quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Ernesto Araújo admite isolamento internacional do Brasil e dispara: “É bom ser pária” A SUBSERVIÊNCIA E IGNORÂNCIA SEM LIMITES

 Ernesto Araújo admite isolamento internacional do Brasil e dispara: “É bom ser pária”

Em longo discurso na cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco - que reuniu centenas de pessoas em plena pandemia -, chanceler criticou o comunismo, o "globalismo" e se orgulhou do Brasil ser visto com um pária pela comunidade internacional

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O ministro das Relações Internacionais, Ernesto Araújo, admitiu nesta quinta-feira (22) que o Brasil é visto como um “pária” pela comunidade internacional. O chanceler, no entanto, não se incomoda com a visão. Pelo contrário, se orgulha.

A fala foi feita durante a cerimônia de formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco, que reuniu centenas de pessoas no Itamaraty, a maioria sem máscara, em plena pandemia. Em seu longo discurso, o chanceler teceu críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) e manteve o tom ideológico e de defesa de pautas morais que vêm fazendo o Brasil perder a tradição de referência no diálogo internacional.

“Nos discursos de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, por exemplo, os presidentes Bolsonaro e Trump foram praticamente os únicos a falar em liberdade. Naquela organização que foi fundada no princípio da liberdade, mas que a esqueceu. Sim, o Brasil hoje fala de liberdade através do mundo. Se isso faz de nós um pária internacional, então que sejamos esse pária”, afirmou.

Em outro ponto do discurso, Araújo reconheceu que o Brasil vem sendo “deixado ao relento, do lado de fora”, e que, para ele, talvez seja melhor “do que ser um conviva no banquete do cinismo interesseiro dos globalistas, dos corruptos e dos semi-corruptos”.

“É bom ser pária. Esse pária aqui, esse Brasil; essa política do povo brasileiro, essa política externa Severina —digamos assim— tem conseguido resultados”, disparou.

Como de praxe, o chanceler ainda atacou a esquerda, acusou o campo político de querer promover a “ditadura do politicamente correto” e de ter como utopia “um Brasil sem Deus”. Ele ainda lançou o termo “covidismo” para criticar a preocupação global com relação à pandemia e criticou o poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto (1920-1999), escolhido pelos formandos como homenageado da turma. Araújo disse que Melo Neto tinha “grande sensibilidade para o sofrimento do povo brasileiro”, mas que o poeta foi para o “lado errado do marxismo e da esquerda”.

“Sua utopia, esse comunismo brasileiro de que alguns ainda estão falando até hoje, constituía em substituir esse Brasil sofrido pobre e problemático [retratado na obra de Melo Neto] por um não-Brasil. Um Brasil sem patriotismo, sujeito naquela época aos desígnios de Moscou e hoje, nesse novo conceito de comunismo brasileiro, sujeito aos desígnios sabe-se lá de quem”, declarou.

Ernesto Araújo é tido como um dos principais integrantes da chamada “ala ideológica” do governo. Discípulo de Olavo de Carvalho, o chanceler se coloca contra o multilateralismo entre as nações, nega o aquecimento global e enxerga o comunismo como a maior ameaça do mundo, o que vem fazendo o país ser, como ele mesmo classificou, enxergado como um “pária” pela comunidade internacional.

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