercado de trabalho, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,2% entre janeiro e março deste ano, atingindo 12,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), divulgada na quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Dieese alerta que a maior parte dos novos 507 mil desempregados não terão acesso ao seguro-desemprego porque são informais ou não cumprem os requisitos para acessar o benefício. O seguro-desemprego é pago apenas a trabalhadores formais, com carteira assinada, que tenham trabalhado por um período que varia de acordo com a quantidade de vezes que o trabalhador já deu entrada no pedido do benefício: 1º pedido: pelo menos 12 dos 18 meses antes da demissão. 2º pedido: pelo menos 9 dos 12 meses antes da demissão.
O impacto das medidas de isolamento social para conter a disseminação da Covid-19, só será registrado na pesquisa sobre o trimestre abril, maio e junho porque a maioria dos estados decretou quarentena a partir da segunda quinzena de março.
Taxa de informalidade também sobe. A taxa de informalidade atingiu 39,9% da população ocupada, representando um contingente de 36,8 milhões de trabalhadores informais. No trimestre móvel anterior, essa taxa havia sido 41%. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,2 milhões de pessoas e a população subutilizada totalizou 27,6 milhões de pessoas, um aumento de 5,6% (mais 1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e uma queda de 2,5% (menos 704 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.
A população desalentada (os que desistiram de procurar emprego) ficou em (4,8 milhões), estatisticamente estável em ambas comparações. O percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou desalentada (4,3%) cresceu em relação ao trimestre móvel anterior (4,2%) e permaneceu estável em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Servidores podem ficar sem reajustes! O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, na segunda-feira (27), que não será necessário suspender o teto de gastos pois os recursos para a saúde estão garantidos, para os gastos extras em função da pandemia de coronavírus. Ele disse que o governo está usando outros instrumentos para garantir os recursos. Com o reconhecimento do estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional, o Executivo ficou dispensado de cumprir a meta de superávit.
De acordo com Guedes, deve ser aprovado esta semana no Senado Federal mais um programa de envio de recursos aos estados e municípios. Em contrapartida, o governo negocia com o Congresso uma proposta de suspensão de reajuste de salário dos servidores públicos por um ano e meio. “Precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia, assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego. Eles [servidores públicos] vão colaborar, eles vão ficar sem pedir aumento por algum tempo”, disse Guedes, garantindo que nenhum direito existente será retirado.
Recessão na América Latina.  A região da América Latina e do Caribe sofrerá em 2020 a maior recessão de sua história, com uma queda de -5,3% na atividade econômica, como consequência da covid-19, alertou. O alerta foi feito na terça-feira (21), pelo novo relatório da CEPAL.
“Espera-se um forte aumento no desemprego com efeitos negativos na pobreza e na desigualdade", disse Alicia Bárcena, secretária executiva da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).
Para encontrar uma contração tão grande na região, é necessário voltar à Grande Depressão de 1930 (-5,0%) ou até mais até 1914, no início da Primeira Guerra Mundial (-4,9%), destacou. o relatório da agência regional das Nações Unidas, divulgado em sua sede em Santiago, Chile.
A recessão projetada ocorre após sete anos de baixo crescimento, com uma média acumulada de 0,4% entre 2014 e 2019.
A CEPAL espera que a América do Sul tenha uma queda de -5,2%, já que vários países nessa área serão bastante afetados pela queda na atividade na China, que é um mercado importante para suas exportações.
Na América Central, a queda seria -2,3% afetada pela queda no turismo e pela redução da atividade nos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial e fonte de remessas, enquanto o Caribe contrairia em -2,5 por cento, reduzindo a demanda por serviços turísticos.
A recessão deve atingir com uma força ainda maior as economias brasileira e mexicana, que possuem os maiores setores manufatureiros da região. O México também será atingido pela queda nos preços do petróleo.
Prevê-se uma deterioração significativa dos indicadores de mão-de-obra, com a taxa de desemprego localizada em torno de 11,5%, 3,4 pontos percentuais acima dos 8,1% em 2019. Os desempregados na região serão 37,7 milhões, em uma população ativa de 465 milhões. E as pequenas e médias empresas, com mais de 50% do emprego formal, terão um forte impacto da crise em 2020.
A queda na produção e o aumento do desemprego terão um impacto negativo direto na renda familiar e na capacidade de atender às necessidades básicas. A taxa de pobreza aumentaria em 4,4 pontos percentuais.
Aplausos para o Paraguai. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou na segunda-feira (27) que, por recomendação do Ministério da Saúde do país, irá adiar o reinício das aulas presenciais até dezembro, por conta da pandemia de covid-19. Por outro lado, a quarentena no país será flexibilizada a partir de 4 de maio.
“É nossa obrigação constitucional cuidar da saúde. Estou seguro que os pais vão entender esse fato e colaborar”, disse Abdo Benítez à imprensa. “Constitucionalmente [os menores de idade] são responsabilidade do Estado, pelo qual se construirá uma educação diferente usando a tecnologia”, disse.
As escolas do país, que hoje funcionam como centro de distribuição de alimentos, têm dado aulas de modo virtual. Segundo Abdo Benítez, os estudantes estão em posição vulnerável, já que, somando-se as doenças que normalmente já circulam no inverno – como a gripe causada pela influenza -, a aglomeração deles poderia complicar muito mais a situação.
Derrota da golpista! A presidente do Congresso boliviano, Eva Copa, promulgou uma lei que determina a convocação de eleições gerais no país dentro de 90 dias – ou seja, até agosto. A decisão, aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, contraria a determinação da autoproclamada presidente Jeanine Áñez, que havia vetado a medida.
As eleições presidenciais na Bolívia estavam previstas para o dia 3 de maio, mas foram suspensas pelo TSE (Tribunal Superior Boliviano) em março, após Áñez declarar quarentena no país devido à situação de emergência do coronavírus.
A medida, aprovada inicialmente na quinta-feira (30) pelo Senado boliviano, determina que as eleições sejam realizadas até o início de agosto e nasceu de um projeto de lei apresentado pelo partido de oposição MAS (Movimiento al Socialismo), ligado a Evo Morales, que tem maioria no Legislativo.
Segundo a última pesquisa publicada antes do confinamento, o candidato do MAS, Luís Arce, aparece com 33% das intenções de voto, seguido pelo ex-presidente Carlos Mesa, com 18,3%, e por Áñez, com 16,9%.
Em nota divulgada em suas redes sociais, o MAS disse que a realização do pleito, “de nenhuma maneira, atenta contra a vida e a saúde”.
Áñez se autoproclamou presidente da Bolívia após o golpe de Estado que derrubou Morales, que havia sido reeleito em outubro de 2019 para um novo mandato. A oposição disse que a contagem dos votos havia sido fraudada, o que se mostrou, posteriormente, ser inverídico.
“Se o Brasil vai fazer o que quer, para que serve o Mercosul?” Aplaudimos de pé a declaração do presidente argentino, Alberto Fernández, sobre o governo do insano brasileiro e um dos temas que mais está incomodando o G-20 e os países de nossa região.
Nossa imprensa pouco ou nada fala sobre o assunto, mas os temas referentes ao Mercosul (Uruguai, Brasil e Paraguai) estão ocupando muitas horas dos diplomatas locais e dos analistas internacionais.
“Estou preocupado que o governo do ex-presidente argentino (Mauricio) Macri tenha permitido distorcer o Mercosul. Se todos podem negociar o que querem, por que o Mercosul existe? Eu quero um Mercosul maior”, explicou o presidente em diálogo com a Rádio El Destape. E ele ressaltou que “Macri e o presidente brasileiro permitiram que cada um fizesse seu acordo de livre comércio. Portanto, o Mercosul não faz sentido. Se eles querem jogar o Mercosul ao mar, digam de forma clara”.
Na semana passada, a Argentina retirou-se das negociações que os países do Mercosul estavam realizando para chegar a um acordo de livre comércio com a Coréia do Sul. Um comunicado oficial informava que o país para participar das negociações dos atuais acordos comerciais - junto com a Coréia - assinaria acordos semelhantes com o Canadá, Índia e Líbano - e futuros ", excluindo desta determinação os já concluídos com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio ».
O presidente Alberto Fernández e o ministro das Relações Exteriores Felipe Solá concluíram que as negociações que estavam ocorrendo eram prejudiciais para o país, porque eram acordos de livre comércio com países que produzem bens que competem diretamente com a indústria local. Concluiu-se que, nesse cenário ainda mais complexo, devido à pandemia, poderia ser letal para a produção nacional.
Argentina suspende todos os voos comerciais. Em iniciativa corajosa e que deveria ser seguida por nosso insano, o governo argentino estabeleceu que as companhias aéreas poderão retomar suas operações regulares de ou para o país a partir de 1º de setembro, de acordo com uma resolução publicada no Diário Oficial.
“As companhias aéreas que operam serviços de transporte aéreo de passageiros internacionais ou dentro do território nacional podem reagendar suas operações regulares ou solicitar autorizações para operações não regulares a partir de 1º de setembro de 2020”, afirma a resolução 144.
A decisão do presidente Alberto Fernández prolonga por quatro meses a interrupção dos serviços de transporte aéreo em um país que mantém suas fronteiras fechadas desde 16 de março para impedir a expansão do novo coronavírus, causando a doença de COVID-19. E a decisão diz respeito a companhias aéreas locais e internacionais, que permanecerão assim cinco meses e meio sem operar na Argentina.
A fome cresce no mundo. Pelo terceiro ano consecutivo, várias agências das Nações Unidas documentaram níveis crescentes de fome no mundo, afetando 820 milhões de pessoas. Mais de 2 bilhões sofrem de insegurança alimentar “moderada ou grave”. Durante o mesmo período, o mundo experimentou o que a Reuters chamou de “superabundância global de cereais”. Ou seja, estamos produzindo mais, mas o que produzimos não chegam aos que necessitam.
E vale lembrar que, uma grande parte desses cereais produzidos não é para o consumo humano. Por exemplo, o Brasil produz imensas quantidades de soja, mas que servem para alimentar o gado bovino e aves. Ou seja, o aumento da colheita de grãos não reduz a fome global.
Apesar disso, não passa um dia sem que um líder acadêmico, industrial ou político se junte ao coro malthusiano para alertar sobre os fenômenos iminentes da escassez de alimentos causados pelo crescimento da população e pela limitação dos recursos naturais. Por exemplo, Richard Linton, reitor da Escola de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade Estadual da Carolina do Norte, tocou o alarme em palavras familiares: “Temos que encontrar uma maneira de alimentar o mundo, dobrando o suprimento de comida”, disse ele. “E todos sabemos o que acontecerá se não produzirmos comida suficiente: será guerra, competição”.
Mais de 70% dos alimentos consumidos nos países em desenvolvimento, onde a fome é endêmica, são cultivados nesses mesmos países, principalmente por pequenos agricultores. Esses agricultores são os principais fornecedores de alimentos. E eles usam apenas 30% dos recursos agrícolas para isso (o que implica que a agricultura industrial usa 70% dos recursos para alimentar 30% da população). Não existe mundo lá fora que espere à toa para alimentá-lo. A maioria das pessoas famintas são pequenos agricultores ou pessoas que vivem em comunidades rurais. Eles não esperam que a comida seja distribuída. Eles ativamente - e muitas vezes desesperadamente - tentam alimentar suas famílias e comunidades.
No entanto, o mundo já produz mais que o suficiente para alimentar 10 bilhões de pessoas, ou cerca de 3 bilhões a mais do que somos hoje. Por que continuamos fazendo coisas erradas, acreditando que a produção de mais produtos agrícolas acabará com a fome? O economista indiano Amartya Sen ganhou seu Prêmio Nobel por demonstrar que a fome raramente é causada por falta de alimentos. Frances Moore Lappé nos mostrou há quase 50 anos, em seu trabalho seminal Diet for a Small Planet, que a fome não é causada pela falta de alimentos. A fome é causada pela falta de poder dos produtores de alimentos e das pessoas pobres. Poder sobre a terra, a água e outros recursos naturais que permitem a produção de alimentos. E poder para obter uma renda que permita às pessoas comprarem a comida de que precisam.
O que fazer com o petróleo? A crise econômica associada à pandemia do covid-19 impactou o consumo global de petróleo. Dadas as condições de isolamento que prevalecem na maioria dos países, a demanda por petróleo caiu para níveis que, segundo previsões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), serão os mais baixos nos últimos 30 anos.
Com base no acordo assinado pelos principais produtores de petróleo do mundo, a extração dessa fonte de energia também será reduzida em 2020. A partir de maio, a produção será reduzida em 9,7 milhões de barris por dia, ação que visa ajudar recuperar os preços do petróleo e esgotar parte das reservas acumuladas nas últimas semanas.
A Agência Internacional de Energia (AIE) calcula que, desde março, existe um excesso de oferta no mercado global que varia entre 10 e 20 milhões de barris. Esse fator é fundamental para explicar que há cada vez mais problemas para continuar armazenando essas reservas.
A queda nos preços de referência dos EUA é parcialmente explicada pelo fato de que a maioria dos países está prestes a atingir seu limite na capacidade de armazenamento de óleo.
A Agência de Informações de Energia dos Estados Unidos (EIA) afirma que os depósitos de Cushing têm capacidade para 80 milhões de barris, o que representa 10% do armazenamento total disponível para os EUA. A proximidade de atingir seu limite e a queda no consumo de hidrocarbonetos em todo o mundo, fazem parte das ameaças que afetarão o valor do petróleo nos próximos meses. Outro petróleo bruto de referência, como o Brent do Mar do Norte, está prestes a sofrer um problema semelhante.
Nesse sentido, o relatório da IEA de abril alertou que o excesso de petróleo no mercado está pressionando o acúmulo de estoques de hidrocarbonetos em todo o mundo. A China, por exemplo, aproveitou o colapso dos preços para preencher suas reservas, mas agora está prestes a encher seus armazéns. Como se isso não bastasse, a consultoria de petróleo Rystad Energy calcula que 76% do armazenamento global já está ocupado, portanto, espera-se que grande parte do planeta em breve fique sem espaço para armazenar petróleo bruto.
Veja matéria adiante sobre o momento crítico nos EUA.
Haverá emprego no futuro? Na sexta-feira (24), o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, saudou o compromisso dos ministros do Trabalho e do Emprego dos países do G20 de manter uma “cooperação global completa” para salvaguardar o emprego e a renda das pessoas, mas alertou que as atuais medidas de apoio não são suficientes.
“À medida que a crise se propaga para países de baixa e média rendas, precisaremos fazer muito mais para proteger os trabalhadores e apoiar as empresas, porque esses países estão menos preparados para uma crise prolongada. Caso contrário, a combinação de grandes economias informais e baixa cobertura de proteção social significará um desastre para as pessoas e as economias” afirmou.
Em um comunicado divulgado após a reunião extraordinária virtual realizada na quinta-feira, dia 23, os ministros do G20 se comprometeram a manter “uma cooperação global completa, a aplicar uma abordagem centrada nas pessoas para promover o emprego, fortalecer a proteção social, estabilizar as relações de trabalho e promover os princípios e os direitos fundamentais no trabalho”.
À medida que aumenta a pressão sobre os países para aliviar gradualmente ações relativas ao confinamento, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) solicitou que os governos tomem medidas para prevenir e controlar a Covid-19 no local de trabalho, por meio da colaboração e do diálogo eficazes com organizações de empregadores e de trabalhadores.
Todos os empregadores precisam adotar medidas de avaliação de risco com antecedência e garantir que o local de trabalho atenda a critérios rigorosos de segurança e saúde, a fim de minimizar o risco de exposição de trabalhadoras e trabalhadores à Covid-19, destaca a entidade.
Também no “berço do nazismo”. Para quem pensa que apenas no Brasil os insanos estão fazendo manifestações pelo fim do confinamento e volta à normalidade para que a economia funcione novamente, há claros exemplos de que essa “lavagem cerebral” na classe média é uma realidade mundial.
A polícia de Berlim dispersou no sábado (25) uma manifestação ilegal que pedia o fim das medidas de isolamento social impostas pelo governo alemão para conter a pandemia de coronavírus.
Cerca de 1.000 pessoas participaram do protesto que se concentrou na região central de Berlim. Segundo as autoridades, 105 pessoas foram brevemente detidas ou tiveram seus dados registrados pela polícia.
Elas devem sofrer sanções por violação das regras de quarentena. A polícia também informou que deve indiciar alguns participantes por divulgação de símbolos ou mensagens anticonstitucionais e agressões contra policiais. Pelo menos cinco policiais ficaram feridos no sábado. Mas houve também o registro de um protesto.
O discurso predominante dessas manifestações tem sido de denunciar as restrições impostas pelo governo como uma medida contra os direitos individuais. Alguns participantes e páginas na internet que promovem os protestos também acusam as medidas de afrontarem a Constituição. Sem qualquer base histórica, eles chegam a traçar paralelos entre as medidas e as ações da ditadura nazista (1933-1945).
Outros organizadores e participantes também aproveitam para disseminar teorias conspiratórias, afirmando que a quarentena seria um complô da indústria farmacêutica, do bilionário Bill Gates e até mesmo dos “sionistas”.
Serve de exemplo? Quase 50 dias após registrar a primeira morte por covid-19, a Índia começa a colher os frutos de um período de isolamento rigoroso. E não se trata apenas do azul que voltou a colorir o céu de Nova Delhi, capital do país e uma das cidades mais poluídas do planeta.
O país asiático contabiliza 23,95 casos do novo coronavírus para milhão de habitantes. Para se ter uma ideia, o índice no Brasil é de 367.72. Ou seja, a incidência proporcional do vírus é 15 vezes maior do que na Índia.
O número de mortes por covid-19 também parece refletir a eficácia das medidas de distanciamento social, consideradas as mais restritivas entre todas as nações afetadas pela pandemia. Até o momento, a doença matou 1.008 indianos — um quinto do número registrado no Brasil, que tem uma população seis vezes menor.
A quarentena na Índia, que começou no dia 24 de março, está prevista até 3 de maio. Porém, há expectativa de que as políticas de isolamento sejam estendidas por mais duas semanas em cinco estados, incluindo as regiões de Nova Delhi e Mumbai, cidades mais populosas do país.
Por enquanto, as ruas seguem vazias em todo a Índia. Só se a admite circulação de trabalhadores de serviços essenciais e de quem sai de casa para comprar comida ou medicamentos. Mesmo nesses casos, há relatos de violência e repressão policial contra cidadãos que teriam "rompido a quarentena", especialmente no interior do país.
Coronavírus derruba PIB da Itália. O produto interno bruto (PIB) da Itália caiu 4,7% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com os três meses anteriores, como resultado dos efeitos provocados pela pandemia do novo coronavírus.
Os dados foram revelados nesta quinta-feira (30/04) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), que diz que o resultado trimestral é o pior registrado na série histórica iniciada em 1995.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a contração foi de 4,8%, segundo o Istat. "O PIB sofreu uma contração excepcional induzida pelos efeitos econômicos da emergência sanitária e das medidas de contenção", diz o instituto.
Uma frota de petroleiros sem ter para onde ir. Dezenas de petroleiros se alinharam ao longo da costa da Califórnia, mas devido à baixa demanda de combustível, ninguém tem pressa para descarregá-los, porque armazenar matérias-primas em terra é muito mais caro, informa o canal da CGTN.
Os petroleiros atuam como tanques flutuantes, porque são mais lucrativos para as empresas de petróleo. Devido ao regime de confinamento imposto pela pandemia, o número de carros e voos aéreos diminuiu significativamente e, como consequência, a demanda por gasolina e combustível de aviação diminuiu.
Os petroleiros ancorados fornecem petróleo bruto para vários setores e indústrias. Agora, com a forte queda na demanda, toda essa frota de navios-tanque está fora de operação perto da costa, atuando como um tanque de armazenamento de petróleo. Mas, segundo especialistas, para algumas empresas não faz sentido descarregar esses navios-tanques do ponto de vista econômico.
Onde chegará a humanidade? “Me tira os tubos...”; “Pare o mundo que eu quero descer”! Ao ler as mais recentes notícias sobre a pandemia e ver que grupos fazem manifestações e protestos pedindo o fim do isolamento já foi uma dura experiência para mim. Mas o que eu posso falar do que está ocorrendo nos EUA?
Sim, eu sei que é a nação mais sem noção do mundo (desculpem o trocadilho), mas nunca imaginei que chegassem a tal nível de insanidade coletiva.
Desde que o Covid-19 começou a atingir os EUA, alguns ativistas anti-vacinas e alguns representantes políticos que simpatizam com eles participaram de protestos contra as ordens de confinamento para retardar a propagação de um vírus que já causou mais de 60 mil mortes no país. Mas muitos parecem não estar preocupados com as mortes ou com os prejuízos para a sociedade como um todo.
Sob o título “Movimento Anti-Vacina e Segurança Nacional” surge um novo movimento nas ruas estadunidenses, com passeatas, cartazes de protestos, etc. São movimentos que receberam impulso nos últimos anos porque estão alinhados com “outras teorias da conspiração, incluindo a extrema direita, desinformação nas redes sociais e campanhas de propaganda de atores internos e externos. Isso inclui a Internet Research Agency, uma organização vinculada ao governo russo”. Ou seja, acreditam que o vírus é uma obra dos comunistas e que a vacina é para transformá-los em robôs a serviço da Rússia!
Em seu site, a Infragard diz que é uma “organização sem fins lucrativos vinculada ao FBI e que visa fortalecer a segurança nacional” com a missão de proteger “a infraestrutura fundamental da América”. Ele explica que consiste em seções locais e que "um agente especial do FBI de cada escritório de campo é designado para atuar como coordenador do setor privado".

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